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segunda-feira, 31 de março de 2025

IA e cirurgia robótica aprimoram precisão no tratamento do câncer, mas desafios persistem

A Inteligência Artificial (IA) e a cirurgia robótica estão revolucionando o tratamento oncológico, oferecendo personalização de terapias e maior precisão em procedimentos. Entretanto, desafios como resistência à adoção de novas tecnologias e disparidades no acesso ainda são obstáculos significativos, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. É o que aponta o oncologista Dr. Rodolfo Gadia, do Hospital Mater Dei Santa Genoveva.


IA na Oncologia

Segundo o especialista, a IA já é uma realidade na oncologia, auxiliando na personalização de doses de radioterapia e quimioterapia. “Algoritmos de aprendizado de máquina analisam grandes volumes de dados de imagens médicas, como tomografias e ressonâncias, para prever a resposta do tumor à radiação e sugerir planos personalizados”, explica Gadia. 

Na quimioterapia, a tecnologia também otimiza a escolha de medicamentos. “Algoritmos identificam padrões em dados genômicos e clínicos, permitindo a seleção de drogas mais eficazes para cada paciente. Isso é a essência da oncologia de precisão”, afirma o médico.  


Cirurgia Robótica

O Dr. Gadia esclarece que a cirurgia robótica tem ganhado espaço na oncologia, por sua capacidade de preservar tecidos saudáveis e acelerar a recuperação. “Em casos como câncer de próstata, a prostatectomia robótica preserva nervos, reduzindo riscos de incontinência e disfunção erétil”, destaca.

A técnica também impacta a necessidade de tratamentos adjuvantes:

- No câncer colorretal, a dissecção precisa de linfonodos pode evitar quimioterapia complementar, dependendo do estágio pós-operatório.  

- Para tumores ginecológicos e pulmonares, a excisão robótica minimiza margens positivas e reintervenções.  

Apesar dos benefícios, a adoção no Brasil é limitada. "O custo elevado do equipamento e a falta de infraestrutura restringem o acesso, concentrando a tecnologia em grandes centros urbanos", lamenta o especialista.


Desconfiança e a busca por transparência

Por outro lado, a adoção de IA ainda enfrenta resistência. “Médicos e pacientes desconfiam da precisão dos algoritmos e temem a substituição do cuidado humano”, comenta Gadia. Para superar isso, ele defende:

- Educação continuada: treinamentos para profissionais e materiais explicativos para pacientes.  

- Validação clínica: "Algoritmos devem ser testados em estudos robustos e regulamentados", reforça.  

O Conselho Federal de Medicina (CFM) ressalta que a IA é uma ferramenta complementar, não substituta. “A tecnologia libera o médico para focar no atendimento humanizado”, concorda Gadia.  


Futuro promissor, mas com obstáculos  

Para o Dr. Gadia, o futuro da oncologia passa pela integração de tecnologias. “IA e robótica salvam vidas, mas precisamos garantir que todos tenham acesso, não apenas uma minoria”, conclui. Enquanto isso, a comunidade médica e gestores públicos enfrentam o desafio de equilibrar inovação e equidade.

 

Nutrição e longevidade: construindo uma vida saudável na terceira idade

Neste mês de março, o Cebap traz a conscientização sobre a importância de uma alimentação saudável

 

Uma pesquisa realizada pela coordenadoria de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde apontou que mais de 87% dos idosos brasileiros consomem feijão, um alimento rico em ferro, porém observou-se também um considerável nível de consumo de embutidos e bebidas adocicadas como refrigerantes e sucos artificiais. A pesquisa é de 2019 e traz um panorama sobre a nutrição das pessoas 60+ no país.

 

Além de apontar sobre a situação alimentar do idoso, o estudo também acompanhou cerca de 2.626.017 participantes 60+ e descobriu que cerca de 320.232 (12,19%) apresentavam baixo peso e 1.349.053 (51,37%) estavam com sobrepeso. Os números apontam a transição nutricional dos idosos na qual ainda prevalece a desnutrição, porém com valores maiores relacionados ao excesso de peso. Dentre os homens 60+ acompanhados na pesquisa, 44,70% apresentavam sobrepeso, enquanto as mulheres com mais de 60 estavam em torno de 55,15%.

 

Neste mês de março, os profissionais da saúde e o Cebap - Centro de Estudo dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas trazem a conscientização sobre o tema já que em 31 de março é celebrado o Dia Nacional da Saúde e Nutrição. Ter uma alimentação saudável pode ajudar a evitar o aparecimento de doenças e fornecer aportes adequados de nutrientes para prevenir o aparecimento de complicações. Além disso, uma dieta nutritiva traz benefícios como maior disposição, aumento da imunidade e pode até prevenir doenças crônicas como cardiopatia e diabetes.

 

O envelhecimento pode ser acompanhado pelo uso de medicamentos, o que pode levar a alterações no apetite e até mesmo do paladar que pode desencadear em sensação constante de sede e à diminuição na absorção de nutrientes. Essas alterações podem levar à perda de peso, o que não é adequado nesta fase da vida e uma maior propensão à desnutrição e desidratação. Sendo assim, quando há um emagrecimento involuntário é necessário procurar um profissional da saúde.

