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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Golpes de phishing crescem no Brasil e empresas devem adotar postura proativa de proteção, alerta estudo TGT ISG

Nova edição do estudo ISG Provider Lens™ destaca que repositório chamado "mother of all breaches" (MOAB) deveria tornar empresas mais preventivas em sua abordagem de segurança, mas a postura ainda é reativa

 

As empresas precisam adotar uma mentalidade de segurança em todos os níveis organizacionais, capacitar colaboradores e manter uma postura proativa para garantir a continuidade dos negócios em um ambiente digital cada vez mais interconectado e desafiador. Segundo a nova edição do estudo ISG Provider Lens™ Cybersecurity - Solutions and Services 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, os danos financeiros e reputacionais constantes indicam que as empresas ainda podem estar adotando posturas reativas em relação aos investimentos em segurança, o que pode resultar na perda de oportunidades para estabelecer um plano abrangente de segurança da informação, que requer anos para atingir a maturidade adequada e deve ser apoiado por fornecedores experientes.

 

“Com o estabelecimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), esperava-se que empresas e órgãos governamentais adotassem medidas profundas de revisão e proteção de dados sensíveis e, com isso, elevassem a maturidade geral em segurança cibernética. O que vemos, contudo, é a proliferação de casos de subtração de dados pessoais para os mais variados usos e o enriquecimento de bases de dados na dark web, a serviço de novas ondas de ataques e danos aos consumidores”, comenta Christian Horst Alves Reis, distinguished analyst da TGT ISG e autor do estudo.

 

O relatório destaca a existência de um repositório chamado MOAB ("mother of all breaches" ou "mãe de todas as violações"), contendo 26 bilhões de registros de empresas de todo o mundo. Estima-se que, só de grandes empresas brasileiras, 350 milhões de registros foram adicionados aos vazamentos globais de credenciais de brasileiros em sites de e-commerce e redes sociais. Segundo o relatório, as empresas precisam agir “com urgência e visão 360 graus”, protegendo seus dados por meio de soluções de criptografia, gerenciando identidades de forma eficaz, aumentando a resiliência de seus ambientes críticos e adotando frameworks, como os da NIST ou ISO, como guia para ações estruturantes. 

 

“Se, de um lado, temos hackers modernos, incansáveis, bem-preparados e motivados, do outro, precisamos de disciplina, inteligência, parceiros bem selecionados, pessoas com olhar crítico e senso de urgência diferenciados”, exemplifica Christian. “Vejamos o ritmo de adoção da postura zero trust em países mais desenvolvidos, onde o tema é considerado prioritário, em comparação à dificuldade em nosso mercado para a obtenção de recursos iniciais. Ao mantermos os atrasos na adoção dos novos antídotos, atraímos uma comunidade hacker mundial cada vez melhor equipada”.

 

“Em 2023, observamos novamente um significativo aumento nas notificações de incidentes de ataques cibernéticos, indicando um desencontro entre a velocidade e a eficácia da adoção de boas práticas e ferramentas pelas empresas e a proliferação de ameaças e agentes criminosos que, de forma impune, buscam ganhos fáceis e rápidos em todos os setores da economia. Podemos notar que, após o pico de ataques cibernéticos em 2020 e a importante queda em 2021, temos um cenário preocupante, confirmando a tendência indicada no estudo anterior”, explica o autor.

 

O relatório aponta um aumento expressivo em tentativas de phishing no Brasil, tanto para e-mails corporativos quanto para pessoas físicas. De acordo com dados da Kaspersky, cerca de 42,8% das tentativas de phishing envolvem mensagens enviadas por e-mail, principalmente se passando por bancos ou sistemas de pagamento. A evolução dos ataques de ransomware continua a ser uma das ameaças mais significativas e potencialmente lucrativas. 

 

Entre as principais tendências, destacam-se o foco em alvos mais específicos, como organizações governamentais, sistemas de saúde, instituições educacionais e grandes corporações com grande visibilidade, com o objetivo de maximizar tanto o impacto quanto o valor do resgate. Além disso, é notável que hackers menos experientes estão cada vez mais recorrendo ao ransomware como serviço (RaaS), permitindo-lhes compartilhar os lucros e os resultados obtidos das extrações de dados.

 

O autor reforça que as empresas devem promover um ambiente seguro adotando tecnologias recomendadas e uma mentalidade de segurança em todos os níveis, especialmente no C-level. Isso inclui capacitação contínua, definição de políticas de segurança e simulações de incidentes. “Alinhar a segurança com os objetivos de negócio é essencial, pois é um diferencial competitivo que protege a marca e o valor acionário. Uma postura proativa permite revisar práticas existentes, antecipar novas ameaças e explorar oportunidades digitais com mais confiança”.

 

De acordo com o relatório, a demanda por soluções avançadas de segurança cibernética, como detecção e resposta estendida (XDR) e serviço de segurança de borda (SSE), é impulsionada pela evolução do cenário de ameaças, pelo crescimento da adoção da nuvem e pela necessidade de frameworks de segurança abrangentes. “Essas plataformas inovadoras enfrentam desafios críticos das empresas, oferecendo proteção resiliente e eficaz para ativos digitais e operações comerciais”, finaliza.

 

O relatório ISG Provider Lens™ Cybersecurity - Solutions and Services 2024 para o Brasil avalia as capacidades de 96 fornecedores em nove quadrantes: Identity and Access Management, Extended Detection and Response (Global), Security Service Edge (Global), Extended Detection and Response, Technical Security Services, Strategic Security Services, Managed Security Services – SOC (Large Accounts), Managed Security Services – SOC (Midmarket) e Vulnerability Assessment and Penetration Testing.

