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quarta-feira, 7 de junho de 2023

Nova técnica pode facilitar a descoberta de alvos terapêuticos e mecanismos de doenças

 Em estudo publicado na Science, time internacional de pesquisadores
descreve ferramenta que possibilitou encontrar mais de 800 interações
 até então desconhecidas entre proteínas e metabólitos. Trabalho pode facilitar
a busca de tratamentos para diferentes moléstias
(
imagem: Minutemen/Wikimedia Commons)
Estudo publicado na revista Science descreve uma técnica que pode facilitar descobertas relacionadas tanto a mecanismos de doenças quanto a possíveis tratamentos.


Batizada de MIDAS (sigla em inglês para diálise acoplada a espectrometria de massas para a descoberta alostérica sistemática), a metodologia permitiu detectar 830 interações consideradas de baixa afinidade entre proteínas e metabólitos (produtos do metabolismo das células), que dificilmente poderiam ser descobertas pelos métodos até então existentes.

“As diferentes vias metabólicas trocam informações entre si e se regulam, o que é muito importante para o metabolismo. No entanto, essas interações são de baixa afinidade, muito difíceis de se detectar com as técnicas usadas atualmente. É uma conversa muito sutil, como um cochicho”, ilustra Maria Cristina Nonato, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP) e coautora do artigo.

A pesquisadora foi convidada a fazer parte do estudo por conta do seu trabalho – apoiado pela FAPESP – com a fumarase, uma enzima com potencial para ser alvo farmacológico contra parasitas como Leishmania e Trypanosoma<trypanossoma< i="" style="margin: 0px; padding: 0px; border: none;">. A proteína também tem relação com alguns tipos de câncer e doenças genéticas (leia mais em: agencia.fapesp.br/24367/).</trypanossoma<>

Segundo Nonato, as técnicas atualmente usadas foram desenvolvidas para captar interações dentro de uma mesma via metabólica, onde são muito mais evidentes ou esperadas. A MIDAS tem uma sensibilidade maior e pode encontrar mesmo as interações inesperadas, que passariam despercebidas por outras metodologias.

A MIDAS é baseada numa técnica bioquímica clássica conhecida como diálise de equilíbrio, que faz medidas de afinidade de ligação para interações entre receptores e ligantes. O grupo de Jared Rutter, professor da Universidade de Utah e coordenador do estudo atual, publicou o primeiro piloto da metodologia para estudo de interações entre proteínas e metabólitos em 2012.

A plataforma publicada agora tem uma série de melhorias, que permitiram identificar sistematicamente interações de metabólitos com mais de 200 proteínas humanas em um tempo relativamente curto.


Caminho promissor

Para Kevin Hicks, primeiro autor do estudo e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, o trabalho, junto com outros realizados recentemente por outros grupos, demonstra que existe uma profunda e até então pouco valorizada rede conectando o metabolismo de pequenas moléculas e proteínas funcionais.

“À medida que aprendemos mais sobre essa rede de interações, obtemos uma nova compreensão de como as células respondem ao seu estado metabólico. Essas interações, até então desconhecidas, vão proporcionar uma profunda compreensão sobre o que é saúde e doença, além de contribuir para a descoberta de novos tratamentos”, afirma à Agência FAPESP.

No trabalho publicado agora, os pesquisadores focaram no metabolismo de carboidratos, importante para a obtenção de energia por todos os seres vivos. No entanto, a ferramenta tem potencial para o estudo do metabolismo de modo geral.

“Uma das estratégias para a busca de novos tratamentos se baseia na modulação da atividade de proteínas e enzimas pela interação com pequenas moléculas. Essa é uma busca constante da ciência que pode ser facilitada com esses estudos, uma vez que revela não somente novas interações, mas novos mecanismos de modular a ação de proteínas. Isso pode ser explorado desde já com os resultados obtidos, mas ainda há muito espaço para ser ampliado”, explica Nonato.

Entre todas as proteínas analisadas no estudo, em apenas duas delas foi possível determinar a estrutura tridimensional, um passo importante para descobrir possíveis moléculas que possam regulá-las. Uma delas foi justamente a fumarase humana, para a qual foi descoberta e caracterizada a interação com o metabólito AP-3, um componente do metabolismo de fosfonato.

Para a determinação da estrutura 3D, foi utilizada a linha de luz Manacá, da nova fonte de luz síncrotron brasileira do Sirius, localizada no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.

Com o trabalho, não apenas o grupo de Nonato pode seguir num caminho promissor para o estudo de doenças causadas por parasitas, como outras equipes terão a possibilidade de usar a biblioteca de interações resultante do estudo. Pesquisadores podem ainda usar a MIDAS para encontrar novas interações no metabolismo das células tanto em condições normais quanto frente a diferentes patologias.

