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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Dissecção de Aorta: doença que muitas vezes é confundida com outras patologias pode levar à morte


Doença de Aorta é mais comum em pessoas com menos de 50 anos, sendo a angiotomografia o principal exame diagnóstico. O Dia Mundial de Conscientização sobre Doenças da Aorta, em 19 de setembro, enfatiza a importância da prevenção e detecção precoce


A Dissecção de Aorta é uma condição médica grave que ocorre quando há uma laceração na camada interna da Aorta, a maior artéria do corpo humano. A Aorta desempenha um papel crucial no transporte de sangue rico em oxigênio do coração para todas as partes do corpo. Quando ocorre uma dissecção, o sangue pode vazar da camada interna da Aorta para a camada média, criando uma "falsa via" ou um canal secundário dentro do vaso. Esse processo compromete a perfusão sanguínea adequada dos órgãos localizados abaixo da área de dissecção, o que pode levar a danos nos órgãos e complicações graves.

Além disso, esse novo trajeto não está adaptado ao fluxo sanguíneo arterial, que possui alta pressão, o que aumenta a fragilidade do vaso sanguíneo, tornando o local propenso à formação de uma dilatação conhecida como aneurisma. Eventualmente, esse aneurisma pode comprometer a circulação de órgãos, ou ainda ocorrer a sua ruptura, condição muito temida e que pode ser fatal se não tratada adequadamente.

A principal manifestação clínica da Dissecção de Aorta é a dor torácica de forte intensidade, geralmente referida ou irradiada para as costas. Os pacientes normalmente apresentam também sudorese intensa e relatam uma sensação iminente de morte. Esses sintomas são muito semelhantes aos de um infarto do miocárdio. Portanto, a Dissecção de Aorta é considerada um dos diagnósticos diferenciais nos protocolos de avaliação de dor torácica.

Quando um paciente é admitido com dor torácica, as principais doenças potencialmente graves que precisam ser investigadas são: infarto agudo do miocárdio, dissecção de Aorta e embolia pulmonar.

De acordo com o cirurgião vascular e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular - Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Marcus Vinicius Martins Cury, de um modo geral, o principal fator de risco para Dissecção de Aorta é a hipertensão arterial sistêmica. O especialista esclarece que a doença é grave e potencialmente fatal, e quando ocorre na porção inicial da Aorta, próxima ao coração, apresenta uma mortalidade altíssima, podendo levar ao tamponamento cardíaco e à morte súbita. “Na porção descendente, após a artéria subclávia, a Dissecção de Aorta também pode resultar em complicações graves, incluindo paraplegia, insuficiência renal, isquemia intestinal, aneurisma de Aorta, ruptura arterial e óbito”.

Ainda de acordo com o médico, a prevenção envolve o reconhecimento e o tratamento das principais doenças relacionadas a essa condição. Nesse sentido, é importante estar atento aos pacientes com histórico familiar de dissecção e hipertensão arterial. “É importante esclarecer também que a doença pode ser confundida com outra patologia, como infarto agudo do miocárdio e embolia pulmonar. O principal exame para o diagnóstico correto é a angiotomografia de Aorta”.

Nos Estados Unidos, estima-se uma prevalência de três a quatro casos a cada 100.000 habitantes, por isso, na opinião do cirurgião vascular, uma conscientização mais eficaz das pessoas em relação aos fatores de risco é essencial, enfatizando a importância de tratar adequadamente a hipertensão arterial. “Informar a população sobre essa doença é crucial, assim como sensibilizar os profissionais de saúde, especialmente os médicos recém-formados, que normalmente constituem a maioria da equipe de prontos-socorros em nosso país", conclui.


Campanha Pense Aorta: Ações de orientação aos profissionais da saúde e atendimento à população

Em 19 de setembro é promovido o Dia Mundial de Conscientização sobre Doenças de Aorta, cujo objetivo é esclarecer, tanto aos profissionais da saúde como à população, a importância de um adequado e rápido diagnóstico. Para dar visibilidade à data, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP) promove todos os anos, no mês de setembro, a Campanha Pense Aorta, uma ação social que visa orientar sobre a prevenção e a consideração do diagnóstico da Dissecção de Aorta em casos de dor torácica, principalmente nos jovens, idade em que a doença é raramente considerada.

“O esclarecimento e a conscientização da população e dos profissionais da saúde sobre a importância do controle dos fatores de risco e dos sinais clínicos das patologias da aorta, que é o vaso sanguíneo maior e mais importante do nosso organismo, é fundamental e, por isso, a campanha Pense Aorta é muito importante”, comenta o presidente da SBACV-SP, Dr. Fabio Rossi.

Este ano, a ação social Pense Aorta será realizada no Hospital Ipiranga nos dias 19 e 21 de setembro. O evento contará com ciclos de atividades informativas e orientações para profissionais de saúde e pacientes, abordando a doença e seus principais riscos. Além disso, haverá atendimento à população, incluindo a triagem de pacientes ambulatoriais e de alto risco, das 8h às 11h, por ordem de chegada.

No Instituto Dante Pazzanese será ministrada palestra, e será feito esclarecimento à população sobre a doença no dia 22 de setembro, para os profissionais da saúde e pacientes do hospital.

Já no Serviço de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Hospital Santa Marcelina Saúde Itaquera haverá atendimento à população no dia 23 de setembro, das 9 às 15h, no Ambulatório de Especialidades. Serão distribuídas senhas no local.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram). 



Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br

 

Privação de sol e restrição alimentar em crianças podem levar ao raquitismo

Crianças acamadas e com restrição ao leite têm maior risco da doença



“Uma criança acamada durante muito tempo e restrita à exposição solar pode desenvolver raquitismo por deficiência de vitamina D. Além disso, a criança que não ingere laticínios - a maior fonte de cálcio para os ossos - durante a infância também pode ter raquitismo”, alerta Dra. Marise Lazaretti Castro, endocrinologista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO). Esses são os chamados raquitismos nutricionais, que não costumam ser frequentes, a não ser nestas condições especiais.

“Mas é preciso uma atenção especial às crianças veganas, as com intolerância à lactose e as com alergia à proteína do leite de vaca. A falta do cálcio poderá causar raquitismo nutricional deixando graves sequelas. Nestes casos, o cálcio precisa ser suplementado”, diz Dra. Marise.

O raquitismo mais frequente no Brasil é de causa genética, provocado por concentrações baixas de fósforo no sangue. Por este motivo é chamado de raquitismo hipofosfatêmico.

O raquitismo acontece porque grande parte do tecido ósseo não consegue ser mineralizado, tornando-se mole e sujeito a deformidades. Os principais sinais e sintomas do raquitismo são: baixa estatura, dores ósseas frequentes, fraqueza muscular importante e deformidades, especialmente nas pernas. “Isso é perceptível a partir do momento que a criança começa a andar, justamente pelo peso do corpo sobre as perninhas, que começam a se deformar”, explica a endocrinologista. Deformidades no crânio (fronte olímpica) e no tórax (rosário raquítico), sulco de Harrison e o peito de pombo são outros sinais da doença na criança. Por causa das deformidades e fraturas, essas crianças costumam passar por múltiplas cirurgias ortopédicas ao longo da infância.

A boa notícia é que para esse raquitismo mais frequente no Brasil, o hipofosfaltêmico, há um novo medicamento, muito seguro e eficiente, o burosumabe, um anticorpo monoclonal que tem como meta diminuir e perda de fósforo pela urina, causadora da doença, que já está aprovado pela Anvisa e sendo liberado pelo SUS. Portanto vale ficar de olho nos fatores de risco, para que o tratamento seja o mais precoce possível.
 


ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo
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Podcast (Spotify): https://bit.ly/3ZGGbQc


Shopping Cidade de São Paulo apoia a Campanha Nacional de Conscientização sobre as Doenças Reumáticas


Médicos das Sociedades Brasileira e Paulista de Reumatologia estarão no Shopping Cidade de São Paulo, neste domingo (17/9), para orientar a população sobre as doenças reumáticas


Médicos da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) em ação conjunta com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e associações de pacientes estarão no dia 17 de setembro (domingo), das 9h às 14h, na Av. Paulista, em frente ao Shopping Cidade São Paulo, para informar e conscientizar a população sobre as doenças reumáticas, seus sintomas e a importância do diagnóstico precoce. A ação, gratuita e aberta a toda população, conta com apoio do GRUPAR-BR, BioredBrasil, Encontrar, Blog Artrite Reumatoide e dos laboratórios GSK e Novartis.

Reumatologistas e profissionais de saúde irão atuar orientando a população para o diagnóstico precoce das doenças reumáticas. Fisioterapeutas também farão exercícios de alongamento e dança, ressaltando a importância da atividade física para pacientes reumáticos. Os participantes receberão ainda cartilhas informativas sobre as principais doenças reumáticas.  

Para a reumatologista e presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), Dra. Nafice Costa Araújo, a campanha é um importante alerta, pois quanto mais rápido for feito o diagnóstico correto, menor será o dano articular e melhor a qualidade de vida do paciente. “Levando em consideração que há mais de 15 milhões de brasileiros com algum tipo de doença reumática, esta é uma grande oportunidade para estarmos mais perto da população, que nem sempre tem acesso a um reumatologista, para orientar e esclarecer dúvidas”, afirma a especialista.

O reumatologista Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), também chama atenção para a importância do diagnóstico e do tratamento nas fases iniciais das doenças reumatológicas e do relevante papel do reumatologista nos sistemas de saúde.  “Médicos de todas as sociedades regionais de reumatologia estarão mobilizados nesta data levando informações objetivas e atualizadas, pois dores nas articulações podem ser sintomas de doenças reumáticas, como artrite e osteoartrite/artrose, e devem ser investigadas, diagnosticadas e tratadas de forma adequada por um reumatologista”, afirma Rocha Loures. 

De acordo com a SBR, a osteoartrite ou artrose é a doença reumática mais frequente no país, representando cerca de 30% a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia. Já a artrite reumatoide, doença de natureza inflamatória, crônica e progressiva, acomete cerca de dois milhões no Brasil. Trata-se de uma doença mais prevalente entre mulheres, na faixa dos 30 aos 55 anos, mas também atinge pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Entre os sintomas estão dor persistente e inchaço nas articulações, que podem levar à deformidade nos pés e mãos, desgaste nas cartilagens e nos ossos e até à incapacidade física, se não diagnosticadas precocemente e tratadas de forma adequada.

A dor nas costas ou lombalgia é a segunda causa mais comum de consultas médicas gerais, só perdendo para o resfriado comum.  Entre 65% e 80% da população mundial desenvolve dor na coluna em alguma etapa de suas vidas. Entre as principais doenças reumáticas estão Artrite Reumatoide, Osteoartrite/Artrose, Espondiloartrites, Artrite Psoriásica, Lombalgia, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), Fibromialgia, Osteoporose, Gota, Febre Reumática, Vasculites. Cada doença tem sua característica.


