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quarta-feira, 6 de março de 2024

Rim e coração: órgãos dependem um do outro para funcionarem bem

Quando insuficiência cardíaca causa prejuízos irreversíveis nos rins, transplante renal permite que a vida continue


O transplante de rim é a única opção quando o órgão não funciona nem se recupera com tratamentos convencionais. Causada principalmente pela pressão arterial alta e diabetes, a doença renal crônica afeta a capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue e implica na necessidade de hemodiálise para realizar essa função. Muitas vezes, esse comprometimento ocorre à medida que o coração está debilitado e apresenta redução do fluxo sanguíneo. Quando o prejuízo é irreversível e grave, a saída é o transplante: um procedimento de alta complexidade, que exige muita competência médica, estrutura hospitalar e solidariedade humana. 

O Brasil desponta como um dos líderes mundiais em transplante e, no último ano, alcançou o melhor resultado da década. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, foram mais de 6,7 mil transplantes realizados entre janeiro e setembro de 2023. Dentro desse panorama, o rim desponta como o órgão mais transplantado, representando quase 67% dos procedimentos. Em Curitiba (PR), o Hospital Universitário Cajuru, que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde, é referência e realizou mais de 50 transplantes renais apenas no ano passado. "A excelência da equipe de transplante torna possível que, acima de 90% dos casos, haja sobrevida do enxerto e do paciente ao longo do primeiro ano", declara o nefrologista e coordenador do serviço de transplante renal, Alexandre Tortoza Bignelli

Interdependência entre órgãos

A dinâmica entre os rins e o coração se baseia na colaboração constante entre ambos. O coração envia sangue para ser filtrado pelos rins, que, por sua vez, desempenham funções cruciais, incluindo o controle da pressão arterial. Mas quando há falhas nesse fluxo sanguíneo, os rins acabam sendo prejudicados. É o que explica a cardiologista Lidia Zytynski Moura, dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, já que a insuficiência cardíaca pode provocar alterações renais significativas e vice-versa. "A síndrome cardiorrenal se manifesta quando o coração está adoecido, o rim tenta compensar e nesse processo de compensação ele mesmo adoece", detalha.

Além dos pacientes com insuficiência cardíaca, aqueles que passaram por uma cirurgia de transplante de órgão também podem enfrentar comprometimento no funcionamento dos rins. "Sabemos que cerca de 20% dos pacientes que recebem transplante de algum órgão sólido podem desenvolver insuficiência renal. E a principal razão disso está justamente no uso de imunossupressores com potencial de toxicidade aos rins, necessários para evitar a rejeição do órgão transplantado", explica o nefrologista Alexandre Bignelli. De acordo com ele, essa situação torna-se ainda mais delicada nos casos de transplante de coração, uma vez que esses pacientes já costumam apresentar complicações renais devido aos problemas cardíacos. 

Os rins também podem ser afetados pela covid-19, especialmente em casos mais graves e em pacientes com comorbidades como hipertensão. Embora seja uma doença de transmissão respiratória, os danos causados pela infecção conseguem ter uma extensão maior do que apenas no pulmão. Segundo pesquisadores da Unifesp, a explicação disso está na interação do coronavírus com uma enzima que induz a um desequilíbrio no organismo, influenciando nos processos de inflamação, controle da pressão arterial e proliferação celular. A redução do fluxo sanguíneo compromete as funções renais e a capacidade de filtração dos rins. 


Bastidores do transplante renal

Para que os transplantes deem certo, muitos profissionais correm contra o tempo para que pacientes deixem a condição de dependência de uma máquina para enfim serem reinseridos na sociedade. São parte fundamentais equipes como a do laboratório de imunogenética do Hospital Universitário Cajuru, referência da Central de Transplantes do Paraná ao atender um total de vinte equipes transplantadoras de rim, pâncreas, coração, pulmão e medula óssea. "Com a mais avançada tecnologia disponível no mercado, realizamos exames de compatibilidade e fazemos a avaliação imunológica de pacientes nas fases pré e pós-transplantes. É a partir do cruzamento desses dados e de diversos critérios, como gravidade, compatibilidade e tipagem sanguínea, que a lista de espera é definida", esclarece a imunogenicista e diretora do laboratório, Cristina Von Glehn. 

O debate pela doação de órgãos é sempre urgente, principalmente ao se considerar que a cada milhão de pessoas, menos de 20 são doadoras de órgãos, de acordo com a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE). Contudo, uma única conversa declarando-se doador pode mudar esse cenário. 

 

Hospital Universitário Cajuru

Hospital São Marcelino Champagnat


Sono, um superpoder: especialista explica quantas horas de sono são necessárias para uma vida saudável

BF Colchões

   Divulgação


Dra. Flávia Oliveira, pediatra e especialista em medicina do estilo de vida, destaca a quantidade de sono ideal para cada faixa etária e como alguns hábitos podem ajudar a descansar melhor

 

“O sono é o nosso superpoder e muitas pessoas não têm noção disso”. É desta forma que a Dra. Flávia Oliveira, pediatra e especialista em medicina do estilo de vida, ressalta a importância de se dormir bem e na quantidade ideal, de acordo com as necessidades e faixa etária de cada um. Segundo a especialista, embora o sono ainda seja visto como algo em segundo plano, garantir as horas mínimas de descanso por dia, pode trazer diversos impactos à saúde, tanto na parte física quanto mental.    

“Boa parte da nossa sociedade ainda premia quem dorme pouco, são pessoas consideradas produtivas. Mas não existe produtividade quando se está cansado, especialmente pelo fato de ter tido poucas horas de sono. Com o passar do tempo, esse hábito pode acarretar uma série de problemas de saúde, como a obesidade, a diabetes e o desequilíbrio hormonal. Na parte da saúde mental, o fato de não dormir bem prejudica a memória, a cognição, a criatividade e a retenção do aprendizado, algo que impacta bastante, especialmente, crianças e idosos”, explica a médica.


Quantas horas de sono são necessárias?

Sobre a quantidade de sono ideal para uma vida saudável, Dra. Flávia aponta que dormir sete horas por noite é o mínimo recomendado pelos órgãos de saúde mundial, quando se pensa de modo geral, em adultos saudáveis. No entanto, cada pessoa pode ter necessidades específicas, principalmente em se tratando de crianças e adolescentes.