 

Geralmente, a alimentação na terceira idade não deve ser relacionado com o sacrifício, como as dietas costumam ser estigmatizadas e sim lembrar que a ideia de uma alimentação saudável é uma balanceada, onde está muito mais ligada à comidas frescas, com sabor e na maioria das vezes feitas em casa com ingredientes de qualidade. Saiba mais sobre a importância de uma nutrição saudável:

 

Manutenção da Massa Muscular e da Força

Com o envelhecimento, há uma perda natural da massa muscular, conhecida como sarcopenia. Consumir proteínas de alta qualidade, como carnes magras, peixes, ovos, leguminosas e laticínios ajuda a preservar a massa muscular, o peso adequado e a força, necessários para ajudar na mobilidade e independência.

 

Prevenção de Doenças Crônicas

Uma alimentação rica em frutas, legumes, grãos integrais e gorduras saudáveis pode diminuir o risco de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. Esses alimentos são fontes abundantes de fibras, vitaminas e minerais, que ajudam a regular os níveis de glicose no sangue, a pressão arterial e o colesterol.

 

Melhora da Saúde Mental

Nutrientes como ômega-3, encontrados em peixes gordurosos, e antioxidantes, presentes em frutas e vegetais, estão ligados à melhora da função cognitiva e à prevenção de doenças neurodegenerativas. Uma dieta equilibrada é fundamental para manter a memória e a cognição em bom estado.

 

Fortalecimento do Sistema Imunológico

O sistema imunológico tende a se enfraquecer com a idade, tornando os idosos mais vulneráveis a infecções. Uma dieta rica em vitaminas A, C e E, além de zinco e selênio, pode fortalecer a imunidade. Esses nutrientes são encontrados em alimentos como frutas cítricas, nozes, sementes e vegetais de folhas verdes escuras.

 

Saúde Digestiva

Distúrbios digestivos, como a constipação, são comuns entre os idosos. A ingestão adequada de fibras, presentes em frutas, legumes e grãos integrais, aliada a uma boa hidratação, é essencial para manter a regularidade do sistema digestivo.

 

Manutenção do Peso Saudável

Tanto a obesidade quanto o baixo peso são preocupações na terceira idade, ambos associados a diversos problemas de saúde. Uma alimentação balanceada, que atenda às demandas calóricas e nutricionais, é crucial para manter um peso saudável e evitar complicações relacionadas a extremos de peso.

 

Dicas de Alimentação Saudável para a Terceira Idade

Para promover uma vida longa e saudável, é importante seguir algumas orientações de alimentação adaptadas às necessidades dos idosos:

 

●     Fracionar as refeições: Realizar pequenas refeições ao longo do dia pode facilitar a digestão e a absorção de nutriente;

 

●     Hidratação: Beber água regularmente é essencial, pois a sensação de sede tende a diminuir com a idade;

 

●     Variedade alimentar: Incluir diferentes tipos de alimentos para garantir a ingestão de todos os nutrientes necessários;

 

●     Limitar alimentos processados: Reduzir o consumo de produtos ricos em açúcares, sal e gorduras trans, que podem agravar problemas de saúde;

 

●     Suplementação: Em algumas situações, pode ser necessário suplementar vitaminas e minerais, sempre sob orientação médica;

 

●     Adotar uma alimentação saudável na terceira idade não apenas ajuda na prevenção de várias doenças, mas também melhora significativamente a qualidade de vida. É fundamental que idosos, familiares e cuidadores reconheçam a importância de uma dieta equilibrada e façam escolhas alimentares conscientes, sempre visando o bem-estar físico e mental. Dessa forma, uma alimentação saudável se torna uma aliada poderosa na busca por uma vida longa e satisfatória. 




Cebap - Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas
cebap.org.br


Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021/setembro/combinacao-tradicional-no-prato-dos-brasileiros-e-fundamental-para-a-saude-dos-idosos
https://paulocasali.com.br/a-importancia-da-alimentacao-saudavel-para-a-terceira-idade/



Nutrição e clima: profissionais ganham protagonismo na segurança alimentar diante da crise ambiental

Foto: Rafa Neddermey Agência Brasil

No Dia Nacional da Saúde e Nutrição, celebrado em 31 de março, o Conselho Federal de Nutrição (CFN) chama atenção para a urgência de repensar os sistemas alimentares frente à intensificação das mudanças climáticas. A entidade alerta que o aumento de eventos extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas, já impacta diretamente a produção de alimentos no Brasil — comprometendo a oferta e agravando o cenário de insegurança alimentar. 

Nesse contexto, nutricionistas e técnicos em nutrição e dietética (TNDs) despontam como figuras estratégicas na promoção de sistemas alimentares mais sustentáveis e resilientes. “A crise climática está diretamente ligada à segurança alimentar. Se não repensarmos a forma como produzimos e consumimos alimentos, a população enfrentará desafios crescentes no acesso a uma alimentação adequada”, afirma a presidenta do CFN, Erika Carvalho. 

A afirmação não se dá no vazio: segundo estimativas do governo federal, o setor agrícola brasileiro acumulou, na última década, perdas superiores a US$ 57 bilhões devido a fenômenos climáticos severos. Regiões como o Nordeste e o Centro-Oeste têm registrado queda nos índices de chuva, afetando a produção de grãos e hortaliças. No Sul, o problema é o oposto — o excesso de precipitações tem prejudicado colheitas e gerado instabilidade no abastecimento.

 

Do campo ao prato: o papel da Nutrição sustentável

A resposta à crise climática passa também pelo fortalecimento da agricultura familiar, responsável por 77% dos estabelecimentos rurais do país e por grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros (Anuário Estatístico da Agricultura Familiar/ FAO- 2022). Com mais de 10 milhões de pessoas empregadas no setor, ela é vista como chave para garantir um sistema alimentar de baixo impacto ambiental. 