O artigo Protein-metabolite interactomics of carbohydrate metabolism reveal regulation of lactate dehydrogenase pode ser lido em: www.science.org/doi/10.1126/science.abm3452.
 



André Julião
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/nova-tecnica-pode-facilitar-a-descoberta-de-alvos-terapeuticos-e-mecanismos-de-doencas/41572/

 

65% das mulheres não conseguem engravidar por questões emocionais

Estudos mostram como eventos estressores podem alterar funções fisiológicas relacionadas à fertilidade

 

Junho é o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, campanha que tem o objetivo de combater a desinformação e prover auxílio a pessoas nesta condição. Segundo um novo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 a cada 6 pessoas (17,5%) no mundo enfrentam dificuldades para engravidar. No Brasil, o número gira em torno de 9 milhões de pessoas. 

De acordo com Carlos Moraes, ginecologista obstetra pela Santa Casa/SP e especialista em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, a infertilidade é definida quando não há gravidez após 12 meses (ou mais) de relações sexuais regulares e sem preservativos. 

“As causas são diversas e podem envolver problemas de saúde na mulher, no homem ou em ambos. Na mulher, algumas doenças podem provocar dificuldades para ovular, fertilizar e manter a gravidez, como Síndrome do Ovário Policístico (SOP), tumores hormonais, alterações nas tubas uterinas, endometriose, miomas e pólipos no útero”. 

Segundo ele, a infertilidade também pode estar relacionada com a baixa qualidade e quantidade dos óvulos, devido ao adiamento da gestação, além de fatores externos, como sedentarismo, tabagismo, sobrepeso, consumo frequente de álcool, dieta inadequada, entre outros. 

Entretanto, existe um fator influenciador que, embora seja preponderante, costuma ser esquecido ou subestimado, tanto no diagnóstico da infertilidade como no tratamento: o emocional da mulher.

 

Como a saúde mental pode afetar o sonho de ser mãe

De acordo com Carlos Moraes, que também é membro da FEBRASGO e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre; de 5 a 15% dos diagnósticos de infertilidade são denominados “infertilidade sem causa aparente” (ISCA), quando não há uma causa orgânica identificada. 

“Por muito tempo, no universo da psicologia, alguns casos de infertilidade sem causa aparente foram associados a conflitos inconscientes sobre a gestação e maternidade, principalmente relacionados à figura materna e ao medo de reproduzir um modelo tido como ruim”, explica Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C, e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. 

Segundo uma pesquisa do Instituto Valenciano de Infertilidade, na Espanha, cerca de 65% das mulheres não conseguem engravidar devido a fatores emocionais, como sintomas de ansiedade, estresse e até depressão. “Considerando a interação corpo-psiquismo, supõe-se que a infertilidade tem causa combinada, onde o psíquico influencia o lado biológico, enquanto o sofrimento físico afeta a mente”, completa Monica Machado.

 

Na prática, como o emocional interfere uma possível gestação?

Diversos estudos relatam que o estresse e a ansiedade podem alterar certas funções fisiológicas relacionadas à fertilidade, formando um ciclo vicioso que se retroalimenta, já que a infertilidade e os devidos tratamentos podem gerar prejuízos psicológicos. 

Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que o núcleo arqueado, localizado no hipotálamo, é o principal produtor do hormônio GnRH, essencial no funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que induz a ovulação e, assim, o ciclo menstrual. O núcleo arqueado recebe vários circuitos neuronais do sistema límbico, responsável pelas emoções, que podem modificar a intensidade e a frequência dos pulsos de GnRH. 

“A alteração desses pulsos leva a inibição do eixo hormonal que estimula o ovário, explicando as várias formas de alterações menstruais observadas em mulheres submetidas a fortes impactos emocionais. Dependendo da intensidade e duração desses estímulos, as mulheres podem, inclusive, desenvolver amenorreia ou anovulação, conclui Claudia Chang. 

Um estudo americano realizado com mulheres que estavam começando a tentar engravidar utilizou os biomarcadores cortisol e alfa-amilase salivar como medida de estresse dessas mulheres, que foram acompanhadas por um período de 12 meses. 

“O resultado revelou que mulheres que apresentaram níveis de estresse mais elevados (evidenciados através do exame de alfa-amilase salivar) acabaram reduzindo sua fecundidade em 29%, comparado ao grupo de mulheres com menor nível de estresse, além de apresentarem 2 vezes mais riscos de infertilidade”, revela o ginecologista obstetra Carlos Moraes.

 

Ansiedade x tratamentos para infertilidade

Em relação à Fertilização in vitro (FIV), que é um dos principais tratamentos para a infertilidade, a literatura revela que a ansiedade, e também a depressão, não estão relacionadas a resultados negativos no tratamento de FIV. No entanto, observou-se que as falhas de tratamento podem ocasionar ansiedade e depressão. 

