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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Mais de 60% das pessoas têm nível alto de ansiedade, aponta teste da Guia da Alma com 24 mil brasileiros

Healthtech especialista em terapias complementares faz testes de ansiedade desde 2020; levantamento indica percepção de preocupação, nervosismo e medo entre os respondentes


Um teste de ansiedade aplicado pela Guia da Alma, startup de soluções de saúde mental nos segmentos B2C e B2B, mostra que 62,6% das pessoas sentem alto nível de ansiedade no Brasil. O levantamento considera as respostas de 24.180 brasileiros para perguntas coletadas de forma online entre janeiro de 2020 e agosto de 2023. A amostra compreende o durante e o pós-pandemia de Covid-19, período em que a busca dos brasileiros por saúde mental cresceu — pesquisa da Global Health Service Monitor apontou que, até 2022, o percentual de pessoas que se preocupam com saúde mental saltou de 18% para 49% em quatro anos no país. 

A partir do questionário desenvolvido pelo Guia da Alma, foi constatado que 15.146 respondentes apresentavam alto grau de ansiedade, que pode vir associado a crises e outros sintomas, caso não tratado. Outras 7.528 pessoas, 31,1% do total, tiveram resultado moderado para ansiedade, segundo apontado pelas respostas às perguntas incluídas na avaliação. Os resultados mostram ainda que 1.107 pessoas (4,6%) e 399 pessoas (1,7%), apresentam níveis leves ou normais de ansiedade. 

De acordo com Rodrigo Roncaglio, CEO da Guia da Alma, o teste de ansiedade é mantido de forma gratuita no site da empresa e tem como objetivo ajudar as pessoas a identificar qual o seu nível atual de ansiedade, junto a uma recomendação do que fazer para diminuir sua intensidade. 

“Este é um questionário voltado para autoavaliação e autoconhecimento, não é um diagnóstico e não substitui uma avaliação médica ou terapêutica, nem descarta ou não o uso de medicamentos. O quiz é um direcionamento para que a pessoa entenda qual o seu nível de ansiedade e de que forma isso está afetando a sua vida, além de apontar maneiras de buscar ajuda para reduzir os impactos dessa condição”, afirma. 

Conforme o especialista, os resultados confirmam uma tendência apontada por pesquisas mundo afora de que os números de pessoas com transtornos mentais já exigiam atenção antes da pandemia, mas foram agravados com ela, atingindo um número significativo de pessoas. 

Um referencial é o Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, que apontou aumento de 25% no índice de ansiedade e depressão da população mundial somente no primeiro ano de pandemia. Dentre os fatores que envolveram o crescimento estão o isolamento social, a percepção de solidão, preocupações financeiras e de desemprego, luto, medo de adoecer e perda de vínculos afetivos com familiares e amigos. 

Porém, até hoje estamos sentindo suas marcas, somadas às mudanças culturais, sociais e tecnológicas. Diversas pesquisas, como a apresentada nesta matéria, apontam que os níveis de ansiedade e outras doenças mentais continuam graves, mesmo no pós-pandemia. 

“Houve um estado de angústia coletivo, com reações como insônia, estresse, lapsos de memória e sobrecarga de informações com as quais precisamos lidar ainda hoje e se refletem no teste de ansiedade. Essa preocupação com a saúde mental precisa ser proporcional ao investimento global para que possamos lidar com esse problema sem tabus — apontando para um caminho árduo a percorrer. Dentre tantos desafios, uma coisa aprendemos: o cuidado com a saúde mental deve ser constante”, avalia.

 

O que é, sintomas e tratamentos 

A ansiedade é uma reação natural do nosso corpo diante de situações de ameaça, perigo, dor e/ou sofrimento, e causa sensações de desconforto a nível físico, emocional e mental. Ela se caracteriza pela preocupação intensa, nervosismo, medo de situações cotidianas, e sensação de angústia. 

Conforme Liana Chiaradia, fundadora da Guia da Alma, “quando essas reações se tornam excessivas, a ansiedade pode interferir na maneira como conduzimos nossa vida, tornando difícil enfrentar os desafios do dia a dia. Nesse ponto, ela se torna um distúrbio que exige cuidados”, destaca.

 

Os sintomas mais comuns da ansiedade são: 

·         Pânico, medo e inquietação;

·         Sentimentos de desgraça ou perigo;

·         Problemas com o sono;

·         Incapacidade em ficar calmo e quieto;

·         Respirar mais rápido e mais rapidamente do que o normal (hiperventilação);

·         Palpitações cardíacas;

·         Incapacidade de concentração.

 

Já os casos de ansiedade excessiva, podem ter sintomas ainda mais graves, como:

·         Limitações no cotidiano;

·         Sensação paralisante;

·         Sofrimento e incapacidade;

·         Ansiedade intensa e prolongada;

·         Crises e transtornos de ansiedade. 

Segundo Liana Chiaradia, os tratamentos variam de caso a caso e podem incluir a necessidade de terapias complementares, mudança de hábitos de vida, adesão a atividades físicas e de lazer, acompanhamento profissional e/ou uso de medicamentos que devem ser prescritos por médicos especialistas. É necessário ajuda. Caso tenha identificado algum sintoma, procure ajuda especializada e acompanhamento profissional.


Setembro Amarelo - Da Depressão ao Suicídio

Quantos Suicídios Seriam Evitados Somente Com Os Cuidados Contra A Depressão? É o que vai nos explicar a Dra. Gesika Amorim, Mestre em Educação Médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento.


