Opinião
Seja em negócios ou em economia, não é possível prever o futuro, mas pode-se analisar as perspectivas do que virá a partir dos dados atuais. É o que fez recentemente o Goldman Sachs (GS), uma renomada instituição financeira global fundada nos EUA em 1869. Trata-se de uma das principais empresas do mundo em termos de investimento, gestão de ativos e valores mobiliários; com uma equipe altamente qualificada de analistas e economistas que realizam pesquisas abrangentes sobre os mercados financeiros, a economia global e diversos setores industriais.
Enquanto hoje os 10 maiores PIBs globais são – em
ordem – EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Índia, Itália, Brasil
e Canadá; o Goldman Sachs projeta um cenário bastante diferente para os
próximos 50 anos. De acordo com a instituição, o atual líder, os Estados
Unidos, caiu para o terceiro lugar, ultrapassado por China e Índia. Mais do que
isso, a recente análise do GS projeta uma crescente importância dos países
emergentes.
Os países emergentes, também conhecidos como
economias emergentes, são nações que apresentam rápido crescimento econômico e
industrialização crescente, geralmente acompanhados por um aumento no padrão de
vida de parte de sua população. Esses países estão em transição de economias
agrárias ou de baixo desenvolvimento para economias mais industrializadas e
tecnologicamente avançadas, num processo que se iniciou após o final da Guerra
Fria.
Ainda que o termo “país emergente” venha sendo utilizado
com cada vez mais frequência, a classificação de um país como tal não possui
critérios universais, podendo variar a depender das instituições e agências que
a utilizam. Geralmente os países emergentes têm algumas características em
comum, como rápido crescimento econômico, urbanização acelerada e o
desenvolvimento do setor industrial.
Na projeção do Goldman Sachs para 2075, países
emergentes como Indonésia, Nigéria, Paquistão e Egito não apenas estarão entre
as 10 maiores economias do mundo, como estarão à frente do Brasil. Desses, Nigéria,
Egito e Paquistão não estão entre as 20 maiores economias do mundo atualmente.
Além desse fato, outro ponto que chama atenção na
projeção do GS é a questão populacional. Enquanto atualmente China e Índia são
os únicos países do globo a terem mais de um bilhão de pessoas (1,4 bilhão de
habitantes cada país), estima-se que a população chinesa cairá para 1 bilhão,
enquanto a indiana deverá alcançar 1,7 bilhão. Países com menor população, mas
economicamente muito relevantes hoje, como França e Coreia do Sul, tendem a
perder espaço.
O que explica, de acordo com o GS, que países que
hoje não são potências – como Egito e Paquistão – e que figurarão entre as 10
maiores economias do mundo é tanto o seu crescimento econômico quanto seu
crescimento populacional. Essas duas nações, Egito e Paquistão, passarão o
Brasil que – nos últimos 15 anos – teve um crescimento econômico muito lento.
Para o Goldman Sachs, Nigéria, Paquistão e Egito vão “com as políticas e
instituições adequadas, se tornar algumas das maiores economias do mundo”.
Esse é, sem dúvidas, o efeito de termos uma
economia deitada eternamente em berço esplêndido: seguimos fadados a ser o país
de um futuro que nunca chega.
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