Profissionais da Nutrição têm atuado diretamente na valorização dessa cadeia, formulando e implementando políticas públicas em escolas, estabelecimentos de saúde pública e outras instituições — muitas vezes assessorando na construção de cardápios que priorizam alimentos locais, sazonais e da sociobiodiversidade brasileira. Eles também são agentes ativos na luta contra o desperdício: segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), cerca de 17% dos alimentos disponíveis no Brasil acabam descartados.

“Os nutricionistas podem orientar a população sobre escolhas alimentares mais sustentáveis, ajudando a minimizar o desperdício e incentivando o consumo de alimentos da sociobiodiversidade brasileira”, diz Erika Carvalho.

 

Saberes tradicionais e políticas globais

Outro ponto destacado pelo CFN é a valorização dos saberes alimentares de comunidades tradicionais — como indígenas, quilombolas e ribeirinhos — que há séculos mantêm práticas sustentáveis de cultivo e consumo. Essas populações, segundo o Conselho, oferecem exemplos concretos de equilíbrio entre segurança alimentar e preservação ambiental. 

A pauta também se insere no cenário internacional. Com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), o CFN tem mobilizado esforços para garantir que a nutrição sustentável esteja no centro das discussões globais. 

“A nutrição sustentável precisa estar no centro das discussões sobre o futuro do planeta. Profissionais da Nutrição são agentes estratégicos para a promoção de hábitos alimentares saudáveis e ambientalmente responsáveis”, conclui Erika



As 4 principais tendências no tratamento odontológico – inovação vai além da estética

A odontologia está vivendo uma revolução tecnológica que vai além da estética, apresentando tratamentos mais eficazes, rápidos e acessíveis para os pacientes. Profissionais do setor estão buscando aprimorar as técnicas convencionais e incorporar inovações, muitas das quais utilizam impressoras 3D e materiais avançados. Essas mudanças estão não apenas transformando o visual dos sorrisos, mas também melhorando a funcionalidade e a saúde bucal de milhões de brasileiros.


1. Alinhadores Invisíveis: A Evolução do Tratamento Ortodôntico

Embora os alinhadores invisíveis sejam frequentemente associados à estética, seu impacto vai muito além da aparência. A principal tendência nos tratamentos ortodônticos é a utilização de alinhadores personalizados, que se ajustam de forma precisa à necessidade de cada paciente, promovendo a movimentação dos dentes de forma gradual e quase imperceptível. Com a ajuda de softwares de modelagem e impressão 3D, o tratamento é cada vez mais preciso e eficaz, proporcionando resultados rápidos e confortáveis.

Luis Fernando de Moura, gerente técnico da LR Prótese Dental, explica que "os alinhadores invisíveis não se limitam apenas a questões estéticas. Eles oferecem uma abordagem mais funcional ao tratamento ortodôntico, com foco na precisão e no conforto do paciente. Além disso, esses dispositivos estão ajudando a popularizar o acesso ao tratamento, tornando-o mais acessível para um número maior de pessoas."

Além disso, a popularização desses dispositivos tem permitido que mais pessoas tenham acesso ao à este tipo de tratamento ortodôntico, devido ao aumento da concorrência e da redução dos custos, tornando a tecnologia mais acessível.


2. Próteses Dentárias Sem Metal: Naturalidade e Funcionalidade

Outro avanço significativo no tratamento odontológico é a utilização de próteses estéticas sem metal, como as de cerâmica ou silicato de lítio. Essas próteses estão transformando o conceito de substituição dental, oferecendo resultados mais naturais ao permitir que a luz passe através do material, imitando a translucidez dos dentes naturais.

“Esse tipo de prótese traz um grande benefício para a estética e a funcionalidade do paciente”, comenta Moura. "A adaptação do paciente é muito mais confortável, e, com a tecnologia de ponta, conseguimos oferecer uma durabilidade maior e um encaixe perfeito, o que representa um avanço enorme na odontologia."

Além de sua função estética, essas próteses proporcionam uma adaptação mais confortável ao paciente, melhorando a funcionalidade e a durabilidade. Laboratórios especializados estão investindo pesadamente em equipamentos de alta tecnologia para produzir essas próteses de forma mais eficiente e com maior precisão.


3. Impressão 3D: A Revolução na Produção de Próteses e Implantes

A impressão 3D continua sendo uma das inovações mais revolucionárias na odontologia, permitindo a fabricação personalizada de próteses, coroas, alinhadores e até dentaduras com precisão milimétrica. Nos próximos anos, espera-se que a impressão 3D evolua para a impressão de múltiplos materiais em um único processo, o que permitirá a produção de peças dentárias com diferentes texturas e características em uma única impressão.

Luis Fernando de Moura complementa: “A impressão 3D trouxe uma nova era para a odontologia. A personalização das próteses e implantes agora é feita de forma muito mais precisa e com uma redução significativa do tempo de produção, o que melhora a experiência do paciente e a qualidade do tratamento.”

Essa inovação não só reduz o tempo de fabricação, mas também aumenta a qualidade do tratamento. A possibilidade de personalização é um grande avanço, pois cada peça é feita sob medida para as necessidades específicas de cada paciente, proporcionando resultados mais naturais e funcionais.


4. Investimentos em Tecnologia: O Futuro da Odontologia Digital

Laboratórios odontológicos estão cada vez mais investindo em tecnologias de ponta para melhorar os tratamentos oferecidos. A impressão 3D, o uso de scanners intraorais e softwares avançados de modelagem digital são apenas algumas das ferramentas que estão moldando o futuro dos tratamentos dentais. Esses investimentos não só melhoram a qualidade dos resultados, mas também tornam os tratamentos mais rápidos, acessíveis e personalizados.