Campanha nacional

Simultaneamente, no dia 17/9, ocorrerão eventos gratuitos no Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Maceió (AL), Brasília (DF), Natal (RN), Vitória (ES), Porto Velho (RO), Macapá (AP), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Araguaína (TO), João Pessoa (PB), São Luis (MA), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Belém (PA) e Curitiba (PR), visando alertar para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, esclarecendo as principais dúvidas em relação a doenças reumáticas.

A campanha nacional da SBR conta com apoio de grupos de pacientes de todo o país como GRUPAR-BR, BioredBrasil, Encontrar, Blog Artrite Reumatoide, Apales/RN (Associação das Pessoas Acometidas de Lupus Eritematoso Sistêmico do Estado do Rio Grande do Norte) , Esclerodermia Rio Grande do Norte, ANP LUPUS, AMAVIRARAS, GARCE, GRUPAES, GRUPARMA, GARPB (Grupo de Apoio a Pacientes Reumáticos da Paraíba), Águias da Paraíba, AFRIBOJP, Instituto GRUPARJ Petropólis, RECOMEÇAR RJ, GRUPAL(Grupo de Pacientes Artríticos de Porto Alegre)  e Alureu Sinos.

 

Sobre a Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR)

Fundada em 1953, a Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) é uma associação que tem como objetivo representar os reumatologistas do Estado de São Paulo. Desde sua criação, tem atuado ativamente para levar aos profissionais da saúde do Estado de São Paulo e ao público em geral as mais recentes conquistas científicas no campo da Reumatologia.
@reumatologiasp

 

Sobre a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)

A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é uma associação civil científica de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 15 de julho de 1949, na cidade do Rio de Janeiro, pelos médicos Herrera Ramos, Waldemar Bianchi, Pedro Nava, Israel Bonomo, Décio Olinto e outros, tendo mantido desde então sua tradição científica, acompanhando e promovendo o desenvolvimento da especialidade no Brasil e com um importante papel também internacional, especialmente entre os países da América Latina. Filiada à Associação Médica Brasileira, conta em torno de 2 mil associados, congrega 26 sociedades regionais estaduais, assessorias e comissões científicas e representações em associações nacionais e internacionais e junto ao Ministério da Saúde. Visite o site: www.reumatologia.org.br | @sociedadereumatologia | @reumatologinsta

 

Serviço:

Campanha Nacional de Conscientização sobre as Doenças Reumáticas em São Paulo
Local: Shopping Cidade São Paulo – Avenida Paulista, 1230 – Bela Vida, São Paulo (SP)

https://shoppingcidadesp.com.br/ | @shoppingcidadesp . 
Data: 17 de setembro de 2023 (domingo)
Horário: das 9h às 14h
Horário de funcionamento do Shopping: segunda a Sábado das 10h às 22h. Domingo e feriado das 14h às 20h.
Gratuito.


Está com os Dentes Sensíveis? Saiba Quando Começar a se Preocupar

A sensibilidade dentária é um problema comum que afeta muitas pessoas em diferentes faixas etárias. É uma condição que causa desconforto e dor quando os dentes são expostos a estímulos como alimentos ou bebidas quentes, frias, doces ou ácidas. Embora seja uma queixa frequente, muitas pessoas não sabem exatamente o que causa a sensibilidade dentária e como tratá-la adequadamente. 

A cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal, Dra. Bruna Conde, comenta os principais aspectos da sensibilidade dentária, fornecendo informações relevantes e dicas úteis para lidar com esse problema.

 

A sensibilidade dentária ocorre principalmente devido a dois fatores:

 

Desgaste do esmalte: O esmalte é a camada mais externa e resistente do dente. Com o passar do tempo e a abrasão natural dos alimentos, ele pode se desgastar, expondo a dentina, que é a camada interna mais sensível. Isso deixa os dentes mais propensos à sensibilidade.

 

Exposição da dentina: A dentina é a estrutura interna do dente localizada sob o esmalte. Ela contém tubos dentinários que comunicam a polpa, tecido vivo e sensível dentro do dente. Quando o esmalte se desgasta ou é lesionado, a dentina fica exposta, permitindo que estímulos térmicos, químicos ou mecânicos sejam transmitidos diretamente à polpa, causando dor ou desconforto. 

“Fatores como hábitos alimentares ácidos, escovação dental agressiva, desgaste natural pela idade e algumas doenças bucais também podem levar à exposição prematura da dentina e desencadear sensibilidade dentária ao longo da vida. O tratamento depende de avaliação profissional sobre a causa em cada caso”. Destaca a Dra. Bruna Conde.

 

Fatores de risco para sensibilidade dentária

 

Escovação agressiva e uso de escovas de cerdas duras: uma escovação com muita pressão ou com cerdas muito rígidas pode desgastar rapidamente o esmalte dos dentes, expondo mais rapidamente a dentina interna.

 

Bruxismo (ranger ou apertar os dentes): a compressão e fricção excessiva dos dentes durante pode causar desgaste do esmalte ao longo do tempo, deixando a dentina à mostra e sensível.

 

Consumo excessivo de alimentos e bebidas ácidas: alimentos como frutas cítricas e suas bebidas liberam ácidos que, a longo prazo, podem alterar o ph da boca e dependendo do hábitos e estilo de vida  pode auxiliar para promover o desgaste do esmalte de forma prematura.

 

Retração gengival e doenças periodontais: problemas gengivais que fazem a gengiva recuar exercem pressão nos dentes e podem deixá-los mais suscetíveis ao desgaste do esmalte. A falta de suporte gengival também aumenta o risco de sensibilidade. 

