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terça-feira, 13 de agosto de 2024

Investimento para universalização do saneamento: o que ainda falta?

Ainda cerca de 33 milhões de brasileiros vivem sem acesso á água potável e mais de 90 milhões não têm coleta de esgoto 


A jornada rumo à universalização do saneamento básico no Brasil ainda é longa. Para que toda a população tenha acesso aos serviços de água e esgotamento sanitário, é imprescindível o aumento de investimentos para ampliar a infraestrutura básica. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2022, atualmente são investidos R$ 22,5 bilhões em serviços básicos. Esse valor é insuficiente para cumprir as metas do Novo Marco Legal do Saneamento até 2033, conforme analisa o estudo do Instituto Trata Brasil.  

A lei, conhecida como o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, estabelece que todas as localidades brasileiras devem atender a 99% da população com abastecimento de água e 90% com esgotamento sanitário até 2033. 

De acordo com o Ministério das Cidades, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), estima que são necessários aproximadamente R$ 511 bilhões, a preços de dezembro de 2021, para se alcançarem as metas de universalização. Considerando esse montante para preços de junho de 2022, o valor necessário para atingir a meta seria de aproximadamente R$ 551 bilhões. 

Essas estimativas não incluem os investimentos realizados em 2021 e 2022, que totalizaram aproximadamente R$ 19,2 bilhões e R$ 22,5 bilhões, respectivamente, ajustados para junho de 2022. Ao se subtrair esses investimentos do montante calculado no PLANSAB, ainda restam ainda R$ 509 bilhões a serem investidos até 2033, equivalente a R$ 46,3 bilhões anuais ao longo dos próximos 11 anos. 

A média de investimentos dos últimos cinco anos disponíveis no SNIS (2018–2022) é de aproximadamente R$ 20,9 bilhões. Ou seja, esse investimento precisaria mais do que dobrar, não somente em 2023, mas em todos os anos subsequentes, para que a universalização seja possível até 31 de dezembro de 2033. 

A estruturação e planejamento da infraestrutura, em conjunto com o aumento no volume de investimentos, seja por meio de leilões, concessões e parcerias, serão essenciais para mudar essa realidade. Em ano de eleições municipais, é fundamental que o saneamento seja uma das prioridades nas propostas dos candidatos, uma vez que a universalização não ocorrerá sem maior engajamento dos decisores públicos.

  

62% dos líderes acreditam que felicidade no trabalho impulsiona produtividade

Esses números evidenciam a importância crescente que o bem-estar e a felicidade no trabalho têm assumido no mundo corporativo 



A relação entre felicidade no trabalho e produtividade tem se tornado um tópico de crescente interesse entre líderes empresariais. Uma pesquisa recente realizada pela Amcham Brasil, em parceria com a Humanizadas, revela que 62% dos líderes entrevistados acreditam que há uma relação altamente positiva entre a felicidade no ambiente de trabalho e a produtividade das equipes.

Outros 32% consideram essa relação moderada, enquanto 6% não enxergam correlação significativa ou consideram a influência mínima. Esses números evidenciam a importância crescente que o bem-estar e a felicidade no trabalho têm assumido no mundo corporativo.

Apesar dessa percepção positiva por parte dos líderes, a realidade dos trabalhadores brasileiros é diferente. O Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) aponta que muitos brasileiros ainda estão longe de se considerarem felizes no trabalho.

Esse contraste entre a percepção dos líderes e a realidade dos colaboradores levanta uma questão importante: como as empresas podem efetivamente promover a felicidade no ambiente de trabalho e, assim, aumentar a produtividade?

André Minucci, mentor de empresários e especialista em desenvolvimento de liderança, comenta que a chave para essa equação está nas ações práticas dos líderes. É importante que os líderes investem no bem-estar da sua equipe.

“Pesquisas argumentam que comunicação eficaz ajuda desenvolvimento pessoal e profissional de líderes mais propensos a criar culturas organizacionais que valorizam o bem-estar dos funcionários”, afirma Minucci.


Dicas:

De acordo com o especialista, o papel do líder vai além da gestão operacional. A felicidade no trabalho não é apenas uma questão de benefícios ou recompensas financeiras. É sobre criar um ambiente onde as pessoas sintam que estão crescendo, que têm suporte para desenvolver suas habilidades e que fazem parte de algo maior”, explica.

Neste contexto, Minucci reforça a importância de uma empresa de treinamentos para líderes, como uma forma de garantir que essas práticas sejam implementadas de maneira eficaz. “Uma empresa de treinamento desempenha um papel crucial ao ajudar líderes a desenvolverem as competências necessárias para conduzir suas equipes ao sucesso.

Treinamentos focados em inteligência emocional, comunicação assertiva e gestão de conflitos são essenciais para que os líderes possam criar uma cultura organizacional que promova o bem-estar e, consequentemente, a produtividade”, acrescenta.

A pesquisa da Amcham Brasil e da Humanizadas, aliada aos insights de especialistas como André Minucci, destaca a importância de repensar a abordagem tradicional de liderança nas empresas. Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, investir na felicidade e no bem-estar dos colaboradores não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para alcançar resultados sustentáveis.

Em resumo, a felicidade no trabalho é um fator crucial que pode impulsionar a produtividade e o sucesso organizacional. Líderes que compreendem e valorizam essa relação têm maiores chances de construir equipes engajadas, motivadas e, acima de tudo, produtivas.

“Através de ações conscientes e do apoio de empresas de treinamento, é possível criar um ambiente de trabalho que não apenas favoreça o desempenho, mas também o bem-estar de todos os envolvidos”, finaliza André.



Como fazer a portabilidade das dívidas do cartão de crédito?

Especialista em finanças pessoais explica o passo a passo e os trâmites do processo

 

Recentemente, foi lançada uma nova iniciativa que permite que as dívidas de um cartão de crédito possam ser transferidas para outra instituição financeira, com melhores condições de pagamento. A ideia é de responsabilidade do CMN (Conselho Monetário Nacional) e surgiu com o objetivo de ajudar as pessoas a quitarem seus débitos com maior facilidade.

Dados do Banco Central apontam que em novembro de 2023, os brasileiros tinham R$ 48,5 bilhões em dívidas no rotativo do cartão, o que representa o maior valor da história. O rotativo do cartão é aquela conta que não é paga em sua totalidade no mês da compra, ficando o restante para as faturas seguintes. Isso pode causar dor de cabeça, caso o dono do cartão faça novas aquisições sem planejamento.

Segundo o especialista em finanças pessoais, João Victorino, essa opção de portabilidade pode ser útil e positiva para ajudar a população a quitar suas dívidas, principalmente pelo fato de oferecer a liberdade de escolher a instituição financeira com as taxas de juros menores e até mesmo um prazo maior para o pagamento, fatores considerados essenciais para a negociação dos saldos devedores.