“O futuro da odontologia passa por essa revolução digital. O uso de tecnologias como scanners intraorais e softwares avançados está permitindo tratamentos mais rápidos e precisos, o que traz um enorme benefício para os pacientes. Além disso, com o aumento da concorrência, o mercado está se tornando mais acessível para todos”, afirma Moura.

Essas inovações estão se tornando mais acessíveis para uma gama maior de pacientes, desde que os custos de produção diminuem à medida que mais empresas entram no mercado. Isso cria um ciclo positivo, no qual a competição e o avanço tecnológico tornam os tratamentos odontológicos mais acessíveis.

A odontologia não é mais apenas sobre estética; é sobre resultados funcionais e duradouros, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A combinação de novas tecnologias, como impressão 3D e alinhadores invisíveis, com materiais avançados e práticas inovadoras, está criando um cenário onde os tratamentos odontológicos são mais personalizados, rápidos e acessíveis. O futuro da odontologia está sendo moldado por inovações que vão muito além da estética e que prometem transformar a forma como os pacientes cuidam da saúde bucal.


Como estudar de forma remota pode melhorar suas notas no Ensino Médio

Com a ascensão do ensino digital, alunos do Ensino Médio podem usufruir de ferramentas inovadoras para otimizar a aprendizagem; Plataforma Professor Ferretto oferece recursos eficazes para maximizar desempenho acadêmico
 


Diante da crescente digitalização do ensino, estudantes do ensino médio encontram na internet uma poderosa aliada para aprimorar seus estudos. O ensino remoto proporciona flexibilidade, personalização e acesso a conteúdos de alta qualidade, permitindo que os alunos avancem no próprio ritmo e reforcem suas dificuldades de maneira prática. 

A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção do ensino remoto no Brasil, revelando desafios e oportunidades para estudantes. De acordo com dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), mais de 20% dos alunos da rede pública ficaram sem acesso às aulas online durante a pandemia, seja por falta de recursos ou necessidade de trabalhar. Apesar dessas dificuldades, o ensino digital oferece potencial significativo para aprimorar o desempenho acadêmico quando utilizado de forma estratégica. 

"A educação online, quando bem estruturada e acessível, pode ser uma poderosa aliada na jornada educacional dos estudantes, oferecendo flexibilidade e personalização no aprendizado", destaca o professor Michel Arthaud, professor de Química e sócio da plataforma Professor Ferretto.
 

Para ajudar os estudantes a aproveitarem melhor os recursos digitais e melhorarem seu desempenho acadêmico, o docente compartilha estratégias essenciais para potencializar os estudos.
 

1. Organização e planejamento são fundamentais 

Definir horários fixos para estudar e manter um cronograma organizado são passos essenciais para quem deseja obter bons resultados. Criar um plano de estudos realista e adaptável ajuda a manter a disciplina e evita a sobrecarga. 

"Um estudo estruturado faz toda a diferença. Separar um tempo específico para cada disciplina evita a procrastinação e melhora a retenção do conteúdo. Recomendo que os alunos utilizem agendas, aplicativos ou planilhas para organizar suas tarefas e acompanhar seu progresso", afirma o professor Michel. 

Além disso, é importante revisar periodicamente o cronograma para ajustar o tempo dedicado a cada matéria de acordo com as necessidades individuais.
 

2. Uso inteligente de plataformas digitais 

A internet oferece inúmeras ferramentas que podem facilitar o aprendizado, desde videoaulas até simulados interativos. Escolher plataformas de ensino confiáveis e alinhadas ao seu estilo de aprendizagem é essencial para extrair o máximo do ensino digital. 

"Escolher plataformas confiáveis e adaptadas ao seu estilo de estudo pode transformar completamente sua rotina acadêmica. Na Plataforma Professor Ferretto, por exemplo, oferecemos materiais didáticos bem estruturados, exercícios resolvidos e um acompanhamento que facilita a fixação dos conteúdos", destaca. 

Além das videoaulas, os alunos devem aproveitar recursos como mapas mentais, resumos e fóruns de discussão para trocar conhecimentos com outros estudantes.
 

3. Técnica do aprendizado ativo 

Apenas assistir a videoaulas pode não ser suficiente para fixar o conteúdo. É importante aplicar técnicas de aprendizado ativo, como fazer anotações, criar resumos e ensinar o que aprendeu para outra pessoa. 

"O cérebro retém melhor quando interagimos com o conteúdo. Anotar e explicar para si mesmo são estratégias que reforçam a assimilação. Outra técnica eficiente é resolver questões logo após estudar um tema, pois isso fortalece a memorização", explica o professor. 

Outra dica valiosa é utilizar a técnica Feynman, que consiste em estudar um conceito e depois explicá-lo de forma simples, como se estivesse ensinando para alguém leigo.
 

4. Intervalos estratégicos e gestão do tempo 

Estudar por longas horas sem pausas pode ser contraproducente. Aplicar métodos como o Pomodoro, que intercala períodos de estudo com pequenos intervalos, aumenta a concentração e reduz a fadiga mental. 

"Pausas curtas ajudam o cérebro a processar melhor as informações e evitam o cansaço mental. O ideal é estudar por 25 a 50 minutos e fazer pausas de 5 a 10 minutos. Isso melhora a produtividade e torna o aprendizado mais eficiente", orienta Arthaud. 

Além do método Pomodoro, dividir as matérias em blocos e alternar os assuntos durante o estudo ajuda a evitar a monotonia e a manter a mente ativa.
 

