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terça-feira, 15 de agosto de 2023

Dicas proativas para proteger seus dados ao trabalhar fora do escritório

Não deixe que redes Wi-Fi duvidosas comprometam a sua segurança

 

Entre 2019 e 2021, o número de americanos trabalhando remotamente triplicou, passando de 5,7% para 17,9%. Para alguns, isso significou trabalhar do conforto do lar, enquanto outros optaram por ambientes mais estimulantes. 

De acordo com uma pesquisa recente da BDG Studios/OnePoll* com mais de 1 mil jovens da Geração Z nos Estados Unidos, quase 10% dos entrevistados afirmaram que seu local favorito para trabalhar fora do escritório era um café ou restaurante. 

E as respostas dos participantes foram ainda mais surpreendentes, incluindo cemitérios, banheiros, redes de fast food e até circo. 

“Já trabalhei remotamente em um estúdio de televisão enquanto atuava como figurante e consegui realizar a maior parte do meu trabalho ‘real’ no meu laptop”, afirmou um dos entrevistados. 

Embora alguns desses locais sejam bastante inusitados, eles também acendem o alerta quando falamos de segurança cibernética. 61% dos entrevistados admitiram manter arquivos de trabalho em seus dispositivos pessoais, e 63% também confessaram entrar na primeira rede Wi-Fi aberta que encontram. 

Ainda que usar uma rede chamada CARADAINTERNET007 possa parecer normal, conectar-se a uma rede desprotegida com um dispositivo sem segurança pode comprometer seriamente os seus dados. Felizmente, há passos simples para proteger você e sua informação. 

1º conselho: Configure uma rede privada virtual, ou VPN, para a rede de sua empresa. Feito isso, assegure que todos que acessem a rede da empresa o façam por meio da VPN. 

2º conselho: Também é importante verificar se a empresa está utilizando o Protocolo de Transferência de Hipertexto Seguro (HTTPS) em seu site e aplicativos relacionados. Isso garantirá que suas credenciais de login e outras informações pessoais permaneçam protegidas contra ataques de phishing e MITM. 

3º conselho: Por mais tentador que seja, os trabalhadores remotos devem usar um Acesso Pessoal (hotspot) móvel em vez de redes wi-fi públicas abertas. Os hotspots móveis oferecem uma camada extra de segurança, graças ao nível de criptografia Acesso Wi-Fi Protegido 3 (WPA-3). 

4º conselho: Esse novo recurso, presente nos smartphones Samsung Galaxy, torna a navegação na internet mais segura, mesmo em redes públicas. Ele criptografa pelo menos 250 MB de seu tráfego on-line por mês e até bloqueia aplicativos de rastreamento. 

Saiba o que mais a Samsung pode te oferecer sobre privacidade e segurança clicando neste link.

 

 

* A Samsung colaborou com o Bustle Digital Group (BDG) para realizar uma pesquisa online entre novembro e dezembro de 2022 com uma amostra de 1.000 residentes nos EUA entre 18 e 25 anos de idade.

** Este conteúdo foi publicado originalmente na Inverse em 22 de dezembro de 2022. Saiba mais clicando aqui.


Samsung Electronics Co. Ltd.
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7 em cada 10 pessoas com deficiência estão fora do mercado de trabalho

Capacitação e letramento para colaboradores e empresas são determinantes para reverter cenário, analisa especialista de Diversidade e Inclusão da Egalite

 

Dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a cada dez pessoas com deficiência que buscavam um emprego, sete estavam fora do mercado de trabalho. A diferença também permeia a questão salarial: enquanto as pessoas com deficiência recebiam um salário médio de R$ 1.639 mensais, o das pessoas sem deficiência era de R$ 2.619 – ou seja, a renda do primeiro público representa apenas dois terços do segundo. O relatório ainda aponta que a falta de sucesso na busca por um emprego tem diferentes motivos, com fatores relacionados à dinâmica do mercado, além de outras barreiras que atingem mais alguns grupos populacionais do que outros.

 

“Algumas barreiras precisam ser superadas no ambiente de trabalho, por exemplo, o despreparo dos gestores e a falta de acessibilidade nas empresas. Essas características se transformam em um fator de não contratação de pessoas com deficiência ou, até mesmo, de contratação exclusiva de profissionais que necessitem de pouca adaptação. Precisamos mudar este cenário, visto que estamos falando sobre uma obrigação legal e o cumprimento da Lei de Cotas e não sobre benevolência”, defende Guilherme Braga, CEO e fundador da Egalite, startup especializada na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e na capacitação de empresas.

 

Os motivos prejudicam não somente a inclusão, mas também a manutenção e desenvolvimento de carreira das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Há 13 anos a Egalite atua para alterar esse cenário por meio de 80 mil candidatos cadastrados em sua base, já tendo incluído 14 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho e capacitado mais de 500 empresas. Além disso, a startup realiza, em 2023, a 4ª Edição da maior feira online e gratuita de empregabilidade para o público: a Inclui PcD, que acontece entre os dias 20 e 22 de setembro. O evento surgiu em 2020 com o intuito de diminuir os impactos causados pela pandemia e reuniu 27 mil vagas no total.

 

Para 2023, a expectativa é oferecer novamente 9 mil vagas distribuídas entre as 200 grandes companhias participantes. Entre elas estão nomes como Azul, BASF, EY, GPA, Heineken, Nexa, Nivea, Pepsico, Raízen, Grupo Soma, entre outros. A Inclui PcD realiza a missão da startup de viabilizar o acesso a vagas de emprego e capacitação para pessoas com deficiência e empresas. 