No entanto, João explica que é preciso uma análise cautelosa antes de tomar uma decisão. “É importante que o usuário do cartão de crédito faça uma pesquisa bem detalhada com as instituições financeiras para onde pretende fazer a portabilidade das dívidas, buscando entender com um consultor, se achar necessário, quais são exatamente as novas condições de pagamento e como elas se encaixam no seu orçamento. Essa atitude vai evitar situações desagradáveis no momento do pagamento”, afirma.

Como o processo surgiu justamente para facilitar a negociação e evitar que o endividamento da população continue se tornando uma bola de neve, é necessário avaliar com atenção os trâmites do processo antes de se comprometer. Por essa  razão, com o objetivo de auxiliar as pessoas que ainda possuem algumas dúvidas a esse respeito, o especialista João Victorino comenta o passo a passo de como fazer a portabilidade das dívidas do cartão de crédito de forma correta. 

  1. Entre em contato com a sua instituição financeira responsável pelo seu cartão e peça o valor da dívida atualizado, parcelas e a taxa de juros. Com essas informações em mãos, procure melhores condições de pagamento em outras instituições financeiras;
  2. Conseguindo uma condição melhor, apresente-a para a sua instituição atual, a qual terá um prazo de até cinco dias para lhe oferecer uma condição igual ou melhor, ou simplesmente aceitar a portabilidade;
  3. A portabilidade é feita pelo próprio banco, sem custo para o cliente.

Se o consumidor encontrar dificuldades para migrar sua dívida de cartão de crédito, o especialista recomenda registrar uma reclamação nos canais oficiais da instituição, começando pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e, em seguida, na Ouvidoria. Caso o problema não seja resolvido, deve-se registrar uma queixa contra a instituição no Procon da cidade ou estado e também no Banco Central.

Além disso, é importante destacar que a busca por uma nova instituição para realizar a portabilidade da dívida do cartão de crédito deve ser feita com bastante cuidado. “O consumidor deve avaliar as propostas, garantindo que as informações sejam comparáveis, para evitar a análise de aspectos diferentes que possam levar a condições desfavoráveis”, reforça João.

Diferenças nas taxas de juros no rotativo, parcelado do cartão e cheque especial
Para ilustrar como as altas taxas de juros podem impactar a dívida de um consumidor, o especialista propõe um exercício onde se deve considerar três exemplos hipotéticos para diferentes tipos de crédito: rotativo do cartão de crédito, parcelado do cartão de crédito e cheque especial. Todos os personagens começam com uma dívida inicial de mil reais.

1. Rotativo do Cartão de Crédito
Exemplo:
Maria utilizou seu cartão de crédito para fazer compras e não conseguiu pagar a fatura integralmente, optando por pagar o valor mínimo. O restante foi financiado pelo rotativo do cartão de crédito.

Dívida Inicial: R$ 1.000
Taxa de juros: 422% ao ano
Taxa Mensal Aproximada: 14,76%
Dívida Após 1 Mês: R$ 1.147,60
Dívida Após 6 Meses: R$ 2.284,73

2. Parcelado do Cartão de Crédito
Exemplo:
José fez uma compra de R$ 1.000 no seu cartão de crédito e decidiu parcelar em 6 vezes.

Dívida Inicial: R$ 1.000
Taxa de juros: 184,8% ao ano
Taxa Mensal Aproximada: 9,11%
Valor da Parcela: R$ 281,26
Total Pago Após 6 Meses: R$ 1.687,60

3. Cheque Especial
Exemplo:
Ana utilizou o cheque especial para cobrir uma emergência e ficou com um saldo devedor de R$ 1.000.

Dívida Inicial: R$ 1.000
Taxa de juros: 128,4% ao ano
Taxa Mensal Aproximada: 7,12%
Dívida Após 1 Mês: R$ 1.071,20
Dívida Após 6 Meses: R$ 1.511,29

Transparência na fatura do cartão de crédito
João explica que além da preocupação com as altas taxas de juros, esta medida trouxe mais transparência para as faturas de cartão de crédito. “Agora, as faturas terão campos padronizados para informações importantes, facilitando o entendimento e a comparação pelos consumidores. Anteriormente, alguns administradores de cartões podiam esconder informações críticas no formato da fatura, dificultando a compreensão dos encargos e taxas aplicadas”, ressalta.

Com os novos padrões, os consumidores poderão ver de forma clara e detalhada os seguintes dados:

  • Juros mensais e anuais efetivos;
  • Custo Efetivo Total (CET) das operações de crédito;
  • Valor mínimo de pagamento obrigatório;
  • Opções de financiamento do saldo devedor da fatura, ordenadas do menor ao maior valor total a pagar;
  • Valor dos encargos que serão cobrados no próximo período caso o pagamento mínimo seja realizado.

Além disso, as faturas precisam incluir uma seção com informações adicionais. Abaixo estão os detalhes que devem ser apresentados:

  • Juros e encargos aplicados no período vigente;
  • Valor total de juros e encargos financeiros cobrados em relação às operações de crédito contratadas;
  • Identificação das tarifas aplicadas;
  • Descrição das transações realizadas na conta de pagamento;
  • Limites específicos para cada tipo de operação.

“Essa transparência é um passo importante para proteger os consumidores de práticas inescrupulosas e para ajudá-los a tomar decisões melhores financeiras”, finaliza João.



João Victorino - administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e especialista em finanças pessoais, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.


Confira 5 dicas de como juntar dinheiro sendo estudant

Descubra estratégias práticas para se planejar financeiramente
 e começar a poupar enquanto está na universidade


Não é segredo que economizar dinheiro ou ter uma reserva de emergência pode te ajudar a ter uma vida mais tranquila para lidar com imprevistos. Mas afinal, como juntar dinheiro? A resposta está na organização. Controlar suas finanças é essencial. Analisar de forma mais estratégica sua renda e despesas é o primeiro passo para uma jornada financeira mais consciente. Para te apoiar nesse processo, o Pravaler preparou um conteúdo completo, com dicas que podem ser valiosas para essa empreitada. Vamos nessa?! 

Primeiramente, é importante definirmos as vantagens e os benefícios de juntar dinheiro: Um deles é a reserva de emergência que serve, justamente, para te salvar em casos de despesas inesperadas, como gastos médicos, reparos domésticos ou até perda de emprego. Essa é uma forma de você não recorrer aos créditos oferecidos pelos bancos e instituições financeiras.  

A economia do dinheiro também pode ser essencial para que você alcance aquelas metas específicas, seja comprar uma casa ou fazer uma viagem dos sonhos. A verdade é que, ao poupar, você começa a desenvolver hábitos financeiros saudáveis, ou seja, passa a ter um controle maior sobre seus gastos. Mesmo juntando pequenas quantias regularmente, você poderá construir um alicerce financeiro sólido a longo prazo. Bacana, né? 