 O suicídio mantém sua posição como uma das principais causas de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Anualmente, mais vidas são perdidas devido ao suicídio do que em decorrência do HIV, malária ou câncer de mama, além de ultrapassar os números resultantes de conflitos armados e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio também ocupa a quarta posição entre as causas de morte, seguindo os acidentes de trânsito, a tuberculose e a violência interpessoal.

Doenças podem desencadear condições que levam a comportamentos suicidas, pois a conexão entre transtornos mentais, especialmente a depressão, está bem estabelecida na literatura. Quando se trata de diagnósticos psiquiátricos associados ao suicídio, a depressão se destaca de forma notável.


Então seguem 5 sugestões básicas para as pessoas que estão passando por isso agora:

  1. Procure ajuda médica: Um médico poderá avaliar sua condição e recomendar um tratamento adequado, como terapia e/ou medicação, se necessário.
  2. Compartilhe com alguém de confiança: Conversar com amigos ou familiares sobre o que você está passando pode trazer algum alívio emocional.
  3. Busque apoio emocional: Participar de grupos de apoio ou conversar com um terapeuta pode fornecer um ambiente seguro para compartilhar suas experiências e obter apoio de pessoas que entendem o que você está passando.
  4. Cuide de si mesmo: Priorize seu bem-estar físico, praticando exercícios, mantendo uma alimentação saudável e dormindo adequadamente.
  5. Evite o isolamento: Mantenha-se conectado com outras pessoas e participe de atividades sociais que lhe tragam prazer, mesmo que pareça difícil no momento.

E para os que estão emocionalmente saudáveis, deixamos 3 sugestões que vão fazer toda diferença e Lembre-se: Faça parte dessa causa nobre, pois uma só voz pode iluminar um caminho rumo à esperança. Unidos, vamos espalhar a mensagem de que ninguém precisa enfrentar a escuridão sozinho. 

Compartilhe, converse, apoie.  Faça parte da mudança!

1 -Desperte a empatia:

Você já se perguntou quantas vidas poderiam ser salvas se todos nós nos importássemos um pouco mais? O Setembro Amarelo é um mês dedicado a despertar essa empatia em nossos corações, incentivando-nos a ser o apoio que alguém precisa. Ao compreendermos as dificuldades que as pessoas enfrentam, podemos agir de forma compassiva e transmitir esperança.

  1. Espalhe a conscientização: 

Nada é mais poderoso do que a informação. Cada post, cada compartilhamento, cada conversa sobre o Setembro Amarelo é um passo para quebrar o estigma e fornecer orientação para quem necessita. Vamos aproveitar todas as plataformas disponíveis para disseminar conhecimento sobre saúde mental, os sinais de alerta e os recursos disponíveis.

  1. Construa uma rede de apoio: 

Unidos somos mais fortes. O Setembro Amarelo nos encoraja a criar uma rede de apoio, oferecendo nosso ombro amigo para aqueles que precisam de uma palavra de consolo. Juntos, podemos fazer a diferença. Ao direcionarmos tempo para ouvir e apoiar, mostramos às pessoas que elas não estão sozinhas e que existe esperança em meio às adversidades.

Conclusão: 

Dar atenção à nossa saúde mental é a base de tudo. Compartilhar informações e propagar amor são as nossas armas para mantermos as mentes mais saudáveis e mais felizes não só em Setembro, mas durante todo o ano!

A importância do setembro amarelo já não é mais tanto para se discutir sobre a prevenção do suicídio em si. Mas é trazer à tona esse tema, tendo como foco a saúde mental. Hoje se entende que preservando a saúde mental estamos, automaticamente, prevenindo o suicídio. Por isso, hoje se fala mais sobre trazer a questão da saúde mental para o centro da discussão – Finaliza a dra. Gesika Amorim. 



Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
https://dragesikaamorim.com.br
Insta: @dragesikaautismo


Setembro Amarelo: Centro Paula Souza promove ações de conscientização

No mês dedicado à prevenção do suicídio, Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais de todas as regiões do Estado se movimentam em torno da campanha Setembro Amarelo.


A Etec Itaquera estará pintada de amarelo durante o mês de setembro para a campanha “Itaquera pela Vida”, que inclui palestras, murais e até um show ao vivo com o ex-aluno Sadrak. Também na Capital, a Etec Albert Einstein preparou um ciclo de 16 palestras que promovem a sensibilização sobre a importância da preservação da vida humana.

A Etec de Santa Isabel oferece a palestra “Saúde Mental diante das Redes Sociais”, com o psicólogo Lucas Botelho. Na Etec Padre José Nunes Dias, de Monte Aprazível, o tema abordado pela psicóloga Juliana Ferrari será “O Desenvolvimento da Inteligência Emocional para a Saúde Mental”, e os alunos levarão para casa brindes e lenços amarelos.

A Etec de Suzano optou por uma abordagem mais lúdica do Setembro Amarelo, promovendo brincadeiras, espaço para meditação, relaxamento e reiki. No pátio, o jogo alternativo de amarelinha oferece dicas de como mudar os pensamentos negativos através de ações comuns, como comer algo saboroso, ver um filme ou ligar para um amigo.