 

Sobre a Inclui PcD

A feira é a maior de empregabilidade para o público com deficiência do mundo e acontece em homenagem ao Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro. Nas três edições do evento, sendo elas em 2020, 2021 e 2022, foram 27 mil vagas totais. A feira é realizada pela startup especializada na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho Egalite e aposta em conexão, inclusão e capacitação. Assim, o evento é uma ponte entre esses profissionais e as empresas, atribuindo autonomia e protagonismo às pessoas com deficiência. 

 

Egalite


As perspectivas da economia global para 2075

Opinião


Seja em negócios ou em economia, não é possível prever o futuro, mas pode-se analisar as perspectivas do que virá a partir dos dados atuais. É o que fez recentemente o Goldman Sachs (GS), uma renomada instituição financeira global fundada nos EUA em 1869. Trata-se de uma das principais empresas do mundo em termos de investimento, gestão de ativos e valores mobiliários; com uma equipe altamente qualificada de analistas e economistas que realizam pesquisas abrangentes sobre os mercados financeiros, a economia global e diversos setores industriais.

Enquanto hoje os 10 maiores PIBs globais são – em ordem – EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Índia, Itália, Brasil e Canadá; o Goldman Sachs projeta um cenário bastante diferente para os próximos 50 anos. De acordo com a instituição, o atual líder, os Estados Unidos, caiu para o terceiro lugar, ultrapassado por China e Índia. Mais do que isso, a recente análise do GS projeta uma crescente importância dos países emergentes.

Os países emergentes, também conhecidos como economias emergentes, são nações que apresentam rápido crescimento econômico e industrialização crescente, geralmente acompanhados por um aumento no padrão de vida de parte de sua população. Esses países estão em transição de economias agrárias ou de baixo desenvolvimento para economias mais industrializadas e tecnologicamente avançadas, num processo que se iniciou após o final da Guerra Fria.

Ainda que o termo “país emergente” venha sendo utilizado com cada vez mais frequência, a classificação de um país como tal não possui critérios universais, podendo variar a depender das instituições e agências que a utilizam. Geralmente os países emergentes têm algumas características em comum, como rápido crescimento econômico, urbanização acelerada e o desenvolvimento do setor industrial.

Na projeção do Goldman Sachs para 2075, países emergentes como Indonésia, Nigéria, Paquistão e Egito não apenas estarão entre as 10 maiores economias do mundo, como estarão à frente do Brasil. Desses, Nigéria, Egito e Paquistão não estão entre as 20 maiores economias do mundo atualmente.

Além desse fato, outro ponto que chama atenção na projeção do GS é a questão populacional. Enquanto atualmente China e Índia são os únicos países do globo a terem mais de um bilhão de pessoas (1,4 bilhão de habitantes cada país), estima-se que a população chinesa cairá para 1 bilhão, enquanto a indiana deverá alcançar 1,7 bilhão. Países com menor população, mas economicamente muito relevantes hoje, como França e Coreia do Sul, tendem a perder espaço.

O que explica, de acordo com o GS, que países que hoje não são potências – como Egito e Paquistão – e que figurarão entre as 10 maiores economias do mundo é tanto o seu crescimento econômico quanto seu crescimento populacional. Essas duas nações, Egito e Paquistão, passarão o Brasil que – nos últimos 15 anos – teve um crescimento econômico muito lento. Para o Goldman Sachs, Nigéria, Paquistão e Egito vão “com as políticas e instituições adequadas, se tornar algumas das maiores economias do mundo”.

Esse é, sem dúvidas, o efeito de termos uma economia deitada eternamente em berço esplêndido: seguimos fadados a ser o país de um futuro que nunca chega.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray

 

Reforma tributária: do otimismo à inquietação

Há seis meses a reforma tributária é o assunto predominante na pauta econômica nacional. Demanda antiga da sociedade, em especial dos setores produtivos, foi anunciada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva como uma das prioridades da nova gestão federal como forma de tornar o Brasil mais atrativo para os investidores e alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) em pelo menos 5,5% no prazo de 10 anos. 

Tendo à frente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a reforma foi prometida como neutra - em relação à carga tributária - e simplificadora, com efeitos altamente positivos porque reduziria custos burocráticos e acabaria com a autofágica guerra fiscal derivada da tributação sobre o consumo no destino e não mais no local da produção dos bens e serviços. 

O discurso criou uma onda de otimismo com a perspectiva de o novo marco pôr fim ao manicômio tributário em que se transformou o país. Vislumbrou-se, finalmente, a correção de grande parte das injustiças tributárias e maior segurança jurídica para os cidadãos, empresários e investidores. 

Esse clima, entretanto, não resistiu às primeiras ações do governo no sentido de dar concretude à promessa. A expectativa começou a ser baixada pelo próprio governo, que logo passou a admitir o crescimento do PIB em 2% em uma década, muito abaixo da estimativa inicial. 

O próximo passo foi fatiar a reforma. Na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) enviada ao Congresso Nacional, a tão sonhada simplificação resumiu-se à aglutinação de cinco tributos - IPI, PIS e COFINS (todos da União), ICMS (dos estados) e ISS (dos municípios) - em apenas um, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), com duas alíquotas, uma federal e outra de caráter estadual e municipal. Foram anunciados como os pontos mais positivos da proposta a cobrança de imposto no destino e não mais na origem, com transição gradativa e planejada para implementação completa em 9 ou 10 anos, já a partir de 2024/2025; a unificação da legislação em todo o território nacional; a tributação diferenciada substancialmente menor ou até mesmo a isenção sobre produtos de primeira necessidade, e a eliminação definitiva de cumulatividade.  A tributação sobre o consumo seria completada pela instituição do Imposto Seletivo Federal (ISF), aplicável sobre bens nocivos à saúde e ao meio ambiente. 