 

O relatório nomeia a IBM como Líder em seis quadrantes, enquanto a ISH Tecnologia é nomeada como Líder em cinco quadrantes. Accenture e Logicalis são nomeadas como Líderes em quatro quadrantes cada, enquanto Broadcom e Microsoft são nomeadas como Líderes em três quadrantes cada. Agility Networks, Capgemini, CrowdStrike, Deloitte, NTT DATA Inc, Palo Alto Networks e Trend Micro são nomeadas como Líderes em dois quadrantes cada, enquanto Cato Networks, Cipher, Cisco, Edge UOL, EY, Forcepoint, Fortinet, GC Security, IT.eam, Kaspersky, Netskope, Okta, PwC, RSA, SEK, senhasegura, SentinelOne, Stefanini, Unisys, Versa Networks, YSSY e Zscaler são nomeadas como Líderes em um quadrante cada.

 

Além disso, Asper, Capgemini, KPMG, Kyndryl, Palo Alto Networks, Ping Identity, Skyhigh Security, Stefanini, TIVIT e Trellix são nomeadas como Rising Stars — empresas com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG — em um quadrante cada.

Versões personalizadas do relatório estão disponíveis na Agility, Asper, IBM, ISH Tecnologia, Kaspersky, Scunna e Vortex.

 

Dia dos Pais em São Paulo: 5 destinos para um bate e volta saindo da capital

O segundo domingo de agosto normalmente é marcado por reuniões em casa, encontros em família e restaurantes cheios para a celebração do Dia dos Pais. Para este ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que a data movimentará R$ 7,7 bilhões.

Para os pais e filhos que preferem curtir experiências juntos, visitar cidades vizinhas da capital pode ser uma opção muito atrativa. A DeÔnibus, marketplace de passagens rodoviárias, selecionou 5 destinos próximos a São Paulo para realizar um bate e volta ou passar o fim de semana comemorativo. Confira: 

 

1 - Embu das Artes (em média 30 km da capital)

Como o nome já sugere, Embu das Artes concentra atrações relacionadas à arte, como o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas, as charmosas ruas de paralelepípedos com várias lojas e cafés, além da feira de artesanato com vastas opções de itens artesanais para levar para casa ou presentear. 


2 - São Roque (em média 60 km da capital)

Famosa pelo Roteiro do Vinho, vinícolas e adegas, São Roque é uma cidade convidativa para quem aprecia uma boa gastronomia. Grande parte dos restaurantes locais oferece área verde e atrações para crianças.    


3 - Holambra (em média 140 km da capital) 

A cidade das flores é conhecida por suas paisagens instagramáveis e por ser a maior produtora de flores e plantas ornamentais da América Latina. Holambra tem influência holandesa e entre as atrações turísticas estão o Parque Cidade das Crianças e o Moinho Povos Unidos, um moinho de vento que oferece uma vista panorâmica da cidade. 


4 - Campos do Jordão (em média 170 km da capital) 

Campos do Jordão é uma das cidades mais visitadas durante o inverno brasileiro. Com arquitetura estilo suíça, a cidade abriga muitas opções de gastronomia e lazer para diferentes idades, incluindo teleférico e pista de patinação. É localizada na Serra da Mantiqueira, região montanhosa do estado de São Paulo.


5 - Santos (em média 85 km da capital) 

Uma das cidades litorâneas mais requisitadas por paulistanos, Santos é um destino que une história, cultura e belas praias. Além disso, conta com uma noite animada, com bons bares e restaurantes. 

Todos os destinos contam com ônibus rodoviário saindo de diversos terminais do estado. “Além de proporcionar economia, viajar de ônibus é uma experiência agradável para todos os públicos, com opções de diversos leitos que oferecem conforto e comodidade”, comenta João Neri, head de operações da companhia.



DeÔnibus
Mais informações aqui.



Liderança feminina deficitária no mercado de trabalho

Apesar do aumento no número de mulheres nas empresas, a chefia dos cargos ainda está na mão dos homens.


Apesar do aumento da presença feminina nas empresas — que passou de 45% para 48% nos últimos três anos — a ascensão às posições de liderança continua a ser um desafio. Uma pesquisa realizada pelo Estadão mostra que a presença de mulheres cargos de alta patente em grandes empresas do Brasil cresceu 1,3% nas diretorias e 3,5% nos conselhos de administração, nos últimos 12 meses, até junho deste ano.

Os números, apontados pelo levantamento feito pelo Estadão pelo terceiro ano consecutivo, são bastante inferiores se comparados aos 14,5% de aumento nas diretorias e 22,0% nos conselhos, entre maio de 2022 e maio de 2023

Dados da Vigésima edição da Women in Business apontam que o Brasil retrocedeu 2% na porcentagem de mulheres em cargos de liderança e ocupa o 11º lugar no ranking global.

Para Fabiola Molina, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, esses números evidenciam um retrocesso nas conquistas de igualdade de gênero no ambiente de trabalho. “A diversidade nas lideranças não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia vital para a inovação e o crescimento das empresas”, afirma Fabiola.

Uma responsabilidade fundamental das empresas é implementar mecanismos que combatam preconceitos e promovam a ascensão das mulheres a cargos de liderança. Utilizar ferramentas como o treinamento em viés inconsciente pode ajudar a identificar e eliminar barreiras ocultas que impedem o progresso feminino, garantindo que as representantes do universo feminino tenham igualdade de oportunidades para alcançar posições de destaque. Mas o principal é trabalhar uma cultura organizacional em que existe o apoio as mulheres em cargos de liderança.


