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terça-feira, 13 de junho de 2017

Depressão: saiba mais sobre essa doença incapacitante



 Problema de saúde pode acabar com a vontade de viver, mas tem tratamento e cura em muitos casos


De vez em quando é normal ficar desanimado ou triste. Mas quando a tristeza se intensifica e atrapalha as atividades do dia a dia pode ser um transtorno cerebral bastante conhecido: a depressão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 322 milhões de pessoas no mundo sofrem desse mal. No nosso país, estima-se que esse número chegue a 11,5 milhões de brasileiros. Em 2020, a depressão será a doença que mais impactará as pessoas.

 “O diagnóstico precoce é importante para que o tratamento ocorra o quanto antes. Infelizmente, muitas pessoas levam anos para procurar um especialista e sofrem com os sintomas que podem ser incapacitantes”, explica Rafael Brandes Lourenço, especialista em psicogeriatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Os sintomas variam bastante, mas os principais são: tristeza, perda de prazer e interesse por atividades que gostava, falta de disposição, alterações no sono, sentimentos de desesperança, falta de libido, mudanças no apetite, pensamentos relacionados à morte e até tentativa de suicídio. “Na consulta com um psiquiatra, o paciente e seus familiares conversarão sobre os sintomas que vêm ocorrendo. O médico investigará quando começaram esses sinais, qual a intensidade e como atrapalham a rotina do paciente”. 

O tratamento costuma ser realizado com antidepressivos. Há uma variedade de medicamentos e todos visam reduzir ou aliviar os sintomas da depressão. “Os medicamentos podem ser utilizados em quadros de depressão leve, mas são usados nas depressões moderadas e graves. A fase aguda (quando o paciente tem mais sintomas) do tratamento dura entre 6 e 12 semanas. Depois da melhora, mantemos o remédio por mais 4 a 9 meses, o que é chamado fase de continuação, e por um ano ou mais, fase de manutenção.  

O especialista lembra que, em todos os casos, nos primeiros meses existe alto risco de recaída, por isso, há a orientação de continuar o uso da medicação após a remissão dos sintomas. “O correto é que sejam reduzidos de forma gradual e suspensos com supervisão médica, para diminuir o risco de ter um novo episódio depressivo."

Além do tratamento com medicação, a pessoa que está deprimida pode precisar de psicoterapia para ajudá-la a identificar e trabalhar fatores que possam causar a doença. As questões emocionais (ligadas ao estresse) podem se unir a questões genéticas e a desequilíbrios químicos cerebrais. “Outra questão bastante importante é em relação à dependência de medicamentos antidepressivos. Isso não ocorre em pesquisas ou na prática clínica. Apesar disso, os remédios agem no Sistema Nervoso Central e são vendidos com receitas de controle especial. Há diversos medicamentos disponíveis no mercado e apenas o especialista consegue definir qual é indicado em cada caso e se existe algum risco a ser monitorado”, afirma. 

A boa notícia é que o tratamento para depressão não costuma durar a vida toda. O psiquiatra destaca que cerca de 70% dos casos não são complicados. "Quando é o primeiro episódio depressivo a fase de continuação dura por um ano. O tratamento torna-se mais extenso quando se dá o segundo episódio depressivo ou mais. Costumeiramente, os casos difíceis são aqueles que demoram a procurar ajuda, avançando em gravidade ou complicados do ponto de vista neurobiológico."

Há ainda preconceito em relação ao uso de medicamentos, mas a depressão é um transtorno cerebral que deve ser tratado. “Não há porque se envergonhar; é um problema de saúde que ocorre por vários fatores, atingindo homens e mulheres de todas as idades. Procurar ajuda de um médico é o primeiro passo para voltar a ser feliz”, finaliza.





Dr. Rafael Brandes Lourenço – é psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Psicogeriatra e médico do sono pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.




Qual o dever do cidadão para com os políticos corruptos?



Recentemente, Joesley Batista, um dos donos do Grupo JBS, um dos maiores do ramo de processamento de carne no mundo, realizou uma delação que colocou em cheque o governo de Michel Temer, atual presidente da República. Apesar do tempo e esforço dispendido questionando Temer, foi o senador afastado Aécio Neves, que acabou se tornando o primeiro réu diante da denúncia. As gravações entregues a policia na delação mostram Aécio pedindo R$ 2 milhões a Joesley. Dinheiro que seria usado para pagar o advogado do senador afastado na sua defesa nas investigações que envolvem a Lava-Jato, em que também é investigado.

Todo o cenário envolvendo Aécio e diversos outros relacionados a crimes de corrupção, levantaram uma reflexão em mim sobre o papel do governo, do governante, do povo e da ética, sobretudo quando, em casos como esse, em que a lei se mostra insuficiente ou até mesmo impotente. Esse homem poderia ter sido presidente do país. Ainda é um senador. Seu comparsa, que entregou a delação mais comentada do momento, está refugiado nos Estados Unidos. Michel Temer ainda é presidente. Eu poderia estender essa lista infinitamente. Paulo Maluf foi condenado e voltou para a política, sendo bem aceito por seus eleitores, só para citar um caso de real condenação. O ex-presidente Lula também está sendo investigado, mas mesmo assim há quem o defenda com unhas e dentes para o cargo de presidente em 2018.