5. Disciplina e motivação para manter a constância 

Estudar online exige comprometimento. Criar recompensas para cumprir metas e acompanhar a evolução do aprendizado são formas de manter a motivação. Além disso, ter um ambiente de estudo organizado, livre de distrações, faz toda a diferença. 

"Pequenos avanços diários levam a grandes resultados. Ter disciplina e visualizar seu progresso faz toda a diferença. Recomendo que os alunos definam metas claras e utilizem gráficos de acompanhamento para medir sua evolução", finaliza o professor.
 



Plataforma Professor Ferretto


Congelamento de óvulos aos 30: por que esse pode ser o momento ideal para planejar a maternidade?

Cada vez mais mulheres estão recorrendo ao congelamento de óvulos como uma forma de preservar a fertilidade


Você já pensou em ter filhos, mas sente que ainda não é a hora? Muitas mulheres estão adiando a maternidade para focar na carreira, nos estudos ou simplesmente porque ainda não encontraram o momento certo. Mas o que pouca gente sabe é que a fertilidade feminina começa a cair depois dos 30 anos e, aos 40, engravidar naturalmente pode ser bem mais difícil.

Por isso, cada vez mais mulheres estão recorrendo ao congelamento de óvulos como uma forma de preservar a fertilidade e manter a liberdade de escolher quando querem ser mães. Dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida mostram que 89% das mulheres que congelam óvulos se sentem mais seguras e no controle da própria decisão.

A influencer e vice-campeã do BBB15 Amanda Djehdian, por exemplo, decidiu realizar o procedimento aos 35 anos na clínica Huntington. Inicialmente com dúvidas, ela encontrou segurança no suporte do Dr. Maurício Chehin. “Ele foi crucial para entender todo o processo e, ao ver que minha reserva ovariana já estava baixa no exame antimülleriano, tive a certeza de que não poderia esperar mais”, afirma.

Os especialistas do Grupo Huntington explicam que o ideal é que as mulheres comecem a investigar sua saúde reprodutiva por volta dos 30 anos. Essa é a melhor fase para avaliar a reserva de óvulos e decidir se vale a pena congelar ou se ainda dá para esperar um pouco mais.

Além disso, o Grupo Huntington está relançando o movimento Trintou, Congelou!, que convida as mulheres a refletirem sobre o planejamento reprodutivo e a tomarem decisões sem a pressão do relógio biológico. A ideia é que o assunto seja tratado de forma leve, sem tabus e com toda a informação necessária para quem quer pensar no futuro com tranquilidade. Para a Dra. Michele Panzan, especialista em Reprodução Assistida da Huntington, a maternidade deve ser sinônimo de amor, não de urgência. “A campanha ‘Trintou, Congelou!’ busca empoderar as mulheres a planejarem sua maternidade no seu tempo, com liberdade, sem a ansiedade de uma decisão apressada”, diz.


Impactos do diagnóstico tardio do autismo

 

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Mês de abril é marcado pelo Dia Mundial do Autismo; psicóloga do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista alerta importância do acompanhamento


Desde os primeiros anos de vida, cada indivíduo trilha um caminho único de descobertas e aprendizados e, para algumas pessoas, esse percurso é cheio de cores intensas, sons altos e detalhes que passam despercebidos aos olhos da maioria. Ao levá-las ao especialista, talvez a sigla TEA apareça entre os possíveis diagnósticos.
 

O Transtorno do Espectro do Autismo – também conhecido como TEA – é um conjunto de condições do desenvolvimento que afetam a forma como uma pessoa percebe o mundo e interage com os outros. “O autismo é caracterizado por dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos”, explica a coordenadora técnica do Espaço Integrar Multiterapias do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista, Caroline Montaner. 

Para auxiliar no tratamento, os especialistas dividem o TEA em níveis de gravidade. “No nível um, a pessoa tem dificuldades sutis, mas consegue se comunicar e interagir com algum apoio. Pode apresentar comportamentos repetitivos e interesses restritos, mas lida relativamente bem com as atividades diárias”, salienta. “Já no nível dois, os sintomas ficam mais visíveis e podem interferir na rotina. E quando falamos do nível três, visualizamos grandes desafios e é fundamental que tenha suporte intensivo em quase todas as áreas da vida”, completa. 

Na maioria dos casos, esses sintomas são alertas para os pais e o autismo é percebido ainda na infância. Entretanto, nos últimos anos, os diagnósticos tardios têm aumentado. “Muitas pessoas com autismo, especialmente aquelas com níveis de menos suporte, podem aprender a mascarar ou a gerenciar suas dificuldades sociais e comportamentais, o que torna o diagnóstico mais difícil na infância”, detalha a psicóloga. 

Dessa forma, a falta de acompanhamento, em grande parte da vida, causa resistência às interações, leitura de expressões e compreensão de normas sociais. “Pode afetar relacionamentos familiares, profissionais e amizades, gerando sentimentos de isolamento e frustração”, pontua. “Isso pode levar a baixa autoestima, ansiedade, depressão e dificuldades para se integrar ao ambiente social e profissional”, acrescenta.

 

Crises e tratamentos 

Toda pessoa diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo está sujeita a passar por crises. “Os episódios podem ocorrer devido à sobrecarga sensorial, estresse ou mudanças imprevistas na rotina”, diz Caroline. Elas não são exclusivas dos níveis mais altos e podem ser provocadas por explosões emocionais, ansiedade ou comportamentos repetitivos intensificados em momentos de sobrecarga. 

