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segunda-feira, 8 de julho de 2024

Férias de Julho: pesquisa aponta que 61% dos viajantes pretendem gastar até R$ 2 mil

A educadora financeira Aline Soaper orienta como aproveitar as férias gastando pouco  

 

Com a chegada do mês de julho inicia o período de férias escolares e viagens para muitas famílias. Porém, devido à alta temporada, há uma grande concorrência por voos, hospedagens e locais turísticos, com o aumento da demanda, consequentemente o preço também sobe. Recente pesquisa do Serasa Comportamento em parceria com o Instituto Opinion Box, mostra que para quem tem filhos, viajar está nos planos de 61% das pessoas e pretendem gastar até R$ 2 mil. A educadora financeira, Aline Soaper, orienta que é preciso planejamento e buscar as melhores estratégias para economizar nas férias. 

“Para quem já está com viagem agendada vale a pena reavaliar o planejamento dos passeios, restaurantes e compras para ficar dentro do orçamento. O ideal é planejar as férias da família com seis meses de antecedência, com isso, também é possível conseguir as melhores promoções em passagens áreas, por exemplo”, comenta a educadora financeira, que já impactou mais de 10 mil alunos em mais de 20 países. 

O levantamento do Serasa Comportamento também revela que 70% se programaram financeiramente para viajar, 25% dizem que vão parcelar os gastos e 32% vão usar o salário mensal. Já 12% entendem que férias são prioridade e, por isso, vale a pena se endividar para viajar. Para minimizar os impactos no orçamento, Aline Soaper destaca cinco dicas de como diminuir os custos da viagem de férias. Confira!
 

1 - Planejar com antecedência  

“De 6 a 3 meses antes da viagem, comece a preparação. Reserve dinheiro, escolha melhor forma de transporte e hospedagem para reduzir gastos”, orienta a especialista.
 

2. Faça a viagem caber no orçamento 

“Defina um valor total para gastar e encaixe a viagem nesse valor. Busque alternativas mais acessíveis para hospedagem”, comenta a educadora financeira.
 

3. Economize na alimentação 

“Prefira hospedagem que tenha recursos para você preparar a própria alimentação. Assim você pode gastar menos com restaurantes”, diz Soaper.
 

4. Reduza gastos com hospedagem

“Dividir o valor da hospedagem com os amigos pode ser uma boa opção para reduzir os gastos”, comenta a especialista.
 

5. Faça uma lista de passeios gratuitos  

“Os passeios gratuitos são uma boa alternativa para economizar com os ingressos e se divertir”, conclui Aline Soaper.




Aline Soaper - Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal, é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área.
alinesoaper
www.facebook.com/alinesoaper


Turismo: alta do dólar pode pressionar preços e dificultar viagens domésticas

Faturamento do setor acumula alta de 2,6% no ano, mas impactos das incertezas fiscais no longo prazo preocupam, avalia FecomercioSP

 
Apesar do recuo nos últimos dias, a alta do dólar, que atingiu o seu maior patamar em dois anos e meio, pode afetar a indústria da aviação e trazer consequências negativas para o turismo doméstico. Atualmente, cerca de 60% dos custos das companhias aéreas — envolvendo gastos com combustível, aluguel e manutenção — estão atrelados à moeda. Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), essa elevação poderá pressionar os preços internos e dificultar as viagens dentro do País.
 
Embora não haja sinais dessa tendência no curto prazo — e seja verdade que a valorização do dólar também torne os destinos internacionais menos atrativos, favorecendo o deslocamento regional —, passagens aéreas mais caras causariam impactos significativos para o Turismo em geral, sobretudo o corporativo. O público dessa modalidade  tem como característica a necessidade de realização de viagens para participar de eventos e feiras de negócios, ou visitas a clientes e filiais, pelo território nacional. Por outro lado, contribui para o mercado de turismo de proximidade (para destinos de curta e média distâncias), por meio da locação de veículos, de ônibus ou do próprio carro.
 
A taxa de juros norte-americana, que permanece em patamar elevado, tem gerado uma depreciação global das moedas, não sendo um movimento exclusivo no Brasil. No entanto, a moeda brasileira é uma das mais desvalorizadas nos últimos meses, o que mostra a necessidade de olhar para os desafios internos, sobretudo para a política fiscal e o equilíbrio das contas públicas. Diante da falta de perspectiva sobre os gastos do governo e com a taxa de juros dos Estados Unidos permanecendo como está, a tendência é que o dólar, pelo menos até o fim do ano, continue pressionado. Nesse cenário, consumidores e empresários precisam agir de forma estratégica no período, avaliando demandas e público.
 
O levantamento que avalia o Faturamento do Turismo Nacional, elaborado mensalmente pela FecomercioSP, apontou que, em abril, o setor faturou R$ 15,7 bilhões, registrando uma alta de 4,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. O segmento com maior faturamento no mês foi justamente o de transporte aéreo, com R$ 3,73 bilhões e alta anual de 3,7%. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de passageiros por quilômetros transportados foi o maior desde 2015.
 
A oferta de assentos por quilômetro também cresceu, segundo a Anac, apontando o maior nível desde 2012. Foi um movimento importante de recuperação da oferta aérea, reduzindo a pressão sobre os preços das passagens, que, agora, podem encarecer novamente pela disparada do dólar. Uma ponderação relevante é que a inflação do setor vem demonstrando uma trégua em relação ao ano passado. Isso torna o volume de turistas que estão viajando de avião, hospedando-se em hotéis e alugando carros mais relevante, para o faturamento geral, do que os valores despendidos nas atividades turísticas.
 
Para se ter uma ideia, a inflação do Turismo, calculada pela FecomercioSP com base nas informações do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,7%, no acumulado dos últimos 12 meses (até abril). Há um ano, essa variação era de 21,5%. Em maio, houve elevação média nos preços de 1,45% [tabela 1], e o acumulado subiu para 8,4%, ainda num nível razoável diante do registrado nos últimos dois anos.
 