Na Etec Professor Jadyr Salles, de Porto Ferreira, o dia começa com um café comunitário, seguido de palestra e dinâmica sobre prevenção ao suicídio com o orientador educacional Eli De Marchi Junior.  Na Etec de Praia Grande, a programação inclui um campeonato de futebol, palestras oferecidas pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), trocas de livros e atividades até caraoquê. (Veja a programação completa no LINK).


Aberto ao público

Em duas Etecs, a programação é aberta a comunidade externa, com atividades dentro e fora da escola.  Na Etec Bento Carlos do Amaral, de Guariba, o dia 20 de setembro começa com palestras e apresentações dos alunos, incluindo dança, teatro, poemas e exposição de trabalhos. E segue com uma caminhada até o centro da cidade, com todos vestindo amarelo e branco e levando balões das mesmas cores.

Na Etec Orlando Quagliato de Santa Cruz do Rio Pardo, toda a comunidade pode participar da roda de conversa com o tema “Infância traumática - Sua influência na pré-disposição ao transtorno de personalidade borderline (TPB)”, abordando os desafios dos profissionais no diagnóstico e tratamento.


Campanha Setembro Amarelo

No Brasil, a campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio acontece desde 2014, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, 10 de setembro.


Centro Paula Souza


Gengivite gravídica: o que é, como prevenir e tratar

Divulgação
Especialista da Clínica Omint Odonto e Estética fala sobre inflamação que costuma surgir durante a gestação e pode aumentar o risco de parto prematuro e baixo peso do bebê

 

A gengivite é uma inflamação da gengiva causada pelo acúmulo de placa bacteriana ou de tártaro nos dentes, que pode levar a sintomas como dor, sangramento, vermelhidão e mau hálito. É uma condição comum que pode afetar qualquer pessoa, mas que se torna mais frequente e grave durante a gestação, devido às alterações hormonais que ocorrem nesse período.


A gengivite na gravidez, também chamada de gengivite gravídica, costuma surgir no segundo trimestre e pode aumentar o risco de parto prematuro e baixo peso do bebê, se não for tratada adequadamente. Por isso, é importante que as gestantes mantenham uma boa higiene bucal e consultem regularmente o dentista para prevenir e tratar essa condição.


Segundo Bruna Costa da Silva, clínica geral e odontopediatra da Clínica Omint Odonto e Estética, os níveis de progesterona e estrogênio aumentam no sangue da gestante e podem se acumular na gengiva, alterando a vascularização local e favorecendo a inflamação. De acordo com a odontologista, os sintomas da gengivite gravídica são semelhantes aos da gengivite comum, mas podem ser mais intensos e persistentes. Os principais sinais de inflamação na gravidez são:


- Sangramento fácil das gengivas ao mastigar ou escovar os dentes.


- Vermelhidão das gengivas.


- Gengiva inchada e com superfície brilhante.


- Dor intensa ou constante nos dentes.


- Mau hálito e sensação de gosto ruim na boca.


- Dentes que parecem mais longos do que realmente são porque a gengiva fica retraída.


A gengivite gravídica pode evoluir, ainda, para periodontite se não for tratada corretamente. A periodontite pode levar à perda óssea na região afetada, formação de abscessos e até perda dos dentes. “A condição deve ser tratada o mais rápido possível, pois pode levar ao surgimento de complicações. Estudos têm apontado possíveis riscos associados à doença periodontal na gestação, como nascimento pré-termo (antes das 37 semanas), baixo peso e pré-eclâmpsia”.


O tratamento é feito pelo dentista, que deve avaliar a gravidade da inflamação e a presença de placa bacteriana ou tártaro nos dentes para restaurar a saúde da gengiva. “Esse tratamento é seguro e não oferece riscos para a gestante ou para o bebê. No entanto, alguns procedimentos podem ser adiados para depois do parto, como radiografias, restaurações ou extrações dentárias, dependendo da necessidade e da urgência de cada caso”, comenta.

 

Como prevenir

A melhor forma de prevenir a gengivite gravídica é manter uma boa higiene bucal durante toda a gravidez. Isso significa escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, com uma escova de cerdas macias e um creme dental com flúor; usar o fio dental diariamente, para remover os restos de alimentos entre os dentes; e usar um enxaguante bucal sem álcool, para complementar a limpeza.


“Também é importante evitar o consumo de alimentos açucarados ou ácidos, que podem favorecer o aparecimento de cáries e erosão do esmalte dos dentes; beber bastante água, para manter a boca hidratada e evitar o ressecamento da gengiva; e ter uma alimentação equilibrada e rica em vitaminas e minerais, que são essenciais para a saúde bucal”, destaca a profissional.

Outra medida preventiva, segundo Bruna, é consultar o dentista antes de engravidar ou logo no início da gestação, para fazer uma avaliação completa da saúde bucal e tratar qualquer problema existente, como cáries, gengivite ou periodontite. Assim, é possível evitar que essas condições se agravem durante a gravidez e causem complicações.

 

Fonte: Clínica Omint Odonto e Estética


Medicina e ética, parceiros indissociáveis

Comemora-se no dia 18 de setembro o Dia Mundial da Ética Médica, referência ao dia 18 de setembro de 1947, quando ocorreu a primeira Assembleia da Associação Médica Mundial, em Helsinque, na Finlândia. O objetivo era solidificar a ética na medicina após a Segunda Guerra Mundial, um período marcado por atrocidades contra a raça humana.