Se você ficou animado com essa ideia, confira 5 dicas separadas pelo Pravaler, empresa líder no acesso ao ensino superior e em soluções para o ecossistema de educação do Brasil, para seguir essa jornada:

 

·         Estabeleça objetivos e metas financeiras

Antes de começar a juntar dinheiro, inicie conhecendo sua realidade financeira. Responda perguntas como: renda; quais são suas necessidades financeiras; qual a média dos seus gastos mensais; entre outras. Em seguida, você irá definir suas metas financeiras, e isso pode incluir economizar para uma reserva de emergência, pagar uma dívida específica, comprar uma viagem, uma casa, carro, enfim. Tenha objetivos claros, dessa forma, você conseguirá manter o foco e a motivação em dia.

 

·         Crie um orçamento

O próximo passo é ter o controle financeiro. Elabore um orçamento detalhado que liste todas suas fontes de renda e despesas por mês. Esse acompanhamento pode ser feito por aplicativo, planilha, caderno etc. O importante é que você anote todos os seus gastos, pois é somente assim que você começará entender para onde o seu dinheiro está indo e identificar as áreas onde é possível economizar. Nesse orçamento, você deve dividir suas despesas entre fixas e variáveis, isto é, gastos que não alteram no valor, como aluguel, convênio médico, entre outros. Já as variáveis é tudo aquilo que pode alterar a quantia mês a mês, como por exemplo conta de energia, água, alimentação etc.

 

·         Acabe com as despesas supérfluas

Uma vez feito esse orçamento, você consegue identificar onde estão as despesas desnecessárias e gastos supérfluos. É necessário que você se questione se essas coisas podem ser reduzidas e eliminadas totalmente da sua vida.

 

·         Mantenha-se disciplinado

Disciplina é a chave para juntar dinheiro. Manter o foco em suas metas é primordial, sempre se pergunte se aquela despesa que está prestes a fazer é realmente necessária. É claro que ter uma boa grana guardada requer tempo e esforço contínuo, e isso não significa deixar de viver, pelo contrário, você passará a tomar decisões mais inteligentes e conscientes.

 

Confira mais dicas, incluindo sugestões de como juntar dinheiro no blog do Pravaler.


Dia da Gestante: Principais cuidados com a Pele, Cabelos e Unhas

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mulheres grávidas possuem mais risco de ter melasma
 

O Dia da Gestante, comemorado em 15 de agosto, quinta-feira, é uma data que alerta para a importância da saúde e do bem-estar durante a gravidez. Este é um momento crucial para que as futuras mamães mantenham uma rotina de cuidados que assegure não apenas a saúde do bebê, mas também a sua própria autoestima e conforto. Entre os aspectos a serem observados estão a pele, unhas e cabelos, que podem passar por mudanças significativas durante esse período, por isso a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) destaca os principais cuidados que as mulheres grávidas devem ter. 

A coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD, Dra. Elisete Crocco, comenta que é necessário que as gestantes busquem atendimento dermatológico logo no início da gravidez, para receberem a orientação adequada da rotina de skincare. Também é preciso estar atenta para fazer revisão de pintas, por exemplo, já que elas aumentam e podem simular algumas lesões malignas. Depois devem voltar no terceiro trimestre para receber as orientações do pós-parto, como cuidados da mama na amamentação, da ferida pós-operatória e prevenção de estrias. 

“A gestação é uma situação hipercromiante, ou seja, existe um estímulo do hormônio produtor de melanina que faz com que a paciente fique com a pele mais pigmentada. Isso pode aparecer, de maneira fisiológica, nas aréolas, área ao redor do mamilo, que ficam mais escuras, além daquela marca que fica na barriga, chamada de linha alba. A vulva também fica mais escurecida e as chances de ter melasma na gestação aumentam. Então, é muito importante a consulta ao dermatologista”, diz Dra. Elisete. 

Ela ressalta que o uso do fotoprotetor adequado é essencial. Também é preciso entender o que pode e o que não pode para a gestante. Segundo ela tem uma série de medicações que não devem ser usadas, mas de cuidados tópicos o mais importante é evitar ácido retinóico, hidroquinona e ácido salicílico. Além disso, procedimentos estéticos não são indicados. 

“Não orientamos fazer procedimentos agressivos principalmente pela chance de fazer mais hipercromia, que são as desordens de pigmentação. Quando se faz laser, por exemplo, você tem mais estímulo de calor e mais chance da paciente ter algum tipo de complicação. É uma situação temporária, então se torna bem tranquilo da mulher aguardar o término da gestação para fazer eventuais procedimentos. Claro que tudo bem pensado em risco-benefício”, explica a médica dermatologista. 

Segundo a Dra. Violeta Tortelly, membro do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, também é preciso evitar produtos químicos como tinturas e alisamentos, já que alguns estudos relacionam o uso desses produtos ao câncer no bebê. 

“Já em relação a xampus e condicionadores normais não há contraindicação. Alguns xampus para dermatite seborreica (caspa) devem ser avaliados os riscos e benefícios com o dermatologista, dependendo de cada caso. Um ponto positivo é que os cabelos caem menos, logo, ficam mais cheios e bonitos. Isso se deve as alterações hormonais da gravidez”, explica Dra. Violeta. 

Nas unhas é preciso ter muito cuidado ao tirar cutículas “porque há um risco aumentado de granuloma piogênico, aquela “carne esponjosa" que surge onde machucou, causando muita dor”, destaca ela. 

O presidente da SBD, Dr. Heitor de Sá Gonçalves, também alerta sobre os cuidados a serem tomados por quem deseja engravidar e esteja em uso de medicamentos como os imunobiológicos. 

“As mulheres que usam medicamentos, como por exemplo, para Psoríase e Dermatite atópica, devem buscar uma orientação do seu médico antes mesmo de engravidar, visando prevenir complicações gestacionais, que podem variar de um medicamento para outro”, explica Dr. Heitor.

Para saber mais sobre uma rotina adequada de cuidados com a pele, unhas e cabelos acesse as redes sociais @dermatologiasbd e o site www.sbd.org.br. Se informe e encontre um especialista associado à SBD na sua região.


Por que a aviação regional não decola no Brasil?

Poucos aeroportos regionais com capacidade para operar
voos diárias é um dos empecilhos para avanço da
aviação regional no país
 
Divulgação
Especialista relembra fatos históricos que colocaram esse segmento aeroportuário em segundo plano, e aponta mudanças recentes na legislação para correção de rumo


A aviação comercial brasileira, em seus primórdios, operava apenas voos regionais, ou seja, dentro dos territórios dos estados. Para se ter uma ideia, as primeiras companhias aéreas no país nasceram em 1927, com a Viação Aérea Rio-Grandense (Varig) e o Sindicato Condor, que viria a se tornar a Cruzeiro do Sul. A Varig, por exemplo, operou por anos como uma empresa regional, atuando unicamente no Rio Grande do Sul.