[Tabela 1]
INFLAÇÃO DO TURISMO
Maio de 2024



Faturamento do Turismo nacional por segmentos


O setor de locação de meios de transportes, com crescimento anual de 11,9% e faturamento de R$ 2,2 bilhões, foi o que mais se destacou positivamente, em abril, em termos de variação. No ano, a alta acumulada é de 12,3%. Também apresentaram variações importantes as atividades relacionadas a alojamento (9,6%); alimentação (3,3%); atividades culturais, recreativas e esportivas (5,6%); e agências, operadoras e outros serviços (4,4%), além de outros tipos de transporte aquaviário (5,1%).
 
Apenas o transporte rodoviário apontou retração no mês, caindo 1,2% e acumulando perda de 9,6%, nos quatro primeiros meses do ano. Esse desempenho está relacionado à base de comparação, já que, em 2022, o setor cresceu 30%. Um dólar mais caro deve favorecer os deslocamentos regionais nos próximos meses, uma vez que que os preços de viagens mais longas, como as de avião, podem ficar mais elevados.
 

[TABELA 2]
FATURAMENTO DO TURISMO NACIONAL POR SERVIÇOS PRESTADOS
Abril de 2024


Amazonas e Espírito Santo lideram altas

Os Estados do Amazonas e do Espírito Santo foram os principais destaques do mês na avaliação regional, obtendo variações de 13,9% e 13,4%, respectivamente. Na sequência, vieram Maranhão (12%), Sergipe (10,6%) e Santa Catarina (9%). São Paulo, que tem grande relevância para o faturamento do setor, voltou a crescer após uma sequência negativa, avançando 4,7% no contraponto anual.
 
Por outro lado, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul sofreram quedas respectivas 10,2%, 5%  e  2,9%. No último caso, o estudo ainda não captou os efeitos das chuvas do início de maio, que causaram imensos impactos sociais e econômicos para a região. O Estado gaúcho, que conta com uma participação próxima a 6% no faturamento nacional, foi afetado na sua plenitude, com o fechamento do aeroporto e dificuldade de acesso às principais cidades turísticas, como Gramado.
 
 

[Tabela 3]
FATURAMENTO DO TURISMO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO
Abril de 2024

 


Nota metodológica

O estudo se baseia nas informações da Pesquisa Anual de Serviços, mediante dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os valores são corrigidos mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o Turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do setor no total.
 
Em relação aos dados regionais, a base continua sendo a PAS, mas foi adotado um procedimento estatístico distinto, de uso da proporcionalidade nacional, para encontrar a receita das atividades nos Estados e, na sequência, uma estimativa setorial para se chegar na receita operacional líquida. Embora foram feitas estimativas segmentadas, a divulgação ficará restrita ao total, pois o objetivo é obter uma dimensão geral do setor e acompanhar o desempenho mensal. A correção monetária é feita pelo IPCA, e não pelo índice específico, tal como ocorre no volume de serviços, no IBGE.
 
O total do faturamento das Unidades Federativas (UFs) não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, por não contabilizar o setor aéreo. Pelo fato de não haver clareza sobre como o instituto trabalha o dado de transporte aéreo de passageiro, optou-se por não usar neste momento. Quando houver uma indicação mais clara, haverá, certamente, uma atualização.
 

 
FecomercioSP
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Pontos positivos e negativos do novo Marco dos Seguros

O advogado especialista em Direito Securitário e sócio do escritório Agrifoflio Vianna, Dr. Lúcio Roca Bragança, faz uma análise minuciosa e didática sobre o PLC 29/2017

 

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou em junho o projeto de lei que consolida e atualiza normas para o mercado de seguro privado no país. Conhecida como Marco dos Seguros, a proposta (PLC 29/2017) tem o objetivo de modernizar e aprimorar as regras de contratos de seguros, para conferir mais segurança jurídica às transações. O texto segue agora para a análise do Plenário.

 

De acordo com o advogado especialista em Direito do Seguro e sócio do escritório Agrifoglio Vianna, Lúcio Roca Bragança, o Marco de Seguros pretende disciplinar integralmente a contratação de seguros privados no Brasil. “Tudo o que concerne ao contrato de seguros estará normatizado nesta Lei, que revogará integralmente o capítulo que trata do seguro no Código Civil. Todas as disposições pré-contratuais, bem como o controle de conteúdo do contrato, o que pode ter, o que não pode e, ainda, a eficácia pós-contratual estarão disciplinadas em uma única norma. Há ainda algumas disposições relativas ao contrato de resseguro”, explica. “Por outro lado, aquilo que diz respeito à atuação da SUSEP e ao controle administrativo permanece tendo no Decreto-Lei 73/66 a sua principal fonte legislativa”, observa.

 

Mesmo modernizada, a nova redação ainda não favorece tanto a aproximação do público com o setor. Na visão do Dr. Lúcio Roca Bragança, por mais que se queira simplificar a linguagem legislativa e facilitar a sua compreensão pelo público leigo, o contrato de seguro não deixa de ser um contrato complexo. “O setor de seguros ainda tem muito a se aprimorar na redação das cláusulas e o projeto de lei por si só, não irá resolver isso”, analisa. “Hoje em dia, com uma maior flexibilidade na redação do clausulado, há a tendência de uma maior variedade de produtos e serviços e, quando a oferta é muito grande, pode ficar mais difícil de encontrar a cobertura que atende as reais necessidade do consumidor. Isso para não falar na compreensão de termos técnicos e necessidade de interpretação harmônica quando o contrato dispõe de condições gerais, especiais e particulares”.

 

Neste cenário, o corretor de seguros continua sendo uma peça-chave. “Diria que o corretor é ainda uma figura essencial para garantir que os interesses do consumidor sejam atendidos e a cobertura contratada seja a efetivamente aquela que se busca”, frisa.