Carlos Moraes conta que diversos pesquisadores da área utilizam o "Inventário de Ansiedade Traço-Estado IDATE" para avaliar como a ansiedade poderia influenciar o eixo hipotálamo-hipófise-ovário. As avaliações apontam que quanto maior o grau de ansiedade, avaliado por esse método, menor a chance de gravidez em mulheres submetidas à inseminação artificial. 

“Entretanto, a influência dos estados psicológicos sobre a função reprodutiva apresenta um perfil multifatorial, sendo difícil determinar relações lineares de causa e efeito”. Além disso, segundo o ginecologista, essas alterações dependem da gravidade dos sintomas da mulher, sendo observadas respostas hormonais mais intensas quando há maior grau de transtornos emocionais. 

“Vale lembrar que a psicoterapia deve ser orientada sempre. Tratar o emocional não só ajuda a enfrentar todo esse processo, como pode aumentar as perspectivas em relação à concepção”, finaliza a psicóloga Monica Machado.

 

OMS visa zerar Hanseníase como problema de saúde pública mundial até 2030

No Brasil, o teste já está disponível no SUS


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 2º país com maior incidência de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2022, mais de 17 mil novos casos de hanseníase foram diagnosticados no país. 

Uma estratégia da OMS visa Zerar a Hanseníase como problema de saúde pública no mundo até 2030 (zero infecção, zero doença, zero incapacidade, zero estigma, zero discriminação). Isso significa reduzir a ocorrência da doença para menos de um caso por 10.000 habitantes. 

Para alcançar esse objetivo, a estratégia se concentra em quatro pilares: diagnóstico precoce e tratamento oportuno; prevenção de incapacidades; combate ao estigma e discriminação; e fortalecimento do sistema de saúde. Com a sua implementação, também espera-se melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações, por isso ao observar os primeiros sinais e sintomas, é indispensável buscar orientação médica. Neste contexto, O Brasil é o primeiro país do mundo a ofertar o teste rápido facilmente aplicável em laboratórios. 

O teste rápido, BIOCLIN FAST ML FLOW HANSENÍASE, surgiu em decorrência do trabalho realizado pela professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, Samira Bührer, junto a colaboradores, no Laboratório de Desenvolvimento e Produção de Testes Rápidos (LDPTR) e já está disponível no SUS para pessoas que tenham tido contato com pacientes reconhecidamente positivos. Ele foi viabilizado pela transferência de tecnologia para a Bioclin, em parceria com a multinacional alemã Merck, que é a empresa química e farmacêutica mais antiga do mundo, tendo sido fundada em 1668.

 

PRINCIPAIS SINTOMAS DA HANSENÍASE

perda de sensibilidade;

manchas na pele;

nódulos no rosto;

feridas ou queimaduras indolores;

formigamento dos pés e/ou das mãos;

perda da força muscular;

 


Bioclin
www.bioclin.com.br
@bioclinglobal


30% dos brasileiros que pretendem ter filhos confundem teste do pezinho com impressão plantar

Apesar de serem realizados logo após o nascimento, procedimentos são distintos e têm objetivos diferentes


No Dia Nacional do Teste do Pezinho, 06 de junho, presentamos pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, a pedido da Novartis, que 3 a cada 10 pessoas que pretendem ter filhos em até 12 meses confundem a impressão plantar com o teste do pezinho, um dos exames mais importantes para o diagnóstico precoce de doenças raras. A falta da realização do teste pode trazer impactos negativos para a saúde do bebê. Entre os que já possuem filhos, 25% também faz confusão entre os termos.*

A impressão plantar, conhecida como a “digital” do pezinho, trata-se apenas de uma forma de realizar a identificação do bebê, através de um carimbo no pé. Já o teste do pezinho é um exame realizado a partir da coleta de uma amostra de sangue coletada no calcanhar do bebê, que permite identificar doenças congênitas ainda no período neonatal e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para ser feito nas maternidades e postos de saúde.

“É bastante comum relacionar o teste do pezinho à impressão plantar, já que ela consiste literalmente em imprimir o pé do bebê em uma superfície. Entretanto, é preciso conscientizar sobre a diferença entre os dois procedimentos, especialmente para as pessoas que estão esperando filhos ou pretendem ser pais no futuro, pois o teste do pezinho tem potencial de mudar a qualidade de vida da criança”, destaca a Dra. Carolina Fischinger Moura de Souza, médica geneticista.