Com o texto aprovado na Câmara dos Deputados e enviada ao Senado, as análises dos especialistas revelaram um ponto amplamente positivo: excepcionalidades amplamente redutoras de tributação sobre produtos da cesta básica, hortifrutis, transporte coletivo e produtos das áreas de saúde e educação. 

No entanto, essas excepcionalidades - talvez resultantes de pressões setoriais - acabaram atingindo um patamar muito elevado, a ponto de comprometer o atual nível de arrecadação tributária. Para se alcançar o equilíbrio, haverá a necessidade de tributação sobre os setores não contemplados no texto com aplicação de alíquotas muito elevadas, possivelmente no patamar entre 25% e 29% da receita. Isso elevará o Brasil à condição de uma das 4 maiores tributações sobre o consumo do planeta. A título de exemplos, nos Estados Unidos essa tributação é de 7,5%, na Suíça, de 7,70%; no Japão e na Coréia do Sul, 10%; no Canadá, 5%, e no México, 16%. O atual recordista é a Hungria com 27%. 

É assustador, ainda que, a priori, não seja possível concluir definitivamente sobre o aumento ou redução da carga tributária porque as alíquotas do novo IBS somente serão definidas por Lei Complementar, em até 180 dias após a aprovação da PEC pelo Congresso Nacional, o que provavelmente se dará apenas no segundo ou terceiro trimestre de 2024, com risco de tramitação mais lenta em razão de ser um ano eleitoral. 

O cumprimento da promessa de neutralidade, por sua vez, ainda é uma incógnita porque não são conhecidas as propostas do governo quanto aos tributos sobre renda, patrimônio, encargos sociais e previdenciários, e outros, cuja soma corresponde a 56%-58% do produto total atualmente arrecadado. 

Da mesma forma, não foram revelados os produtos e setores a serem tributados pelo ISF, bem como os tetos das alíquotas e como serão aplicados os recursos tributários garantidos pelo novo imposto. 

Essas questões transformaram o otimismo em inquietação de vários setores econômicos diante do efeito negativo desses índices caso o Senado, na apreciação do projeto, não corrija tais distorções. A gritaria já começou. O Centro de Estudos das Sociedades dos Advogados calculou que a categoria sofrerá aumento superior a 400% na tributação.  Empresários dos setores de construção e serviços afirmam que atividades hoje tributadas entre 3,65% até 8% sofrerão, com o novo IBS, aumentos que podem chegar a mais de 100%. 

O apelo, agora, é para que o Senado examine com maior atenção o fato de que as reduções substanciais concedidas a muitos setores - inclusive não essenciais - levará à punição de outros setores de atividades importantes para o país. Uma saída talvez seja o Senado fixar na PEC o teto de tributação do IBS e do Imposto Seletivo, bem como vetar a majoração de alíquota antes de completada a transição do regime de cobrança na origem para a cobrança no destino, o que deverá acontecer em 2033. 

Também soou estranho que, em plena tramitação da primeira etapa da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, o governo federal tenha atropelado a PEC da reforma, editando num domingo (30 de abril) a Medida Provisória nº 1.171, pela qual passou a tributar os rendimentos de brasileiros residentes no País e que possuem investimentos financeiros em empresas ou trusts sediados em paraísos fiscais e/ou em locais com regime tributário diferenciado, como é caso do estado norte-americano de Delaware. A MP inclusive estabeleceu alíquotas progressivas que podem chegar a 22,5% sobre os recebimentos, inclusive sobre desvalorização do real. 

A mesma MP irá alcançar também a transferência de bens - imóveis, cotas e/ou ações de empresas, etc - para herdeiros e sucessores, em vida ou pós-morte (ITCMD). Trata-se de outro ponto que merecerá atenção especial dos senadores, uma vez que patrimônio nem sempre confere liquidez ao sucessor ou herdeiro. Além disso, não está explícito se será respeitado o princípio da capacidade contributiva dos beneficiários. Matéria que requer urgência, pois esse tributo produzirá efeito já em 2024 (portanto antes do IBS, que vigorará a partir de 2026) e, embora não tenha sido fixada alíquota progressiva de até 22,5% para rendimentos financeiros, não existe no texto da MP qualquer referência ao ITCMD. 

Ainda chama a atenção na nova postura do governo em relação à reforma o anúncio de estudos para a tributação dos cidadãos super-ricos, detentores de fundos de investimento exclusivos ou outros diferenciados e com poucos cotistas, utilizados por famílias de alta renda que pagam impostos apenas na hora do resgate. Projeto de Lei com a medida deverá ser enviada ao Congresso já em agosto, após o fim do recesso parlamentar. 

Além disso, igualmente por meio de legislação infraconstitucional, o governo pretende implantar a tributação sobre apostas esportivas - conhecidas como Bets), com alíquotas de 18% sobre o total de apostas das empresas, e de até 30% do valor bruto auferido pelos ganhadores, além de instituir cobrança de outorga sobre a atividade. 