 

Maior segurança jurídica ao consumidor


Algumas medidas são previstas no Marco dos Seguros para garantir mais segurança jurídica ao consumidor. “O projeto de lei busca disciplinar algumas situações que não fazem parte do texto legislativo atual, mas encontram-se já consolidadas pela jurisprudência”, explica o advogado especialista. “Por exemplo, o Código Civil atual possui uma disposição segundo a qual as obrigações com dia certo de vencimento acarretam a mora a partir do seu inadimplemento. Outra disposição, específica do contrato de seguro, determina que o segurado em mora não terá direito à cobertura. Com base nestes dois artigos, se poderia muito bem concluir que o segurado que não pagar no dia e tiver sinistro não receberá a cobertura. Mas os tribunais vieram a criar uma obrigação para a seguradora que não está na lei, qual seja: a seguradora não poderá negar um sinistro por mora se não notificar antes o segurado”, pontua.

“No Marco de Seguros proposto, esta situação está expressamente prevista no mesmo sentido da jurisprudência majoritária atual, ou seja, o consumidor tem muito mais segurança de que o entendimento não pode variar conforme o órgão judicial que apreciar o caso, já que agora se tratará de determinação legal. E assim há diversas outras normas que buscam proteger aos segurados, como referentes ao agravamento de risco, prescrição, vinculação obrigatória da defesa judicial ao motivo que ensejou a negativa de sinistro etc”, esclarece.

 


Regulamentação do resseguro e retrocessão


De acordo com Dr. Lúcio Roca Bragança, o tema resseguro, por sua própria natureza, é um tema internacional. Os grandes sinistros, as catástrofes, os desastres naturais, não têm condições de serem absorvidos por uma única seguradora, ou mesmo por uma única resseguradora. É preciso que o risco seja pulverizado no mercado internacional para que a sua cobertura seja viável. “Nessa teia de relações, prevalecem os usos e os costumes internacionais, juntamente com o próprio teor dos contratos. Em nenhum lugar civilizado, se disciplina legalmente o contrato de resseguro, pois se trata de relação entre iguais: seguradora e resseguradora, que têm plena capacidade de se entender entre si sem necessidade de intervenção do Estado. Por isso, a disciplina dada pelo Marco de Seguros ao resseguro só pode significar um ambiente menos favorável aos negócios com um aumento do preço, que, em última análise será repassada ao público brasileiro”, vê como ponto negativo.

 

“Veja-se, por exemplo, a norma que determina o aceite tácito da proposta de resseguro em caso de ausência de recusa expressa no prazo de 20 dias. É crível a contratação, digamos, de resseguro para uma frota de aviões através da mera omissão em responder?”, justifica.

 


Projeto polêmico


Entre os profissionais do setor de seguros, há uma diversidade de opiniões sobre os pontos negativos e positivos da proposta. “Conversei com José Eduardo Cardozo, deputado federal que propôs o projeto original, e ele me passou a perspectiva de que foi uma atuação preventiva para evitar que um texto mais nocivo viesse a ser aprovado”, comenta Dr. Lúcio Roca Bragança.

 

De toda forma, o advogado especialista analisa alguns dados objetivos:

 

“Todo investimento privado demanda segurança. Quem irá investir sem perspectiva de ter um retorno? E, naturalmente, quanto maior o risco, maior o retorno exigido. Ora, quando é publicada uma nova lei, ela ganha personalidade própria, se torna independente de quem a propôs (comissão de juristas) e mesmo de quem a aprovou (Congresso Nacional). Isso significa dizer que ninguém pode prever exatamente como será interpretada, ainda mais quando se trata de uma lei tão completa e com tantas disposições inovadoras como é o Marco de Seguros”.

 

Por essa análise, ele considera inevitável que venha um ambiente de insegurança jurídica. “Usualmente se diz leva-se 10 anos para a jurisprudência estabilizar a interpretação de uma lei, mas a verdade é que pode levar muito mais. O nosso Código Civil atual, por exemplo, está em vigor desde 2002, mas Superior Tribunal de Justiça só veio a disciplinar o dever de informação do Estipulante no Seguro em Grupo em 2023, ou seja, foram necessários 20 anos. Durante 20 anos não se sabia ao certo no Brasil se o dever de informação ao consumidor era da seguradora ou do estipulante! E assim há diversos outros casos, como a cobertura de IFPD, que somente foi considerada válida por precedente vinculante em novembro de 2021, ou seja, mais de 15 anos depois de sua instituição pela Circular 302/2005”, aponta.

 

Portanto, em sua visão, a perspectiva é de que essa incerteza jurídica venha a ser precificada, juntamente com os custos de adequação dos contratos, treinamento, impacto do resseguro, coberturas mais extensivas, entre outros. “Ou seja, a perspectiva é de aumento dos preços em um primeiro momento”, prevê. 

 

Feedbacks contínuos: a importância do diálogo nas organizações

 

Novas práticas para avaliar o desempenho surgem a cada dia no mercado com o objetivo de aprimorar o relacionamento entre os líderes, gestores e colaboradores. Dentre essas práticas, estão os feedbacks contínuos em detrimento dos feedbacks anuais, o que pode ser muito mais funcional do que se imagina.

No entanto, sabemos que essa prática não é muito comum ainda em muitas companhias, que são adeptas ao feedback uma vez por ano, o que não considero suficiente. Consegue imaginar o líder chegando para você e falando assim: “lembra em fevereiro do ano passado (você está em março do ano seguinte) quando você fez tal coisa e aconteceu aquilo? Então…”. Quem vai lembrar?! Pois é, e continuamos fazendo isso.

Para conseguirmos uma promoção bem mais eficiente dessa mudança cultural dentro das empresas é necessário estimular a proximidade, a empatia e a colaboração entre todos os envolvidos. E convenhamos que não dá para esperar resultados diferentes se continuarmos agindo da mesma maneira.