Desde os primórdios da sociedade, o ser humano sempre necessitou de “limites” para manter uma organização social harmônica, baseando-se primariamente nos costumes daqueles que a compunham, depois por princípios de moralidade, até chegarmos nas leis. De qualquer forma, essa relação de costumes, moral e leis, regem a convivência humana até os dias de hoje. Nesse meio, pode-se dizer que surge a ética, do grego Ethos, raiz da palavra ethikos, que significa moralidade, demonstração de caráter. Filosoficamente, a ética procura estabelecer a maneira de como agir e viver num determinado contexto social, tanto que para Platão a ética é quando o indivíduo deixa a parte racional de sua alma falar mais alto, atingindo o autocontrole, a capacidade de viver e causar o bem, preterindo as emoções, os prazeres e os valores materiais.

Na medicina, não foi muito diferente. Desde o início, houve a necessidade de limites. Claro que a prática da medicina e a ética estavam muito atreladas a religiosidade, assim a crença e seus valores sobrepunham-se e guiavam as práticas médicas. Com o tempo, houve mudanças nessa percepção, tornando as práticas médicas e a ética mais laicas, distanciando aquelas da religião, principalmente a partir dos grandes filósofos gregos. Surge, nesse contexto, o que consideramos o primeiro Código de Ética Médica: o juramento hipocrático, atribuído ao médico grego Hipócrates (460-375 a.C.). Tal documento trazia ainda elementos religiosos como a invocação dos deuses, mas também deveres e proibições aos médicos, com o objetivo de proporcionar não só uma boa reputação, mas também boas práticas no exercício da medicina: “conservarei pura e santa minha vida e minha arte”.

Observando essa preocupação social e ética de outros filósofos como Platão e Aristóteles, na medicina, percebemos a enorme influência desses sobre o código de ética que temos hoje. Transcrevo um trecho bem característico de Platão, que revela essa preocupação não só filosófica, mas também humana e social: “nenhum médico, exercendo o seu ofício, considera preferencialmente o seu bem no que prescreve, mas o do paciente; para o médico verdadeiro é também uma regra ter o corpo humano como sujeito e não como um meio de ganhar mais dinheiro”.

Óbvio que haveria e houve uma evolução constante e natural em relação às características e preocupações da ética na prática médica, acompanhando, de certa forma, o desenvolvimento cada vez maior da medicina;  já na idade moderna nos deparamos com Thomas Percival , autor de um livro de ética médica na Inglaterra em 1803, considerado o primeiro Código de Ética Médica da idade moderna, servindo como modelo, inclusive, para a Associação Médica Americana criar seu próprio código de ética, primeiro até então, de uma entidade nacional, em 1847.

No Brasil, as preocupações éticas na medicina demoraram a surgir, apenas em 1929, no boletim do Sindicato Médico Brasileiro, publicam-se normas disciplinando as condutas éticas no Brasil, porém ainda sem respaldo jurídico. Apenas em 1944, após o IV Congresso Médico Sindicalista criamos um código reconhecido pelas entidades governamentais. Alguns outros documentos foram criados até 1988, mas é neste ano que se criou o modelo de código base utilizado até hoje, baseado nos princípios da redemocratização. Claramente por motivos de evolução tecnológica, de tratamentos e condutas, o código foi aperfeiçoado até a sua última versão pelo CFM em 27/09/2018.

O Código de Ética Médica destina-se a orientar a postura do médico perante sua atividade real e concreta, de forma a gerar relacionamento não danoso a pacientes, outros colegas e terceiros, principalmente diante de situação difíceis, limítrofes e muitas vezes custosas em se perceber um real efeito dessa prática. O Código de Ética não é código penal para médicos, mas uma maneira de tornar o próprio exercício da profissão mais prazeroso e, acima de tudo, preservando a vida e os direitos fundamentais do ser humano. Evolução técnica e científica não pode ser em nenhuma hipótese, motivo de má conduta ética, cabendo ao médico estar acima de qualquer viés moral.

Mais do que um assunto etéreo ou filosófico, a ética tem de ser cultivada, difundida e desenvolvida, como uma arte em toda sua forma, assim como a parte técnica.

Constante atualização a novas demandas sociais e uma rigorosa vigilância devem ser sempre mantidas quando se trata de conduta ética.

Sabemos quão difícil, num mundo cada vez mais corruptível, amoral, falarmos em ética, caráter, mas creio da forma mais profunda que estes elementos e a honestidade podem se manter firmes, mesmo ilhados, sem nenhuma forma de reciprocidade ou equivalência; situação essa que nem o amor, uma das formas mais belas e poderosas de sentimento, consegue.

 


Dr. Vinicius Bertoldi - Vice-diretor de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP)

 

Dia Mundial da Sepse: busca pelo diagnóstico que salva vidas


Prática da desospitalização é recomendada pela Organização
 Mundial da Saúde por diminuir riscos de infecção
e promover melhor qualidade de vida ao paciente
Créditos: Freepik

Identificação precoce previne casos mais complexos; iniciativas de desospitalização podem reduzir exposição a riscos e são recomendadas pela OMS


Desconhecida por mais de 80% da população brasileira, a sepse é responsável por uma a cada cinco mortes em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Antigamente conhecida como “infecção generalizada”, a sepse é a condição em que o organismo reage de maneira adversa a uma infecção, causando danos graves que podem levar à morte.

De acordo com levantamento do Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), a taxa de letalidade atinge 24,4% em casos de sepse e 55,7% em caso de choque séptico, quando a sepse é acompanhada por uma queda muito intensa da pressão arterial do paciente e outras anormalidades celulares e metabólicas. Os dados referem-se ao ano de 2022 e foram fornecidos por hospitais brasileiros. 