“Se a pessoa dorme sete horas por noite e, ao acordar, ainda se sente cansado, indisposto, e com incômodos, como dores de cabeça, isso pode ser um sinal de que a carga horária ainda é insuficiente para ela. Outro hábito a se atentar é sobre o despertador, se ele toca e a pessoa ativa diversas vezes o modo soneca, quer dizer que o descanso também deveria ser por um período maior”, ressalta.

Sobre a quantidade de sono ideal para as crianças, a médica comenta que cada idade apresenta necessidades diferentes e cabe aos pais cuidarem para que essas horas sejam cumpridas.

“Um bebê recém-nascido, por exemplo, dorme entre 16 e 18 horas por dia. Dos quatro aos 12 meses, eles devem dormir de 12 a 16 horas. Entre um e dois anos de idade, essa carga já pode diminuir para 11 a 12 horas por dia. Pensando nos três aos cinco anos, o tempo de sono ideal contempla de 10 a 13 horas por dia. Em todas essas fases, os períodos de soneca já estão inclusos. Importante lembrar que o sono tem suas particularidades em cada faixa etária e contribui diretamente para diversas esferas do desenvolvimento infantil, como a organização da memória, do aprendizado e das emoções. É nesse período que será sedimentado todo o conhecimento absorvido, na parte visual, auditiva, tátil e motora”, complementa a médica.


Como dormir bem?

Para que o período de descanso seja efetivo e possa cumprir as horas recomendadas, Dra. Flávia recomenda alguns hábitos de higiene do sono, que envolvem diversos fatores ao longo do dia e não apenas atividades realizadas perto da hora de dormir.  

É preciso garantir alguns minutos de exposição à luz solar, praticar atividades físicas, regular a quantidade de cafeína ingerida, ter atenção à hidratação e alimentação, evitar o uso de álcool e tabaco, reduzir a exposição às telas e avaliar o ambiente onde se dorme. A cama, por exemplo, deve ser usada apenas para dormir e o colchão, que muitos se esquecem de levar em conta, é o nosso destino final, é a cereja do bolo, se ele estiver fora do prazo de validade, pode desencadear crises alérgicas, dores no corpo e desalinhar a coluna. É um item que requer muita atenção nesse processo de higiene do sono”, explica.


Como escolher o colchão ideal

Considerado entre os principais pontos para garantir uma boa noite de sono, escolher o colchão ideal pode depender da necessidade e preferências de cada um. No entanto, com tantas opções disponíveis no mercado, Vanessa Ferraz, head de e-commerce da BF Colchões, dá algumas dicas que podem facilitar esse processo. Segundo ela, o colchão deve garantir o conforto e o relaxamento de várias formas, oferecendo o suporte adequado à coluna, reduzindo os pontos de pressão em áreas como ombros, quadris e joelhos, e isolando os movimentos, no caso dos que dormem com seus parceiros.

“Ao escolher um novo colchão, alguns pontos importantes a serem considerados são o tamanho e o tipo de conforto, que vai desde o macio até o mais firme ou extrafirme, como os ortopédicos. Outro fator relevante é a densidade, que quanto mais alta, consegue oferecer um suporte de peso maior. Essas estruturas estão cada vez mais avançadas e hoje já existem colchões com atributos antiestresse, por exemplo, com tecnologias que ajudam a reduzir as tensões durante o sono, e outros que auxiliam no equilíbrio da temperatura corporal, bastante indicados para os que demoram a pegar no sono em virtude do calor ou que ainda, transpiram demais nesses períodos”, destaca Vanessa.

Ainda de acordo com a especialista da BF Colchões, ao escolher um colchão, avaliar os selos de certificação é extremamente importante. Além do INMETRO, uma certificação obrigatória aos colchões comercializados no Brasil, Vanessa destaca o selo do INER (Instituto Nacional de Estudos do Repouso); uma análise criteriosa, que testa os produtos em diferentes etapas relacionadas à dimensão, densidade, resistência, deformação, entre outras. Atualmente, somente seis fabricantes são homologados sob sua chancela – entre elas, a BF Colchões - em todo o país.

 

Vai casar? Já decidiu o regime de bens para a união?

Pensar no divorcio antes de casar é um mal necessário para evitar brigas futuras

 

Nos últimos tempos temos visto algumas brigas judiciais no caso de óbito de um dos parceiros ou até mesmo de separação em que não se chega a um acordo amigável com relação a divisão dos bens e o caso vai parar na justiça.  

Ninguém casa pensando em separar, mas é muito importante discutir sobre o regime de união que o casal vai adotar e estar ciente em caso de separação ou até de óbito de um dos parceiros como será a divisão dos bens.  Este é um assunto que precisa ser bem alinhado entre os parceiros para que não haja distorção dos fatos quando se fizer necessário. 

Para esclarecer e explicar todos os regimes de união que são aceitos no Brasil, a advogada Dra. Alexssandra Franco de Campos, respondeu as questões que causam mais dúvidas entre os casais.


Quais são os regimes de união são válidos no Brasil?

Os regimes de união validos no Brasil são 04 (quatro):

a) Casamento - Regime de Comunhão Parcial de Bens – os bens adquiridos durante o casamento pertencem a ambos e serão divididos meio a meio no caso de separação. Não importa quanto cada um contribuiu. Os bens adquiridos antes da união não entram na partilha.

b) Casamento – Regime de Separação de Bens – cada um dos cônjuges continua dono dos seus bens. Só será partilhado o que estiver no nome de ambos.

c) Casamento – Regime de Comunhão Universal de bens – todos os bens do casal, adquiridos antes ou depois do casamento, fazem parte do patrimônio comum do casal.

d) União Estável ou Contrato de Convivência – Pode ser definido no contrato o qualquer tipo de regime de bens a ser adotado.

* Caso a união estável seja reconhecida judicialmente, o regime que será adotado será sempre o de comunhão parcial de bens.

 

Qual a diferença entre união estável e casamento civil?

A diferença se encontra nos requisitos e maneira de formalização.