Por isso, os feedbacks contínuos contribuem diretamente para o reconhecimento do trabalho de cada envolvido, dando a cada profissional a oportunidade de ajustar seus comportamentos e atitudes em um curto espaço de tempo, o que pode ser bastante útil para evitar que os problemas virem uma enorme bola de neve.

Além disso, esse estilo de feedbacks está alinhado aos princípios da gestão por OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados) -, onde os ajustes nas metas são feitos ao longo da jornada, geralmente a cada três meses, variando conforme a necessidade de cada empresa/equipe.

O feedback contínuo é uma das ferramentas que, se bem aplicada e com constância, vai melhorar sensivelmente as relações de trabalho, principalmente nas empresas que são mais tradicionais, pois são justamente as que mais necessitam destravar o diálogo entre os colaboradores, líderes e gestores.

Todos devem estar cientes de qual a direção que a empresa está tomando e mais do que isso, é essencial que o colaborador saiba o que precisa ser feito do ponto de vista dele, além do de negócio e o que ele precisa mudar, além dos processos, para ajudar a sua organização a atingir os objetivos de curto prazo, conseguindo chegar ao resultados que foram traçados na estratégia estabelecida.

Chegamos em um ponto em que não dá para esperar um ano para isso, aliás, faz tempo que isso caducou. É preciso que haja uma recorrência, para que possa existir um desenvolvimento e uma evolução na velocidade em que o negócio está mudando. Afinal, o exercício de pontuar as ações dos colaboradores em prol de um ambiente de trabalho mais saudável e aberto a ouvir, promove o bem-estar de todos.

 

Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/


Competências comportamentais são destaque no mercado de trabalho


O modelo atual de trabalho vem se transformando à medida que surgem novas formas de colaboração. A pandemia desencadeou uma revolução no modo como  empresas e talentos se relacionam, impulsionando a Economia Open Talent (ou economia aberta de talentos), onde empresas contam com profissionais qualificados externos, fora de suas estruturas tradicionais. 

De acordo com o Google Trends - em relatório feito em 2024 sobre o papel do freelancer -, as pesquisas pelo termo “trabalho” aumentaram em mais de 2.438 por cento desde 2020. Isso reflete cada vez mais a necessidade de adaptação tanto dos profissionais quanto das empresas a estes novos cenários.

Nesse mesmo contexto, as soft skills, ou habilidades comportamentais - conjunto de habilidades mais ligadas ao perfil comportamental do profissional do que à sua formação acadêmica , são cruciais. Competências como comunicação eficaz, adaptabilidade, empatia e capacidade de resolver problemas são agora vistas como indispensáveis. Elas não só facilitam a integração e colaboração em equipes diversificadas e distribuídas, mas também impulsionam a inovação e a produtividade. 

Este é um tema que vem ganhando bastante destaque nos últimos anos, que reflete as mudanças que vêm ocorrendo no mundo do trabalho e na forma como as pessoas se relacionam profissionalmente. Estamos diante de uma mudança de paradigma. Nove em cada dez profissionais são contratados com base em suas qualificações técnicas (hard skills), mas acabam sendo demitidos por causa de seus comportamentos (soft skills). Esse dado é da pesquisa “Aprendizagem Corporativa para Construção de Futuros”, conduzida pela ODDDA (O Dia Depois De Amanhã) em colaboração com a Fundação Dom Cabral, que entrevistou gestores de RH de várias empresas.

Os resultados dessa pesquisa revelam que a capacidade de trabalhar em equipe e a  adaptabilidade são as duas características mais valorizadas para o profissional do futuro. Na sequência aparecem: orientação para resultados; domínio para tecnologias existentes e relacionamento pessoal. Note que dentre essas características, quatro são comportamentais. A pesquisa também revelou que 70% da demanda por qualificação se concentra em soft skills.

O profissional também está nessa mesma direção. Se antes salário era o que determinava sua decisão para ingressar em uma companhia, hoje o cenário é outro. Cada vez mais,  a capacidade de trabalhar independentemente do horário e localização vem sendo crucial e o número de pessoas que atuam dentro do formato Open Talent vem constantemente aumentando há anos.


Criando habilidades comportamentais: um processo contínuo e consciente 

É preciso começar por uma autoavaliação honesta para identificar pontos fortes e os que precisam de melhorias. Pedir feedback de colegas, mentores e familiares também é crucial para entender como suas habilidades são percebidas pelos outros. Além disso, buscar aprendizagem contínua é fundamental, como orientações profissionais e estratégias personalizadas e específicas para o desenvolvimento pessoal. Auto reflexão e ajustes com base nas experiências vividas também são igualmente importantes para consolidar aprendizados e identificar áreas de oportunidade de afinidade e crescimento. 

A autoavaliação tem que ser honesta e deve priorizar as habilidades que precisamos desenvolver com mais dedicação para alcançar nossos objetivos pessoais e profissionais. Numa era de automatização de processos, a IA possibilita diversas vantagens e facilidades, mas ainda não é capaz de substituir a sensibilidade e a originalidade humana. Por isso, é preciso estar atento e disposto a ouvir.

 

Karina Rehavia - fundadora e CEO da Ollo e da Social Talent, empreendedora e líder empresarial, com mais de 20 anos de carreira contribuindo para o desenvolvimento e crescimento de iniciativas empresariais de organizações nas áreas de desenvolvimento de negócios internacionais e gestão e liderança de projetos de grande escala. Além do Brasil, já atuou profissionalmente nos EUA, Inglaterra, China e Emirados Árabes Unidos.

Com a volta da bandeira amarela em julho, valor cobrado no consumo de energia será maio

Segundo especialista, o mercado livre de energia no Brasil não será afetado pela mudança. 