Quando uma nação inteira trabalha todo dia, paga seus impostos e contribui para sua sociedade, nada mais justo do que esses impostos e contribuições que, às vezes tornam a vida muito complicada, sejam usados para refletir benefícios para melhores condições de viver em seu país.  Cada valor pago carrega o custo do suor do trabalhador e deveria ser tratado com o respeito de se transformar em bem estar social, já que essa é a função do governo: liderar e transformar os recursos do povo em uma nação próspera e soberana.

Existe uma grande responsabilidade por parte dos políticos, já que o governo deve servir ao povo e não o contrário. Quando os governantes aplicam o fruto desse suor e trabalho de forma injusta, irresponsável, buscando o benefício próprio em detrimento do viver populacional, isso gera angústia, não só no cidadão, mas em toda a nação. A angustia está ligada à sensação de vazio quando se está em um estado negativo do direito de viver de cada ser humano. Ai está a conseqüência comum da corrupção.

“O povo não tem que temer seu governo, o governo é que tem que temer seu povo”. A citação retirada da adaptação cinematográfica da obra "V de Vingança" criada pelo quadrinista Alan Moore, ganhou as ruas junto da icônica máscara de Guy Fawkes nos protestos de 2013, onde cidadãos de todo o país foram às ruas para mostrar uma voz há muito esquecida pelo povo brasileiro. Infelizmente, essa voz parece ter se calado novamente, pois apesar de alguns focos isolados e tolas brigas partidárias, toda a sujeira que cria uma crosta de corrupção e crime que infecta o governo de nosso país, continua a se proliferar. Parece que criminosos que roubam milhões e comandam o país não são tão relevantes quanto alguns centavos a mais em uma passagem de ônibus.

Apesar da óbvia situação, o povo vira o rosto e aceita, mesmo quando lutaram tanto por alguns centavos. Percebe a repetição? Não é um partido, um caso, um político ou um cargo específico. A corrupção está em toda parte nas esferas governamentais. A Justiça, além de lenta, por inúmeras vezes fecha os olhos para a volta dessas mesmas figuras ao poder. Isso quando ela não é mudada, distorcida para criar uma forma "legal" de ser corrupto. Aécio Neves estava trabalhando intensamente nos bastidores do Congresso para aprovar uma lei de anistia ao caixa 2 eleitoral. Quando a lei é escrita pelo criminoso, a vítima sofre a pena. O povo só teme seu governo. Só passa fome, frio, trabalha como louco e deve a vida e a felicidade a esse tipo de pessoa. Não está na hora de tomar as rédeas e responsabilidade?

Onde está "o gigante adormecido"? A moral não é clara à nossa frente? Como indivíduos, conseguimos perceber nossa dignidade, nosso desejo pela felicidade ser tirada de nós a cada dia. E ainda assim na época de eleição, lá estão milhões votando nas mesmas pessoas, aceitando os mesmos crimes e erros. O país precisa de mudanças e elas precisam vir do povo, de seus cidadãos. A lei precisa mudar, assim como seu cumprimento. Porém, isso precisa partir da moral, da ética diária, pois os governantes não se importam.

Como a moral antecede a obrigação legal, é dela que parte a lei. Entenda, não estou incitando revoluções baseadas no conflito, mas buscando trazer os olhos a uma mudança de postura. A paz fere muito mais o poder do que a guerra. Essa é uma mudança de consciência que precisa partir do povo para o governo, da ética para a lei. Não é certo nem mesmo premiar Joesley por sua “delação premiada”, porque mais da metade do dinheiro do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento, que ele recebeu para expandir sua empresa, foi direcionado para fora do Brasil. Algo que era nosso e não vai voltar para nós na forma de nada, nem mesmo empregos. Só um homem se beneficiou. Ele expôs corruptos? Sim, mas não cometeu menos atos de corrupção por isso. Os mecanismos de governar as empresas no pais é todo errado. Só se tira do Brasil.