É indisfarçável a mudança de comportamento do governo nessa questão. O ministro da Fazenda, que vinha priorizando a PEC da Reforma e conduzindo o processo de maneira habilidosa - ganhando elogios de parlamentares, agentes econômicos e de grande parte da mídia -, agora opta por priorizar o aumento da arrecadação para a União em 2024, uma vez que a reforma tributária, por força de lei, não poderá produzir efeitos para o próximo ano e, talvez, sequer para 2025, à exceção do Imposto Seletivo. 

No mercado, já existe a sensação de que o governo perdeu o interesse por uma reforma ampla, preferindo garantir aumento da receita da União a curto prazo por meio de leis e medidas provisórias, como a MP 1.171, vislumbrando algo em torno de R$ 180 bilhões para a somatória das ações acima mencionadas. 

O fato é que ficará muito difícil saber qual será a carga tributária no Brasil, pois o fatiamento sem prévia discussão no Congresso impedirá a noção do conjunto, o que não é bom. 

Nessa sanha arrecadadora, o governo desrespeita o Congresso e contradiz seu próprio discurso inicial segundo o qual a reforma tributária é fundamental para o país, como de fato é. 

Corre-se o risco de o Brasil desperdiçar excelente oportunidade para remodelar o nosso criticado arcabouço tributário para salvaguardar apenas um ente federativo (a União), aumentando sua fatia no bolo arrecadatório que já é grande, entre 59% e 60% de tudo o que é arrecadado compulsoriamente. 

O momento atual anuncia a repetição de velhos erros, muito custosos ao desenvolvimento nacional, notadamente a busca pelo equilíbrio fiscal ou redução do déficit público (hoje no insuportável patamar de 8% a 9% do PIB) somente pelo aumento da tributação, que atualmente alcança 33,91% do PIB. Nada se fala sobre redução de privilégios, ganho de eficiência, cortes de gastos e combate explícito e efetivo à corrupção. 

O Brasil continua a ignorar a advertência feita pelo filósofo romano Marco Túlio há 2.078 anos, mas ainda atual: "O orçamento deve ser equilibrado, o tesouro público deve ser reposto, e a dívida pública deve ser reduzida, e a arrogância dos funcionários públicos deve ser moderada e controlada e ajuda a outros países deve ser eliminada, para que Roma não vá à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar em vez de viver às custas do estado." 

A correção do rumo é urgente e possível. E, mais que um reclamo dos setores produtivos, uma necessidade do país. 

 

Samuel Hanan - engenheiro, com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros Brasil, um país à deriva e Caminhos para um país sem rumo.
https://samuelhanan.com.br


A diversidade no mundo corporativo está no caminho certo?


Mesmo com muitas conquistas ao longo dos anos, pessoas negras, com deficiência, LGBT+, entre outros grupos representativos ainda enfrentam desafios diários no trabalho
 

 

Em tempos globalizados, muito se fala sobre a importância de uma equipe diversa para garantir sucesso nos resultados de uma empresa. A diversidade, hoje, é sinônimo de empatia, segurança, inclusão, igualdade e produtividade. Um estudo feito pelo Instituto Identidades do Brasil (IDBR) evidenciou os impactos da diversidade no mercado de trabalho. Os dados apontam que para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, acontece um salto de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de elevação da diversidade de gênero, verificou-se o acréscimo de aproximadamente 5% na produtividade dessas organizações. 

Para a coach de líderes e empresas, Leila Santos, as empresas ainda têm muito que trabalhar no tema. “Acredito que ainda temos um longo caminho pela frente, mas o movimento atual é muito positivo e necessário para consolidarmos a responsabilidade social em todas as esferas. É importante intensificar esse diálogo nas empresas, nas escolas e na sociedade como um todo. Precisamos dar voz e vez para todos, e vencer os preconceitos culturais a que estamos condicionados.  Vejo empresas empreendendo um caminho sério e consistente nessa direção através de iniciativas que não visam apenas aumentar a representatividade de algumas minorias, mas que promovam mudanças culturais significativas para que essas pessoas se sintam verdadeiramente  acolhidas e inclusas. Por outro lado, vejo outras empresas que estão mais preocupadas em levantar a bandeira da diversidade para promover uma imagem politicamente correta”.

Construir um ambiente inclusivo e pautado na diversidade deixou de ser apenas uma ação de responsabilidade social e passou a ser uma estratégia de posicionamento de marca que pode definir o sucesso ou fracasso de muitas companhias. Uma  pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que a maior parte das empresas brasileiras está preocupada em ampliar a diversidade entre seus colaboradores. “Acredito que esse número reforça um discurso politicamente correto, porque não existe espaço no mercado para se posicionar contra a diversidade. No entanto, o caminho entre o discurso e a prática é bem longo. Quantas dessas empresas têm clareza da representatividade de cada um dos grupos dentro do seu quadro? Quantas sabem qual o % de inclusão na visão desses indivíduos? Já vi empresas abrindo vagas específicas para pessoas trans apenas com o objetivo de cumprir tabela. Será que apenas isso a posiciona como empresa que apoia a diversidade?”, sinaliza, Leila.

Para a coach, é  preciso criar um ambiente propício para abordar a diversidade e inclusão como parte da cultura. “ A criação de comitês internos de diversidade e inclusão tem se mostrado bem eficiente, porque promove diálogos internos trazendo clareza para todos sobre o assunto. É preciso desconstruir os estereótipos e dar voz às minorias para que nos ensinem o que significa inclusão na prática.  A falta de convívio com pessoas que tem visão de mundo diferente, nos isola, nos torna arrogantes, o que só fortalece o nosso preconceito e discriminação. Para evoluirmos, precisamos desconstruir os estereótipos que nos impedem de nos conectarmos e darmos oportunidades para as minorias”.