 

Por conta da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano, junto com o aumento de temperatura e maior consumo de energia, a bandeira amarela volta ao sistema de tarifas do consumo de energia elétrica após 26 meses. Esta alteração significa que a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos, terá um aumento de R$1,885 no valor cobrado. 

No entanto, esse cenário não atinge o mercado livre de energia no Brasil. Como explica Uberto Sprung Neto, CEO da Spirit Energia, empresa que atua na assessoria de contratos para esse mercado, a comercialização de energia é feita de maneira livre, ou seja, não será afetada pela bandeira amarela. “Por se tratar de uma aquisição diretamente com as instituições geradoras de energia, o mercado livre não sofre este acréscimo no valor cobrado”.

Além disso, o mercado livre, para as empresas, apresenta alguns fatores favoráveis frente ao mercado regulado e as mudanças de bandeiras tarifárias. “Essa flexibilidade é essencial para nossos clientes. Ao optar por este modelo de negócio, é possível estabilizar os custos de energia, protegendo-se contra as oscilações tarifárias e, muitas vezes, obtendo condições mais favoráveis. A possibilidade de escolher seus fornecedores também permite que as empresas priorizem fontes de energia renováveis, alinhando-se a práticas mais sustentáveis e responsáveis”, detalha Sprung.

Portanto, apenas os consumidores do mercado regulado de energia terão os custos gerados pela bandeira amarela. Em Santa Catarina, a distribuidora do setor é a Celesc, ou seja, os clientes da empresa catarinense devem pagar R$1,885 a cada 100kWh.


Bandeiras tarifárias no Brasil

A mudança de bandeira foi anunciada pelo Governo Federal por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que alega que esse panorama climático irá fazer com que as termelétricas, com energia mais cara que as hidrelétricas, passem a operar mais. 

A orientação da Aneel é que os consumidores do mercado regulado utilizem a energia de forma consciente e evitem desperdícios, pois para preservar recursos naturais é fundamental que exista a economia de energia. 

Desde abril de 2022, a bandeira que estava em vigência em todo o país era a verde, na qual não possui custo adicional, e promove a redução dos custos das empresas e segurança para o orçamento das famílias. 

Outra modalidade que existe no sistema tarifário é a bandeira vermelha. Ela é divida em dois patamares, sendo que a primeira possui acréscimo de R$4,463 a cada 100 kWh consumido, e a segunda de R$7,877 a cada 100 kWh consumido.

 

Gol, Corsa e HB20 são os veículos mais visados por criminosos

Levantamento da Ituran Brasil aponta que roubo de carro caiu 6% na região metropolitana de São Paulo; a capital paulista ainda lidera no número de casos

 

O roubo e furto de carros de passeio e utilitários caiu 6,8% nos quatro primeiros meses de 2024 na região metropolitana de São Paulo. Segundo dados da Ituran Brasil, autotech líder em monitoramento veicular, com base nas informações da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados 20.102 casos de janeiro a abril do ano passado, enquanto, no mesmo período deste ano, foram 18.721 ocorrências.

 

Apesar da queda, a cidade de São Paulo continua sendo a região com o maior número de casos. O levantamento apontou que, desde abril, foram registrados 11.952 casos na capital paulista, uma diminuição mínima de 0,9% em comparação com as 12.068 ocorrências de 2023. Dentro da cidade, a Zona Leste se destaca pela alta proporção de casos. A região de Itaquera lidera o ranking com 338 casos, um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ipiranga apresentou um aumento de 18%, enquanto o Tatuapé teve um aumento de 12%.

 

Outras cidades da região metropolitana também apresentaram variações significativas. Em Guarulhos, houve um aumento de 16% no número de ocorrências de roubo, passando de 932 casos em 2023 para 1.090 em 2024. Em contrapartida, outras cidades mostraram quedas notáveis: Santo André teve uma redução de 22%, São Bernardo do Campo uma queda de 15%, e Osasco uma diminuição de 23%.

 

Fernando Correia, gerente de operações da Ituran, afirma que a maioria desses casos são decorrentes de furtos, onde não há ameaça direta, e o veículo é levado sem o motorista perceber. “Observamos que cerca de 79% dos casos são predominantemente furtos. Esses incidentes geralmente ocorrem durante a manhã ou à tarde, quando as pessoas costumam estacionar seus carros por longos períodos em locais de pouca movimentação. A melhor forma de prevenção é estacionar em lugares seguros e priorizar o uso de dispositivos de segurança e rastreamento”, destaca Correia.

 

No ranking dos modelos mais visados, Gol e Corsa continuam entre os favoritos, embora tenha havido uma redução nos casos, enquanto o HB20 se mantém como um dos veículos mais visados. O Gol, em uma análise geral, teve uma redução de 13% no número de ocorrências, especialmente na capital. Esse modelo tem sido alvo preferido para furtos há anos. O Corsa apresentou uma redução de 4% nas ocorrências, considerando o acumulado da capital e região metropolitana.

 

No entanto, o modelo HB20 mostrou um aumento de 6,5% na capital e região metropolitana. “Apenas na cidade de São Paulo foram registradas 700 ocorrências em 2024, comparadas a 535 em 2023, um aumento de 31,2% só na capital. Outro destaque é o modelo Fiat Strada, que entrou no ranking com um aumento de 74% de ocorrências para esse modelo apenas na Cidade de SP (capital). A tendência é que esse modelo fique em destaque nos próximos meses para reposição de peças, pois em maio foi o veículo mais vendido em 2024”, finaliza Correia.