Por isso, é importante que as terapias comportamentais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), apoio psicológico, intervenção na linguagem e terapia ocupacional, e, em alguns casos, medicação para lidar com sintomas associados, como ansiedade ou impulsividade, estejam presentes na rotina do paciente. “É necessário apoio intersetorial em áreas como educação, saúde, emprego e inclusão social. No Brasil, há avanços em políticas públicas, mas a implementação ainda é desigual, e muitas pessoas autistas enfrentam barreiras no acesso a serviços e recursos adequados”, destaca a coordenadora técnica. 

Criado pela Organização das Nações Unidas, o Dia Mundial do Autismo (2 de abril) prevê difundir informações sobre a questão, reduzir a discriminação, evidenciar a importância de políticas públicas e o acesso a tratamentos de qualidade.
 

 

Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista


Capacitação e diagnóstico precisos são estratégias fundamentais para a inclusão de alunos autistas

Especialistas destacam a importância de identificar dificuldades de aprendizagem e promover metodologias inclusivas


No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, em 2 de abril, escolas e instituições de ensino intensificam esforços para identificar precocemente as dificuldades de aprendizagem em alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e oferecer o suporte adequado. A iniciativa do Grupo Rhema, que por meio da neuroeducação capacita professores, vem sendo apontada como uma ferramenta para transformar a experiência pedagógica desses estudantes.

A  neuropedagoga e diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação, Mara Duarte da Costa, referência na área e responsável pela formação de milhares de educadores, destaca que o diagnóstico correto é a porta de entrada para a efetiva inclusão. “O profissional deve encontrar formas que viabilizem a experiência pedagógica e social do aluno, e só é possível fazer isso de forma prática sabendo identificar e lidar positivamente com as neurodivergências”, afirma Mara, enfatizando que o reconhecimento dos sinais – como dificuldades na comunicação, na interação social, na organização de tarefas e na assimilação de conteúdos – é essencial para a implementação de estratégias personalizadas.

Dados recentes do IBGE apontam que, no Brasil, cerca de 18,9 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, enquanto estudos internacionais estimam que entre 15% e 20% da população seja neurodivergente. No contexto escolar, o crescimento expressivo das matrículas de alunos com TEA – que passaram de 105 mil em 2018 para mais de 212 mil em 2021 –, reforça a urgência de práticas pedagógicas adaptadas e da formação contínua dos professores.

A capacitação dos educadores tem se mostrado determinante para o sucesso de ações inclusivas. Segundo Mara Duarte, “a formação adequada dos professores permite que estes dominem métodos como a Análise Comportamental Aplicada (ABA) e o Atendimento Educacional Especializado (AEE), possibilitando a criação de currículos personalizados e o uso de atividades lúdicas e sensoriais que estimulam o aprendizado dos alunos autistas”.

Além do domínio técnico, o suporte interdisciplinar integra a estratégia de inclusão, reunindo profissionais como psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Essa articulação favorece o desenvolvimento de ambientes escolares mais acolhedores, onde a comunicação eficaz entre professores, famílias e especialistas é priorizada. “A colaboração entre escola e família é fundamental para alinhar as abordagens pedagógicas e reforçar o aprendizado em casa”, acrescenta Mara, ressaltando que a união dos esforços é imprescindível para transformar os desafios em oportunidades de crescimento.

Em salas de aula que adotam essas práticas, a observação atenta do comportamento e dos progressos individuais dos alunos possibilita ajustes contínuos no ensino. Estratégias como a criação de espaços sensoriais, o uso de recursos visuais e a adaptação do ritmo das atividades contribuem para reduzir barreiras e estimular o potencial de cada estudante. Nesse cenário, a capacitação não se limita ao domínio do conteúdo, mas envolve também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e a capacidade de criar relações de empatia e respeito.

A experiência acumulada por Mara Duarte e sua equipe reforça que a identificação precoce das dificuldades de aprendizagem é um passo determinante para o sucesso dos alunos com TEA. Com a formação continuada, os educadores não apenas aprimoram suas técnicas pedagógicas, mas também constroem uma rede de apoio que integra diferentes áreas do conhecimento e fortalece a inclusão no ambiente escolar.

Neste contexto, a especialista destaca que investir na formação dos professores   resulta em um  futuro melhor para milhares de crianças. Ao capacitar os profissionais para reconhecer sinais de dificuldades e implementar intervenções eficazes, as escolas se transformam em espaços verdadeiramente inclusivos, onde cada aluno tem a oportunidade de desenvolver suas habilidades de forma plena e autônoma.

Com a ampliação do diagnóstico preciso e o constante aperfeiçoamento dos métodos pedagógicos, o cenário educacional caminha para uma inclusão efetiva, garantindo que alunos autistas recebam não só o ensino adequado, mas também o suporte necessário para uma trajetória de sucesso acadêmico e social.

 


Mara Duarte da Costa - neuropedagoga, psicopedagoga, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Grupo Rhema Neuroeducação. As instituições já formaram mais de 80 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse instagram.com/maraduartedacosta.

Rhema Neuroeducação
https://rhemaneuroeducacao.com.br/


Especialista orienta sobre lesões no ombro, que afetam uma em cada 3 pessoas com mais de 60 anos

Ortopedista do Imot, Sidney Roberto Waki detalha sintomas e formas de tratamento para o fim das dores que, muitas vezes, afetam a mobilidade e o dia a dia dos pacientes

 

Quem nunca teve dor no ombro? Seja por algum esforço pontual, por movimentos repetitivos ou até mesmo um trauma? Essa queixa é bastante frequente nos consultórios e chega a acometer aproximadamente 30% da população acima dos 60 anos e 60% dos idosos com mais de 80 anos. O médico ortopedista do Imot, em Mogi das Cruzes, Sidney Roberto Waki, orienta sobre os sintomas e os tratamentos mais indicados. 