Mas foi na década de 1940 que a aviação comercial brasileira deu seu maior salto expansionista, tanto em relação à sua frota, quanto à sua malha aérea, com voos de estados para estados. A consolidação de grandes empresas aéreas no Brasil teve início entre 1943 e 1945, devido à facilidade na compra de aviões, antes usados na Segunda Guerra Mundial para transporte de tropas militares. O investimento para a aquisição das aeronaves era relativamente baixo e, comumente, os aviões exigiam apenas um único piloto, o que baixava os custos operacionais.

Com o passar do tempo, a atual aviação comercial brasileira ganhou as dimensões que tem hoje, transportando mais de 110 milhões de pessoas ao ano, para os grandes centros populacionais e econômicos do país e do mundo. Por outro lado, a aviação regional, que antes era forte, passou a ficar desassistida, especialmente com o fim do Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional (Sitar) e a desregulamentação do setor da aviação no Brasil, durante os anos 1990.

“Ainda há uma carência grande de infraestrutura, ou seja, aeroportos regionais preparados para receber voos regulares. Outra questão é a falta de empresas operando nesse segmento, ou seja, falta de concorrência. Você até tem algumas empresas que operam no Norte e Nordeste, mas ainda são poucas. No Centro-Oeste, é quase inexistente. No Sul e Sudeste são duas empresas, e mesmo assim são poucas rotas regulares”, explica João Marcos Coelho, gestor Operacional e de Segurança do Antares Polo Aeronáutico, em Aparecida de Goiânia (GO).

Ex-funcionário de carreira da Infraero - Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - , e gestor de aeroportos, com mais de 36 anos de experiência, João Marcos ressalta que a fomentação da aviação regional incrementaria outro segmento da aviação civil, a logística aérea. De acordo com dados da Anac, o maior índice de transporte de carga no Brasil ocorre em voos regulares, ou seja, compartilhamento de porão de aeronaves com carga, o que corresponde a 72% do transporte, enquanto 28% da carga é transportada em aeronaves cargueiras exclusivamente.

João Marcos explica que o transporte aéreo de carga por compartilhamento de porão opera com aeronaves tipo B737 -  300 e 400, que têm restrição para aeroportos de menor porte. Mas já as empresas atuam exclusivamente com transporte de carga, operam com aeronaves cargueiras, como a CESSNA 208, de  menor porte e, portanto, adequada para operar em aeroportos regionais.

Um estudo divulgado recentemente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registra que o Brasil tem o 5º maior espaço aéreo do mundo, mas a aviação representa somente 18% das operações em seus modais de transporte, que inclui as modalidades rodoviária, ferroviária e hidroviária. De igual forma, dos 5.500 municípios brasileiros, apenas cerca de 130 são cobertos por rotas da aviação comercial. “Temos ainda um número baixo de viagens per capita em comparação com outros países, porém temos um potencial extraordinário de crescimento em razão de suas dimensões continentais e populacionais”, afirma João Marcos . 



Novo cenário

De acordo com João Marcos Coelho, um primeiro e importante passo para o avanço do segmento da aviação regional já foi dado, que é a concessão para a iniciativa privada dos grandes aeroportos brasileiros, que na prática deverão focar nos grandes voos comerciais domésticos e internacionais. “Em razão dessas concessões, surgiram novas oportunidades de melhoria da infraestrutura dos aeroportos regionais e oportunidade de desenvolvimento especialmente da aviação regional”, diz. 
O especialista destaca ainda iniciativas do poder público e do setor privado para fortalecimento da aviação regional. “No Brasil existem muitos aeródromos públicos, porém, sem infraestrutura necessária para atender a aviação regional. Podemos citar como exemplo no Estado de Goiás, a Goinfra [Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes | Goinfra] que vem adotando ações para, além de descentralizar a gestão de seus aeroportos, também dotá-los de infraestrutura adequada para atender a aviação regional especialmente”, cita.

Neste contexto, está também o Antares Polo Aeronáutico, novo aeroporto executivo privado, que está sendo construído na cidade de Aparecida de Goiânia pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e RC Bastos Participações, o polo Antares oferece terrenos para abrigar empresas ligadas ao setor aeronáutico, indústrias e operadoras de logísticas. Sua pista de pouso terá extensão de 1.980 metros e a largura passará de 45m, o que possibilitará a operação de aeronaves de maior porte.

Na sua primeira fase de construção, também serão entregues a área de embarque e desembarque e 72 lotes entregues de 1.000m² a 1.500 m², já com toda a infraestrutura necessária para a instalação de hangares e serviços ligados à aviação, o que inclui cabeamento em fibra ótica, pavimentação asfáltica, redes de água, esgoto e elétrica.


Brasil e o potencial para se transformar na "Arábia Saudita do biogás"

Os portos de Paranaguá e Antonina tiraram 100 pontos no Índice de Gestão das Autoridades Portuárias (IGAP), a nota máxima da a 5ª edição Portos + Brasil, evento realizado no último dia 07 de agosto, em Brasília. Trata-se da honraria mais importante entre os portos públicos e que homenageia as empresas com excelentes práticas de gestão portuária. O Índice de Gestão das Autoridades Portuárias analisa 15 métricas: eficiência operacional, estrutura organizacional, índices financeiros, manutenção dos acessos aquaviários, regularidade tributária e trabalhista, transparência administrativa, entre outros.

Vale destacar que o Estado do Paraná, com mais esse reconhecimento, reforça a chancela de a “Arábia Saudita do biogás”. A ideia é a de criar um “ecossistema” de incentivo a essa energia limpa, com isenção de insumos, investimentos para a construção de gasodutos ligando propriedades e a criação de linhas de fomento. 

Nessa esteira, o Estado do Paraná terá o primeiro terminal de liquefação de biometano (“Bio-GNL”) das Américas. O Porto de Paranaguá será pioneiro na liquefação, armazenamento e exportação do produto.  

Um esforço conjunto entre o Governo do Estado do Paraná, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e a empresa Liquipar Operações Portuárias S.A tornou possível um projeto estruturante, que será um divisor de águas no país para o desenvolvimento da chamada "Pauta Verde" no setor de combustíveis.


E o primeiro fruto dessa parceria estratégica será a implantação de infraestrutura portuária destinada à liquefação, armazenamento e exportação de Bio-GNL pelo Porto de Paranaguá.
 

Cabe frisar quee não existem terminais dedicados para exportação de Bio-GNL no continente americano. Portanto, este projeto será inovador não só para o país, mas como para as Américas. 