Dia 13 de setembro é o Dia Mundial da Sepse. A data foi instituída para que o assunto seja tratado com a seriedade e o cuidado que a condição exige. Um dos principais alertas é para que os profissionais de saúde estejam atentos e possam fazer um diagnóstico precoce da sepse. Isso aumenta consideravelmente as chances de cura, pois quanto antes forem administrados medicamentos, menor será o risco para o paciente.

A grande dificuldade é que a sepse normalmente é silenciosa. Ela ocorre em pacientes que estão internados com alguma enfermidade, mas também pode afetar pessoas que estão com infecções e ainda não foram avaliadas por profissionais da saúde. “O paciente pode apresentar febre, diminuição da frequência respiratória, perda da consciência e pressão sanguínea um pouco mais baixa. Esses sintomas nem sempre são percebidos pelo paciente. Portanto, é essencial que o profissional de saúde esteja atento e solicite exames completos para uma análise eficaz”, explica a infectologista coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar dos Hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Viviane Hessel.


 Orientação da equipe

Dentro dos hospitais, a orientação para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e toda a equipe que tem contato com pacientes é avaliar constantemente os sinais vitais, como pressão arterial, frequência respiratória, frequência cardíaca e temperatura. Também é necessário observar a alteração da consciência.

Os exames de laboratório proporcionam uma visão abrangente da saúde do paciente. É importante que a equipe avalie a função do fígado, das enzimas, da coagulação e dos rins, por exemplo. “Por isso, frequentemente realizamos reforços teóricos e práticos com as equipes. É fundamental lembrar o quanto precisamos ser detalhistas em nosso dia a dia”, destaca Viviane.


Iniciativas de desospitalização 

Retirar o paciente do ambiente hospitalar diminui os riscos de infecção e promove uma melhor qualidade de vida. Portanto, a desospitalização e a continuidade do tratamento diretamente em casa são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Quanto menor for o tempo de internamento, melhor. Esta é a regra que orienta o trabalho dos profissionais de saúde ao desospitalizarem pacientes que já estão em condições de alta, mas permanecem internados para a administração de antibióticos. Essa recomendação não depende apenas da vontade do paciente, mas, sim, de uma indicação médica, especialmente quando se trata de pacientes crônicos. "Quando o paciente é liberado para voltar para casa mais cedo, há menos risco de complicações e ele fica mais próximo da família", explica o médico infectologista do Hospital Universitário Cajuru, Felipe Tuon


Britney Spears e a Dieta da Água: Entenda Sobre as Dietas Líquidas e os Perigos do Jejum Sem Orientação Adequada

 

Britney Spears, grande estrela do pop, intrigou seus fãs com uma publicação no Instagram. A artista postou vídeos dançando em sua sala de estar, mas o que realmente chamou a atenção foi o story em que a cantora segura um copo d'água com a legenda: "dia um de #jejum- só água". 

A dieta da água é uma prática que envolve a exclusão de alimentos sólidos da dieta, deixando apenas a ingestão de líquidos, principalmente água. Geralmente, é adotada por aqueles que buscam uma perda de peso rápida. O médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo, comenta que essa abordagem pode ser prejudicial à saúde, uma vez que a água por si só não fornece todos os nutrientes necessários para manter o corpo funcionando adequadamente. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que um adulto saudável consuma, em média, de 2.000 a 2.400 calorias por dia para fornecer a energia necessária ao corpo. Ao aderir a uma dieta líquida, que geralmente fornece uma quantidade significativamente menor de calorias, a pessoa pode se sentir fraca e pode até mesmo comprometer a massa muscular. Isso ocorre porque, na ausência de alimentos, o corpo pode começar a utilizar os músculos como fonte de energia.

 

Os Riscos das Dietas Extremas

O exemplo de Britney Spears nos lembra que as dietas extremas, como o jejum à base de água, podem se tornar uma tendência, especialmente nas redes sociais. No entanto, é importante entender que nem todas as tendências dietéticas são seguras ou adequadas para todos. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. 

Dietas desnecessárias podem representar riscos graves para a saúde, incluindo desnutrição, fraqueza, perda de massa muscular, desequilíbrios eletrolíticos, entre outros. Além disso, elas muitas vezes não são sustentáveis a longo prazo, levando a resultados temporários que, muitas vezes, são seguidos por recuperações de peso. 

Desnutrição: A falta de nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais, pode causar uma série de problemas de saúde, incluindo fraqueza, fadiga, perda de cabelo e pele seca. 

Fraqueza: A ingestão insuficiente de calorias pode resultar em fraqueza muscular, fadiga e falta de energia, prejudicando a capacidade de realizar atividades diárias. 

Perda de massa muscular: Dietas extremamente restritivas podem causar a perda de massa muscular, o que pode comprometer a força e a função do corpo. 

Desequilíbrios eletrolíticos: A falta de nutrientes pode levar a desequilíbrios nos níveis de eletrólitos no corpo, como sódio e potássio, que são essenciais para a função adequada do coração, músculos e nervos.

 

Orientação e acompanhamento profissional

“Emagrecer de forma saudável e sustentável não deve ser uma jornada solitária. Cada pessoa é única, com necessidades nutricionais individuais. Portanto, buscar orientação de um profissional de saúde possui importância significativa. Para avaliar sua situação específica, considerando seu estado de saúde, metabolismo e objetivos pessoais”. Destaca o Dr. Ronan Araujo. 