O casamento é formalizado através de uma cerimônia solene, celebrado perante um oficial de registro civil. Já a união estável não exige esta cerimônia, podendo ser realizada mais “informalmente” com apenas a assinatura do contrato de convivência, registrado em cartório.

Quanto aos requisitos, no casamento é necessário que ambos os parceiros tenham idade mínima de 18 anos (ou legalmente emancipados) e sejam solteiros, divorciados ou viúvos.

Já a união estável não exige requisito específico de idade ou estado civil, com a ressalva que, como a legislação não abraça a formação de mais de uma união estável/casamento concomitante, ainda que um dos parceiros esteja “casado” civilmente, há a exigência de separação de fato.

 

Quando a justiça aceita que há uma união entre duas pessoas?

- É necessário o não impedimento das partes para constituição da união.

- Convivência duradoura – A lei não estipula prazo, porém, para fins previdenciários são necessários 02 anos. O que se aplica por vezes, por analogia, mas há julgados e reconhecimentos por prazos tão baixos quanto 03 meses.

- Pública e contínua

- Objetivo de constituir família*

A lei não define o conceito de FAMÍLIA, havendo os mais diversos entendimentos quanto à sua constituição.

 

Amante tem direito à herança?

A amante não tem direito sucessório, tendo em vista que a legislação vigente não reconhece a união de mais de 02 pessoas concomitantemente.

Isso porque o Código Civil em seu art. 1.727:

Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.

Ainda, fixada a tese em sede de repercussão geral pelo STF RE 1.045.273

"A preexistência de casamento ou de união estável de um dos conviventes, ressalvada a exceção do artigo 1.723, parágrafo 1º, do Código Civil, impede o reconhecimento de novo vínculo referente ao mesmo período, inclusive para fins previdenciários, em virtude da consagração do dever de fidelidade e da monogamia pelo ordenamento jurídico-constitucional brasileiro".”

 

Na ausência do filho, a esposa tem que pagar pensão para a sogra, isso é real?

Há divergência na doutrina e jurisprudência, sendo a tese majoritária no sentido de que a sogra NÃO possui direito a alimentos, uma vez se tratar de parentesco por afinidade. 

 

O que comprova a união estável perante a lei?

Comprova-se através de cartas, faturas e correspondências que dividem o mesmo endereço, contas bancárias conjuntas, depósitos mensais para divisão de contas, planos de saúde e etc.

A publicidade pode ser comprovada através de testemunhas e redes sociais. O objetivo de se constituir família é comprovado inteiramente através de depoimento pessoal e testemunhas.

 

O que significa o regime de final nos aquestos?

O regime de Participação Final nos Aquestos está disciplinado nos artigos 1.672 a 1.686 (Entende-se por Aquestos os bens adquiridos durante o casamento).

Menos conhecido, este regime prevê que cada cônjuge possua um patrimônio próprio, cuja administração é exclusiva de cada um. Os bens são de propriedade do cônjuge em nome do qual estão registrados. Os bens em nome dos dois pertencem a cada um proporcionalmente à sua contribuição para a compra. Também as dívidas não são partilhadas, exceto se ambos foram beneficiados por elas. Neste regime, aplicam-se, portanto, as regras da separação de bens e da comunhão de aquestos.

 

Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.

Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.

Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:

I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;

II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;

III - as dívidas relativas a esses bens.

Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.

Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.

Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.

Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.           

 

 No caso da briga judicial entre a família  como do apresentador GUGU, quais são os direitos legais da mãe de seus filhos?

Com o reconhecimento majoritário da doutrina e jurisprudência pela inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC, existe a equiparação total da união estável ao casamento no tocante sucessório.

Assim sendo:

- Se reconhecida sua união estável, e sendo sua dissolução no dia do falecimento, terá direito a metade do patrimônio;

- Se reconhecida a união estável e data da dissolução desta, anterior ao falecimento, terá direito a metade do patrimônio constituído durante a convivência em união;

- Se não reconhecida a união e comprovada a necessidade, pedido de alimentos para os filhos.


Herdeiros tem direito a herança?

Filhos, seja da união em questão ou de casamentos anteriores, não participam da divisão dos bens em caso de divórcio – não importa o regime escolhido.

Os filhos só têm direito a herança em caso de morte de um de seus progenitores. Neste caso os filhos têm direito a 50% do patrimônio do pai ou da mãe que faleceu.

 

Qual dica você daria para quem vai casar ou simplesmente fazer um contrato de união estável.

I- Consulte um advogado

II – Caso seja realizado um contrato de união estável, onde já haja os requisitos para a união, incluir neste o período todo do relacionamento, desde seu início.

III- Caso seja realizado casamento e haja interesse em proteção de patrimônio, opte pela separação de bens e realize contrato de união estável do período anterior ao casamento, namoro/noivado, com estipulação de separação de bens, ainda que retroativa, “Nunca prometa nada quando está feliz, nunca decida nada quando estiver triste.”, diz Dra. Alexssandra

 

Dra. Alexssandra Franco de Campos - Graduada em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia/MG, pós-Graduada pela PUC/SP em Direito Tributário, pós-Graduada em Direito Tributário pela FGV/SP, Pós-Graduada pela PUCCAMP em Controladoria, Auditoria e Contabilidade, pós-Graduada em Direito Processual Civil pela PUC/SP. Curso de extensão em Direito Tributário pelo IBDT/SP, Mestranda em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa. Autora de artigos e palestras. Participante como autora do livro “Novos Olhares sobre as imigrações internacionais.” Atualmente é sócia do escritório jurídico Campos e Bosque Sociedade de Advogados.


A fragilizada Geração Z que está nas empresas

Os pais têm papel fundamental no processo de formação dos futuros líderes

 

Em meio à intensa discussão sobre diversidade, equidade e inclusão nas organizações, diversas questões geracionais, especialmente relacionadas à idade, assumem um papel central. A cada nova geração que entra nas organizações, maiores têm sido os desafios da alta gestão, das lideranças e das áreas de recursos humanos. As empresas estratégicas compreenderam que a abordagem mais inteligente é aproveitar o melhor de cada geração, integrando-as harmoniosamente no contexto organizacional. Afinal, nos dias de hoje, não é necessariamente o mais velho quem lidera o mais jovem. 