Lâmpadas fluorescentes: confira dicas de como realizar o descarte adequado

Cuidados com o manuseio e transporte são fundamentais para realizar o procedimento de forma segura, aponta a entidade gestora


O descarte adequado de lâmpadas fluorescentes é essencial para proteger o meio ambiente e a saúde humana. Como um resíduo classificado como perigoso, é imprescindível descartá-los de maneira ambientalmente correta. A Reciclus - Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação - desempenha um papel vital nesse processo no Brasil e preparou algumas dicas, possíveis de serem inseridas no cotidiano, para ajudar a população.  

De acordo com Natalia Fochi, Gerente de Sustentabilidade e Logística da Reciclus, o descarte correto desse tipo de lâmpada, além de preservar o meio ambiente e a saúde humana, contribui para o uso correto de recursos naturais. “Realizar o descarte ambientalmente correto das lâmpadas fluorescentes evita a contaminação ambiental, e ainda permite a reciclagem de seus componentes. O vidro, metal e outros materiais das lâmpadas podem ser reciclados e reutilizados, reduzindo a necessidade de extração de novos recursos naturais”, explica. 

Para que a contribuição coletiva aconteça de maneira correta e segura, Natalia lista o passo a passo a ser seguido. Confira:   

  • Verifique onde há ponto de entrega de lâmpadas fluorescentes: Para encontrar os pontos de entrega mais próximos de você, acesse o site da Reciclus (https://reciclus.org.br/onde-descartar/) e utilize a ferramenta de busca. Basta inserir o endereço ou CEP para visualizar as opções disponíveis. Caso o seu município não possua coletores, entre em contato com a Prefeitura ou Secretaria de Meio Ambiente para informações sobre locais para descarte, eventos de recolhimento ou projetos.
  • Proteja-se e higienize o local: Utilize luvas ao manusear lâmpadas fluorescentes se estiverem danificadas. Caso uma lâmpada quebre, cubra nariz e boca para evitar a inalação do pó e não ligue ventilador, ar condicionado ou faça a varrição do local. É recomendado usar papel ou papelão para recolher os cacos e resíduos. 
  • Armazene de forma segura: Antes de levar as lâmpadas ao ponto de entrega, armazene-as em uma caixa ou recipiente resistente para evitar quebras. Mantenha-as fora do alcance de crianças e animais. Durante o transporte, adote os mesmos cuidados para garantir a integridade do material. 
  • Descarte corretamente: Deposite as lâmpadas no coletor escolhido, assim elas receberão o manuseio adequado. Nunca jogue lâmpadas fluorescentes no lixo comum. 

Para mais informações, visite o site da entidade gestora em https://reciclus.org.br/ ou entre em contato pelo e-mail reciclus@reciclus.org.br 



Reciclus – Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação.
Site: https://reciclus.org.br/
LinkedIn - https://www.linkedin.com/company/reciclusoficial/
YouTube - https://www.youtube.com/@ReciclusOficial/videos
Instagram - https://www.instagram.com/reciclus.oficial/
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Threads - https://www.threads.net/@reciclus.oficial
  

 

Colchões comercializados com premissas terapêuticas devem ter registro na ANVISA

 

Consumidores podem consultar o registro do produto no site da ANVISA


Alegar que um produto tem fim terapêutico requer muito cuidado. No caso dos colchões, essas alegações podem variar desde "alívio de alergias" até "melhora dos sintomas da depressão". Quando há este tipo de informação, o consumidor precisa ter em mente que para que o colchão tenha de fato propriedades terapêuticas, é necessário que esteja registrado no site da ANVISA, podendo ser consultado a qualquer momento. (
Link)

A ANVISA exige que os fabricantes passem por uma rigorosa avaliação para:

  • Proteção ao consumidor: Garantia de que as informações sobre o produto sejam verdadeiras e que ele realmente ofereça os benefícios prometidos.
  • Segurança: A agência avalia se o produto apresenta algum risco à saúde do consumidor.
  • Qualidade: O órgão exige que os produtos sejam fabricados seguindo padrões de qualidade.

Ao adquirir um colchão com alegações terapêuticas do tipo prevenção de doenças, tratamento ou cura, redução de sintomas ou efeitos funcionais ou de saúde, é fundamental que o consumidor esteja atento a alguns detalhes para garantir que se trata de um produto que a ANVISA verificou e concedeu registro. Normalmente, o número de registro está exposto na etiqueta, site da loja ou do fabricante. Se não houver registro na ANVISA, o risco de não obter o retorno esperado do produto é muito grande. Exigir evidências científicas que comprovem que o produto realmente vai promover o que está prometendo é uma atitude que pode evitar frustrações e prejuízos.

Ao escolher um colchão, o consumidor deve procurar por produtos que tenham procedência comprovada e que proporcionem a melhor sensação de conforto possível. O importante é ficar atento e não se deixar levar por promessas milagrosas. Colchão não é medicamento, se estiver sendo vendido com propriedades que tratam e curam algum sintoma relacionado à saúde é indispensável que tenha o registro na ANVISA.


ABICOL - associação das indústrias de colchões instituída no país e se formou para agregar os fabricantes do setor em busca de fortalecer a relação com órgãos governamentais, estimular práticas sustentáveis e proporcionar oportunidades para o desenvolvimento do setor.