Apostar na estruturação de um ambiente de trabalho verdadeiramente pautado na diversidade e na inclusão tende a gerar valor para a empresa por sinalizar uma preocupação com questões sociais relevantes. “O momento pede mais responsabilidade ambiental e social. Cada vez mais as decisões dos consumidores serão tomadas com base nos valores da empresa e as que não se adequarem a isso, terão problemas para se manter no mercado”, reforça a coach. 



Leila Santos - Coach de líderes e empresas há mais de 20 anos, atende clientes com renome no mercado como Grupo WLM, L’Occitane, Grupo Boticário, Sephora, Itaú, Biolab, Pfizer, Roche, Astellas, Ache, AstraZeneca, Farmoquímica, Fitec, Pierre Fabre, Uni2, Gencos, dentre outras. Atua com foco no cliente corporativo, sempre valorizando e investindo em profissionais e empresas que já estão preparados para essa mudança de cultura e mindset.
https://leilasantos.com.br/


Apagão Nacional de energia levanta necessidade de investir em tecnologias autônomas

Na manhã desta terça-feira (15), um apagão nacional deixou várias cidades do Brasil sem energia elétrica. A situação gerou muitos transtornos públicos, já que deixou semáforos desligados, além de casos em que os metrôs tiveram que ser evacuados.


A queda de luz repentina virou notícia em todo o país e mostra a importância de debates que envolvam energias alternativas ou tecnologias autônomas. A indústria NHS, de Curitiba, não parou suas operações e nem ficou sem acesso à energia, apesar de estar em uma região afetada, porque utiliza na empresa as soluções que desenvolve, entre elas os nobreaks e o Quad – um inversor híbrido que armazena energia solar.

Muitas pessoas desconhecem o fato de que a energia solar fotovoltaica depende da energia elétrica para funcionar. Por isso, o Quad se destaca por ser uma tecnologia 100% nacional e disruptiva, que é tanto on grid quanto off grid, ou seja, ele utiliza a energia solar para suprir as necessidades de energia elétrica do local e o excedente é armazenado em banco de baterias ou volta para a rede de distribuição para gerar créditos.

Já os nobreaks protegem os equipamentos ligados a ele por estabilizar a rede em casos de oscilações e por oferecer autonomia em situações de queda de energia. Desta forma, é possível se prevenir dos danos que as quedas de energia causam aos equipamentos eletrônicos, evitando prejuízos financeiros ou produtivos.


Samsung Ocean oferece aulas gratuitas de Inovação e Inteligência Artificial em agosto

Agenda de atividades gratuitas do programa de capacitação tecnológica da Samsung tem 25 aulas previstas para a segunda quinzena do mês; veja a lista completa

 

O Samsung Ocean, programa de capacitação tecnológica da Samsung, oferece um total de 25 atividades gratuitas na segunda quinzena de agosto, entre elas, se destacam as aulas presenciais e remotas focadas em Inovação e Inteligência Artificial (IA), ministradas por educadores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual do Amazonas (UEA), ambas parceiras do programa. A iniciativa oferece certificado de participação aos alunos que concluírem as atividades em que estão inscritos.


Destaques do Samsung Ocean em agosto

Na terça-feira (15), o Samsung Ocean oferece um curso prático e dinâmico sobre o uso de chats conversacionais para profissionais da área de Educação. Com duração de duas horas, a atividade acontece na parte da manhã, a partir das 10h no horário de Brasília, e as inscrições estão disponíveis clicando aqui. No mesmo dia, o campus de Manaus do Samsung Ocean recebe uma aula sobre o Desenvolvimento de ChatBot com a linguagem de programação Phyton com foco em atrações turísticas. A atividade presencial acontece das 19h às 21h no horário de Brasília e as inscrições podem ser realizadas clicando aqui. Outras quatro atividades com foco em Inteligência Artificial estão com as inscrições abertas até o fim do mês.

Também na segunda quinzena de agosto, o Samsung Ocean oferece sete atividades com foco em Inovação, entre elas as aulas de Design Thinking e Introdução à prática de Prototipação pela plataforma Arduíno. Esta última acontece de forma presencial no campus de Manaus nos dias 18, 25 e 30 de agosto, das 10h às 12h30 no horário de Brasília. As aulas serão ministradas pelo professor Cleto Leal e as inscrições estão disponíveis no site oficial do programa, onde também podem ser acessadas outras atividades com foco em Wearables e Metaverso, por exemplo.

“O Samsung Ocean é uma iniciativa da Samsung em parceria com universidades para oferecer capacitação tecnológica para pessoas de todo o país. É uma excelente oportunidade para quem deseja aprofundar conhecimentos nas mais diversas áreas da tecnologia, ou até mesmo obter um conhecimento básico sobre elas”, afirma Eduardo Conejo, Gerente Sênior de Inovação na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung. “A agenda de atividades do programa leva em conta os temas de maior relevância no mercado e, por isso, nos últimos meses temos ofertado cada vez mais aulas com foco em Inteligência Artificial e Inovação”, conclui.

As atividades do Samsung Ocean são totalmente gratuitas e oferecem certificado de participação. Os interessados podem se inscrever pelo site www.oceanbrasil.com ou pelo aplicativo do Samsung Ocean, disponível para download na Play Store.