 


Presença de bactéria no solo torna flores mais atrativas para polinizadores, aponta estud

Fêmeas de mamangava visitando uma flor de chamaecrista
no campo. Inseto vibra as partes internas da flor para
extrair os grãos de pólen ricos em proteínas, que são levados
para suas larvas no ninho
(
foto: Anselmo Nogueira)

Experimentos feitos na UFABC mostram que microrganismo essencial para a fixação de nitrogênio exerce papel fundamental na reprodução de leguminosa nativa do Brasil

 

Uma bactéria que vive no solo e é conhecida por fixar nitrogênio quando associada às raízes de algumas plantas influencia de forma decisiva a capacidade de reprodução de uma espécie nativa de leguminosa chamada chamaecrista (Chamaecrista latistipula). Isso porque a presença do microrganismo no solo aumenta a atratividade das flores para os polinizadores, como revela estudo publicado esta semana no American Journal of Botany.

Essa relação entre microrganismos, plantas e animais é conhecida como mutualismo. Os mutualismos são interações entre indivíduos de diferentes espécies em que todas as partes saem ganhando, obtendo nutrientes ou se reproduzindo com a ajuda um do outro.

É o que acontece com a chamaecrista, uma leguminosa nativa do Brasil que vive em solos naturalmente pobres em nutrientes e que depende de um tipo específico de polinizador para poder se reproduzir.

“Um dos mutualismos importantes nessa espécie de planta é com as bactérias fixadoras de nitrogênio na raiz, que aumentam a disponibilidade desse nutriente para as plantas em troca de açúcares, que servem como alimento para os microrganismos”, conta Anselmo Nogueira, professor do Centro de Ciências Naturais e Humanas da Universidade Federal do ABC (CCNH-UFABC), em São Bernardo do Campo.

“Há outro mutualismo entre essas plantas e um tipo específico de polinizador. O pólen da chamaecrista fica encapsulado numa parte das flores e só é liberado por vibração, quando a flor é chacoalhada principalmente por fêmeas de algumas espécies de mamangava do gênero Bombus”, completa.

Experimentos realizados no Laboratório de Interações Planta-Animal, coordenado por Nogueira, mostraram que a presença dessas bactérias principalmente em solos pobres em nutrientes é fundamental para que as flores sejam atrativas para as mamangavas.

“Observamos ainda um efeito drástico, que não esperávamos. Como a associação das plantas com as bactérias é muito custosa para a planta, supomos que, num solo rico em nitrogênio, as plantas simplesmente aproveitariam o nutriente diretamente do solo. Nos nossos experimentos, porém, solos ricos em nutrientes não produziram plantas saudáveis, com flores atrativas”, explica Caroline Souza, primeira autora do estudo apoiado por bolsa de treinamento técnico da FAPESP.

O trabalho integra o projeto “Efeitos sinérgicos de múltiplos mutualistas nas plantas: como bactérias, formigas e abelhas contribuem para a evolução de um grupo de leguminosas”, vinculado ao Programa BIOTA-FAPESP e coordenado por Nogueira.

Bactéria, planta e inseto

Para chegar aos resultados, os pesquisadores acompanharam o crescimento de 60 pés de chamaecrista, desde a germinação das sementes, por 16 meses. As plantas foram cultivadas em duas condições de solo. Metade em uma mistura composta de 90% de areia e 10% de terra vegetal, com uma baixa concentração de nutrientes, especialmente nitrogênio. A outra metade foi cultivada em solo rico em matéria orgânica e suplementado com nitrato de potássio, que libera nitrogênio no solo. A acidez dos dois solos foi monitorada por seis meses, para garantir que ambos estivessem neutros e não influenciassem a relação entre raízes e bactérias.

Antes das sementes serem plantadas, porém, foram esterilizadas com álcool, água sanitária e peróxido de hidrogênio, a fim de eliminar qualquer bactéria que pudesse influenciar os resultados. Logo depois, foram lavadas com água destilada. Com o mesmo objetivo, o solo passou por esterilização em uma autoclave, em que os microrganismos são eliminados por altas temperaturas.

Os dois tipos de solo foram então subdivididos em quatro tratamentos. Em metade dos potes com solo arenoso e pouco nitrogênio e em metade das plantas cultivadas em solo rico em matéria orgânica e nitrogênio foi acrescentada uma solução rica em rizóbio, um tipo de bactéria conhecido pela capacidade de fixar nitrogênio nas raízes. Os demais potes permaneceram sem as bactérias. Os microrganismos aplicados foram isolados diretamente de nódulos das raízes da mesma espécie de chamaecrista obtidas em populações naturais.

Nos solos arenosos e pobres em nitrogênio, em que as bactérias não foram adicionadas, as plantas cresceram muito pouco, com folhas sempre amareladas evidenciando carência de nitrogênio. As plantas que obtiveram melhor desenvolvimento foram as cultivadas em solo arenoso e com presença de rizóbio.

Nódulos das raizes de chamaecrista, onde os rizóbios se
 proliferam e fixam o nitrogênio, especialmente quando as 
plantas
 estão em solo arenoso com baixa disponibilidade de nutrientes
foto: Anselmo Nogueira

“Nos solos arenosos pobres em nitrogênio, mas com a presença das bactérias fixadoras de nitrogênio, as plantas eram quase duas vezes mais altas e três vezes maiores do que as cultivadas em solo com matéria orgânica, rico tanto em bactérias quanto em nitrogênio. Por outro lado, plantas em solos pobres em rizóbio, tanto no solo arenoso quanto no rico em matéria orgânica, tiveram alturas relativamente mais baixas e eram menores no geral do que as que tinham rizóbio”, relata Nogueira.

Além disso, as flores foram analisadas com um espectrofotômetro de superfície, instrumento que mede como a luz é refletida. “A partir dessas medidas de reflectância nas flores, testamos se os contrastes de cor perceptíveis às abelhas foram alterados entre os diferentes tratamentos de solo e bactérias”, relata Souza.

A maior parte dos componentes das flores não teve padrões diferentes entre os tratamentos. No entanto, as anteras das flores que cresceram em solo arenoso, pobre em nitrogênio e rico em rizóbio, exibiram um padrão considerado mais atrativo para as mamangavas, que enxergam em um espectro de luz diferente do nosso.

