Especialista em
finanças pessoais explica como a data afeta o comércio de maneira geral
No próximo dia 12 de maio, celebra-se o Dia das
Mães. No Brasil, a comemoração surgiu a partir de um decreto emitido pelo
presidente Getúlio Vargas em 1932, que determinava o segundo domingo de maio
como a data oficial. A partir disso, este se tornou um dos períodos mais
importantes para o comércio de maneira geral, e para mães e filhos, em
específico.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
apontam que o Dia das Mães de 2024 deve ser novamente muito positivo para o
varejo, conseguindo até mesmo superar os valores que foram atingidos em 2023.
As estimativas indicam que o volume de vendas será 3,5% maior que no ano
passado e poderá alcançar um valor total de R$ 13,2 bilhões.
O especialista em finanças pessoais, João
Victorino, lembra que o Dia das Mães movimenta bastante a
economia do país, sendo a data mais relevante do primeiro semestre do ano para
o comércio, ficando atrás apenas do Natal. Isso acontece porque a maioria das
pessoas considera a figura da mãe como ‘sagrada’, utilizando a data em
específico para poderem prestar homenagens e demonstrar afeto, muitas vezes
fazendo isso por meio de presentes.
Segundo João, o comércio ‘se aproveita’ (no bom sentido) desse sentimento de
carinho. “É claro que as mães merecem ser lembradas sempre, mas o Dia das Mães
funciona como o momento ideal para que as pessoas façam isso. Desta forma, o
varejo vê a oportunidade de aumentar as vendas. É comum que as lojas façam
campanhas de marketing e promoções especiais, com descontos atrativos para
incentivar a compra de presentes”, diz.
Nessa época, o varejo tem como objetivo vender bem e em grande quantidade, além
de sempre tentar fidelizar os clientes, com a expectativa de que voltem a
comprar nas lojas em outras datas comemorativas do ano. Porém, o especialista
faz o alerta de que é preciso tomar muito cuidado para não se empolgar demais
com as compras e acabar gastando mais do que se pode.
João destaca que não vale a pena se endividar desta forma. “Muitas vezes, vemos
produtos com preços excelentes e acabamos comprando por impulso. No entanto, é
fundamental ter cautela para não extrapolar o orçamento, que deve ser
estipulado com antecedência. Caso contrário, você sentirá as consequências nas
suas finanças pessoais pelos próximos meses e pode acabar se atrapalhando com
as contas que precisa arcar”, ressalta.
Além do controle financeiro para não entrar em dívidas, outro tema importante é
o das mães empreendedoras, que estão cada vez mais presentes e
influentes na economia brasileira (conforme apontado pelo GEM 2020). Por
exemplo, 46% dos empreendimentos iniciais no país são criados por mulheres, dos
quais 52% são comandados por mães. Isso deixa claro que muitas dessas mulheres
não apenas impulsionam a economia, mas também desempenham papéis vitais para a
sociedade como mães de futuros cidadãos.
No entanto, o especialista pontua que administrar um negócio e conseguir cuidar
dos filhos simultaneamente é um verdadeiro malabarismo, exigindo habilidades de
gestão do tempo e resiliência. Existem milhares de desafios a serem
enfrentados, como conciliar horários de trabalho com as demandas familiares e
lidar com a pressão de serem bem-sucedidas tanto no ambiente profissional
quanto no pessoal.
Nesse sentido, uma necessidade urgente é a aplicação efetiva dos direitos
contidos nas leis que buscam protegê-las, o que inclui criar ambientes de
trabalho onde são reconhecidas as suas responsabilidades familiares. Assim,
empresas que adotam políticas de horários de trabalho remotos ou flexíveis,
demonstram um compromisso real com o bem-estar das mães trabalhadoras e
empreendedoras.
“Isso não apenas promove um clima organizacional mais saudável, mas também
contribui para a retenção de talentos e o aumento da produtividade. Reconhecer
e valorizar as habilidades e contribuições das mães empreendedoras é
fundamental para uma sociedade e uma economia mais justa e inclusiva”, finaliza
João.