Especialista em cirurgia de ombro e cotovelo, o médico tem vasta experiência no tratamento desse tipo de lesão. Segundo Waki, do total de casos que chegam até ele, no Imot, cerca de 70% estão relacionados a lesões do chamado manguito rotador: 

“Essa é uma região composta por quatro músculos e tendões que envolvem e se inserem na cabeça do úmero, tendo como funções principais a estabilização e movimentação do ombro”, descreve. 

A lesão do manguito tem causas diversas. “Podem ser as traumáticas, que envolvem contusões, fraturas ou luxações de ombro. E ainda de forma mecânica ou estrutural e as degenerativas, relacionadas ao processo de envelhecimento. Neste caso, ocorre uma diminuição da vascularização do tendão, além de uma diminuição tanto da qualidade quanto da quantidade de colágeno, o que favorece a rotura”, explica. Por último, há os fatores genéticos.  Sobre os sintomas, Sidney Waki observa os seguintes pontos: 

“Precisamos estar atentos ao que o paciente nos relata. Quando a dor em ombro irradia para o braço e fica pior à noite é uma das características. Outro aspecto que analisamos é quanto à força e aos movimentos”, listou. 

Para determinar o diagnóstico é preciso ainda realizar exames, como o raio-X. No Imot, ele está disponível na versão digital, que possui alta precisão e a imagem sai em 3 segundos. Para complementar, a ressonância magnética e o ultrassom também são recomendados. 

De acordo com o ortopedista, em geral, para os casos de tendinite, o tratamento consiste em repouso, anti-inflamatórios e sessões de fisioterapia e acupuntura. “Eventualmente, são indicadas infiltrações que devem ser recomendadas de acordo com avaliação do especialista. Para casos de rupturas parciais, o tratamento é semelhante, porém, em situações de dor persistente por período superior a 6 meses, a cirurgia para reparação da lesão pode ser uma opção”, acrescenta. 

O especialista explica que para pacientes com rupturas totais já se pode considerar a intervenção cirúrgica, que, dependendo da extensão da lesão, pode ser realizada desde a reparação da lesão (aberta ou por videoartroscopia) até transferências musculares, ou, em casos mais graves, a artroplastia de ombro




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Autismo não espera, é preciso reconhecer sinais do espectro desde os primeiros meses

Especialista reforça a importância do Dia Mundial de Conscientização sobre o tema e esclarece sobre os principais pontos do TEA 

 

No limiar dos primeiros meses de vida, cada olhar e sorriso carregam um significado vital. O diagnóstico precoce do autismo é mais do que uma simples avaliação. Trata-se de uma oportunidade de transformar o futuro, garantindo intervenções que potencializam o desenvolvimento pleno da criança, segundo especialistas. 

O último censo realizado pelo IBGE em 2021 revelou que no Brasil existiam 2 milhões de pessoas autistas, cerca de 1% da populaçãoPelo Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), foram realizados, em 2021, 9,6 milhões de atendimentos ambulatoriais a pessoas com autismo, sendo 4,1 milhões ao público infantil com até 9 anos de idade. Apesar de recorrentes, as informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda são escassas e, com isso, o diagnóstico do espectro pode, muitas vezes, ser tardio. Então, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, é uma oportunidade para trazer mais visibilidade ao assunto.  

Para a psicóloga Daniela Landim, coordenadora da Versania Cuidado Infantil, em São Paulo, comportamentos como o contato visual, a resposta ao sorriso social e o gesto de apontar para objetos ou pessoas são fundamentais nessa trajetória. Quando esses sinais se ausentam, os pais recebem um alerta essencial, abrindo caminho para uma investigação que pode redefinir a história de uma vida. 

Daniela explica que os primeiros sinais de que uma criança pode estar dentro do espectro são manifestados antes mesmo de o bebê completar um ano de vida. Dessa forma, é preciso ficar atento ao contato visual. “Os bebês já fazem contato visual, procuram o olhar para interação, tem o riso social. Então, a gente faz uma gracinha, o bebê sorri de volta. Se ele não fizer isso, já é um sinal de alerta.” Outro fator que os pais devem observar é se a criança aponta. No início do desenvolvimento, apontar para pessoas e objetos é algo esperado. A falta dessa ação pode também ser um sinal de autismo e precisa ser investigado.  

Quando se trata de alimentação, os pais também precisam ficar atentos. “É normal a criança rejeitar certos alimentos, mas se ela apresentar alta seletividade e aceitar somente comidas específicas, pode ser um traço de autismo. Landim alerta também para qualquer atraso, seja ele motor, cognitivo, na fala e entre outros. “Esses sinais indicam que está na hora de buscar ajuda profissional para detectar se é autismo ou não”, explica a coordenadora. 

De acordo com Daniela, em qualquer idade, se os pais notarem que o bebê parou de ter progresso na aprendizagem ou perdeu alguma habilidade que já havia adquirido, o que é conhecido como autismo regressivo, é importante investigar o caso. 

“Pular para as conclusões não é indicado. Caso uma criança manifeste qualquer uma dessas características, o protocolo é buscar médicos que estejam familiarizados com o TEA. Neuropediatras, psiquiatria infantil e pediatras geralmente são capazes de identificar o transtorno e dar um diagnóstico certeiro. O diagnóstico precoce pode fazer muita diferença na vida de uma pessoa atípica, uma vez que desde cedo o acompanhamento pode ser iniciado”, ressalta. 