A cada nova onda geracional, surgem novos paradigmas, destacando a importância crucial de compreender, assimilar e adaptar-se. A geração X (nascida entre 1965 e 1980) rompeu com a tradição de permanecer leal a uma única empresa até a aposentadoria, diferentemente dos Baby Boomers. Por sua vez, a geração Y (nascida entre 1981 e 1995) desafia o status quo, buscando entender os propósitos por trás das atividades, priorizando a conexão com um propósito maior e reconhecendo que a vida vai além do trabalho e da remuneração financeira. Já a geração Z (nascida entre 1996 e 2010) valoriza, mais do que qualquer outra, a flexibilidade nos modelos de trabalho, como o home office ou o trabalho híbrido, buscando experiências significativas e optando por atuar em empresas que ofereçam um ambiente de trabalho equilibrado. 

A próxima geração, que logo entrará no mercado de trabalho, conhecida como a Geração Alpha, ou seja, os nascidos desde 2010 até 2025 (muitos ainda estão por vir), já desperta preocupações significativas no que diz respeito a comportamento, resiliência e outras competências e habilidades fundamentais. Desde tenra idade, essas crianças estão imersas no mundo tecnológico, tendo acesso aos estímulos desse ambiente desde os primeiros meses de vida. Sua característica distintiva é a profunda conectividade com a tecnologia.

Assim como é improvável que um gerente mediano se torne um excelente diretor, uma geração percebida como frágil tende a desenvolver profissionais menos maduros. Em um cenário empresarial com estruturas cada vez mais enxutas, é crucial contar com profissionais que têm um conjunto abrangente de competências e habilidades (soft skills) para alcançar resultados excepcionais. Portanto, a capacidade de se relacionar com pessoas, uma comunicação eficaz, resiliência, compreensão abrangente dos negócios e mente aberta são atributos essenciais para se destacar no mercado de trabalho, independentemente da geração a que pertencem. 

Recentemente, durante uma viagem ao Chile, me deparei com uma situação que me fez refletir sobre as diferenças geracionais. Uma criança, aparentemente com cerca de 12 anos, agiu de forma bastante desrespeitosa com seus pais durante o voo, o que me fez lembrar de outras ocasiões semelhantes que já testemunhei. O comportamento dessa criança foi marcado por gritos, exigências e uma atitude que parecia considerar seus pais como servos, a ponto de a aeromoça intervir para pedir que a controlassem. Ao longo do voo, esse padrão de comportamento persistiu, com a criança impondo suas vontades e os pais cedendo a suas demandas após uma série de gritos, lágrimas e chantagem emocional. 

Infelizmente, cenas como essa não são raras e é possível que você já tenha testemunhado situações semelhantes. Como headhunter, frequentemente me pergunto sobre o futuro dessas crianças quando ingressarem no mercado de trabalho. Em minhas conversas com diversos líderes de Recursos Humanos, tenho observado um padrão preocupante: uma boa parte da geração Z que está ingressando nas empresas parece estar emocionalmente fragilizada e adota posturas pouco adequadas ao ambiente corporativo, o que certamente terá impactos em suas trajetórias profissionais. 

Se a resiliência é uma competência e habilidade altamente valorizada pelas empresas, como essa criança lidará com situações em que receber um "não" de seu líder ou quando perder o controle da situação? É evidente que a falta de resiliência muitas vezes está associada a um baixo controle emocional. Talvez essa criança se torne o próximo chefe narcisista ou tóxico a adentrar as empresas. No entanto, é importante ressaltar que profissionais com esse perfil têm uma vida útil cada vez mais curta nas organizações atualmente, o que levanta questões sobre sua viabilidade a longo prazo. 

Neste cenário, os pais desempenham um papel fundamental, sendo em sua maioria os responsáveis por moldar esse contexto. Vivemos numa época em que a presença da babá tem ganhado uma importância desproporcional na criação e educação das crianças, enquanto a participação dos pais nos ensinamentos sobre respeito e outras questões básicas das relações humanas é limitada, muitas vezes devido ao foco em suas carreiras ou outros compromissos. 

Basta frequentar qualquer restaurante para testemunhar pais que, em busca de um momento de tranquilidade, entregam tablets ou celulares aos seus filhos para mantê-los ocupados. Muitas vezes, mesadas são concedidas para compensar a ausência dos responsáveis, enquanto as responsabilidades de formação de caráter e desenvolvimento de habilidades essenciais são deixadas para a babá ou até mesmo para a escola. 

Quem nos tornamos, em grande parte, é reflexo da educação que recebemos. Ao longo dos anos, vamos construindo nossa personalidade, fazendo escolhas, adquirindo novos conhecimentos - tanto técnicos quanto comportamentais - e nos aprimorando por meio do autoconhecimento, moldando-nos diariamente. É somente assim que assumimos nosso protagonismo na vida. 

No entanto, é importante ressaltar que não se pode generalizar, pois há inúmeros pais que optam por ter filhos e assumem, mesmo diante das desafiadoras agendas, o papel de educadores. 

É inegável que a educação que oferecemos às nossas crianças tem um impacto significativo em seu desenvolvimento futuro. Como diz o provérbio bíblico, "pelos frutos se conhece a árvore". Assim como os líderes são responsáveis pelo desenvolvimento dos seus liderados dentro das organizações, os pais têm a responsabilidade primordial de capacitar, orientar e nutrir seus filhos. Aproveito para lhe indagar: quanto você tem empenhado, para construir uma sociedade melhor, através da educação de seus filhos?

 

David Braga - CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países, com 50 escritórios globalmente pela Agilium Group; É Conselheiro de Administração e Professor convidado pela Fundação Dom Cabral e Conselheiro da ABRH MG, ACMinas e ChildFund Brasil. Instagrams: @davidbraga | @prime.talent

 

Tecnologia é lugar de mulher?

Há quem diga que as mulheres irão dominar o mundo. Mas, será que elas ainda podem dominar a área de TI? Historicamente, as mulheres sempre foram sub-representadas no setor de tecnologia. No entanto, podemos observar uma mudança positiva, com empresas reconhecendo a importância da diversidade e implementando iniciativas para promover oportunidades justas, aplicando o princípio da imparcialidade. Este, sem dúvidas, é um sinal promissor para o futuro, onde a inclusão e a igualdade continuarão a ser prioridades na construção de equipes de TI eficazes e inovadoras.