Manter bons hábitos de escovação, alimentação e comportamentais, além de tratar problemas bucais, ajuda a prevenir ou retardar a exposição da dentina sensível. 

 

Sinais e sintomas de sensibilidade dentária 

Nos casos leves, a sensibilidade se manifesta como uma leve sensação de desconforto ao se ingerir algum alimento ou bebida muito quente, fria ou adocicada, já que esses estímulos térmicos ou os ácidos são transmitidos diretamente para a polpa exposta na dentina. Também pode haver certo desconforto ao escovar os dentes ou usar fio dental e enxaguantes. Normalmente essa sensação desagradável é rápida e passageira, não interferindo nas atividades diárias. 

Bruna Conde ressalta que, no entanto, alguns sintomas demandam mais atenção, pois podem indicar outros problemas mais complexos acontecendo, não se limitando apenas à sensibilidade em si. Dor intensa e persistente ao se alimentar, higienizar os dentes ou à noite, que pouco é aliviada por medicações caseiras, por exemplo. Também inchaço, vermelhidão ou processos inflamatórios persistentes nas gengivas ou nos dentes precisam ser avaliados pelo dentista, pois podem significar complicações como cárie ou doença periodontal não tratadas corretamente.  

Sempre importante uma consulta odontológica  para diagnosticar a real causa dos sintomas e tratar adequadamente, já que uma simples sensibilidade aos estímulos pode estar associada a outras patologias dentárias pré-existentes.

 

Como prevenir a sensibilidade dentária 

A sensibilidade dentária pode ser amenizada ou prevenida com algumas estratégias simples. Uma escovação suave, evitando pressões agressivas, além do uso de escovas de cerdas macias, evitam desgaste excessivo do esmalte. Recomenda-se também não escovar os dentes imediatamente após ingerir alimentos ácidos, pois isso pode transmitir o estímulo direto à polpa exposta. Cremes dentais específicos para dentes sensíveis, contendo flúor e agentes obtundos, formam uma barreira protetora temporária. O uso regular de fio dental retira placa bacteriana de áreas de difícil acesso, prevenindo cáries. Reduzir o consumo frequente de alimentos e bebidas ácidas também minimiza o desgaste pelo ph ácido da boca no longo prazo. Esses cuidados simples no dia a dia contribuem para aliviar e prevenir a sensibilidade dentária. 

 

Tratamentos e cuidados para a sensibilidade dentária 

Um dos principais cuidados para sensibilidade dentária é o uso de produtos dessensibilizantes que agem bloqueando os canais sensitivos das dentinas expostas e formando uma barreira protetora na superfície do dente.  

Além disso a laserterapia auxilia muito no processo se dor. 

Caso a origem seja o bruxismo, podemos utilizar terapia cognitiva comportamental, placas de mordida personalizadas para ajudar a proteger as áreas sensíveis e diminuir a dor. 

Já quando há recessão gengival profunda, causando exposição da raiz dentária, enxertos gengivais podem ser necessários para recobri-la e protegê-la. 

Mais importante é entender o porquê da sensibilidade e remover todas as causas. 

 

Quando procurar um dentista

A sensibilidade precisa ser avaliada por um dentista sempre que persistente, interferindo na alimentação e função. Dor ao mastigar alimentos, bem como ao escovar os dentes, são sinais de que o problema requer tratamento especializado.  

Somente um profissional poderá fazer o exame clínico e detectar a causa raiz da sensibilidade, seja cárie, fraturas, desgaste dental, recessão gengival ou alguma condição existente.  

Bruna Conde reforça que é possível prevenir a sensibilidade. Melhor que tratar é evitar e hoje em dia é possível. 

Cuide bem dos seus dentes e desfrute de uma vida livre de desconforto e dor causados pela sensibilidade dentária. Seus sorrisos merecem todo o cuidado e atenção necessários! 

 


Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038

 

BACTÉRIA DESVENDA OS SETE ERROS DENTRO DE UM QUARTO!

Dentro das residências, há um inimigo presente, espreita e pronto para ocasionar problemas para a saúde das pessoas como desde uma alergia, como rinite, gatilhos para sintomas de asma, dermatite atópica e até micoses pulmonares, infelizmente.

Trata-se da umidade, a quantidade de água existente no ambiente que nos cerca. E a Organização Mundial da Saúde preconiza uma umidade ideal entre 50 a 60%, sabia?

Mas segundo o biomédico Roberto Martins Figueiredo (querido Dr. Bactéria), alguns hábitos existentes podem aumentar estes valores de umidade acima de 70%, o que é terrível para estes problemas alérgicos. Confira:


  1. Utilizar umidificadores ambientais:

Nossa avó sempre falou: deixe a janela aberta, pois quanto mais ar entrar mais saúde teremos. O que ela queria dizer era: quanto mais seco o ambiente mais saúde.

Tecnicamente falando, o Dr. Bactéria explica que o ar de um ambiente tem que ser trocado seis vezes por hora. Isto se consegue deixando a janela e a porta abertas (corrente de ar). Umidificadores ambientais (como também, bacias com água ou toalhas molhadas) parecem ser excelentes, no entanto, não possuem uma “chave” que poderia desligar este aparelho quando a umidade ambiental atingisse 60%.

Ao contrário, continua sua função elevando esta umidade até níveis superiores a 70%, o que serve como uma espécie de gatilho para os ácaros se multiplicarem.