“As anteras são justamente onde fica o pólen das flores, que só pode ser acessado por insetos que conseguem vibrá-las, algo que espécies exóticas como as abelhas europeias (Apis mellifera) não conseguem”, afirma Souza.

O pólen é uma fonte de proteínas essencial para o desenvolvimento das larvas das abelhas, incluindo as mamangavas e demais abelhas nativas.

Realizadas as medições, os pesquisadores tiraram as plantas dos vasos para analisar as raízes. Uma indicação de que houve uma interação entre rizóbio e planta é a quantidade de nódulos nas raízes.

Os nódulos são estruturas formadas nas raízes quando as bactérias infectam as plantas por essa via. É neles que se dá a simbiose mutualista entre plantas e bactérias e onde as bactérias fixam o nitrogênio atmosférico, produzindo aminoácidos essenciais para as plantas. Em contrapartida, as plantas fornecem açúcares para as bactérias, que se proliferam dentro dos nódulos.

Á esquerda: plantas de chamaecrista inoculadas com as bactérias fixadoras de
nitrogênio no final do experimento. As maiores com muitas flores estão
 em solo arenoso com poucos nutrientes, as plantas menores com folhas verde
 mais claras estão em solo com muita matéria orgânica, rico em nutrientes. À direita: plantas
 de chamaecrista que não foram inoculadas com as bactérias fixadoras de nitrogênio
 no final do experimento. Independentemente do tipo de solo, todas as plantas ficaram
 baixas, quase sem flores, e produziram folhas pálidas e amareladas, com menor produção de clorofila
 (clorose), evidenciando o déficit de nitrogênio
(fotos: Anselmo Nogueira)


De todos os tratamentos, o que mais resultou em nódulos foi o dos solos arenosos, pobres em nitrogênio, mas com presença de rizóbio.

“Queremos saber agora se esse pólen, acessível apenas às fêmeas de abelhas nativas, é enriquecido de proteínas e aminoácidos por conta dessa parceria entre bactérias e plantas. A maior atratividade das flores pode estar ligada a uma maior qualidade e quantidade dos recursos, influenciados pela alta taxa de fixação de nitrogênio nas raízes dessas plantas”, encerra Nogueira.

O artigo Nitrogen-fixing bacteria boost floral attractiveness in a tropical legume species during nutrient limitation pode ser lido em: https://bsapubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajb2.16363.



André Julião
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/presenca-de-bacteria-no-solo-torna-flores-mais-atrativas-para-polinizadores-aponta-estudo/52137


Cinco tendências de governança corporativa


Aderir a boas práticas de governança corporativa é um pilar inteligente para estabelecer o comando saudável do organismo vivo que é uma empresa. E, por mais que cada empreendimento conduza esse processo de maneira bastante particular conforme sua realidade, demandas e expectativas, existem certas tendências deste tema no mercado que devem ser considerados ao estabelecer este modus operandis, de forma que contribuam para a evolução deste tema no ambiente corporativo perante sua operação sustentável e destaque competitivo.

Nos últimos anos, temos visto um avanço positivo da compreensão desta estratégia no mercado. Isso foi comprovado em dados divulgados na pesquisa ‘Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes de Governança’, realizada pelo IBGC, EY e TozziniFreire Advogados, a qual identificou que a taxa média de aderência das companhias às práticas recomendadas de governança chegou a 65,3% em 2023. A amplitude de setores que aderem a essa ação também vem aumentando gradativamente, mostrando a importância deste tema para uma condução mais assertiva dos processos internos.

Para reforçar a evolução da governança corporativa e a conquista de resultados cada vez melhores, confira cinco tendências que vêm se destacando em escala global e que se complementam quando colocadas em prática:


#1 Conselheiros independentes: os conselhos independentes são direcionadores estratégicos para uma empresa, assegurando a saúde da estrutura de capital e a tomada de decisões assertivas para a conquista dos objetivos estipulados. Antes, era comum que esses profissionais tivessem um background mais direcionado para áreas financeiras e comerciais – mas, hoje, podem vir de disciplinas muito mais variadas, tais como recursos humanos, TI, dentre outros. Essa vastidão de origem é extremamente benéfica para compor um time com experiências e visões diferentes, ampliando as possibilidades de tomada de decisões estratégicas para a melhoria das operações.


#2 Mudanças no perfil dos conselheiros: o perfil típico de um conselheiro, antigamente, era um ex-CEO ou um profissional em fim de carreira, que buscava a posição como forma de se manter ativo durante a aposentadoria. Atualmente, esse perfil se tornou muito mais abrangente, incluindo não apenas essas profissionais, mas também abrindo espaço para talentos mais jovens que tenham uma trajetória respeitável e atuem nesta posição de forma concomitante à vida executiva ou, até mesmo, aqueles que desejam aportar seu know how em outro negócio – contribuindo com novas ideias e formas de se manter ativo no mercado.


#3 Avaliação dos conselheiros e conselhos: assim como qualquer outro profissional, as empresas vêm entendendo que os conselheiros também precisam ser avaliados em suas funções. Principalmente, por se tratar de uma cadeira que irá determinar as ações que serão colocadas em prática perante o melhor desempenho do negócio. Existem muitas boas práticas de processos de avaliação que podem ser aplicadas aqui – tais como a 360º, devido à sua capacidade de fornecimento de uma visão mais completa possível do desempenho individual, e ferramentas de assessment com features específicas sobre seu comportamento em suas funções.


#4 Pluralidade na composição dos conselhos: compor um time de conselheiros diverso tem sido cada vez mais visto com bons olhos pelo mercado, seja pela sua área de conhecimento, identificação sexual, cor, idade ou outros. Afinal, pessoas iguais pensam de forma similar e tendem a obter os mesmos resultados. Mas, profissionais diferentes com experiências distintas e visões abrangentes estimulam uns aos outros a sair da zona de conforto, explorar novas ideias e a potencializar a conquista de resultados melhores. Quanto mais plural essa composição for, melhor.