Veja a grade de atividades do Samsung Ocean até o fim do mês:

 

15/08

- Trilha de Inteligência Artificial: Laboratório de IA conversacional aplicada a educação

- Trilha UX: Tópicos em UX para Design de Serviços

- Trilha de Inteligência Artificial: Desenvolvimento de ChatBot em Python para Atrações Turísticas*

- Trilha de Inovação: Failtech – Estressando o erro**

 

16/08

- Trilha de Inteligência Artificial: Evento Ocean Digital Health* Com transmissão ao vivo pelo canal da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) no YouTube. Clique aqui para acessar.

 

17/08

- Trilha Bixby: Assistente Virtual de Voz em Bixby – Trazendo Inteligência à Interface

- Trilha UX: Tópicos em UX para AI – Experiências Omnicanal

- Trilha de Inovação: Gerando valor de produtos e serviços: uma abordagem teórica e prática*

 

18/08

- Trilha de Inovação: Prototipação com Arduino – Introdução*

 

21/08

- Trilha de Inteligência Artificial: Aprendizado Não Supervisionado para Data Science (Parte 1)*

 

22/08

- Trilha de Inteligência Artificial: Inteligência Artificial e Chats Inteligentes – Introdução

 

24/08

- Trilha Wearables: Watch Face Studio – Construção de Watch Faces com Wear OS 3 (Parte 1)*

- Trilha de Inovação: Design Thinking – Desenvolvendo Soluções inovadoras*

 

25/08

- Trilha de Inovação: Prototipação com Arduino – Introdução*

 

28/08

- Trilha Ágil: Desenvolvimento Ágil – DevOps Git

- Jornada Backend: Backend com NodeJs e Express (Parte 1)

 

29/08

- Jornada Backend: Backend com NodeJs e Express (Parte 2)

- Trilha Metaverso: Oficina de Realidade Aumentada com Unity – Introdução ao AR e Unity (Parte 1)

- Trilha de Inteligência Artificial: Avançando com Deep Learning*

 

30/08

- Jornada Backend: Laboratório de Backend e Banco de Dados com MongoDB (Parte 3)

- Trilha Metaverso: Oficina de Realidade Aumentada com Unity – Desenvolvimento de Aplicações em AR (Parte 2)

- Trilha de Inovação: Prototipação com Arduino – Introdução*

- Trilha Blockchain: Desenvolvimento de Apps e Contratos Inteligentes para Blockchain Ethereum (Módulo Intermediário)*

- Trilha Wearables: Watch Face Studio – Construção de Watch Faces com Wear OS 3 (Parte 2)*

 

31/08

- Trilha de Inovação: Evento Product Day – Sidia*

 

*Atividades realizadas presencialmente no campus de Manaus.

** Atividades realizadas presencialmente no campus de São Paulo.

 

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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Relembre os conselhos paternos mais marcantes da ficção


Das séries de TV aos sucessos de Hollywood, a plataforma Preply compartilha os grandes ensinamentos deixados pelos papais mais queridos pelos brasileiros
 

 

Seu Madruga, Julius, Mufasa… seja pelos puxões de orelha inesquecíveis, seja pelos incentivos reconfortantes, alguns pais fictícios se tornaram tão emblemáticos que ultrapassaram as telas e hoje fazem parte do imaginário popular. Mas, afinal, o que personagens como estes disseram de tão especial a seus filhos e familiares para marcarem gerações mundo afora? Quem traz a resposta é a Preply, que, no Dia dos Pais, comemorado ontem, compila e reflete sobre os conselhos paternos que todos amamos — e que certamente inspiraram seus momentos com o paizão ao longo da data! 

 

“Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”  

Esse é um conselho que muitos filhos poderiam facilmente ouvir da boca dos seus pais – alguns deles, de fato, costumam ouvir –, mas que se tornou icônico por causa de uma cena de cinema. O trecho faz parte do primeiro filme da franquia Homem-Aranha, de 2002, mais especificamente a cena depois que Peter Parker (Tobey Maguire) se envolve em uma confusão com um colega na escola. 

 

Parker, que acabara de descobrir seus novos poderes, é interpelado pelo seu tio, Ben Parker (Cliff Robertson), em um momento decisivo da trama – quando se vê entre o garoto solitário do colégio onde estuda e um possível futuro super-herói que ainda não se conhece totalmente. Então, em um dos últimos diálogos antes da morte do tio (em outra cena decisiva), ele recebe outro dos conselhos que permaneceriam ressoando por toda a sequência da franquia: “Cuidado com o que você vai ser. Só porque você pode bater não lhe dá o direito de bater”.

A própria cena de Peter com Ben ilustra um momento comum da relação dos pais com os filhos: quando estes estão prestes a passar por uma grande transformação, como a ida para a faculdade ou a saída de casa, por exemplo. Como diz Ben Parker, são nesses momentos “que um homem define o que vai ser”.

 

“As pessoas boas devem amar seus inimigos” 

Talvez Ben Parker tenha, inclusive, escutado algo parecido antes, em uma série mexicana não tão famosa nos EUA, mas que formou muitas gerações na América Latina e, claro, no Brasil... a clássica Chaves. Ou não é parecido o conselho de Seu Madruga (Ramón Valdés) ao menino Quico (Carlos Villagrán), em um episódio do longínquo ano de 1973, quando ele exorta o garoto a “amar até os nossos inimigos”? O momento, aliás, é um dos poucos em que o personagem de Valdés é agraciado pela mulher que ama silenciosamente – e que também é mãe do garoto: Dona Florinda (Florinda Meza). 