“A poeira doméstica é formada por cerca de 85% de escamas de pele humana, aliada a umidade acima de 70% serve de um verdadeiro banquete para os ácaros. Estes vão produzir bolotas fecais que serão responsáveis por possíveis quadros alérgicos como rinites, gatilho para asma e dermatite atópica, além de propiciarem o aparecimento de bolores cujos esporos, além de processos alérgicos podem destruir materiais e ocasionar micoses pulmonares. Devemos dar preferência para desumidificadores ambientais, que retiram a umidade ambiental”, explica o biomédico.


  1. Arrumar a cama na hora que acordar:

Nós perdemos cerca de 2,4 litros de água por dia (dejetos, suor, respiração). Uma grande parte está na cama, à noite. Se arrumarmos a cama no momento de acordar, iremos dificultar a evaporação (secagem) do colchão, o que facilita a vida dos ácaros. O Dr. Bactéria explica que devemos arrumar cerca de 1 a 2 horas após acordar, ventilando o quarto.


3. Usar o travesseiro por mais de 02 anos:

Um travesseiro de dois anos é formado por cerca de 1/3 de ácaros vivos, ácaros mortos e fezes de ácaros. Eles devem ser trocados a cada dois anos. Alertas: evite levá-los em viagens, não deve-se lavar e dê preferência por travesseiros de látex, ok?


  1. Utilizar perfumes “odorizantes” nos colchões:

Estes perfumes “odorizantes” possuem um grande percentual de água, o que aumenta a umidade local facilitando a vida de ácaros e de bolores.

 

  1. Colocar o travesseiro no Sol:

Ao colocar o travesseiro no sol (prática muito comum), aquecemos a área externa, sendo que internamente fica em uma temperatura ideal para o acasalamento dos ácaros. Colocando no sol, na verdade, estamos criando um verdadeiro “Motel” para os ácaros. Coloque em local ventilado e na sombra.


  1. Em quartos de alérgicos, é errado usar tapetes ou carpetes:

Tapetes e carpetes, mesmo limpos e aspirados, apresentam uma grande quantidade de poeira, o que vai ocasionas todos os problemas já descritos, de acordo com Dr. Bactéria.


  1. É errado não utilizar protetores em colchões ou travesseiros:

“Protetores de colchões e travesseiros, tipo sacos fechados por zíper, de algodão por fora e impermeáveis por dentro para impedir a passagem de suor, urina ou mesmo vômito. Estes devem ser trocados semanalmente. Um colchão com protetor dura o seu tempo médio de sete anos, sem precisar nenhum tipo de limpeza”, finaliza Dr. Bactéria!


Dia Mundial do Doador de Medula Óssea: quem pode doar?

Brasil tem o terceiro maior registro de doadores de medula óssea do mundo, com 5,5 milhões de pessoas cadastradas

 

No dia 17 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, data que tem o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da doação, que pode ser essencial para a cura de doenças como leucemia, linfomas e alguns tipos de anemias. Atualmente, o Brasil tem o terceiro maior registro de doadores de medula óssea do mundo, segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

São mais de 5,5 milhões de brasileiros cadastrados no banco do REDOME. Roberto Luiz da Silva, hematologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, destaca que a medula óssea utilizada para realização do transplante pode curar diversas doenças além das citadas anteriormente.

“A medula óssea é uma substância gelatinosa presente no interior dos ossos, capaz de produzir as células sanguíneas,  glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos. Quando o paciente recebe a medula óssea ou células tronco hematopoéticas, o organismo passa a produzir essas células de forma saudável novamente”, comenta ele. 

Para doar, é preciso ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ser portador de doenças infecciosas ou incapacitantes, câncer, condições hematológicas ou do sistema imunológico. No entanto, algumas condições de saúde não impedem a doação, por isso, é importante que cada caso seja devidamente analisado, segundo a Dra. Maria Cristina, responsável técnica do serviço de transplante de medula óssea da unidade Pompeia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso acessar o site do REDOME (redome.inca.gov.br) e verificar a unidade de cadastramento mais próxima da sua localização. 

Neste local, será realizada a apresentação de um documento chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para cadastro no REDOME e será coletada uma amostra de sangue para exame de tipagem HLA (antígeno leucocitário humano). Os resultados ficam cadastrados no REDOME para buscas de compatibilidade com quem necessita de doações a nível nacional e internacional.

Segundo o Dr. Roberto, há necessidade de se incentivar um maior número de doações na região norte e de doadores negros, asiáticos e indígenas, aumentando assim as probabilidades de se encontrar um doador, pois o Brasil possui grande miscigenação.

De acordo com os especialistas é importante que todas as pessoas inscritas no REDOME realizem atualização de seus cadastros facilitando o contato, caso seja encontrado um receptor possível.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

 

Pfizer lança medicamento inovador, de uso oral, para tratar adolescentes e adultos com dermatite atópica moderada a grave

Indicado para pacientes a partir de 12 anos, Cibinqo (abrocitinibe) pode proporcionar alívio rápido da coceira logo após o primeiro dia de uso2

 

Como uma opção inovadora para o tratamento da dermatite atópica (DA) moderada a grave em adultos e adolescentes a partir de 12 anos, a Pfizer lança no Brasil o medicamento Cibinqo (abrocitinibe), indicado para pacientes candidatos à terapia sistêmica, ou seja, quando é necessário usar algum medicamento além do tratamento tópico com pomadas e cremes para o controle da doença1. Aprovado no Brasil em junho deste ano, Cibinqo deve estar disponível para os pacientes dentro de algumas semanas.