A mudança foi significativa, mas ainda temos muito para desbravar e conquistar. Até porque, nesse mesmo contexto, de acordo com o relatório Mulheres na Tecnologia, feito pelo portal TrustRadius em março de 2021, 72% das equipes que trabalham na área contam com uma mulher para cada dois homens. Além disso, no que diz respeito à liderança, uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group mostrou que apenas 9% dos cargos de CEO de empresas de tecnologia são ocupados por profissionais do gênero feminino.

Em contrapartida, ao olharmos para nossa realidade, o dado chama atenção tendo em vista que, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre os anos de 2015 e 2022, o aumento da participação feminina foi de 60% no setor de tecnologia. O dado evidencia que, embora as mulheres tenham conseguido um espaço significativo na área de TI, ainda não possuem a mesma credibilidade para ocupar cargos de liderança.

Lidar com constantes desafios já faz parte da realidade de toda mulher. E, para aquelas que almejam ingressar no setor de tecnologia, eles começam desde a formação. Muitas são desacreditadas e incentivadas a buscarem outra profissão, o que faz com que, de acordo com o Mapa do Ensino Superior 2023, elaborado pela SEMESP, no Brasil, somente 16,5% das vagas dos cursos de TI sejam ocupadas por mulheres – criando um contraste com as demais áreas em que a média da participação feminina é de 60,7%.

Além disso, quando começam a buscar oportunidades no mercado de trabalho, encontram obstáculos ainda maiores, que vão desde diferenças salariais até a exposição à episódios de desconfianças em relação ao nível de comprometimento, obrigatoriedade de apresentar resultados diários, eficiência e disponibilidade para o trabalho, principalmente, se tiverem filhos – algo que é considerado, por algumas empresas, fator de eliminação para efetivar uma contratação ou promoção.

E, para mudar essa realidade que, continuamente, ainda as aflige, trabalhar o aspecto cultural e de governança nas companhias é algo essencial.  Criar oportunidades que visem potencializar o crescimento dos colaboradores sem usar o gênero como fator de avaliação, mas sim as habilidades técnicas de cada um, é um aspecto fundamental para capacitar e estabelecer critérios justos de avaliações acerca do rendimento e competência para assumir um cargo de liderança.

Por sua vez, precisamos também chamar atenção que este é um trabalho de via dupla. Ou seja, para conquistar sucesso na área de TI, é essencial estar alinhado com as melhores práticas e tendências do mercado para garantir entregas de qualidade e produtividade. Até porque, há muito tempo, o segmento deixou de ser algo voltado apenas para uma função técnica e operacional, o que eleva ainda mais o engajamento para a criação de oportunidades para atração de novos talentos, inclusive, as mulheres.

Certamente, o setor de TI ainda tem um longo caminho para desmistificar o conceito de que é um segmento criado para os homens. Afinal, considerando que, de acordo com o IBGE, 51,5% da população brasileira são mulheres, cada vez mais a presença feminina nas organizações será uma realidade, o que reforça a necessidade de gerar oportunidades aplicando o ideal da igualdade e imparcialidade no ato de contratação e promoção de cargos mais altos.

Para isso, conscientizar e estabelecer a mudança de posicionamento e aculturamento empresarial são elementos-chave para transformar o cenário que temos atualmente na área de TI, fazendo com que o setor também integre o leque de opções de profissões a serem seguidas e contribua para que seja ampliado o slogan de que não só o lugar de mulher é onde ela quiser, mas o de todos que almejarem independente do gênero. 



Romênia Cavalcanti - gerente de desenvolvimento e operação da Viceri-SEIDOR.

Viceri-Seidor
www.viceri.com.br

 

Mulher e sua vulnerabilidade no acesso à Previdência Social

A cada encontro saudoso com a turma do colégio ou da faculdade é uma surpresa. A suposta homogeneidade da turma de mesma faixa etária reflete realidades muito distintas. Você certamente encontrará amigas muito envelhecidas, com marcas visíveis do passar do tempo, e, outras, surpreendentemente,  jovens, com o mesmo peso e cabelo ainda natural. O processo do envelhecimento, sem dúvida, não é linear, é muito assimétrico e individual, como bem sabemos. No campo profissional também não é diferente, nem todos conseguem atender os padrões sociais que reclamam por uma vida bem-sucedida e exitosa. 

Envelhecer mais ou menos depressa é reflexo de incontáveis fatores, tais como, o ambiente natural do indivíduo, passado e práticas, herança genética, alimentação, investimento em bons hábitos para a saúde, como exercícios e alimentação ou o contrário de tudo isso - uma vida regada a excessos. E, nesse processo, nos deparamos com o gênero humano ímpar, o gênero feminino, que em todo mundo, vive, aproximadamente, em torno de 5 a 7 anos a mais do que os homens. 

A justificar tal fato, podemos citar também a existência de fatores genéticos. Os hormônios femininos que funcionariam como proteção, a própria menstruação feminina que propicia a eliminação de elementos oxidantes e muitas outras justificativas da genética e até da ficção. 

No Brasil não é diferente. A maioria viva da população brasileira é composta por mulheres e é sobre estas mulheres, bem como, seus reflexos previdenciários pelo tempo. 

É urgente tecer aqui algumas considerações, no entorno desta personagem, que é o verdadeiro sexo forte e ainda pouco valorizada, figurando em estatísticas assustadoras, podendo com pesar, ser melhor traduzida, como o gênero da desigualdade. 

A reforma da Previdência Social, ocorrida em 2019, evidenciou ainda mais este fato, sendo muito prejudicial para a grande maioria dos brasileiros, de um modo geral, mas certamente as mulheres são a clientela mais prejudicada e muitos dados divulgados pelo governo, que embasaram ou justificaram a reforma, não refletem nem de longe a realidade experimentada pelas mulheres brasileiras, que desaguará em uma velhice, ainda mais desigual, como se assiste. 