Nós não vivemos em uma ditadura, nós vivemos em uma democracia. Podemos usar isso a nosso favor, pois nada é mais legitimo do que o direito de escolher o nosso bem estar. Precisamos ser intolerantes para com o corrupto, para com o errado. É preciso se desviar dos discursos ideológicos que hipnotizam a massa. O discurso fanático que leva a população às urnas em favor de um bandido faz com que a própria massa crie uma blindagem para ele. Chega a parecer ficção, ou loucura, de tão imoral. O discurso leva o povo a criar justificativas para o mal cometido pelo corrupto. Constantemente o povo defende quem o oprime,

Não se percebe que o corrupto é uma ameaça ao país. Aquelas palavras são afrontas à felicidade e dignidade. A finalidade do governo não é fazer por si, e sim pelo coletivo. Não importa o que foi feito uma vez pelo político X, seu dever era fazer sempre, a corrupção não tem desculpa, não tem “foi só dessa vez”. É preciso honrar o presente, não tolerar o erro com fotos do passado. Usar a democracia a favor. Certa vez ao ler uma passagem de Einstein compreendi a importância de não honrar o homem e sim apenas a sua obra, porque a obra bem feita, está feita. O mesmo homem que pode produzir obras boas poderá por algum motivo produzir obras que sejam ruins para o outro ou até mesmo para a sociedade. É ai a relevância de separar as honras que vão para o homem ou para a sua obra.

Considerar esse cenário e distinguir estas duas formas de reconhecimento permite que discursos ideológicos sejam sempre evitados quando o homem produz obras más. O humano é composto de bem e mal, e não se deve ficar refém da oscilação dele. Pode levar tempo para que se prove que um ou outro fez ou deixou de fazer qualquer ato, mas sob a dúvida o povo deve assumir a responsabilidade de não confiar a ele nenhum cargo de poder até que seja esclarecida a justiça, e se culpado, ele deve ser banido de comandar a nação, seja em que cargo for.

As pessoas estão perdendo todo dia. O dever máximo do cidadão é levar sua voz, através da democracia, para a vida social, até que a ética do bem estar coletivo seja a lei. Aquele que prejudica o país não deveria ter direito de passar nem perto de um órgão de poder. Se a lei demora a fazer seu dever, cabe à ética levar a mudança à consciência do cidadão e através dela mudar o país.







Samuel Sabino - fundador da consultoria Éticas Consultoria, filósofo, mestre em bioética e professor.





Excesso de peso matou 4 milhões de pessoas no mundo em apenas um ano



 Médico Cid Pitombo, editor-chefe do livro 'Obesity', explica quais são os problemas de saúde relacionados e alerta para o fato de a obesidade ser o novo mal do século


Estudo feito pela Universidade de Washington aponta a obesidade como uma crise de saúde pública em escala global. A análise dos pesquisadores norte-americanos foi feita com base em relatórios de 35 anos de observação, incluindo quase 200 países. Aproximadamente 30% da população mundial está acima do peso, sendo 600 milhões de adultos e 150 milhões de crianças. E mesmo aqueles que não estão exatamente no nível considerado de obesidade devem se preocupar: das 4 milhões de mortes atribuídas ao excesso de gordura em 2015, quase 40% ocorreram entre sujeitos com IMC entre 25 e 30, nível considerado como sobrepeso.

O dr. Cid Pitombo, especialista brasileiro no tratamento da obesidade e médico dos atores André Marques e Leandro Hassum, reforça o alerta:

“O excesso de peso sobrecarrega joelhos, coluna, coração, pulmão. E essa sobrecarga vai apresentar a conta ao longo da vida, gerando problemas diversos de saúde, podendo inclusive levar à morte. Uma analogia que pode ajudar os pacientes a entenderem é imaginar um carro com motor 1.0 novo. Ele vai conseguir acelerar e subir ladeiras normalmente, mesmo que cheio de passageiros. Mas com o passar do tempo este motor vai começar a falhar e perder o desempenho. É o mesmo com o organismo do obeso”, explica dr Cid Pitombo.

Entre 1980 e 2015, a obesidade cresceu mais entre os adultos jovens, principalmente homens de 25 a 29 anos de países com níveis de renda e de educação mais baixos. No mesmo período, o percentual de crianças e adultos obesos dobrou em 73 países. No Brasil, na faixa de 15 a 19 anos, a obesidade entre homens aumentou de 8% para 25% e entre as mulheres, saltou de 11 para 20%.

“É fundamental discutir formas de combater a obesidade e promover a alimentação saudável. E isso precisa ser uma política pública adotada urgentemente”, destaca dr. Cid Pitombo.


Mudança de hábitos é a melhor prevenção - Desde 2010, quando a equipe do dr. Cid Pitombo criou o Programa de Cirurgia Bariátrica no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no Rio de Janeiro mais de 1.700 pacientes foram operados, moradores de todas as regiões do estado do Rio de Janeiro. A média de atendimentos ambulatoriais está sendo mantida em 2.000/mês e a taxa de sucesso é de 99%.

A equipe do Programa é multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas. A cirurgia não é o objetivo principal e sim a qualidade de vida e a mudança de hábitos. Mais de quatro mil pacientes estão sendo acompanhados pela equipe do Programa.

"É um trabalho de resgate desses pacientes, realizado com muita dedicação e seriedade por toda a equipe. Devolvemos à sociedade o paciente antes obeso que não trabalhava, que tinha vergonha de comprar roupas e que não tinha mais vida afetiva.", conta Cid Pitombo.



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