Há 800 milhões de anos, planeta Terra era mais diverso do que se imaginava, aponta estudo brasileiro

À esquerda, fóssil de uma tecameba que, acredita-se, viveu entre
720-635 milhões de anos atrás; à direita, espécime de um grupo
de amebas tecadas amebozoárias modernas
 (imagens: Luana Morais e João Alcino
)
Segundo artigo publicado na PNAS, diferentes linhagens de amebas e de ancestrais de plantas, algas e animais já estavam estabelecidas no período Neoproterozoico e resistiram aos dois eventos de glaciação que congelaram o planeta

 

 Há 800 milhões de anos, muito antes da formação do supercontinente Pangeia, a Terra era mais diversa do que sugere a teoria clássica. Ao reconstituir a árvore da vida, a partir da história evolutiva de amebas e depois de ancestrais de algas, fungos, plantas e animais, pesquisadores brasileiros conseguiram criar um cenário com várias linhagens de diferentes espécies habitando o planeta naquele período.

As descobertas, publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), indicam que diversas linhagens de eucariontes (seres vivos cujas células possuem núcleo delimitado) surgidas há 1,5 bilhão de anos se diversificaram e se estabeleceram durante o evento de oxigenação do Neoproterozoico – quando, há 800 milhões de anos, a geoquímica planetária permitiu a oxigenação profunda dos oceanos.

O estudo mostra também que a diversidade de amebas e ancestrais de plantas, algas, fungos e animais sobreviveram até mesmo ao período Criogeniano (entre 790 e 635 milhões de anos atrás), que contou com dois eventos de glaciação – quando o gelo dos polos cobriu todo o planeta por cerca de 100 milhões de anos (fenômeno conhecido como Terra Bola de Neve).

“O paradigma que tínhamos para o Neoproterozoico era de que não havia quase nada no planeta, apenas uma ou outra espécie de bactéria e protista. Porém, nos últimos 15 anos, foram sendo identificados fósseis de seres unicelulares, eucariontes e heterotróficos [que não produzem o próprio alimento] em diversos lugares diferentes do planeta. Esses fósseis datam de cerca de 800 milhões de anos [e são denominados fósseis tonianos]. Tudo isso se junta ao nosso estudo, que reconstituiu a árvore da vida e, por probabilística, identificou diversas linhagens bem estabelecidas de ancestrais de amebas, animais, fungos e plantas há 800 milhões de anos. Isso muda muito o nosso entendimento sobre como se deu a diversificação da vida na Terra”, conta Daniel Lahr, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e autor sênior do artigo.

Desse modo, o trabalho antecipa em cerca de 260 milhões de anos os eventos de diversificação em massa no planeta, ou seja, muito antes da chamada revolução do Cambriano, ocorrida há 540 milhões de anos, quando houve uma inexplicável explosão de novas espécies pluricelulares. Nesse período, a Terra – habitada por seres como os trilobitas, braquiópodes e graptólitos – já apresentava um clima moderado, úmido e nenhuma formação de gelo que pudesse ser caracterizada como geleira.

“Mesmo com todas as alterações climáticas sofridas no Neoproterozoico, a diversidade dos eucariontes persistiu, mostrando um poder de adaptação acima do esperado. Isso é importante, pois o nosso trabalho de reconstituição de árvore filogenética serve também de base para estudos de reconstrução paleoclimática”, conta.

“Algo inusitado é que todas as amebas Arcellinida desse período eram de água salgada e, atualmente, todas têm a água doce como hábitat. Trata-se de uma mudança comum de acontecer ao longo da história da Terra, mas, no caso dessas amebas, a mudança ocorreu com todas as linhagens. Isso mostra, mais uma vez, a capacidade de adaptação desses seres vivos”, afirma Lahr.

No trabalho, os pesquisadores usaram técnicas inovadoras para a reconstrução da árvore de relações de parentesco (filogenética) das tecamebas (Arcellinida) e, a partir disso, calibraram a árvore da vida, identificando ancestrais de plantas, fungos, algas e animais, por exemplo.

“A base para criar essa reconstituição foram as tecamebas e, a partir desse trabalho, fomos conseguindo visualizar outros seres vivos que antecederiam outros grupos e que também estariam presentes e diversificados naquele período da Terra, há 800 milhões de anos", explica Lahr à Agência FAPESP.

Vale destacar que as tecamebas representam o maior grupo do clado (conjunto de organismos originados de um ancestral comum) Amoebozoa, uma grande linhagem de seres que se locomovem por projeções celulares chamadas pseudópodes. Estudo anterior do grupo da USP permitiu estruturar a árvore molecular das tecamebas (leia mais em: agencia.fapesp.br/29929).

“Com auxílio de matemática probabilística conseguimos determinar a morfologia de tecamebas ancestrais [a partir de dados genéticos de espécies que vivem hoje na Terra] para depois comparar com a morfologia dos fósseis. Neste estudo, identificamos linhagens ancestrais das tecamebas e uma maior diversificação desses organismos no Neoproterozoico”, relata Lahr.

No estudo publicado em PNAS, os cientistas avançaram no entendimento de como era o planeta há 800 milhões de anos a partir do uso dessas linhagens de tecamebas como pontos de calibração para a árvore da vida com plantas, algas, fungos, animais e seus antepassados. A pesquisa recebeu apoio da FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa – Regular e de uma Bolsa de Doutorado.

“A partir dessa ampliação da árvore da vida, foi possível obter descobertas interessantes sobre um período da história do planeta que ainda era muito obscuro. Com a calibração da árvore a partir do estudo filogenético das tecamebas, conseguimos duplicar a quantidade de informação sobre os eucariontes no Neoproterozoico. Nossos dados mostram que é nesse momento que começa a surgir uma diversidade grande de linhagens, uma delas é a dos animais, outra dos fungos e, possivelmente, as plantas”, diz o pesquisador.