Inicialmente, o Governo Federal pretendeu, na aludida reforma na Previdência, promover a equiparação da idade entre homens e mulheres para pleito de benefícios a partir de 65 anos. Como justificativa, o governo baseou-se em um levantamento feito em 2013 pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em dezembro daquele ano, que revelou que as mulheres já representavam cerca de 56,2% dos benefícios ativos no Regime Geral de Previdência brasileira. 

Enaltecendo, assim, sua vertiginosa participação progressiva no mercado de trabalho de 2000 a 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados que não refletem a verdade real destas mulheres, tanto social, quanto atuarial. O aludido censo de 2010, acenava para uma equiparação, quando na verdade as mulheres ainda recebem os menores salários, mesmo desempenhando a mesma função, dentre outras situações, não abordadas. 

Para finalizar, de acordo com dados fornecidos pelo INSS atualizados até 31/07/2015, cerca de 62,4% dos benefícios pagos pelo Instituto são iguais ou inferiores a um salário-mínimo, e, neste universo, encontram-se as aposentadorias por idade. 

Como noticiado pela mídia, as mulheres são as “campeãs” das aposentadorias por idade, contudo, não contam que são benefícios no valor de um salário-mínimo, sendo que mais de 70%, nesta mesma pesquisa, encontram-se as aposentadorias por tempo de contribuição, pertencentes a clientela masculina, contra pouco mais de 20% pagos às mulheres. Uma gritante diferença salarial do valor destas aposentadorias entre ambos. 

Desse modo, este “crescimento” da mulher, aos olhos da Previdência, deveria ter sido melhor analisado e sopesado. Apesar do aumento expressivo de mulheres beneficiárias da Previdência Social brasileira, a diferença nas espécies de benefícios, bem como nos valores recebidos pelas mesmas, reflete apenas o tratamento desigual no ambiente de trabalho ao longo da história. 

Muitas mulheres, por inúmeras razões, ainda demoram mais a ingressar no mercado, principalmente, as mais carentes e vulneráveis, gestoras de lares, com trabalhos precários. E possuem inúmeras dificuldades em contribuir financeiramente para a Previdência Social, vivendo na informalidade. 

E não podemos deixar de mencionar as pensões. Mais de 80% desta espécie de benefício são pagos para mulheres, que evidentemente refletem os salários empreendidos por seus maridos, que ,em geral, são mais velhos, por isso vivem menos, além de outros fatores. 

E no cenário atual, após a reforma, em caso de morte dos cônjuges, as mulheres sem filhos menores passaram a receber a título de pensão  apenas 60% do valor da aposentadoria do falecido. O que vulnera sobremaneira a mulher idosa, que uma vez viúva, nesta faixa etária, certamente estará fora do mercado de trabalho, dependendo exclusivamente do então salário do esposo/companheiro, para sobreviver. 

Como se vê, a redução do valor deste benefício previdenciário contribui para o aumento da desproteção social da mulher brasileira. 

O grande desafio é o acesso das mulheres às contribuições sociais, que se dá pelo exercício de atividade remunerada. Então, é necessário combater o exercício do trabalho informal, os baixos salários, em comparação a clientela masculina e a dupla jornada. 

Muito por isso, seria impossível se promover uma equiparação previdenciária, entre homens e mulheres. Além das demais alterações na sistemática de pagamento dos benefícios, diminuindo o valor destes, com base em dados não fidedignos com a realidade, calcados na expectativa de vida feminina e no simples fato de ser detentora de um maior número de benefícios, genericamente analisados. Tal interpretação, errônea, fere o escopo da seguridade que é a proteção social. 

Decorridos, quase cinco anos, pode-se concluir que a reforma da Previdência brasileira, serviu para ampliar esta situação de desigualdade, revelando de maneira solar a gritante diferença atuarial entre os gêneros. 

É inegável e urgente que sejam tomadas medidas de ajustes diante desta realidade do envelhecimento da população. Porém, deverá ocorrer de forma gradual e justa e com vários olhares diante de tantas realidades. E, não somente no campo da previdência, mas do mercado de trabalho, para não criarmos um abismo de desigualdade ainda maior no futuro.

 

Ana Toledo - advogada especialista em Direito Público e Seguridade Social e sócia do escritório AC Toledo Advocacia - wwww.actoledo.com.br

 

Planos de saúde são obrigados a pagar exames de dengue

 Advogado esclarece como é a metodologia para autorização dos pedidos de exame através de operadoras de saúde suplementar

 

Os números da dengue continuam disparando no Brasil. Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgados pelo Ministério da Saúde, indicaram que o país superou a marca de 1,2 milhões de casos confirmados em 2024 e tornou-se, em pouco mais de dois meses, o 7º ano com maior incidência desde 2000.

Meio esse surto, uma dúvida frequente é sobre quem paga a conta dos exames e teste que diagnosticam a infecção da doença. A resposta para a questão depende do tipo de instituição a qual esse paciente recorre no momento do sufoco.

Se for uma instituição pública, a responsabilidade é integralmente do Sistema Único de Saúde (SUS). Por outro lado, caso seja uma instituição privada, o cliente pode arcar por sua própria responsabilidade, mas, caso exista a contratação de um plano de saúde, os testes são obrigatoriamente cobertos.

“Uma pessoa que apresenta sintomas fortes da doença e acaba procurando por atendimento o Pronto Atendimento de um hospital precisa informar ao médico que o atendeu que é conveniado de alguma empresa de saúde suplementar. Em seguida, o profissional fará uma prescrição para a realização de um teste. Com o pedido em mãos, o plano de saúde não pode negar a cobertura do exame que diagnostica a dengue ou outras doenças contraídas pelo mosquito Aedes Aegypti”, esclarece o advogado Thayan Fernando Ferreira, especialista em direito de saúde e direito público.

Thayan, que também é diretor do escritório Ferreira Cruz Advogados e membro da comissão de direito médico da OAB-MG, ainda esclarece os prazos para a autorização da seguradora. “Assim que o médico emite o pedido, o teste deve ser autorizado pela operadora em no máximo três dias úteis, excluindo, logicamente, o sábado e o domingo. Isso vale tanto para a realização ambulatorial quanto em um laboratório. Porém, se for emergência, a autorização deve ser imediata. Qualquer contrariedade a esses prazos pode render uma ação judicial do paciente contra a operadora”, justifica.