#5 Comitês: funcionando como um desdobramento dos conselhos, os comitês vêm ganhando espaço no mercado com o propósito de tratar temas específicos para essa área. Esse alinhamento com os conselheiros é extremamente vantajoso para que determinados assuntos sejam tratados com mais profundidade, sendo alguns dos mais comuns vistos os que atuam

Esses cuidados contribuirão diretamente para a perenidade do negócio, através de visões diferentes e discussões positivas que tragam novas ideias a serem implementadas. Porém, é importante destacar que elas precisam ser blindadas contra interesses individuais, prezando sempre pelo bem maior coletivo de crescimento da marca em seu segmento.

Assegurar a manutenção dessas boas práticas é o que contribuirá para a evolução e melhora da governança corporativa, contando com o apoio destas tendências para se aprofundar no que for condizente com a realidade de cada empresa a favor de sua prosperidade. No final, quanto mais inovações puderem ser agregadas, maiores as chances de os negócios serem mais fortes e resilientes frente a circunstâncias mercadológicas.

 


Fernando Poziomczyk - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.



Wide
https://wide.works/


Prevenir perdas é indispensável para a governança operacional e resultado financeiro no varejo

Você, varejista, seja lá de qual for segmento for, sabe o quanto perde mensalmente em sua operação? Costuma fazer relatórios ou buscar informações de como estão as vendas e o estoque, por exemplo? Há ruptura, comercial ou operacional, em sua loja? Perguntas simples, que exigem respostas nem tão simples. Mas uma coisa é certa: a prevenção de perdas no varejo é indispensável para proporcionar aumento da governança operacional e o resultado financeiro. Trocando em miúdos, uma gestão bem-feita gera lucro na certa.

O varejo é impactado por perdas de inventário ocasionadas, por exemplo, por furtos internos e externos. Já a operação gera perdas através de vencimentos e avarias, sendo o primeiro tipo, aqueles produtos que vencem na loja pela prática incorreta do PVPS (Primeiro que Vence, Primeiro que Sai) ou excesso por erro na distribuição de estoque. As avarias ocorrem por armazenamento e manuseio incorreto e por excessos, que ocupam maior espaço do que o ideal e incorrem em acidentes.

A ruptura é um tipo de perda comercial, que ocorre quando um produto não está exposto no ponto de venda por um erro operacional de reposição/exposição do estoque. Ela também ocorre quando o nível de perdas de inventário é alto e gera estoque virtual na loja (não ocorre a reposição, uma vez que o estoque sistêmico utilizado para parametrizar as compras está incorreto).

Uma das boas estratégias que pode ser utilizada no varejo para potencializar as vendas é adotar um gerenciamento de categorias eficiente, que possibilite determinar os produtos adequados ao mix de cada loja de acordo com as características de consumo dos clientes, vendas agregadas, up-selling e a exposição em loja com um trade marketing (outra estratégia) que reflita a jornada do cliente e atenda aos relacionamentos mercadológicos.

Isso contribui para outra estratégia importante, que é o planejamento de demanda, onde são adotados ações e métodos para alocar corretamente os produtos de acordo com a demanda segmentada das lojas. Esse processo, além de gerar mais vendas, melhora os resultados de perdas e a gestão do fluxo de caixa.

Para combater as perdas e chegar ao sonhado lucro, é preciso contar com o apoio da tecnologia. Cada vez mais é importante conhecer o cliente e para isso, o uso de um CRM com inteligência é a solução adequada, onde o varejista, com uma equipe dedicada para análises e estratégias, conseguirá conhecê-lo individualmente e criar clusters, agrupamentos etc., para que operacionalmente e comercialmente seja possível atender e gerenciar melhor os estoques do negócio.

Para redução de perdas na loja se, de acordo com uma análise dos inventários identificar que uma determinada loja é afetada por furtos externos, é possível a implantação da proteção eletrônica de produtos com detecção por antenas antifurto. Uma solução tecnológica indispensável para a loja é o monitoramento das operações de caixa, onde é possível utilizar imagens de câmeras de monitoramento que sincronizam com a operação de venda, inclusive o cupom fiscal.

Isso proporciona um cruzamento de dados onde, se um determinado item não é registrado no caixa, o sistema indica através da imagem da câmera que houve uma inconformidade. É possível marcar os produtos de alta perda citados anteriormente, para um monitoramento direcionado para os itens que mais impactam os resultados da loja.

A exposição de produtos impacta diretamente nas vendas e perdas. Se uma loja tem exposição agressiva de produtos de alta perda – próximo ao acesso da loja ou aos caixas – ela deve ter em contrapartida um monitoramento mais enfático dos colaboradores e o uso de sistemas de inibição, como a proteção eletrônica com etiquetas ou caixas acrílicas. O uso de comunicação visual como “essa área é monitorada por câmeras”, de acordo com a legislação local, também é importante.

É importante como estratégia fundamental que a cultura de prevenção de perdas esteja presente no negócio para todos os colaboradores. Ela é composta por elementos visuais – comunicações, avisos, banners de boas práticas, elementos gerenciais – reuniões diárias de resultados de perdas, reforço de boas práticas, elementos comportamentais – reconhecimento das lojas com melhor resultados de perdas, dos melhores colaboradores etc., e por fim, elementos financeiros – indicador de perda como fator de bônus, prêmios por resultados de inventários, campanhas de redução de vencimentos e avarias etc.

A prevenção de perdas é uma cultura que deve estar no DNA de todos, com os seus elementos de gestão: pessoas, processos, auditoria, tecnologia e indicadores. E que esses pontos possam funcionar em sinergia e harmonia para obter, com inteligência e governança, os resultados esperados. 



Anderson Ozawa - CEO da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”


AOZAWA CONSULTORIA
www.aozawaconsultoria.com.br


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