Como explica Lahr, o trabalho se baseia em uma técnica inovadora denominada single-cell transcriptomics, que permite sequenciar todo o transcriptoma de uma única célula (ser unicelular). O transcriptoma é a parte do genoma que está sendo expressa e o seu sequenciamento permite que os cientistas retrocedam na linhagem evolutiva, identificando espécies que viveram no passado.

"Antes dessa técnica só era possível obter o transcriptoma de seres vivos unicelulares que vivem em cultura, ou seja, menos de 1% da diversidade dos microrganismos. Foi a partir dessa inovação que fomos conseguindo estruturar a filogenia do grupo das tecamebas como um todo. É um grupo bem diverso e se mostra interessante para iluminar esses períodos da história da Terra, por terem registros fósseis com os quais podemos fazer comparações. Fora isso, na árvore da vida, as amebas estão mais próximas dos animais do que eles estão das plantas, o que nos permitiu fazer calibrações importantes", diz.

O artigo Amoebozoan testate amoebae illuminate the diversity of heterotrophs and the complexity of ecosystems throughout geological time pode ser lido em: www.pnas.org/doi/abs/10.1073/pnas.2319628121.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/ha-800-milhoes-de-anos-planeta-terra-era-mais-diverso-do-que-se-imaginava-aponta-estudo-brasileiro/52419


Quatro esportes aquáticos para praticar em Anguilla

Crédito: Anguilla Tourist Board

 

Curtir uma temporada em uma ilha paradisíaca é o sonho de muitas pessoas, e Anguilla, no Caribe, se destaca como um destino que oferece muito mais do que belas paisagens. Com suas águas cristalinas e calmas, a ilha proporciona um cenário perfeito para a prática de emocionantes esportes aquáticos. Ao explorar essa joia caribenha, os visitantes encontram uma variedade de atividades que transformam qualquer viagem em uma experiência inesquecível. 

 

Entre as opções, há atividades que combinam aventura e relaxamento, permitindo uma imersão na beleza natural e na rica biodiversidade da ilha. Cada esporte oferece uma perspectiva única de Anguilla, garantindo momentos de emoção e descoberta durante toda a estadia. Confira:  

 

Kitesurfing 

Para os aventureiros de plantão, o kitesurfing é uma experiência que não pode ser deixada de lado. Este esporte combina o surfe com a adrenalina de ser puxado por uma pipa, proporcionando uma sensação única de liberdade. Com ventos constantes em diversas praias da ilha, o cenário é perfeito para a prática do kitesurfing. 

 

A ilha conta com uma equipe especializada que oferece equipamentos modernos e seguros, além de cursos para todos os níveis, desde iniciantes até experientes. O curso inicial, Zero To Hero, tem duração de 8 horas e, para aqueles que desejam um aprendizado mais intenso, há a opção de 16 horas, além da possibilidade de fazer aulas individuais, que permitem uma adaptação ao ritmo e às necessidades de cada praticante. Saiba mais informações e reserve sua aula aqui

 

Stand up paddle 

Outra atividade que encanta turistas de todas as idades é o stand up paddle (SUP). Imagine remar sobre uma prancha grande e estável, enquanto explora as águas serenas e transparentes de Anguilla. O SUP é uma atividade que combina exercício físico com a oportunidade de explorar recantos escondidos da ilha, sob a orientação de guias que conhecem profundamente o litoral local. 

 

Para quem nunca praticou o esporte, há aulas com profissionais qualificados que ensinam desde as técnicas básicas até manobras avançadas. Os cursos de stand up paddle são estruturados para atender todos os níveis de habilidade. Iniciantes podem aprender a se equilibrar e remar corretamente, enquanto praticantes mais experientes podem aprimorar suas técnicas e enfrentar desafios mais complexos. Para saber mais informações sobre os cursos, veja aqui.  

 

Para aqueles que não desejam realizar aulas e apenas passear a bordo da prancha o valor sai 125 dólares por pessoa, com uma pequena taxa adicional de 10 dólares para o colete salva-vidas. Confira sobre os passeios no site do Anguilla Water Sports

 

Passeio noturno de caiaque iluminado com fundo de vidro 

O passeio noturno de caiaque iluminado com fundo de vidro é uma experiência que mistura aventura e contemplação. Utilizando caiaques com fundos transparentes e luzes de led que não agridem os animais, os visitantes podem observar a vida marinha enquanto remam pelas águas calmas da ilha. Tartarugas, arraias e corais belíssimos podem ser vistos de perto, tudo sob a orientação de guias experientes que garantem uma experiência segura e enriquecedora. Os passeios, que custam 85 dólares por pessoa para uma hora ou 95 dólares para duas horas, são ajustados para que todos possam apreciar a vista em um ritmo confortável. Confira mais informações no site: https://whatwedoinanguilla.com/quest/glow-kayak/

 

Mergulho com snorkel 

O esporte ideal para quem deseja explorar os recifes de Anguilla. Equipado com uma máscara de mergulho e um snorkel, você pode explorar recifes coloridos e naufrágios repletos de vida marinha. Viagens guiadas de snorkel partem do Scuba Shack de Sandy Ground, levando os participantes ao tranquilo Little Bay Marine Park. Durante cerca de uma hora e meia, é possível nadar entre tartarugas, arraias e uma grande variedade de peixes. As viagens para mergulho, realizadas pelo Schuba Shack, tem o custo de 100 dólares para adultos e 80 dólares para crianças (menores de 12 anos), incluindo todos os equipamentos e bebidas como: água, refrigerantes e cervejas. 