Atualmente, o medicamento também está licenciado na União Europeia e em países como Estados Unidos, Japão, Emirados Árabes, Cingapura, entre outros. “A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por coceira intensa e lesões avermelhadas que podem cobrir mais da metade da superfície corporal, impactando fortemente diferentes áreas da vida dos pacientes, prejudicando a qualidade de vida de quem convive com a dermatite atópica. Por isso, estamos orgulhosos de contribuir para o avanço do tratamento, com uma solução terapêutica que pode proporcionar mais qualidade de vida para essas pessoas”, diz a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.


Mecanismo de ação

O novo medicamento é um inibidor da janus quinase, proteína intracelular que desempenha um papel essencial no processo inflamatório associado à dermatite atópica2. Vale destacar que até 72% das pessoas com dermatite atópica moderada a grave apresentam outras doenças associadas a esse processo inflamatório, tais como asma ou rinite alérgica3, segundo a literatura médica.

A forma de administração de Cibinqo pode contribuir para facilitar a adesão ao tratamento. De uso oral, o medicamento deve ser ingerido uma vez por dia, em dose de 100 mg ou de 200 mg, conforme a prescrição médica, seja como única terapia ou em combinação com medicamentos tópicos indicados pelo médico1.


Segurança e eficácia

A aprovação do medicamento foi baseada nos resultados de estudos realizados durante seu programa de desenvolvimento clínico, envolvendo mais de 1.600 pacientes1. Em todos os estudos, Cibinqo demonstrou perfil de segurança e eficácia, com alívio rápido da coceira logo após o primeiro dia de uso, além de controle eficaz da extensão e da gravidade das lesões provocadas pela doença2.

Além disso, os estudos apontam que os sintomas de ansiedade e depressão foram significativamente reduzidos nos pacientes com dermatite atópica que foram tratados com Cibinqo após 12 semanas de observação, na comparação com pessoas que receberam placebo1.


Compromisso Pfizer com a Dermatologia

O lançamento de Cibinqo no Brasil reforça o compromisso da Pfizer com o desenvolvimento de soluções inovadoras capazes de melhorar a vida de pacientes com doenças dermatológicas, enfermidades frequentemente subestimadas, mas de grande impacto para seus portadores, em diferentes áreas da vida. Por isso, o pipeline da companhia também compreende moléculas em desenvolvimento para o tratamento da alopecia areata e do vitiligo 4.


Liderança em Inflamação e Imunologia

Globalmente, a Pfizer é líder na descoberta e desenvolvimento de medicamentos para pacientes que sofrem com doenças imunológicas crônicas, de natureza inflamatória5. Já no início da década de 1990, as equipes da companhia trabalharam por quase 20 anos em um programa de desenvolvimento clínico que daria origem, anos depois, ao primeiro inibidor de JAK licenciado no mundo6: tofacitinibe (Xeljanz).

Desde então, a companhia tem avançado em P&D a partir dos inibidores de JAK, colaborando para o enfrentamento de várias outras doenças inflamatórias imunomediadas, tais como artrite psoriática, espondilite anquilosante, artrite idiopática juvenil, colite ulcerativa, entre outras. Atualmente, o pipeline global da unidade de Inflamação & Imunologia conta com 17 programas clínicos em andamento, focados em três especialidades: dermatologia, gastroenterologia e reumatologia4.





Referências

1. Cibinqo, Bula para profissionais de saúde. Disponível para acesso em:
https://www.pfizer.com.br/files/Cibinqo_Profissional_de_Saude_07.pdf

2. How Cibinqo Works. Disponível em: https://www.cibinqo.com/how-cibinqo-works

3. L. Eckert et al. The burden of atopic dermatitis in US adults: Health care resource utilization data from the 2013 National Health and Wellness Survey. J Am Acad Dermatol, Vol 78 , Issue 1 , 54 - 61.e1.

4. Pfizer Inc. Pipeline, atualizado em agosto de 2023. Acesso: https://cdn.pfizer.com/pfizercom/product-pipeline/Pipeline_Update_01AUG2023_4.pdf?4_xUVtkbfSMGswNtunOZO87JwWWPQvuU

5. Pfizer Inc. Inflamação e Imunologia. Acesso em: https://www.pfizer.com/partners/candidate/inflammation-and-immunology

6. Mortezavi M, Martin DA, Schulze-Koops H. After 25 years of drug development, do we know JAK? RMD Open. 2022 Jul;8(2):e002409. Acesso: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35831034/

 

Estudo produzido no IBB investiga a influência dos resíduos plásticos no desenvolvimento do câncer de próstata

Os resíduos do lixo plástico podem reprogramar as células da próstata durante o desenvolvimento fetal e neonatal, e com isso, aumentar a chance dos filhos de mães expostas a desenvolver o câncer de próstata quando envelhecerem. É o que mostra o estudo desenvolvido com roedores no Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu, pela doutoranda Ariana Musa de Aquino, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral e Aplicada, sob a orientação do Dr. Wellerson Rodrigo Scarano, com apoio da FAPESP. 

O artigo: “Integrated transcriptome and proteome analysis indicates potential biomarkers of prostate cancer in offspring of pregnant rats exposed to a phthalate mixture during gestation and lactation” foi publicado na revista científica Chemosphere, uma das mais respeitadas no mundo na área de toxicologia ambiental. O estudo contou com duas colaborações internacionais importantes na área de toxicologia ambiental, a Dra. Jodi A. Flaws, da Universidade de Illinois (EUA) e o Dr. Bernardo Lemos, da Universidade de Harvard (EUA). 