Pela lei, a cobertura obrigatória se aplica aos exames Antígeno NS1, a sorologia Elisa (IgG e IgM) e os testes rápidos (IgG e IgM). O próprio médico pode tomar a iniciativa sobre qual teste seja o mais adequado, a partir de seu diagnóstico. Além dos testes diretos, métodos complementares que ajudam no diagnóstico e no tratamento também são enquadrados na cobertura, respeitando os três dias úteis ou o imediatismo em casos de emergência.

A lei também prevê o reembolso caso a pessoa infectada realize o exame antes da autorização definitiva ser confirmada. “Tudo bem que é importante ter paciência, mas, se o consumidor acabar realizando o exame, não significa que o custo deve terminar no seu bolso. Essa pessoa pode pedir o reembolso do exame, desde que esteja com o comprovante de que o exame foi feito, o comprovante de pagamento e o pedido médico em mãos”, aponta o advogado.

Finalmente, em caso de dificuldade ou descumprimento da cobertura, o paciente possui alguns canais de apoio para queixas e reclamações. “Primeiro, o consumidor deve reclamar na própria operadora. Se o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) não resolver, é hora de procurar a ouvidoria. Ainda em contradição, é necessária uma reclamação na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de uma Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). Se nada disso adiantar, aí é um caso de tribunal. Lembro que é sempre importante guardar todos os documentos. Desde o pedido médico até o último protocolo recebido”, indica Thayan.

 

Governo de SP leva oportunidades de emprego, cursos gratuitos e linhas de crédito na estação Tatuapé, do Metrô

Iniciativa tem como objetivo atender as mulheres que buscam por uma oportunidade no mercado de trabalho ou como donas do próprio negócio



Mulheres que estão em busca de emprego, qualificação profissional, acesso a crédito para empreender ou até mesmo de orientações para elaboração de currículos poderão ser beneficiadas em uma ação em celebração ao Dia Internacional das Mulheres. A iniciativa de empregabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) vai integrar a ação “Estação Mulher”, parceria do Metrô de São Paulo com diferentes secretarias do Governo do Estado, e será realizada nos dias 7 e 8 de março na estação Tatuapé, na zona leste da capital. 

Ao todo, serão mais de 5 mil vagas de emprego disponíveis na região metropolitana. As interessadas poderão receber carta de encaminhamento do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) para o recrutamento das empresas contratantes, de acordo com o perfil profissional de cada uma delas. Dentre as oportunidades, se destacam técnico de vendas, assistente administrativo, auxiliar de contabilidade, entre outras. Importante levar documento e carteira profissional para concorrer às vagas de trabalho.

 

A equipe da SDE também vai dar dicas de como elaborar currículo e como se comportar durante uma entrevista de emprego, mas se o problema for a falta de qualificação, haverá atendimento no local para inscrição nos cursos gratuitos do Qualifica SP. Serão 6.500 vagas de cursos remotos voltados para mulheres, além de vagas exclusivas para o público feminino no curso de gasista.

A ação também contará com a linha de crédito Empreenda Mulher, do Banco do Povo, que oferece condições especiais visando estimular a atividade empreendedora atrelada à capacitação delas.

 

Serviço:

Data: 7 e 8 de março, das 7h00 às 17h00

Local: Estação Tatuapé - linha vermelha do Metrô



Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 8 de março

 O planejamento estratégico trará resultados efetivos para a mudança da cultura organizacional, garantindo um espaço para que as mulheres sejam cada vez mais valorizadas e reconhecidas.

 

Em 1977, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu que, em 8 de março, seria celebrado o Dia Internacional da Mulher. Esse reconhecimento universal valoriza a jornada feminina, marcada por diversas lutas pelos direitos de igualdade, que causaram mudanças significativas ao longo da história, desde o direito ao voto, a educação, ao divórcio e o desenvolvimento profissional. 

Um estudo feito pela Grant Thornton em 2022 aponta que 38% dos cargos de liderança em empresas brasileiras de médio porte são ocupados por mulheres. Uma porcentagem baixa considerando que elas são mais de 50% da população do país 

Segundo Carine Roos, jornalista, socióloga, empreendedora, CEO e fundadora da Newa, mesmo com as importantes evoluções no ambiente de trabalho, as mulheres ainda encontram dificuldades para avançar nas empresas e acessar de forma equitativa as oportunidades de carreira nas organizações. 

“O Dia Internacional da Mulher é importante não só para a celebração do feminino, mas para demonstrar que apesar de todo o progresso feito, ainda há um longo caminho a percorrer e, atualmente, a realidade é que as mulheres acumulam diversas funções que exigem um gerenciamento de tempo muito complexo. As mulheres que desejam empreender precisam enfrentar uma série de desafios, que vão das dificuldades habituais de se construir um negócio até questões relacionadas aos compromissos com o lar”, ressalta Vininha F. Carvalho, empresária, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios. 

As mulheres estão constantemente quebrando barreiras, seja no mundo corporativo ou no âmbito pessoal. A cada ano, o número de mulheres que têm optado por conhecer novos lugares e destinos de forma independente tem aumentado. E, segundo pesquisa realizada pelo Solo Female Travellers Club, 53% das entrevistadas viajam sozinhas porque querem e não por falta de companhia. Os principais motivos que as levam a essa decisão são: liberdade e flexibilidade (87%); escapar da rotina e das responsabilidades (81%); relaxar e autocuidado (78%); e desafiar a si mesmas (78%). 

Ao programar uma viagem sozinha ou em grupo, as mulheres devem ficar atentas a alguns detalhes, como: pesquisar todas as informações sobre o destino selecionado e escolher a hospedagem correta, optando por quartos individuais, que garantam mais segurança. "Além disso, é importante garantir um bom acesso à internet para contatar amigos e familiares e saber exatamente a localização da estadia e dos percursos que irá realizar durante a viagem”, orienta Carlos Eduardo Pereira, diretor executivo da Bancorbrás Turismo. 

“O fato das mulheres reproduzirem, em seus ambientes de trabalho, a atenção que dedicam em sua vida pessoal é um grande diferencial. O mercado aposta em lideranças focadas no coletivo, na colaboração, na abundância e compaixão, valores que constituem a essência da mulher, que tem como meta construir uma sociedade mais justa e com mais equidade para as futuras gerações”, finaliza Vininha F. Carvalho.