 

“Não é o quanto você consegue bater…”

Mas a metáfora da luta aparece mesmo é em Rocky Balboa (2006)sexto filme da série que alçou o ator Sylvester Stallone ao estrelato desde o seu início, nos anos 1970. No roteiro, Rocky já é um ex-boxeador premiado, embora esquecido pelo público, vivendo de suas velhas histórias como dono de um restaurante italiano em Nova York. Seu filho, Rocky Jr. (Milo Ventimiglia), ao mesmo tempo em que é aficionado pelo pai, também sofre com a relação que possui com ele.

Em uma das cenas mais lembradas do filme, Rocky pai atualiza o conselho de Ben Parker ao futuro Homem-Aranha anos antes: ele diz que mais do que saber quando é a hora de bater é mensurar de que forma se vai à luta. “Não é o quanto você consegue bater, mas o quanto você consegue aguentar”, vocifera ele ao filho em um diálogo tenso pelas ruas da cidade. 

Entre a autoajuda e a mensagem preciosa, é uma frase poderosa sobre os limites de cada um em passar por situações ruins – e se elas devem ser atravessadas com paciência ou com luta. Ou, mais ainda, um ensinamento sobre como usar as potencialidades que se tem – como quando Mufasa, do clássico Rei Leão, diz ao seu filho, Simba, que “um verdadeiro rei se preocupa em oferecer, não ter”. 

 

“Não tenha medo de ser diferente” 

Milo Ventimiglia, aliás, se tornaria muito tempo depois um dos pais mais amados do cinema, interpretando o veterano de guerra Jack Pearson na série This Is Us. Ao longo das seis temporadas vai se construindo a história de um garoto que sofre com a violência paterna e que se torna um pai icônico de três filhos, cujas histórias vão sendo contadas ao longo da trama: o ator Kevin (Justin Hartley), a cantora Kate (Chrissy Metz) e o empresário e político Randall (Sterling K. Brown) – este último adotado ainda na maternidade. 

Randall, um garoto negro em uma família branca, atravessa todos os percalços do racismo, sempre se apegando à relação com o pai para suportá-los. Ainda na primeira temporada, quando Randall admite ao pai que se sente diferente dos outros garotos pela cor da sua pele, Jack Pearson aborda o tema da forma mais afetuosa possível. “Eu quero que todos vocês sejam o mais diferente possível de todas as melhores maneiras”, responde ele, enfatizando o brilhantismo do menino. “Não tenha medo de ser diferente”. 

 

“Faça sua própria sorte” 

Julius, o lendário pai de família da série Todo Mundo Odeia o Chris, série escrita pelo humorista Chris Rock e baseada em sua própria infância, também se vê às voltas com esse dilema o tempo todo. O roteiro se passa nos anos 1980 no bairro do Bronx, onde vive boa parte da comunidade negra nova-iorquina até hoje. Berço do hip-hop, a região também era marcada pelos altos índices de violência policial e pelas dificuldades de inserção da população afro-americana na metrópole. Por isso, muitos dos diálogos de Chris com o pai são marcados pelo recorte racial.

Em uma das cenas mais lembradas – quando Chris perde uma meia que o pai dizia lhe dar sorte –, Julius responde entre o afeto e a lição, numa mensagem poderosa que tanto aponta para uma mensagem universal quanto reflete as circunstâncias particulares de um homem negro: "Você precisa criar a sua própria sorte no mundo. O sucesso vem de oportunidades e de preparação. Faça a sua própria sorte”. 

 

“Escolher ver o lado bom das coisas” 

Há conselhos paternos mais recentes no cinema – que, aliás, sempre se ocupa de elaborar grandes personagens pais (lembremos, por exemplo, de Um Herói de Brinquedo, de 1996, em que Arnold Schwarzenegger interpreta um pai amoroso, ou O Paizão, de 1999, com Adam Sandler, ou ainda Meu Pai, que trouxe Anthony Hopkins de volta aos holofotes em 2020). Neste ano, o premiado Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo também tem uma figura assim no enredo: o aparentemente confuso Waymond Wang (Ke Huy Quan). 

Quando o filme se encaminha para sua parte mais dramática, em que Evelyn Wang (Michelle Yeoh) precisa salvar o mundo e, ao mesmo tempo, sua família, ela ouve do marido – de quem reclama por ser excessivamente otimista: "Quando escolho ver o lado bom das coisas, não é que estou sendo ingênuo. É estratégico e necessário. É como aprendi a sobreviver”. Um bom jeito de justificar a visão otimista mesmo em condições adversas.

 

“Confiar é o que os amigos fazem”

Para finalizar, o pai mais amado do cinema talvez não seja um homem, mas… um peixe. No adorado Procurando Nemo, de 2003, Marlin sai à caça do filho, Coral, que se perde e vai parar em outro ponto do oceano. No caminho, ele conhece Dory, uma cirurgião-patela azul falante e atrapalhada que, por várias ocasiões, parece mais prejudicar a busca do que facilitá-la.

E é para ela que Marlin dá o conselho paterno mais importante da franquia: quando ele parece não ter mais forças para prosseguir e Dory o exorta a não desanimar, ele reage dizendo que, claro, porque “confiar é o que os amigos fazem”

 

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5 anos de LGPD: A briga entre a proteção de dados e a Inteligência Artificial


Nesta segunda-feira, dia 14 de agosto, comemora-se o aniversário de 5 anos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A lei foi publicada em 2018, tendo o objetivo de proteger a privacidade e os dados pessoais de indivíduos que estejam no território nacional. Desde que foi publicada, diversos debates se estenderam sobre o uso da LGPD. Um deles, mais recentemente, é sobre a relação entre a LGPD e a Inteligência Artificial.