Importante ressaltar que o Brasil tem um enorme potencial para ser um player mundial na produção e exportação de biometano. De acordo com as estatísticas da Associação Brasileira de Biogás (Abiogas), a capacidade brasileira de geração do produto é de 44,1 bilhões de metros cúbicos (Nm3) por ano, e este expressivo volume pode contribuir significativamente para a neutralidade das emissões de CO2.  

Enquanto o gás natural liquefeito ou GNL, de origem fóssil, emite 20% menos CO2 que o diesel, o biometano líquido emite 80% menos que o diesel. Isso porque o biometano é um gás natural produzido durante a decomposição de matéria orgânica, como plantas e animais mortos, resíduos de animais, resíduos de cozinha, esgoto, entre outros. 

O grande desafio é consolidar o Brasil entre os principais produtores e exportadores de combustíveis e "energia verde". O país já é reconhecido pela exportação de etanol e, agora, deverá se beneficiar do crescimento da produção e exportação de biocombustíveis, como o biodiesel e o SAF (querosene de aviação verde), além é claro do Bio GNL no futuro. 

 

Cleiton Santos Santana - fundador e controlador do Grupo BSO, dos quais fazem parte a Stronghold e a Liquipar



Com maior adesão entre mulheres, microcrédito produtivo facilita acesso a "auxílio-doença"

 Modelo de crédito tem como foco pequenos negócios e alia empréstimos com orientação financeira


Um estudo recente divulgado pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil) mostra que, entre os anos 2020 e 2023, o valor liberado em microcrédito produtivo orientado (MPO) cresceu 45%. Essa modalidade de empréstimos é conhecida por incluir ajuda baseada em boas práticas de educação financeira dos tomadores, sendo utilizado especialmente para alavancar pequenos negócios. De acordo com o CEAPE, as maiores tomadoras são as mulheres, responsáveis por mais de 60% do volume total.

A pesquisa foi feita com a base de clientes da própria instituição, que já concedeu mais de R$ 2,5 bilhões em crédito, beneficiando cerca de 1,5 milhão de empreendedores, principalmente na região Nordeste. Entre 2019 e 2023, o Ceape concedeu cerca de R$ 800 milhões em crédito e realizou 170 mil operações.

De acordo com Cláudia Cisneiros, diretora-executiva do Ceape Brasil e responsável por popularizar o microcrédito produtivo orientado no país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, um dos desafios principais é oferecer práticas e condições cada vez mais pautadas na humanização. Ela explica que, hoje, é comum grandes bancos oferecerem microcrédito, porém, segundo a diretora, o conceito não é o mesmo.

“O microcrédito das instituições comerciais tem um viés de consumo. É um CDC (Crédito Direto ao Consumidor) adaptado. Diferente do produto do CEAPE, que não se limita ao dinheiro, mas também à educação financeira dos tomadores. A entidade empresta principalmente para microempreendedores informais com o objetivo de fomentar esses pequenos negócios e, em seguida, colocá-los no caminho da formalização”, explica.

Em 2024, o Ceape lançou o Projeto "13º Empreendedor", uma extensão do CEAPE Orienta, com o objetivo de levar capacitação e orientação diretamente aos empreendedores através de consultorias in loco. O projeto foca em temas cruciais para o sucesso dos negócios, como a potencialização de vendas pela Internet, técnicas para aprimorar o atendimento ao cliente e otimização do fluxo de caixa

Em apenas três meses, de janeiro a março, o programa já ajudou 956 microempreendedores brasileiros a impulsionarem seus negócios por meio da educação financeira e orientação personalizada.


“Auxílio-doença”

Entre as opções de crédito oferecidas pela instituição, alguns financiamentos têm a opção de incluir seguros que, em muitos casos, estariam fora da realidade dos tomadores. Um bom exemplo é o de Lucinete Barbosa de Sousa, 70 anos de idade e moradora de Castanhal, no Pará. Comerciante de roupas e acessórios há mais de 40 anos, em março ela foi diagnosticada com câncer de mama. Apesar de possuir certa estabilidade devido às décadas de trabalho, Lucinete contou com uma ajuda inesperada para tornar o tratamento menos complicado.

“Conheci o CEAPE há cerca de 7 anos e através de alguns empréstimos consegui melhorar as condições do meu negócio. Depois que adoeci, fui surpreendida de uma forma que não imaginava. Eu já sabia que tinha direito a um seguro para auxílio médico, mas não sabia que seria tão rápido. Em menos de dez dias já contava com essa ajuda. Também recebi uma indenização por causa da doença que foi muito importante. Já estive com outras credoras, mas nunca me ofereceram nada além daquilo que eu deveria pagar”, afirma.

A empreendedora teve direito a auxílio médico 24 horas e descontos em exames e consultas. A “surpresa” citada está na indenização no valor de R$ 10 mil reais que o Ceape concede aos clientes em caso de doenças graves.

Hoje, Lucinete faz um tratamento quimioterápico após passar por cirurgia sem complicações – segundo ela, a doença foi descoberta ainda no início – e continua trabalhando em seu ponto de venda. Quinzenalmente, viaja até cidades como Fortaleza (CE) e Goiânia (GO) para comprar confecções e abastecer sua loja (um trailer localizado em um ponto fixo da Avenida Barão do Rio Branco, em Castanhal). Ao longo de sua jornada junto ao Ceape, que começou em 2017, ela já solicitou os empréstimos por 18 vezes.

“Sei que não sou só eu, muitas pessoas já foram impactadas. Tenho gratidão em primeiro lugar a Deus e em segundo ao Ceape, que hoje tenho como parte da minha família”, conta Lucinete.

Presente também nos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e São Paulo, o Ceape Brasil conta atualmente com 21 mil clientes ativos, ou seja, com empréstimos em andamento. A instituição é especializada na concessão de microcrédito produtivo, que une empréstimo à educação financeira dos tomadores e já concedeu mais de R$ 2,5 bilhões em crédito, beneficiando cerca de 1,5 milhão de empreendedores, principalmente na região Nordeste


Como aproveitar ao máximo os benefícios do Saeb

Avaliação bienal é fundamental para definir políticas públicas e melhorar qualidade do ensino no Brasil; saiba como estudantes podem ser melhor preparados


A cada dois anos, a educação pública brasileira passa por uma avaliação imprescindível para entender os pontos fortes e fracos do ensino e desenhar planos de ação e políticas públicas para melhorar a qualidade. Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2023 devem ser divulgados em agosto de 2024. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Saeb, mais de 8,4 milhões de estudantes participaram da avaliação no ano passado.