 

Esses esportes aquáticos são maneiras excepcionais de explorar a beleza de Anguilla durante as férias. Seja qual for a escolha, cada atividade oferece uma perspectiva única da ilha. Com uma variedade de opções para todos os níveis de habilidade e idades, Anguilla se destaca como um destino perfeito para os amantes de esportes aquáticos. Planeje sua viagem e descubra tudo o que esse paraíso tem a oferecer!  

Anguilla  

Aninhada no nordeste do Caribe, Anguilla é uma beleza tímida, com um sorriso caloroso. Formada por coral e calcário, coberta de verde, a ilha é brindada com 33 praias de areias brancas e água azul turquesa, consideradas as mais bonitas do mundo pelos viajantes mais experientes e pelas principais revistas de viagens. Uma cena culinária fantástica, uma grande variedade de acomodações de qualidade com preços variados, uma série de atrações e um calendário rico em festivais fazem de Anguilla um destino atraente e fascinante. Anguilla fica fora dos roteiros mais populares do Caribe, por isso, manteve um caráter e apelo encantadores. No entanto, pode ser facilmente acessada via Miami, Porto Rico ou St. Maarten. Romance? Elegância pé na areia? Chique descomplicado? Felicidade sem limites? Anguilla é Beyond Extraordinary (“mais que extraordinária”, em tradução livre). Acesse www.ivisitanguilla.com.

 

Interamerican Network 


Inovação e Tecnologia: como transformar a jornada do visitante nas feiras de negócios

Na era digital, a tecnologia tem revolucionado a maneira como interagimos e nos envolvemos em eventos de negócios. A área de eventos está na vanguarda dessa transformação, utilizando ferramentas inovadoras para aprimorar a experiência dos visitantes e maximizar o valor para os expositores. O mercado tem se reinventado, mudando a maneira como planejamos e executamos feiras de negócios.

Entre as diversas ferramentas utilizadas, a tecnologia tem sido uma verdadeira aliada na análise da jornada dos visitantes. Quando falamos em feiras de negócios, por exemplo, os visitantes são verdadeiros compradores, e cabe a nós, profissionais de marketing, pensar nessa jornada e na experiência de compra.

As câmeras inteligentes são um excelente exemplo deste acompanhamento. Essas câmeras geram um mapa de calor que permite visualizar o trajeto dos visitantes e identificar os locais mais frequentados, como estandes e espaços de interação. Esse mapeamento é fundamental para planejar estrategicamente a disposição das futuras feiras e compartilhar insights valiosos com os expositores.

Além disso, empresas têm adotado câmeras de reconhecimento facial para avaliar o índice de satisfação dos visitantes. Com essa tecnologia, é possível identificar áreas que precisam de melhoria e garantir a melhor experiência possível. Essa abordagem não só aumenta a eficiência do evento, mas também garante que os expositores recebam o máximo retorno sobre seu investimento.

Os aplicativos para celulares também se tornaram verdadeiros aliados dos organizadores de eventos de grande porte. O app oferece aos visitantes acesso a todas as informações sobre a feira, incluindo o mapa com os expositores, a grade de conteúdos diários e as novidades em primeira mão, facilitando a organização da agenda de visitas. Dessa forma, os visitantes conseguem acessar diversos estandes em um único dia, sem precisar consultar mapas físicos.

A introdução do aplicativo reflete o compromisso em manter o público bem informado e engajado. Ele facilita a navegação pelo evento e garante que os visitantes não percam nenhuma oportunidade de networking ou aprendizado. Além disso, o app serve como um canal direto de comunicação, permitindo que os visitantes recebam atualizações e informações relevantes em tempo real.

Falar sobre tecnologia e inovação é também falar sobre acessibilidade e inclusão. Quanto mais tecnológica se torna um evento, mais inclusivo ele pode ser. Recentemente, feiras como a Celebra Show lançaram a primeira sala multissensorial voltada para a inclusão social de pessoas com autismo, TDAH e TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada). A sala ficou aberta a todos que precisassem de um ambiente acolhedor para regular suas emoções, incluindo a interação com cães de assistência.

A sala multissensorial é um espaço especialmente projetado para estimular os sentidos de maneira controlada e terapêutica. Equipado com iluminação controlada, sons relaxantes, texturas variadas, aromaterapia e projeções visuais, o ambiente proporcionou uma experiência sensorial única.

A utilização de tecnologias avançadas em eventos de negócios é um passo significativo para transformar a experiência dos visitantes e proporcionar um ambiente mais interativo e inclusivo. Desde o mapeamento de calor e reconhecimento facial até o lançamento de aplicativos e a criação de salas multissensoriais, a tecnologia está elevando o padrão de excelência em eventos de negócios.

Como gestor em marketing, acredito que a inovação é a chave para o sucesso. Fico feliz em ver novas possibilidades sendo exploradas, criando ambientes tecnológicos e acolhedores para todos.

 

Flávio Pignataro - Formado em Publicidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com pós-graduação em Eventos e certificação internacional em gerenciamento de feiras de negócios. Atualmente é gerente de Marketing da ABCasa, onde lidera as iniciativas de marketing para impulsionar o crescimento e a visibilidade no setor de artigos para casa e decoração, principalmente através das feiras e eventos realizados pela Associação.