Durante o estudo, ratas gestantes foram expostas a uma mistura de 6 ftalatos (substâncias químicas usadas para dar maleabilidade ao plástico), de acordo com a proporção encontrada no sangue e urina de mulheres grávidas, e numa concentração semelhante a encontrada no ambiente doméstico. Com isso, pretendeu-se mimetizar a exposição humana, especialmente na gestação. 

“Os ftalatos têm a capacidade de desregular o sistema endócrino, e o desenvolvimento normal de órgãos como a mama e a próstata, dependem de hormônios funcionando corretamente para acontecer. Com isso, a nossa hipótese era de que a influência dessas substâncias num momento tão importante como a gestação e a lactação, momento no qual a próstata está se desenvolvendo, poderia reprogramar o seu desenvolvimento e aumentar a chance dos indivíduos desenvolverem doenças prostáticas durante o envelhecimento. Tal hipótese surgiu a partir de estudos anteriores feitos pelo grupo que mostravam que a próstata dos animais tratados era menos desenvolvida ao nascimento e na pré-puberdade”, afirmou o Dr. Wellerson Rodrigo Scarano. 

Aproximadamente 38% dos filhos expostos aos resíduos químicos dos plásticos, através da mãe, desenvolveram tumores quando envelheceram, em diferentes graus de comprometimento. Os resultados mostraram que houve uma reprogramação molecular, através de mecanismos epigenéticos, durante o desenvolvimento da próstata dos ratos, o que aumentou a susceptibilidade ao adenocarcinoma in situ, tumor maligno em fase inicial. 

Cientistas do mundo inteiro têm estudado as repercussões que alterações nutricionais, farmacológicas e de exposição ambiental durante a gestação e a infância podem ter sobre o indivíduo quando ele se torna adulto. 

“O estudo foi desenvolvido em ratos, mas acende a luz vermelha sobre um dos maiores problemas de saúde pública mundial, que é o acúmulo de lixo plástico nos rios, oceanos e no solo. Parte desse lixo plástico se decompõe para formar os micros e nanoplásticos, e todos os aditivos usados na sua fabricação são liberados nesses ambientes, incluindo os ftalatos. Com isso, os seres humanos são expostos pelo ar, água e alimentos ingeridos contendo partículas derivadas dos plásticos. A investigação sobre os efeitos dos resíduos plásticos sobre a saúde continua em andamento, e com certeza trará mais resultados”, finalizou Scarano. 

O estudo na íntegra pode ser conferido em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0045653523022890

 

Ariana Musa de Aquino - doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral e Aplicada, sob a orientação do Dr. Wellerson Rodrigo Scarano, com apoio da FAPESP.


Sono X crianças com autismo

Imagem de RachelBostwick por Pixabay
Distúrbios do sono são muito comuns nas crianças com o Transtorno do Espectro Autista

 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o neurodesenvolvimento do indivíduo. Caracteriza-se por dificuldades na interação social, na comunicação e por comportamentos ou interesses res- tritos e repetitivos. Em cada um, apresenta-se de forma diferente. Mas um sintoma, em especial, é bem comum em cerca de 80% das crianças com TEA: a dificuldade para adormecer e manter um sono de qualidade. 

A neurologista infantil, neurofisiologista clínica e membro da Associação Brasileira do Sono, Letícia de Azevedo Soster, explica por que o distúrbio do sono é tão prejudicial para as crianças com TEA. “O desenvolvimento e a maturação neuronal, a construção de sinapses e a poda cerebral acontecem no período do sono. Portanto, essa fisiologia do desenvolvimento pode ficar ainda mais comprometida com o sono de má qualidade”, alerta. “Há consequências também físicas: o GH, o hormônio do crescimento, é liberado principalmente na primeira metade do sono. Se a criança tem o sono entrecortado, também essa liberação será minimizada”.

Soster explica que os distúrbios do sono são tanto de natureza orgânica como comportamental. “Do ponto de vista homeostático, notamos que a criança com TEA ou não gasta muita energia ou, se gasta, fica mais alerta, como se estivesse habituada a viver com o cansaço”. Outra hipótese, já confirmada em alguns estudos, é que algumas crianças com TEA têm uma redução na produção de melatonina – um hormônio produzido pela glândula pineal, localizada no cérebro, cuja função é regular o ritmo biológico do corpo e estimular o sono no período noturno. A neuropediatra aponta, ainda, outros fatores que podem levar aos distúrbios do sono. Um deles é a apneia obstrutiva do sono, causada principalmente pelo relaxamento dos tecidos da faringe e da base da língua, o que altera a respiração durante o sono. O outro tem base comportamental: “Sentir sono é uma sensação aversiva. Frente a ela, há quem tente ir contra e o resultado é a dificuldade de adormecer”.

Independentemente da causa que resulta no distúrbio do sono em crianças com TEA, os reflexos no comportamento são claros: irritabilidade, aumento da agressividade, da agitação e dificuldade de regulação emocional, entre outras manifestações. “É importante destacar que, embora os distúrbios do sono sejam altamente prevalentes em crianças, não é incomum que eles persistam na adolescência e na vida adulta, especialmente quando a causa é comportamental. É por esta razão que os pais devem ficar atentos aos sinais e compartilhar a dificuldade com o sono com os profissionais que já atendem a criança. A abordagem interdisciplinar é eficiente para minimizar os impactos que acabam por afetar toda a família”, completa Soster.


Sinais de que a criança com TEA pode sofrer com distúrbio do sono

Confira os principais sinais:


Durante o dia:

A criança pode ter dificuldade em se manter fazendo uma tarefa. A falta de sono compromete o foco.

Acorda mal-humorada e se mantém assim ao longo do dia? Este é um sinal importante.

