A ISO 56002, também conhecida como ISO de Inovação, já se tornou uma grande aliada das empresas ao redor do mundo que querem inovar de forma estruturada e segura, mantendo seu destaque no mercado. Grandes cases de sucesso no mundo – e aqui no Brasil – já foram construídos com o apoio desta metodologia e, agora, mais uma novidade está a caminho para contribuir ainda mais com o fomento do potencial inovador das empresas: a ISO 56001. Ambas possuem propósitos semelhantes, mas existem diferenças consideráveis entre elas que precisam ser compreendidas antes de se ingressar nessa jornada.
Desenvolvida pela organização não governamental
International Organization of Standardization (ISO), a ISO 56002, que foi
publicada em 2019, trata-se de uma metodologia de diretrizes para a inovação, a
qual, através da aplicação de um diagnóstico, fornece as melhores orientações
capazes de alavancar a empresa em seu segmento e potencializar a conquista de
resultados cada vez melhores.
Testada e aprovada por mais de 164 países, ela foi
adotada por cerca de 600 empresas em todo o mundo e contém uma metodologia
flexível e adaptável conforme cada perfil e necessidades, o que permite que
cada negócio escolha qual caminho faz mais sentido de acordo com sua realidade
e expectativas. Sua certificação não é obrigatória, mas, se desejar, a empresa
pode contratar um organismo certificador e passar por uma auditoria de
certificação. Quando aprovada, recebe uma certificação via atestado de
conformidade.
Do outro lado, a ISO 56001 é uma norma de
requisitos no desenvolvimento de um sistema de gestão para a inovação, com
previsão de ser oficialmente publicada em setembro de 2024. Por se tratar de
uma norma de requisitos, é possível que, no futuro, ela venha a ter a
acreditação do Inmetro, que é o órgão máximo de padronizações no Brasil.
Neste caso, o Inmetro irá auditar os organismos
certificadores, conferindo ainda mais rigor ao processo. Após essa fase, as
certificadoras poderão emitir um certificado via acreditação para as empresas
que cumprirem os requisitos na ISO 56001. Para muitos, ter a chancela do
Inmetro é um ponto extremamente favorável, uma vez que traz mais segurança e
confiabilidade ao processo.
Em termos práticos, não há grandes diferenças entre
as duas normas. Enquanto a ISO 56002 possui um viés mais brando, a ISO 56001
traz uma proposta mais rigorosa. A ISO 56002 expressa, claramente, que a
inovação pode ser adotada em serviços, produtos, processos, ou na combinação de
mais de um desses, sempre levando em consideração que haja a geração de valor
ao negócio. Já a ISO 56001 busca fomentar qual a intenção de inovação – ou
seja, o que espera realmente conquistar com isso.
Podem parecer conceitos semelhantes, mas a
profundidade proposta pela ISO 56001 é muito maior, abrangendo critérios de
cultura e engajamento, além de propriedade intelectual com conceitos bem mais
estruturados. Afinal, uma marca que busca inovar não precisa almejar apenas
lucro, mas também mirar em uma maior satisfação de seus clientes, melhorar a
experiência de compra, melhorar a captação de recursos de fomento à inovação
ou, até mesmo, aumentar o valor de sua marca. O que vale, aqui, é a intenção
por trás desta jornada.
De um lado, temos uma metodologia que traz em seu
propósito um discurso de diretriz, orientando os empreendimentos sobre o que
mais convém conforme suas metas. Do outro, uma norma mais rigorosa, conduzindo
os caminhos a serem seguidos de uma forma mais imperativa, com foco nos resultados.
Essa visão, contudo, não quer dizer que uma é
melhor que a outra, uma vez que tanto a ISO 56001 quanto a ISO 56002, são
capazes de trazer excelentes resultados às empresas – desde que seu
desenvolvimento seja conduzido de forma estruturada, planejada e aberto à
ajustes caso necessários. A escolha entre uma e outra só depende do momento e
dos objetivos de cada empresa.
O que realmente importa, na prática, é a geração de
valor conquistada através deste processo, de forma que haja uma percepção nítida
de resultados melhores que agreguem valor ao negócio, seja em termos
financeiros, no aumento no número de clientes, redução de gastos ou outros
aspectos relevantes.
Afinal, é com a ISO 56002 que as empresas
conseguirão abrir seus caminhos nessa jornada e, junto à ISO 56001, pavimentar
essa trilha estabelecendo passos mais seguros e concretos na tomada de
decisões. O que também não quer dizer que seja necessário adotar primeiro uma e
depois a outra.
Com essa diferença desmistificada, fica mais fácil identificar como ambas podem trazer resultados incríveis para o crescimento organizacional, cabendo a cada negócio decidir quais ações fazem mais sentido conforme sua realidade e expectativas. Independentemente da norma escolhida, as empresas que adotarem essa metodologia de inovação, certamente, estarão muito mais preparadas para aproveitar oportunidades em seus mercados de atuação.
Alexandre Pierro - mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.
ISO de inovação
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