Mulheres empreendedoras pagam taxa de juros maior do que homens na tomada de crédito

Estudo do Sebrae constatou que índice médio arcado por donas de negócios ultrapassa 40% ao ano, enquanto para as empresas lideradas por homens é de 36,8%; além disso, elas acessam menos recursos

 

As elevadas taxas de juros praticadas em financiamentos voltados aos pequenos negócios (MEI, micro e pequenas empresas) ficam ainda mais caras quando os tomadores são as mulheres empreendedoras, aponta estudo inédito feito pelo Sebrae Nacional, com base em dados do Banco Central. A partir das operações realizadas no primeiro trimestre deste ano, a pesquisa “O financiamento do empreendedorismo feminino no Brasil: um panorama do mercado de crédito” revelou que, enquanto nos financiamentos contratados pelos donos de pequenos negócios a taxa média foi de 36,8% ao ano, para o público feminino fica em 40,6%.

O recorte por estado traz um cenário ainda mais desigual. No Rio de Janeiro, enquanto a taxa média paga pelos pequenos negócios ficou em 47,96% ao ano, as microempreendedoras individuais (MEI) arcam com um índice de 60,49%. Em Sergipe, o custo assumido por elas é de 58,54% ao ano, contra a média de 36,42% paga pelo conjunto de negócios de pequeno porte. E no Ceará, onde o segmento atua com taxa média de 40,72%, para as microempreendedoras individuais é de 58,42%.

A inadimplência, por sua vez, é praticamente a mesma, considerando as operações de crédito realizadas no primeiro trimestre do ano, entre empresas geridas por homens (7,1%) e os negócios liderados por mulheres (7,6%). Portanto, não se sustenta a especulação de que o empréstimo às mulheres seria uma transação financeira de maior de risco devido a uma falta de compromisso com o pagamento do financiamento.


Mais juros e menos crédito

Além de arcarem com uma taxa de juros maior, as mulheres ficam com uma fatia menor dos recursos que o mercado de crédito disponibiliza para o pequeno negócio. O estudo mostra que as empreendedoras respondem por quase 40% do total de 23,1 milhões de operações realizadas no primeiro trimestre deste ano, mas, em termos de valores, só obtiveram 29,4% dos R$ 109 bilhões de empréstimos destinados ao segmento. Ou seja, o valor do crédito concedido é superior quando se trata de um empreendimento gerido por um homem.

Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae, analisa os dados de forma ampla. “Não estamos diante de aspectos estritamente econômicos. Há componentes estruturais que precisam ser reconhecidos, para o desenho e a implementação de ações, no âmbito público e privado, tais como os próprios papeis de gênero estabelecidos, que tendem a desvalorizar as capacidades empresariais das mulheres, resultando em um preconceito implícito por parte das instituições. Temos ainda questões de cunho socioculturais, incluindo responsabilidades domésticas desproporcionais e falta de apoio institucional, que resultam em menos tempo para dedicar-se ao negócio”, destaca.

Responsável pela realização do estudo, Giovanni Bevilaqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos da Unidade de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, concorda que os números, além de refletir aspectos culturais da sociedade, devem nortear ações que busquem a equidade. “O levantamento e a própria disponibilidade dos dados, até então inéditos no país, de forma pública, devem subsidiar outros estudos, tanto nossos quanto de pesquisadores em geral, para ampliarmos o apoio aos pequenos negócios no Brasil, com redução das desigualdades, inclusive a de gênero”, aponta.

O estudo traz ainda uma análise das modalidades de empréstimo praticadas no mercado que oneram as empreendedoras. O uso de cartão de crédito, em que as donas de negócios são 43,15% do público e tem juros estratosféricos, é recorrente por ser de acesso mais rápido, em geral, para os tomadores. Na abertura de uma conta bancária, cartão de crédito e cheque especial são modalidades muitas vezes já disponibilizadas de forma automática, ao contrário de outras, com condições mais vantajosas, mas que precisam ser solicitadas às instituições financeiras, que, por sua vez, fazem uma análise antes de liberar o empréstimo. Por esse motivo, o Sebrae recomenda a tomada de crédito de forma planejada, oferecendo ferramentas por meio da plataforma Crédito Consciente (https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/acredita).

Margarete Coelho ressalta o programa Sebrae Delas e o recém-lançado Acredita, do governo federal com parceria do Sebrae, que já avalizou mais de R$ 1,2 bilhão em empréstimos em 2024, como caminhos para superar as desvantagens impostas às mulheres pelo mercado de crédito. “Trabalhamos para destinar às empreendedoras mais treinamento financeiro, conhecimento sobre produtos e estratégias de financiamento, além de gestão empresarial de forma geral. As mulheres sofrem múltiplas camadas de discriminação na jornada empreendedora. E no mercado de crédito, que destina pouco e cobra muito delas, não é diferente” afirma.

O Sebrae Delas (https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/empreendedorismofeminino) é uma plataforma para atender as donas de negócios com mentorias, cursos e outras capacitações de Norte a Sul do país. Já para facilitar o acesso dos pequenos negócios ao crédito, em condições adequadas e com planejamento, o Sebrae vem garantindo operações, em parceria com 30 instituições financeiras, por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), como parte do programa Acredita, do governo federal. A instituição oferece ainda o programa Crédito Consciente (https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/acredita), que disponibiliza uma calculadora para os empreendedores fazerem suas análises e tomarem a melhor decisão sobre o empréstimo almejado, além de atendimento mais personalizado.