Um acompanhamento profissional adequado não apenas ajuda a criar um plano alimentar equilibrado, mas também oferece suporte emocional e motivação, elementos essenciais para o sucesso a longo prazo. Além disso, esses profissionais podem ajudar a identificar e tratar quaisquer transtornos alimentares ou problemas de saúde pré-existentes que podem estar contribuindo para o excesso de peso. 

Uma alimentação saudável e equilibrada deve fornecer todos os nutrientes essenciais que o corpo precisa para funcionar adequadamente. Isso inclui proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. A restrição extrema de alimentos, como no jejum à base de água, pode resultar na falta desses nutrientes vitais. 

Ronan Araujo enfatiza que é fundamental lembrar que o emagrecimento é um processo gradual e que cada indivíduo tem seu próprio ritmo. É importante respeitar os limites do seu corpo, buscando uma abordagem equilibrada e sustentável para a perda de peso. O autocuidado e o autoconhecimento desempenham um papel crucial nesse processo.

“É crucial lembrar que o emagrecimento saudável deve ser sempre priorizado em qualquer jornada de transformação física. A saúde é, indiscutivelmente, o bem mais valioso que possuímos, e qualquer estratégia para perda de peso deve respeitar os limites do nosso corpo e fornecer os nutrientes necessários para seu funcionamento ideal”. Finaliza o Dr. Ronan Araujo.

 

Dr. Ronan Araujo - Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.


Inflamações gengivais decorrentes de má escovação dos dentes pode causar problemas cardiovasculares

Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista, alerta que as doenças periodontais também impactam o coração 

 

Um estudo da American Heart Association com seiscentos e oitenta e dois pacientes demonstrou que pessoas com hábitos de escovação inferiores a duas vezes por dia e com duração inferior a dois minutos podem ter até três vezes mais incidências de doença cardiovasculares comparado a quem possui hábitos de escovação mais adequados.

Outra pesquisa, realizada por um instituto de pesquisa independente chamado Forsyth, dos Estados Unidos, em conjunto com a Universidade Harvard, revelou que pacientes analisados tiveram problemas no coração e sistema vascular atrelados à doença periodontal. A conclusão foi que pessoas com inflamações ativas causadas por doenças gengivais tiveram inflamação nas artérias, que podem acarretar ataques cardíacos, derrames ou outros tipos de problemas que envolvem o sistema cardiovascular. Isso só ocorre enquanto o paciente estiver com a infecção na gengiva.

A explicação é que bactérias e outros micro-organismos podem sair da cavidade oral e entrar na circulação por meio das gengivas. Esses germes podem se fixar em áreas lesionadas do coração e, assim, provocar inflamação. Isso pode levar a doenças como endocardite, uma infecção da camada interna do coração. Além disso, problemas como aterosclerose (obstrução das artérias) e AVC (derrame cerebral) também têm relação com as inflamações causadas por germes que vêm da boca.

“Bactérias que causam as doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite quando entram na corrente sanguínea podem causar inflamação nas paredes dos vasos, alterando assim a formação das placas e provocando até mesmo a formação de coágulos e trombos, aumentando com isso o risco de infarto”, esclarece o Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista, focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes. “Cuidar da saúde bucal, então, é parte essencial de cuidar do organismo como um todo”, acrescenta.

O Ministério da Saúde possui um guia para a saúde bucal que recomenda os seguintes cuidados:

  • Escovar os dentes todos os dias, após cada refeição e também uma última vez antes de dormir, utilizando uma escova de dente de tamanho adequado, com cerdas macias e creme dental com flúor.
  • Complementar a escovação passando o fio dental entre todos os dentes. 
  • Manter uma alimentação saudável, controlando a frequência da ingestão de alimentos doces, principalmente entre as refeições.
  • No caso de quem usa aparelho ortodôntico, preocupar-se ainda mais com a limpeza dos dentes e da gengiva e com o uso do flúor, pois o aparelho retém muitos restos de alimentos.
  • Ir ao dentista regularmente.

 

Dr Rizzieri Gomes - médico cardiologista, focado na mudança do estilo (MEV) de seus pacientes, como ele mesmo define: tratar de saúde em vez de doenças. Foi o responsável pela implantação do protocolo de dor torácica no Hospital Check Up, de Manaus e por transformar a maneira como o infarto agudo do miocárdio é tratado na cidade, reduzindo a mortalidade por infarto agudo. Mais informações sobre o Dr. Rizzieri Gomes podem ser consultadas no site

 

 

Endometriose profunda: a doença que une especialidades médicas em prol de 7 milhões de brasileiras

Especialistas renomados estiveram reunidos durante o 71º Congresso Brasileiro de Coloproctologia para discutir as várias afecções intestinais. Chamou atenção o espaço ocupado na grade de uma doença benigna que afeta cerca de 7 milhões de brasileiras: a endometriose.

A Endometriose é uma doença benigna caracterizada pela presença do tecido que reveste o útero (endométrio) fora do mesmo que afeta até 10% das mulheres em idade reprodutiva e se manifesta principalmente por dor pélvica e infertilidade. São sintomas comuns: cólicas menstruais, dor durante as relações sexuais, dor ao urinar ou defecar relacionada ao ciclo menstrual, cansaço, inchaço abdominal, alterações intestinais durante o período menstrual, sangramento menstrual aumentado ou irregular.