A irritabilidade é evidente, assim como uma maior agressividade. Há uma baixa tolerância à frustração.

A agitação é outro sintoma que precisa ser considerado. Pode ser uma reação para ‘driblar’ a sonolência,
uma sensação aversiva para alguns.


Durante à noite:

A criança tem dificuldades ou resiste em adormecer.

Se a criança ronca enquanto dorme, pode ser um importante sinal de alguma dificuldade respiratória.

Note se a respiração é ruidosa ou trabalhosa.

Observe, ainda, se a respiração é feita pelo nariz ou pela boca, neste caso, pode indicar que há algum problema.

Normalmente, a criança com distúrbio do sono acorda diversas vezes durante o sono ou se mexe excessivamente. 



Associação Brasileira do Sono
https://www.instagram.com/absono/


Privação de sol e restrição alimentar em crianças podem levar ao raquitismo

Crianças acamadas e com restrição ao leite têm maior risco da doença


“Uma criança acamada durante muito tempo e restrita à exposição solar pode desenvolver raquitismo por deficiência de vitamina D. Além disso, a criança que não ingere laticínios - a maior fonte de cálcio para os ossos - durante a infância também pode ter raquitismo”, alerta Dra. Marise Lazaretti Castro, endocrinologista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO). Esses são os chamados raquitismos nutricionais, que não costumam ser frequentes, a não ser nestas condições especiais.

 

“Mas é preciso uma atenção especial às crianças veganas, as com intolerância à lactose e as com alergia à proteína do leite de vaca. A falta do cálcio poderá causar raquitismo nutricional deixando graves sequelas. Nestes casos, o cálcio precisa ser suplementado”, diz Dra. Marise.

 

O raquitismo mais frequente no Brasil é de causa genética, provocado por concentrações baixas de fósforo no sangue. Por este motivo é chamado de raquitismo hipofosfatêmico.

 

O raquitismo acontece porque grande parte do tecido ósseo não consegue ser mineralizado, tornando-se mole e sujeito a deformidades. Os principais sinais e sintomas do raquitismo são: baixa estatura, dores ósseas frequentes, fraqueza muscular importante e deformidades, especialmente nas pernas. “Isso é perceptível a partir do momento que a criança começa a andar, justamente pelo peso do corpo sobre as perninhas, que começam a se deformar”, explica a endocrinologista. Deformidades no crânio (fronte olímpica) e no tórax (rosário raquítico), sulco de Harrison e o peito de pombo são outros sinais da doença na criança. Por causa das deformidades e fraturas, essas crianças costumam passar por múltiplas cirurgias ortopédicas ao longo da infância.

 

A boa notícia é que para esse raquitismo mais frequente no Brasil, o hipofosfaltêmico, há um novo medicamento, muito seguro e eficiente, o burosumabe, um anticorpo monoclonal que tem como meta diminuir e perda de fósforo pela urina, causadora da doença, que já está aprovado pela Anvisa e sendo liberado pelo SUS. Portanto vale ficar de olho nos fatores de risco, para que o tratamento seja o mais precoce possível.

  


ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo


Adolescentes e jovens já sofrem com artrose por causa do uso excessivo de telas

Lesões por esforço repetitivo (LER) comuns aos 40 ou 50 anos acometem pacientes jovens que precisam buscar tratamento médico. Saída é mudar os hábitos. Usar, por exemplo, outros dedos além do polegar na digitação e deixar o celular na altura dos olhos, entre outras medidas

 

O uso intenso de celulares e computadores é um dos responsáveis por antecipar doenças como artrose e desgaste prematuro das articulações nas mãos de jovens na casa dos 20 anos. Ao mesmo tempo, a má postura por longas horas também tem causado dores na região lombar (parte baixa da coluna) e na região cervical (parte superior da coluna), que requerem encaminhamento médico o mais breve possível. São as chamadas lesões por esforço repetitivo (LER) que, ultimamente, só apareciam em idades mais avançadas e, quase sempre, em pessoas já em atividade profissional. 

Segundo o ortopedista Cleber Furlan, o perfil do paciente mudou muito nos últimos dez anos. “A sala de espera do consultório hoje é repleta de gente mais jovem, com queixa de dor e com maus hábitos que vão trazer problemas muito sérios em curto espaço de tempo”, destaca.

Furlan reforça que, para evitar problemas assim, é necessário que seja feita reposição de postura, em especial mudar a maneira de utilizar o celular e o computador. “Tentar ficar com a coluna reta ao usar o computador, utilizar outros dedos além do polegar para mexer no celular, e deixar o celular na altura dos olhos, de forma a evitar a angulação da cabeça que pode causar problemas sérios na coluna, são medidas importantes.”

Além da mudança da idade, a área do corpo com mais queixas também alterou. Nos dias de hoje, os problemas mais frequentes são as dores na região lombar (parte baixa da coluna) devido à postura em cadeiras, na região cervical (parte superior da coluna) em razão da postura, e de tendinite nas mãos, especialmente no polegar. 

De acordo com o médico especialista, é preciso tratar o paciente e depois ajudar a criar novos hábitos. “Usar o celular na cama, sentado em má postura ou até para escrever por longas horas traz danos”, explica. “É preciso desenvolver essa consciência e mudar”. 

 

Cleber Furlan - Médico ortopedista há mais de 20 anos, o Dr. Cleber Furlan é também Mestre em Ciências da Saúde pela FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e Doutorando em Cirurgia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Furlan é especialista em Cirurgia do Quadril, bem como membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Quadril. https://www.cleberfurlanmedicina.com.br/


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