Segundo a coordenadora editorial da Aprende Brasil Educação, Patricia Waltiach, sem o Saeb, seria muito mais difícil compreender os pontos fortes e fracos do ensino e, consequentemente, construir um modelo mais eficaz. Daí a importância desse sistema e a necessidade de preparar as escolas para ele. “O Saeb permite o aprimoramento da qualidade da Educação Básica no Brasil, contribuindo para um sistema educacional mais justo, eficiente e orientado para o desenvolvimento integral dos estudantes”, ressalta. A especialista lembra, no entanto, que um dos principais desafios para as escolas é definir as ações que vão potencializar o ensino. "Isso porque o ganho na qualidade pode passar por diferentes estratégias, como melhorar a infraestrutura das escolas ou investir mais na formação de professores e materiais didáticos adequados", exemplifica.


Como escolas e estudantes podem se preparar?

Algumas medidas podem contribuir para que escolas e estudantes estejam melhor preparados para o Saeb. A especialista alerta, porém, que nenhuma delas funciona no curto prazo. "Tratam-se de ações para tornar o processo de ensino e aprendizagem mais eficaz, diz Patricia,  pontuando algumas dessas medidas: “antes de tudo, é preciso manter uma rotina regular de estudos. Estudar de forma consistente ao longo do ano letivo é fundamental, pois ajuda a evitar sobrecargas de última hora e contribui para o processo de aprendizagem”, afirma. 

Conhecer o formato da prova é outro ponto que pode ajudar a ter resultados mais satisfatórios, segundo Patricia. “É importante entender como a prova é estruturada, qual a quantidade e quais os tipos de questões cobradas, se são de múltipla escolha, discursivas, etc. Isso também ajuda os estudantes a dimensionar o tempo a ser dedicado a cada item da avaliação”, complementa. Ela lembra que a realização de simulados também é uma ótima maneira de preparar os estudantes para o Saeb.

O papel dos professores também é fundamental nesse processo. Segundo a especialista, eles devem conhecer bem a matriz de habilidades abordadas na avaliação e estar prontos para ajudar seus alunos a obter os melhores resultados. "Isso pode ser feito retomando e revisando conceitos-chave, definições e outros aspectos importantes para o processo de aprendizagem. Para isso, a adoção de materiais didáticos que buscam preparar os estudantes para provas como o Saeb pode ser uma boa opção", sugere. Um desses materiais é a coleção Vou + Longe, que traz, além de revisões sistematizadas dos conteúdos, questões com graus variados de dificuldade, que auxiliam no desenvolvimento de diferentes habilidades, além de simulados e até mesmo trilhas gamificadas para retomar conteúdos relevantes para o processo de aprendizagem. 



Aprende Brasil Educação
aprendebrasil.com.br


O possível é a política

Cá para nós: se formos pensar em candidato\a ideal, pairado acima das coisas mundanas, não votaremos nem em nós mesmo\as. Isto posto, a pensar: se as alternativas políticas (candidato\as) que me são postas nivelam-se – se tudo é a mesma coisa –, então dou-me as devidas licenças éticas para não fazer nada, não me envolver em campanha eleitoral. Seja: escuso-me de participar da realidade, da vida como ela é.

Persuado-me de que me escafedo não porque traio o discurso de preocupação cívica. Nada disso. Dissuado-me de que não me sujo com as coisas do mundo. Para refletir sobre a “má fé” dessa posição, recomendo a peça mais célebre de Sartre, As Mãos Sujas, oposição argumentativa – e política – entre um realista (que suja as mãos quando a necessidade o impõe) e um idealista (tipo que guarda soluções revolucionárias, salvadoras).

Utopistas da pureza olham o derredor com olhos desdenhosos e invectivam contra o laxismo da moral pública; pretextam para se ausentarem. E o mundo que se dane. Tem gente assim. E essa gente se justifica, a si e à sua posição ‘‘acima do bem e do mal’’, com essa elementar proteção egóica. A Psicanálise chamaria isso de mecanismo de defesa do ego: um amparo improvável de si, do próprio comportamento, da ação ou inação.

Puristas enfastiado\as, embora lamentem o estado da Nação, arranjam um achaque socialmente aceitável, porém falso, e lavam as mãos. É trivial em tempos eleitorais: “Político é tudo ladrão”, “Situação e oposição não se diferem”, “Meus ideais não estão representados”, “Tudo farinha do mesmo saco”. Frases vazias, ardis morais, exculpações. Clinicamente, um psicanalista definiria essa atitude como racionalização.

Racionalização: “processo de caráter defensivo pelo qual um indivíduo apresenta uma explicação coerente ou moralmente aceitável para atos, ideias ou sentimentos cujos motivos verdadeiros não percebe” (Houaiss). Há quem perceba e se autorize; hipócrita: “dissimula sua personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui” (Houaiss).

Certos neuróticos idealizam a própria imagem. Não adulteram virtudes, mas falsificam a concepção que têm sobre suas próprias virtudes. Emulam um “dever ser”. Arremedam um desenho de si, ornamentado para atender às exigências do seu orgulho neurótico, glorificar suas qualidades ilusórias. Para esses tipos, ninguém presta. Aliás, quanto menos eles mesmos prestam, mais declaram a imprestabilidade geral.

Ora, o mundo real não se reduz a um discurso afetado de pureza; realidade não é higienizável. Não obstante, a humanidade, ou uma parte dela, vem tendo um trabalhão danado para melhorar as coisas. Na esfera individual com reflexo na vida pública a primeira marca civilizatória, o abrir mão do ímpeto e da força, o controle do Id, até hoje não é questão resolvida. Somos bons ou maus? (ver Hobbes, Rousseau, Freud etc.).

Talvez, não fossem os meios de repressão (em geral postos a serviço do sistema dominante) e as formatações ideológicas (que “oferecem” visões de mundo), o incivilizado imperaria. Nos intentos cívicos, o esforço de democratizar as relações de poder nunca se concluiu. Somos pouco de república e muito de personalismo no universo político. No Brasil, há orgulho em declarar “eu não voto em partido, eu voto na pessoa”.

Pode-se objurgar: “a política é suja”; sobejam ilustrações do argumento, ou da falácia. Por isso mesmo dar relevo à ocasião eleitoral é necessário. Todavia, na equação do senso cívico há que considerar objetivamente as condições materiais da Pátria, as relações históricas que as produziram e mantêm, ou seja, há que se encarar a política como ela é, sem abstrair artificialmente os fatos indesejados, ainda que indesejáveis.

Então, o gesto concreto: a partir da nua realidade, emprestar alguma contribuição para que ela seja o que se gostaria que fosse. Costuma-se chamar isso de “pôr a mão na massa”. Quer dizer: escolha um partido, filie-se; por menos, escolha um\a candidato\a, ajude-o\a. Se não puder entrar de frente na campanha, contate amigo\as, ofereça informações, peça voto e algum empenho. Vá à luta, a seu modo, mas vá.