A presença da doença na grade do maior evento de coloproctologia se justifica pelo caráter sistêmico da endometriose que requer o concurso de várias especialidades médicas para sua abordagem adequada segundo consensos internacionais. A endometriose intestinal pode ocorrer em 5 a 27% das mulheres com endometriose, sendo que o reto e retossigmoide (porções finais do intestino) respondem por 70-93% das lesões intestinais. Estas lesões podem ser silenciosas (assintomáticas), apresentarem sintomas semelhantes ao intestino irritável (alternância de diarreia e prisão de ventre, dores e inchaço abdominal) ou em casos raros, mas graves levarem até a obstrução intestinal. Outros sintomas incluem dor: durante as relações sexuais, dor pélvica crônica, e cólicas menstruais. A intensidade da dor nem sempre está relacionada à extensão da endometriose intestinal.

Nas duas últimas décadas, a prevalência da endometriose aparentemente aumentou, o que na verdade, parece refletir maior reconhecimento da doença por médicos e pacientes assim como a melhora nos métodos diagnósticos. O ginecologista tem papel central no diagnóstico e condução da paciente com endometriose profunda, mas para casos de envolvimento intestinal a participação do coloproctologista é fundamental. A avalição clínica criteriosa associada a exames complementares adequados evitam a postergação deste diagnóstico, fato crítico para orientar as intervenções e otimizar os resultados de fertilidade e alívio da dor. Apesar de numerosos estudos publicados, a melhor abordagem para mulheres com endometriose intestinal ainda não foi estabelecida. Os dados sobre as chances de gravidez espontânea em mulheres com endometriose intestinal e os fatores de risco de infertilidade neste contexto permanecem assim mal identificados.

O tratamento da endometriose intestinal requer avaliação por uma equipe multidisciplinar que deverá levar em consideração o número e a localização das lesões de endometriose, a idade da mulher assim como a presença de sintomas e o desejo de gravidez ou presença de infertilidade. O tratamento pode incluir uso de medicamentos para suspender a menstruação, analgésicos, dieta, atividade física e cirurgia. Em casos de infertilidade, o uso de técnicas de reprodução assistida pode ser uma opção. Tem por objetivo principal resolver o problema da paciente, isto é, buscar o alívio da dor pélvica e a resolução da infertilidade assim como melhorar sua qualidade de vida.

Ao longo da vida, a endometriose pode comprometer o enfrentamento aos desafios pessoais e profissionais dessas mulheres, resultando em limitações para alcançar objetivos de vida, como concluir os estudos; avançar na vida profissional; interferir no desenvolvimento de relacionamentos estáveis e gratificantes ou afetar as chances de gravidez e formação de uma família, o que em suma acaba alterando profundamente a trajetória de vida de uma pessoa. Dessa forma, o potencial da endometriose para impactar o curso de vida das mulheres é considerável, visto que o início dos sintomas geralmente ocorre em uma fase de decisões cruciais para elas.

Independente da modalidade terapêutica escolhida, o objetivo principal é o alívio da dor, a obtenção de gravidez e a prevenção de recorrências. A doença vem sendo estudada há anos e não há uma receita única que resolva todas as alterações provocadas pela endometriose. Um ponto, entretanto, parece pacífico: o foco do tratamento é a mulher que deve ser adequadamente informada sobre sua situação e convidada a participar ativamente do seu tratamento. Os melhores resultados neste contexto são obtidos quando o tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar que congrega várias especialidades médicas e demais profissionais de saúde trabalhando em prol da qualidade de vida dessas mulheres.

 

Márcia Mendonça Carneiro  - Diretora científica Clínica ORIGEN. Professora Titular – Departamento de Ginecologia Faculdade de Medicina - UFMG


Mau hálito: é possível medi-lo?

 Sim! Exame, chamado "Oral Chroma", consegue analisar a intensidade do hálito; médica do Hospital Paulista explica como funciona o procedimento e a sua importância para as relações interpessoais

 

Difícil de identificar em nós mesmos, difícil também de alertar às pessoas que têm o problema, a halitose é uma disfunção que geralmente demora para ser diagnosticada/tratada justamente por essas razões.

No primeiro caso, isso se deve ao que chamamos de “fadiga olfatória ou adaptação olfativa”, ou seja, nosso cérebro diminui sua percepção aos estímulos olfatórios contínuos. Por isso, o próprio indivíduo não costuma sentir o cheiro que exala. Já no segundo caso, há uma questão de polidez que impede a maioria das pessoas de alertarem sobre problema. Afinal, é no mínimo constrangedor dizer a um amigo(a), parente ou colega de trabalho que ele(a) tem mau hálito.

O que muitos não sabem, contudo, ser possível medir a composição do hálito. O exame, chamado Oral Chroma, é considerado o medidor de hálito mais moderno do mundo.

“Trata-se de um exame considerado padrão ouro, que permite mensurar a intensidade do mau hálito e diagnosticar a causa, facilitando o tratamento e acompanhamento. Atualmente, o Oral Chroma é uma das formas mais eficientes de identificar a halitose”, destaca Dra. Ligia Maeda, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especializada em halitose.