 

Para se ter ideia, no mês de março uma carta aberta foi divulgada, em que Elon Musk e vários pesquisadores de inteligência artificial, pedem aos laboratórios de tecnologia uma pausa no desenvolvimento de sistemas de IA em grande escala. No documento criado por eles, são ressaltados temores sobre os “riscos profundos” para a sociedade e a humanidade do que chamam de uma “corrida fora de controle” pelo avanço de sistemas que adotam a tecnologia.

Boa parte das distopias produzidas desde meados do século XX tratam dos riscos da inteligência artificial para a humanidade, de 2001: uma odisséia no espaço até os romances de Isaac Asimov, passando por blockbusters hollywoodianos mais recentes. Os riscos da humanidade passar a conviver com uma inteligência artificial autônoma e que seja suficientemente poderosa são vários, e em diversas áreas.

A inteligência artificial surge como uma ferramenta a serviço dos seres humanos, mas existe o risco de que ela passe a ser uma entidade que passe a usar os humanos como ferramenta para seus propósitos, seja por falta de limites em sua programação, seja por alguma intenção maliciosa do programador ou do operador da IA.

Mas antes de pensar em um futuro distópico, de "Blade Runner" ou "Eu, Robô", que estão ainda no campo da especulação, existem problemas reais e imediatos, tais como os impactos da IA no mercado de trabalho.

A robotização mecânica de processos industriais alterou radicalmente a organização do trabalho e a relevância dos trabalhadores braçais e operários. Causou perda de postos de trabalho e alterou a eficiência de modelos produtivos, tornando-os menos dependentes de humanos.

A IA traz essa realidade da robotização fabril para campos até então inimagináveis, como a prestação de serviços, a produção de arte e literatura, a programação, dentre inúmeros outros trabalhos ditos intelectuais, que até então não tinham sido tão impactados pela robotização.

Não existem modelos confiáveis para prever qual será o impacto da substituição desses trabalhadores por inteligências autônomas e mesmo se isso seria desejável para a humanidade.

 

A IA e a LGPD podem ser conciliadas?

A verdade é que ninguém sabe e não existem modelos testados no mundo real para a regulamentação e controle desses riscos. É exatamente isso que levou à produção de uma carta nos últimos dias sobre o tema, pedindo uma pausa no desenvolvimento e evolução dos sistemas de IA. Contudo, desde o estrondoso sucesso do ChatGPT, pela OpenAI, isso virou uma questão econômica, com forte impacto em empresas de tecnologia.

O Google sofreu com desvalorização de seu valor de mercado em face de dificuldades com seu próprio sistema de IA. A Microsoft já está incorporando o GPT no seu próprio buscador, o Bing. Nenhuma empresa vai querer ficar para trás nesse processo e é difícil acreditar que uma carta de intenções, ainda que assinada por pessoas de renome, tenha o poder de frear o desenvolvimento dessas novas tecnologias para uma prévia avaliação de riscos e de custo-benefício.

O Brasil possui alguns casos bem sucedidos de realização de debates públicos para a regulamentação de temas tecnológicos e de inovação (como o marco civil da internet e a própria lei de proteção de dados pessoais).

O problema é que esses processos, embora priorizem a transparência e tragam ótimas oportunidades de confronto de idéias diferentes sobre a regulação, costumam ser lentos e demorados, e podem ser ineficientes para responder aos dilemas da IA com a rapidez que isso demanda. Em resumo: já estamos atrasados, não só o Brasil, mas o mundo todo, e não existe receita de bolo. 

A própria LGPD brasileira, em seu art. 20, fala do direito de qualquer pessoa de questionar quaisquer decisões tomadas com base em tratamento automatizado de dados em relação a si. Esse dispositivo foi pensado para sistemas mais rudimentares de classificação de perfis e escore de risco financeiro, mas são plenamente aplicáveis por decisões tomadas por inteligência artificial. 

Falta, contudo, bastante transparência tanto pelas empresas quanto pelo próprio governo em relação ao que está sendo feito de forma automatizada e como está sendo a supervisão humana sobre isso. Já existem plugins para uso imediato do ChatGPT no SEi!, que é o sistema eletrônico de tramitação de processos usado no governo federal, e os tribunais superiores, como o STJ e o STF têm usado ferramentas de inteligência artificial, a exemplo do Victor e do Victor Hugo, para auxiliar na tomada de decisões por seus ministros. 

Os detalhes e os usos desses sistemas não são públicos e essa falta de transparência dá margem a especulações sobre eventuais fragilidades ou abusos relacionados ao seu uso. Qual a justificativa razoável para uma empresa ou órgão público deixar a mágica da IA escondida por trás das cortinas? 

Enquanto isso ficar apenas na mão de desenvolvedores e fora de mecanismos de controle público, sem qualquer regulamentação ou accountability, estaremos aumentando os riscos de abusos e violações que possam ser cometidos com o auxílio de inteligências artificiais. Se nós sequer sabemos em que casos essas ferramentas estão sendo usadas para tomada de decisões, como poderemos invocar a lei e pedir a revisão dessas decisões por humanos? 

É preciso que o debate saia do campo de programadores e especialistas em computação e abranja mais setores da sociedade. Se não sabemos qual o melhor modelo de regulamentação, o mínimo que devemos exigir é que o uso dessas tecnologias e qualquer processo que tente regulá-las seja transparente e público.

 


Márcio Lopes de Freitas Filho - advogado e sócio-fundador do escritório Martins Cardozo Advogados Associados

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