E vote. Com ou sem o seu voto, político\as serão eleito\as. Então, ajude a dar voz a quem lhe pode minimante representar. Se não há o que se pode nomear melhor, vote no mal menor. Candidato\as têm história pessoal a referenciá-lo\as. Informe-se; bisbilhote, se necessário. Se carecer parâmetro para decidir, como as próximas eleições são municipais, a mim me parece que deve ser a preocupação com a gerência da cidade.

A cidade é o lugar de viver a vida. O viver em comum é na rua, no bairro, na comunidade, na pequena pátria, enfim. Se alguém aventar com políticas preocupadas com o interesse geral, aí está um\a representante voltado\a ao que interessa: merece consideração. Esse seria o rumo do meu voto; cada qual se explique o seu. Agora... não é tudo a mesma coisa, e o possível é a política. Fora disso, pretextos e presunção.

 

Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC.
Psicanalista e Jornalista.


6 Lições dos Jogos Olímpicos de Paris para líderes e gestores corporativos

Bia Nóbrega, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, traça paralelos entre atletas e equipes das Olimpíadas e colaboradores em organizações

 

Os Jogos Olímpicos não apenas celebram o espírito esportivo e os talentos excepcionais, mas também servem como um potente catalisador de lições sobre liderança, trabalho em equipe, resiliência e sustentabilidade corporativa. Atletas de todo o mundo mostram a importância de estabelecer metas ambiciosas, colaborar em escala global, abraçar a diversidade e praticar a transparência. Estes princípios são igualmente aplicáveis e benéficos para as organizações e seus líderes. 


Estabelecendo metas ambiciosas e claras

De acordo com Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência, os atletas olímpicos são modelos de definição e busca de metas ambiciosas. “Da mesma forma, as empresas devem definir objetivos claros e mensuráveis, incluindo questões de sustentabilidade. Metas como a neutralidade de carbono, redução de desperdício e promoção da diversidade não só inspiram inovação, mas também alinham e motivam as partes interessadas em direção a um propósito comum”, revela.


Trabalho em equipe, diversidade e transparência 

A colaboração entre atletas de diversas nacionalidades nos Jogos Olímpicos é um exemplo de como o trabalho em equipe pode superar barreiras culturais e linguísticas. “Nas empresas, promover uma cultura de colaboração e coordenação pode levar a maior produtividade e inovação. Parcerias com fornecedores, colegas da indústria, ONGs, agências governamentais e comunidades amplificam os esforços e criam um impacto maior”, pontua.

A especialista ressalta que as Olimpíadas celebram a diversidade e a inclusão, reunindo atletas de várias culturas e habilidades. “As empresas que valorizam a diversidade, e realizam a verdadeira inclusão, se beneficiam de uma ampla gama de perspectivas e habilidades, resultando em maior criatividade e melhores soluções para os problemas”, declara.

A transparência também é um dos pilares dos Jogos Olímpicos, com regras, métricas e avaliações rigorosas. “Da mesma forma, o mundo corporativo exige governança e transparência. “A comunicação transparente cria confiança com clientes, investidores e colaboradores, demonstrando um compromisso com práticas comerciais mais responsáveis”, afirma Bia Nóbrega.


O legado para inspirar futuras gerações

Vale destacar que as Olimpíadas deixam um legado duradouro nas cidades-sede, promovendo desenvolvimento de infraestrutura e engajamento comunitário. “Investir em tecnologias sustentáveis e apoiar comunidades locais cria um valor duradouro, contribuindo para a construção de um mundo mais sustentável”, revela.

Grandes líderes inspiram suas equipes a se conectar com uma visão unificada. Assim como os atletas olímpicos se preparam mental e fisicamente para alcançar a excelência, líderes empresariais devem ser claros sobre suas visões e objetivos. “Conectar a equipe a essa visão é o primeiro passo para promover um maior compromisso e desempenho por parte dos colaboradores”, declara.


Construindo times de alta performance

A especialista em desenvolvimento humano e organizacional ressalta que as lideranças olímpicas mostram a importância de criar equipes coesas e de alta performance, ao invés de depender de um único jogador considerado “estrela”. “No ambiente corporativo, isso significa contratar pessoas que complementam a força de trabalho existente e aceitam a visão da empresa. Uma equipe bem estruturada é mais eficaz e inovadora do que uma única pessoa realizando múltiplas tarefas”, relata.

Para Bia Nóbrega, dar autonomia aos membros do time é fundamental para criar um verdadeiro espírito de equipe e sucesso. “Cada indivíduo deve ter responsabilidades valiosas, que contribuam para os objetivos da organização. Esse movimento é o que irá promover um maior engajamento e entusiasmo por parte dos colaboradores”, afirma.

Atletas de elite muitas vezes são movidos por algo além do dinheiro, como a satisfação pessoal e o orgulho de representar seu país. “Nas empresas, líderes devem respeitar e cultivar as motivações pessoais de seus colaboradores, mesmo que não estejam diretamente ligadas ao sucesso da organização”, pontua.

Os Jogos Olímpicos oferecem inúmeras lições para pessoas e organizações. Ao adotar alguns princípios e metodologias, muitas empresas podem criar uma cultura de excelência, colaboração e sustentabilidade. “Assim como os atletas olímpicos se esforçam para alcançar sua máxima performance, as empresas também podem inspirar seus funcionários a alcançar um sucesso notável no universo corporativo”, finaliza.

 


Bia Nóbrega, com mais de 25 anos de experiência como Executiva de Gente & Cultura e reconhecida como LinkedIn Top Leadership Voice, é uma especialista dedicada ao Desenvolvimento Humano e Organizacional. Sua trajetória profissional é marcada por liderar equipes em variados setores e empresas de diferentes tamanhos, além de conduzir projetos internacionais e enfrentar desafios complexos. A partir de 2019, Bia expandiu seu campo de atuação para incluir Experiência do Cliente, Excelência e Governança, utilizando Metodologias Ágeis para promover um crescimento sustentável. Atuando também como palestrante, mentora, conselheira, embaixadora de soluções inovadoras, escritora e professora, Bia tem impactado inúmeras empresas e indivíduos, fornecendo orientações valiosas em temas como Liderança, Governança e Desenvolvimento Pessoal, sempre enfatizando o potencial ilimitado do ser humano.
https://www.linkedin.com/in/beatrizcaranobrega
www.bianobrega.com.br


Quer morar no Canadá? Saber francês pode ajudar na imigração definitiva para o país

Professora e consultora explicam importância do idioma nos programas de incentivo à imigração


O Canadá está na lista dos dez principais países mais buscados por brasileiros que querem viver no exterior. Segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, o país tinha 133.170 brasileiros residentes em 2022. 