A especialista explica que o exame faz a leitura dos principais gases causadores do mau hálito. "Por meio de um cromatógrafo, ele faz a análise dos compostos sulfurados voláteis presentes no ar que exalamos. Isso é feito através da coleta de ar da boca do paciente com uma seringa. Em seguida, essa amostra é inserida no cromatógrafo, que, após oito minutos, gera um gráfico com a quantidade de cada composto sulfurado volátil, juntamente com o laudo diagnóstico.”

A partir desse resultado, segundo a médica, é possível direcionar o tratamento com muito mais precisão, transmitindo maior segurança ao paciente. Ou seja, mesmo antes de percebermos ou sermos alertados por alguém, é possível identificar a halitose e tratá-la de forma adequada. O custo médio para realização desse tipo de exame é de R$ 600.



População atingida

Dados da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) apontam que essa disfunção atinge cerca de 30% da população nacional. Ou seja, aproximadamente 50 milhões de brasileiros sofrem com esse problema que, por sinal, também interfere em questões de autoestima e, até mesmo, nas relações interpessoais.

Dessa forma, a conscientização também é fator importantíssimo quando se trata do tema. Por isso é que, anualmente, em 22 de setembro, a ABHA promove o Dia Nacional de Combate à Halitose.

"O objetivo é justamente chamar a atenção do público sobre o problema e mostrar que tanto o diagnóstico como o tratamento da halitose são bem simples", resume Dra. Ligia.



Causas

De acordo com a especialista, causas sistêmicas como refluxo, doenças pulmonares e do fígado, ou outras alterações do organismo, podem estar entre os agentes da halitose. No entanto, a principal origem do mau hálito é bucal.

"As pessoas tendem a associar halitose a problemas estomacais ou a questões mais graves. Em algumas situações, isso pode ocorrer. No entanto, em 90% dos casos, o mau odor é proveniente da boca, e pode ser tratado após um exame que é feito de forma rápida e precisa", esclarece.

Entre os perfis mais propensos à halitose, Dra. Ligia cita pacientes com baixa salivação, maus hábitos alimentares ou com má higiene bucal.

Com relação ao tratamento, a médica explica que ele pode variar conforme o diagnóstico da origem do problema. "A halitose não tem um protocolo específico de tratamento. É necessário que, primeiro, sejam diagnosticadas as causas, para basearmos o tratamento de acordo com as alterações apresentadas. Daí a importância do exame", enfatiza.



Prevenção

Quanto à prevenção, a melhor forma de evitar o problema, segundo a especialista, é por meio de uma higiene oral adequada, incluindo, principalmente, a limpeza da língua, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista.

"Além dos hábitos de higiene, indicamos manter uma alimentação saudável e balanceada, bem como uma hidratação correta ao longo do dia. Evitar hábitos como consumo de álcool e cigarro também é importante na prevenção”, finaliza.


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

 

Setembro amarelo: saúde mental deve ser prioridade junto à alta liderança

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a síndrome de burnout já afastou 30% dos empregados no último ano

 

Ansiedade, burnout, ideação suicida são motivos de preocupação na sociedade e no mundo corporativo. Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde publicado em junho de 2022, quase 1 bilhão de pessoas convivem com algum transtorno mental desde 2019 no mundo.

A síndrome de burnout, classificada como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, é responsável pelo afastamento de 30% dos empregados e um quarto das organizações afastou profissionais por adoecimento mental nos últimos 12 meses.

Para Lucimara Mendes, Head de pessoas e cultura da Nexti, a conexão do gestor com o colaborador é indispensável para identificar esgotamento mental. “Os gestores devem estar atentos em casos de isolamento, irritabilidade, queda no desempenho, faltas e/ou atrasos em compromissos e até mesmo relatos de conflitos interpessoais, na maioria das vezes, esses são sinais que o colaborador precisa de ajuda”, comenta. 

Criar um ambiente corporativo confortável para os colaboradores começa com a cultura da empresa. Promover segurança psicológica, flexibilizar horários quando necessário, ter uma comunicação transparente que ofereça um lugar de fala, gerando senso de pertencimento, são possibilidades para fornecer um ambiente saudável. 

Os problemas relacionados à saúde mental são prejudiciais não só para os funcionários, mas também para as instituições. Focar na saúde mental dos colaboradores resulta em aumento de produtividade, maior retenção de talentos, equipes mais engajadas e uma cultura positiva, tornando os colaboradores verdadeiros promotores da marca. 

Lucimara Mendes acredita que existem algumas alternativas para que as organizações promovam um ambiente favorável a saúde mental, entre elas:

  • Definição de metas SMART (evitam/reduzem ansiedade);
  • Flexibilidade, com pausas para recarregar a energia (equilíbrio entre trabalho e vida pessoal);
  • 1:1s para manter diálogo constante, fortalecendo a confiança:
  • Uso da tecnologia para otimizar e simplificar processos, deixando a rotina mais leve e fluida.

Para promover saúde e bem-estar a longo prazo é importante também que as empresas atuem de forma sistêmica e estrutural, além de promover apoio profissional como plano de saúde e psicoterapia.

“A vida não acontece só aos finais de semana, existe uma importância de buscar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Além disso, ter uma liderança preparada para prestar apoio, uma escuta ativa e o olhar sensível para identificar sinais que muitas vezes não estão explícitos, é essencial”, finaliza a head de pessoas e cultura. 

 

Nexti - solução Human Capital Management (HCM) que otimiza a gestão operacional dentro das empresas, atuando como um parceiro de negócios principalmente para digitalização do RH.

www.nexti.com

 

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