A conscientização sobre o autismo é fundamental para combater a desinformação e reduzir o preconceito enfrentado por pessoas no espectro, de acordo com a psicóloga Daniela Landim, coordenadora da Versania Cuidado Infantil, em São Paulo. Além disso, segundo ela, o conhecimento sobre o transtorno e a forma como se manifesta é um incentivo para diagnósticos precoces, permitindo que crianças e adultos tenham acesso a intervenções adequadas e maior qualidade de vida. “A data comemorativa contribui também para a inclusão, uma vez que pode educar pessoas típicas a como lidar da maneira correta com o TEA”, diz.

 

Lidar com o diagnóstico 

O autismo não é um problema, não é uma doença. Trata-se de uma forma diferente de desenvolvimento, uma neuro divergência, de acordo com a psicóloga. Explica que, ao receber o diagnóstico de TEA de um filho ou ente querido, a primeira reação, geralmente, é a incerteza. “Por ser um transtorno ainda, um pouco conhecido, muitos pais apresentam preocupações em relação ao futuro dos filhos”.  

A especialista afirma que, em um primeiro momento, é sempre difícil tranquilizar os pais, mas que felizmente o Brasil é um país que vem evoluindo muito no quesito de tratamento e conhecimento. “É importante entender que ter um filho atípico, não necessariamente diz algo sobre o seu futuro. O pensamento de que o diagnóstico acaba com a vida do seu filho e com a sua deve ser substituído por uma busca de começar a entender o que é o autismo e como fazer o melhor para a criança,” enfatiza.  

Entre os tratamentos comprovados cientificamente, a intervenção ABA é uma das abordagens mais utilizadas, focando no desenvolvimento e aquisição de habilidades. A Integração Sensorial busca ajudar indivíduos com autismo que apresentam dificuldades de processamento sensorial, ou seja, dificuldades em reagir adequadamente a estímulos como sons, luzes e toques. Já a fonoaudiologia trabalha para melhorar a comunicação verbal e vocal, ajudando no desenvolvimento da fala e linguagem. "Essas intervenções, muitas vezes usadas em conjunto, visam melhorar a comunicação, o comportamento e a integração social das pessoas autistas", diz a psicóloga.

 

Inclusão 

Ainda existem desafios significativos quando se trata de autismo. Daniela conta que a falta de conhecimento em relação ao transtorno é um desses grandes problemas, o que dificulta a adaptação de espaços públicos, a formação de profissionais e a aceitação dessas crianças em ambientes como escolas e locais de lazer. “Se uma criança autista entra no mercado, os funcionários vão saber lidar com aquela criança, se ela sair correndo e jogar as coisas no chão? Se a criança está tendo algum comportamento inadequado na padaria, as pessoas vão saber lidar com aquilo? Então, hoje em dia, há sim muita dificuldade, não só em saber o que é o autismo, mas conhecer mais sobre ele”, afirma. 

A psicóloga relata que muitos pais também têm dificuldades no acesso a diagnósticos precoces e a terapias adequadas, que são essenciais para garantir a qualidade de vida de uma criança atípica e sua família. “O preconceito e a exclusão social também acontecem. Ainda há resistência em compreender que o autismo não é uma limitação intransponível, mas uma forma diferente de desenvolvimento que exige suporte e adaptação para garantir qualidade de vida. Por esses motivos, datas como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo são extremamente importantes”. 

Apesar das dificuldades, a especialista diz que o Brasil é um país que vem avançando em termos de legislação e políticas públicas que acolhem pessoas no espectro. Ela lembra que a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista tem o objetivo de garantir direitos e inclusão para pessoas autistas em diversas áreas, como saúde, educação, trabalho e assistência social. “Essa lei define, por exemplo, a obrigatoriedade de escolas públicas e privadas de aceitarem um aluno autista e garantir acompanhamento especializado, se necessário. Além disso, garante atendimento prioritário no SUS, acesso a terapias e tratamentos adequados e direito a medicamentos e acompanhamento multiprofissional. Também proporciona o Passe livre em transportes públicos interestadual para autistas de baixa renda”.

 Outra conquista, segundo a psicóloga, foi a criação do cordão de identificação. Pessoas com TEA podem usar tanto o cordão de girassol, que define uma deficiência oculta ou cordão específico para autistas, geralmente identificado com o símbolo do quebra-cabeça. Outra prática que vem ganhando popularidade é a criação de salas sensoriais em ambientes barulhentos para pessoas autistas, como estádios de futebol e aeroportos.

 

Evento 

Com o Dia Mundial Da Conscientização do Autismo e a necessidade crescente de expandir as discussões sobre o assunto, eventos em prol de pessoas com TEA são uma forma de trazer luz à temática. No dia 6 de abril, em São Paulo, ocorrerá a Caminhada pelo Autismo 2025. Nesse evento, que acontecerá no Memorial da América Latina, milhares de pessoas se reunirão para fortalecer a conscientização sobre o autismo e lutar pela inclusão. E a Versania estará presente e será uma das patrocinadoras.  

Daniela afirma que a participação no evento, tanto dos pais como das crianças, pode ser muito enriquecedora. “O ambiente vai ter show de criança, vai ter show de adulto. Então acho que ações como essas, né, a gente faz para tentar ter a participação da família na sociedade, sair um pouco da vida de intervenção, de só ficar na clínica”, afirma.

 

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