Além do país ser um dos mais adaptados à imigração, existem habilidades que podem facilitar ainda mais esse processo, abrindo portas não só para estudar e trabalhar, mas, principalmente, morar definitivamente. 

Estudar francês é uma chave essencial para quem deseja conquistar a residência permanente no país. Cada vez mais, o governo canadense está incentivando imigrantes a aprenderem o francês. Marilene Quintana, consultora regulamentada de imigração canadense e co-fundadora da e-Visa Immigration, destaca a importância da língua no processo de imigração. "O domínio do francês pode ser um diferencial significativo para quem busca imigrar para o Canadá. A capacidade de falar francês não só aumenta consideravelmente as chances de sucesso nos programas de imigração, já que o Canadá dá prioridade para quem fala francês nos programas de imigração de profissionais qualificados, mas também facilita a entrada no mercado de trabalho, dá acesso a maiores salários e acelera a integração profissional no país," afirma Marilene. 

Para a especialista que atua há 10 anos na área, “o conhecimento do francês pode acelerar significativamente o processo de imigração em qualquer parte do Canadá, já que o país valoriza imigrantes bilíngues. Atualmente e pelo menos pelos próximos 3 anos, aprender francês pode ser a chave de sucesso para a cidadania canadense e um futuro próspero no Canadá.", reforça ela.

A professora de francês, Jana Schmidt, conhecida como Francês com Mademoiselle, que já formou mais 4000 mil alunos, complementa que "Aprender francês não é apenas sobre adquirir uma nova habilidade linguística, mas também sobre se abrir para uma nova cultura e novas oportunidades. No Canadá, e ao contrário do que muitos pensam, não apenas no Quebec falar francês é altamente valorizado, mas em todo o país, e temos diversos alunos conquistando o sonho de morar e trabalhar no Canadá".

O governo canadense tem diversos programas de incentivo de imigração. Marilene ressalta que esses programas são uma excelente oportunidade para imigrantes de todas as partes do mundo, além dos brasileiros. "Estamos vendo um aumento significativo no número de imigrantes que estão investindo no aprendizado do francês, e isso tem se mostrado extremamente benéfico tanto para os indivíduos quanto para a sociedade canadense."

Quem quiser saber mais sobre o processo de imigração para o Canadá pode visitar o site da e-Visa Immigration. Já para o francês, Jana compartilha várias dicas no seu Instagram @frances_com_mademoiselle. 



Jana Schmidt - Professora de francês, certificada pelo CEFLE como professora de língua estrangeira, em Quebec no Canadá, com especialização em Programação Neurolinguística (PNL) pela Psynapse (École de Psychothérapie), em Lyon, França. Fundadora do projeto Francês com Mademoiselle (FCM), que tem como objetivo compartilhar o ensino do francês com todas as pessoas que desejam realizar o sonho de se tornarem fluentes nesse idioma. Produtora de conteúdos digitais para as redes sociais YouTube, Instagram, Facebook e TikTok, onde se encontra como "Francês com Mademoiselle".


e-Visa Immigration
www.evisaimmigration.com


Produção de amônia verde a partir do hidrogênio renovável já é competitiva em relação aos combustíveis fósseis no Brasil, diz estudo da CELA

Essencial para descarbonização da produção agrícola e ampliar a segurança alimentar no País, Índice LCOH e LCOA Brasil da consultoria especializada mostra que a amônia verde tem custo de produção local entre 539 e 1.103 dólares por tonelada     

 

A produção de amônia verde no Brasil, feita a partir do hidrogênio com fontes renováveis de energia solar, como solar e eólica, possui um alto grau de competitividade em relação aos métodos tradicionais com combustíveis fósseis no território nacional. É o que aponta o índice de custo de produção de hidrogênio verde (LCOH) e de amônia verde (LCOA) da consultoria CELA (Clean Energy Latin America), especializada em assessoria financeira e consultoria estratégica para empresas e investidores do setor de energia renovável na América Latina.
 
Tida como essencial para descarbonização da produção agrícola e demais atividades econômicas no País, incluindo avanço na segurança alimentar, a amônia verde tem custo de produção local, segundo o Índice LCOA Brasil da CELA, entre 539 e 1.103 dólares por tonelada (US$/ton), enquanto a produção de amônia a partir do chamado hidrogênio cinza, feito a partir de combustíveis fósseis, o valor fica entre US$ 361 e US$ 1.300 a tonelada.   
 
O índice da CELA, que é atualizado anualmente, foi desenvolvido a partir da modelagem proprietária e experiência em múltiplos projetos da empresa com H2V no Brasil. O custo da produção do hidrogênio verde no País leva em consideração as características únicas que o País possui nos âmbitos regulatório, legal, tributário e de recursos renováveis, como energias solar, eólica e hidrelétricas, que alimentam a eletrólise para a separação do hidrogênio e do oxigênio da água, e logística, incluindo cruzamento de dados de investimento em plantas, operação e custo de capital.
 
A ferramenta mostra ainda que é possível produzir hidrogênio verde no Brasil com custo nivelado entre US$ 2,83/kg e US$ 6,16/kg nos dias de hoje, em algumas localidades estratégicas.
 
Na atualização do índice de 2024, além da novidade da inclusão do  LCOA inédito, a CELA também elaborou um relatório mais completo com detalhes da tomada de decisão de projetos de H2V em 16 cenários diferentes a partir de 1.280 simulações, que pode ser adquirido pelas empresas interessadas através de contato com a CELA.
 
Para Marília Rabassa, Sócia e Head de Consultoria da CELA, o índice será um forte aliado na tomada de decisão para investimento em plantas de H2V no Brasil, já que traz mais segurança em termos de viabilidade econômica e atratividade do projeto.“Portanto, é essencial que os interessados a entrar nesse mercado entendam profundamente os impactos das decisões de equipamento, fonte de energia a ser utilizada, do mercado consumidor desse hidrogênio verde e das condições técnicas e regulatórias do estado, que podem fazer toda a diferença na viabilidade financeira do projeto”, comenta.
 
“O índice também poderá ser um grande norte para otimizações técnicas e financeiras de um projeto e uma sinalização bastante evidente às autoridades brasileiras sobre a importância de fomentar a demanda para o consumo de hidrogênio verde e amônia verde no País”, acrescenta a executiva.
 

 
 
Acesso gratuito resumido ao Índice LCOH e LCOA Brasil da CELA:
https://cela.com.br/estudos/lcox-custo-nivelado-de-hidrogenio-verde-lcoh-e-de-amonia-verde-lcoa/


Acesso completo ao Índice LCOH e LCOA Brasil da CELA com 16 cenários diferentes a partir de 1.280 simulações: solicitar orçamento no email info@cela.com.br



 

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