 

Você sabe o que é julgamento com perspectiva de gênero?

Especialistas explicam como preconceito acontece em diversas áreas do direito e o que está sendo feito para mudar isso


Para atender a uma recomendação da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Brasil tem se posicionado a favor da adoção de um documento latino-americano para incentivar a formação de uma cultura jurídica emancipatória e de reconhecimento de direitos de todas as mulheres. Esse foi o objetivo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao lançar em 2021 o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero. Neste Dia da Mulher especialistas explicam um pouco mais sobre esse documento e sua importância. 

O advogado previdenciarista Jefferson Maleski, que integra o escritório de advocacia Celso Cândido Souza Advogados, comenta que esse foi um problema levantado por quem vê isso na prática. “Esses debates chegaram no CNJ que, preocupado com essa discriminação de gênero, elaborou um grupo de trabalho para levantar os principais motivos de discriminação em casos judiciais. É o movimento da sociedade que vem apontando essas falhas, que acontecem em todas as áreas do direito, algumas mais visíveis do que outras”. 

Ele exemplifica uma das formas que essa discriminação acontece em sua especialidade. “Na área previdenciária, principalmente na área rural, existe uma regra, uma permissão para que o trabalhador rural possa usar documentos rurais que estão no nome de outro membro da família. É muito comum, por exemplo, que o marido saia para fazer as compras dos insumos agrícolas, ração, mantimentos, ferramentas agrícolas e o cupom fiscal que ele pede saia no nome dele. A esposa e os filhos podem usar esses documentos gerados pelo marido. Contudo, se esse mesmo marido vai para a cidade e trabalha como servente, como pedreiro, o juiz anula essa nota fiscal para toda a família. E ela acaba ficando sem documentação, porque não é retirada no nome dela”.


Vara de família

A advogada familiarista, Ana Luisa Lopes Moreira, que também integra o escritório Celso Cândido Souza Advogados, ressalta como é a discriminação em sua área de atuação. “Geralmente, em ações de alimento, o padrão de valor estipulado é de 30% do salário mínimo, ou do salário do genitor, mais 50% dividido das despesas extraordinárias que se dividem entre os genitores, como um dentista, por exemplo. Por aí já se pode ver que o desgaste maior recai na mulher, pois os gastos com a criança são, em regra, maiores que aqueles 30% e a mãe vai se virar para suprir”. 

Segundo ela, para determinação da pensão a doutrina determina a consideração do trinômio razoabilidade (se o valor é razoável), possibilidade (quanto o pai pode pagar) e necessidade (o que a criança precisa). “Contudo, na prática, a necessidade da criança fica em segundo plano, pois o que pesa é a possibilidade de quanto o pai pode pagar, dessa forma afetando a razoabilidade. Em muitas sentenças não se consideram as possibilidades da mãe e os gastos totais que se tem com a criança, supervalorizando a possibilidade paterna em detrimento destes outros dois importantes aspectos. Normalmente, a mãe não vai reduzir o estilo de vida que a criança leva e vai ficar com a carga maior. Isso sem falar que ela já é sobrecarregada emocionalmente por ter de lidar com o abandono afetivo do filho, em razão deste abandono ser em sua maioria praticado pelo pai”, diz Ana Luisa.

 

Na prática

Jefferson Maleski destaca como o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero tem sido aplicado. “O CNJ vem determinando que em cada região judiciária, cada vara, cada comarca, tenha pelo menos um juiz ou uma juíza com treinamento, com curso de protocolo de gênero, para que ele possa divulgar essas informações. O ideal seria que todos os juízes passassem por esse treinamento para identificar essas discriminações e passar a utilizar nos seus julgamentos, evitando essa discriminação”, afirma.

Enquanto isso não acontece, ele destaca a atuação dos colegas. “Cabe aos advogados levantar essa questão nas suas peças. Ele tem que apontar que está acontecendo uma discriminação, alguma coisa relacionada ao gênero. Mostrar que ali, se fosse um caso inverso, não estaria sendo feita aquela exigência pelo juiz. E se o juiz não entender, recorrer para as instâncias superiores, até mesmo para chegar ao CNJ, que vai intervir e demonstrar também que precisa haver uma mudança, uma correção nesses julgados”, pontua.


Redes sociais são canais de vendas para 87% das pequenas e médias empresa

Estudo da Nuvemshop mostra que o WhatsApp e o Telegram são as ferramentas mais utilizadas para comercializar. Já para a divulgação das lojas virtuais, o Instagram é o preferido

 

O Instagram é o principal meio utilizado pelas pequenas e médias empresas para divulgação de suas lojas virtuais. Ao longo do ano passado, 59,5% das empresas desses portes pesquisadas pela Nuvemshop utilizaram a rede social para a finalidade. Em seguida aparecem o WhatsApp (39%), Facebook (38%) e TikTok (22%).

Já em relação ao atendimento ao cliente, o WhatsApp é a opção mais utilizada pelos empreendedores (59%), seguido pelo Instagram (50%) e Facebook (24%).

O WhatsApp também é a ferramenta preferida para a comercialização dos produtos, utilizado como canal de venda por 44% dos pequenos e médios empresários, mesmo percentual do Telegram. Em seguida aparecem Instagram Shopping (37%) e Loja do Facebook (22%).

O estudo da Nuvemshop mostra que aproximadamente 87% dos empreendedores utilizaram as redes sociais como canais vendas no ano passado.

Outro destaque da pesquisa aborda o uso de anúncios pagos pelas pequenas e médias empresas. A conclusão é que metade dos empreendedores entrevistados utilizaram a estratégia em 2023, sendo que a maioria (60%) deu preferência ao Instagram Ads e ao Facebook Ads.

A maior parte dos que apostaram em anúncios pagos investiram menos de R$ 300, estratégia adotada por 34% dos entrevistados. Outros 13% investiram entre R$ 300 e R$ 1.000 e 6,5% entre R$ 1.000 e R$ 5.000.•

 

Redação DC
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/redes-sociais-sao-canais-de-vendas-para-87-das-pequenas-e-medias-empresas

 

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