- Acesse o painel com os dados da pesquisa no DataSebrae: https://datasebrae.com.br/creditoempresas-sexo/

- Planeje a tomada de empréstimo com o apoio da plataforma Crédito Consciente, do Sebrae: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/acredita

 

Confira os principais dados da pesquisa:

(1º tri de 2024)

 

Taxa média de juros ao ano para os pequenos negócios

  • Mulheres: 40,6%
  • Homens: 36,8%

 

Taxa média de inadimplência

  • Mulheres: 7,6%
  • Homens: 7,1%

 

Taxa média de juros ao ano do cartão de crédito

  • Mulheres: 188%
  • Homens: 136,6%

 

Crédito concedido a pequenos negócios: R$ 109 bi

  • Para mulheres: 29%
  • Para homens: 71%

 

Número de operações: 23,1 milhões

  • Por mulheres: 40%
  • Por mulheres: 60%

 

Fonte: Pesquisa “O financiamento do empreendedorismo feminino no Brasil: um panorama do mercado de crédito”, do Sebrae.

 

ISO de inovação: o que muda com a chegada da ISO 56001?

A ISO 56002, também conhecida como ISO de Inovação, já se tornou uma grande aliada das empresas ao redor do mundo que querem inovar de forma estruturada e segura, mantendo seu destaque no mercado. Grandes cases de sucesso no mundo – e aqui no Brasil – já foram construídos com o apoio desta metodologia e, agora, mais uma novidade está a caminho para contribuir ainda mais com o fomento do potencial inovador das empresas: a ISO 56001. Ambas possuem propósitos semelhantes, mas existem diferenças consideráveis entre elas que precisam ser compreendidas antes de se ingressar nessa jornada.

Desenvolvida pela organização não governamental International Organization of Standardization (ISO), a ISO 56002, que foi publicada em 2019, trata-se de uma metodologia de diretrizes para a inovação, a qual, através da aplicação de um diagnóstico, fornece as melhores orientações capazes de alavancar a empresa em seu segmento e potencializar a conquista de resultados cada vez melhores.

Testada e aprovada por mais de 164 países, ela foi adotada por cerca de 600 empresas em todo o mundo e contém uma metodologia flexível e adaptável conforme cada perfil e necessidades, o que permite que cada negócio escolha qual caminho faz mais sentido de acordo com sua realidade e expectativas. Sua certificação não é obrigatória, mas, se desejar, a empresa pode contratar um organismo certificador e passar por uma auditoria de certificação. Quando aprovada, recebe uma certificação via atestado de conformidade.

Do outro lado, a ISO 56001 é uma norma de requisitos no desenvolvimento de um sistema de gestão para a inovação, com previsão de ser oficialmente publicada em setembro de 2024. Por se tratar de uma norma de requisitos, é possível que, no futuro, ela venha a ter a acreditação do Inmetro, que é o órgão máximo de padronizações no Brasil.

Neste caso, o Inmetro irá auditar os organismos certificadores, conferindo ainda mais rigor ao processo. Após essa fase, as certificadoras poderão emitir um certificado via acreditação para as empresas que cumprirem os requisitos na ISO 56001. Para muitos, ter a chancela do Inmetro é um ponto extremamente favorável, uma vez que traz mais segurança e confiabilidade ao processo.

Em termos práticos, não há grandes diferenças entre as duas normas. Enquanto a ISO 56002 possui um viés mais brando, a ISO 56001 traz uma proposta mais rigorosa. A ISO 56002 expressa, claramente, que a inovação pode ser adotada em serviços, produtos, processos, ou na combinação de mais de um desses, sempre levando em consideração que haja a geração de valor ao negócio. Já a ISO 56001 busca fomentar qual a intenção de inovação – ou seja, o que espera realmente conquistar com isso.

Podem parecer conceitos semelhantes, mas a profundidade proposta pela ISO 56001 é muito maior, abrangendo critérios de cultura e engajamento, além de propriedade intelectual com conceitos bem mais estruturados. Afinal, uma marca que busca inovar não precisa almejar apenas lucro, mas também mirar em uma maior satisfação de seus clientes, melhorar a experiência de compra, melhorar a captação de recursos de fomento à inovação ou, até mesmo, aumentar o valor de sua marca. O que vale, aqui, é a intenção por trás desta jornada.

De um lado, temos uma metodologia que traz em seu propósito um discurso de diretriz, orientando os empreendimentos sobre o que mais convém conforme suas metas. Do outro, uma norma mais rigorosa, conduzindo os caminhos a serem seguidos de uma forma mais imperativa, com foco nos resultados.

Essa visão, contudo, não quer dizer que uma é melhor que a outra, uma vez que tanto a ISO 56001 quanto a ISO 56002, são capazes de trazer excelentes resultados às empresas – desde que seu desenvolvimento seja conduzido de forma estruturada, planejada e aberto à ajustes caso necessários. A escolha entre uma e outra só depende do momento e dos objetivos de cada empresa.

O que realmente importa, na prática, é a geração de valor conquistada através deste processo, de forma que haja uma percepção nítida de resultados melhores que agreguem valor ao negócio, seja em termos financeiros, no aumento no número de clientes, redução de gastos ou outros aspectos relevantes.

Afinal, é com a ISO 56002 que as empresas conseguirão abrir seus caminhos nessa jornada e, junto à ISO 56001, pavimentar essa trilha estabelecendo passos mais seguros e concretos na tomada de decisões. O que também não quer dizer que seja necessário adotar primeiro uma e depois a outra.

Com essa diferença desmistificada, fica mais fácil identificar como ambas podem trazer resultados incríveis para o crescimento organizacional, cabendo a cada negócio decidir quais ações fazem mais sentido conforme sua realidade e expectativas. Independentemente da norma escolhida, as empresas que adotarem essa metodologia de inovação, certamente, estarão muito mais preparadas para aproveitar oportunidades em seus mercados de atuação. 



Alexandre Pierro - mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.


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