Em junho de 2022, entrou em vigor a lei[i] que prevê a ampliação do teste para o diagnóstico de um número maior de doenças no SUS, com o intuito de ampliar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Hoje, o teste do pezinho conta com o rastreio de 6 doenças e a implementação da lei ocorrerá em 5 fases, porém, até o momento, apenas a primeira está em andamento, com a inclusão do diagnóstico da toxoplasmose congênita.

As próximas etapas, ainda sem data para incorporação, incluirão: galactosemias; aminoacidopatias; distúrbios do ciclo da ureia; e distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos. Seguida pelas doenças lisossômicas, imunodeficiências primárias e atrofia muscular espinhal, nas etapas três, quatro e cinco, respectivamente.

“Esse diagnóstico precoce é primordial para o tratamento das enfermidades, pois, em condições como a AME (atrofia muscular espinhal), quanto mais cedo se iniciar, melhor serão os resultados clínicos”, explica a médica.

Segundo o Ministério da Saúde[ii], a delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho será revisada periodicamente, com base em evidências científicas, considerados os benefícios do rastreamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as doenças com maior prevalência no país, com protocolo de tratamento aprovado e com tratamento incorporado no sistema público.

“É muito importante que o teste do pezinho seja realizado em todos os recém-nascidos e, principalmente, englobe todas as doenças. Por isso, é essencial que as 5 fases previstas na lei sejam implementadas efetivamente e cheguem o mais breve possível, assim, poderemos ofertar muito mais saúde às nossas crianças”, finaliza a Dra. Carolina.

* Estudo quantitativo realizado pela Ipsos a pedido da Novartis, no Brasil, entre 15/12/2022 e 16/01/2023. Foram realizadas 1650 entrevistas on-line entre amostra representativa da população brasileira e amostra booster com pessoas que possuem filho de até 12 meses ou que pretendem ter filhos nos próximos 12 meses. Margem de erro de 2,5 p.p pontos percentuais (p.p. - população) e 4,9 pontos percentuais (p.p.- booster).”

 

Novartis
https://www.novartis.com.br/.


[i] L14154 (planalto.gov.br)
[ii] https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.154-de-26-de-maio-de-2021-322209993

 

Quais os cuidados pré e pós-operatório na cirurgia de abdominoplastia

 

Médico do Hospital Sapiranga explica cuidados importantes para quem recorre ao procedimento

 

A abdominoplastia é um procedimento de remodelamento cirúrgico do abdômene que está entre os procedimentos mais realizados em Cirurgia Plástica Estética e Reparadora. O primeiro alerta é de que é fundamental cuidar da alimentação e do exercício físico, que podem ser combinados com cirurgia plástica para otimizar os resultados.

O médico cirurgião plástico do Hospital Sapiranga, André Valiati, chama a atenção para alguns cuidados pré-operatórios.

“Os cuidados pré-operatórios são os mesmos de qualquer cirurgia, entre eles interromper por 10 dias medicamentos à base de AAS, medicamentos antidepressivos, anticoncepcionais orais, entre outros. Caso seja fumante, interromper o fumo 30 dias antes do procedimento, pois o cigarro prejudica a circulação aumentando o risco de morte dos tecidos por falta de oxigênio, dificulta a cicatrização e tem associação à possibilidade de trombose venosa e de embolia pulmonar. Adotar uma rotina de alimentação saudável evita o risco de anemia e da falta de vitaminas que possam atrapalhar a cicatrização, priorizando o consumo de fontes de ferro, como carnes e verduras escuras”, explica.

O médico ressalta que os benefícios da alimentação só terão efeito se o cardápio for alterado meses antes do procedimento.


Pós-operatório

A cirurgia do abdômenexige no pós-operatório alguns cuidados que são essenciais para uma boa recuperação e para o bom resultado do procedimento.

“Os cuidados no pós-operatório da abdominoplastia são tão importantes quanto a própria cirurgia em si. O paciente terá um pouco de dor e desconforto por alguns dias após a cirurgia, o que será combatido com o uso de remédios prescritos pelo cirurgião plástico. Durante a recuperação, dormir com a barriga para cima e com as pernas e quadris dobrados para ajudar a reduzir a pressão sobre o abdômen. O paciente deverá utilizar uma malha elástica semelhante a um cinto entre 2 a ou 3 semanas. Atividades extenuantes ou que exijam esforço devem ser evitadas por, no mínimo, um período de 4 a 6 semanas. Provavelmente o paciente será capaz de retornar ao trabalho em 2 a 4 semanas”, completa.

Existem outras orientações específicas que serão repassadas pelo seu cirurgião plástico, como por exemplo, não levantar muito peso; tossir e espirrar protegendo a região operada; levantar da cama com a ajuda de alguém; usar corretamente das malhas modeladoras (nem muito apertadas, nem muito soltas).

 

Marcelo Matusiak

 

Revisão do Plano Diretor de SP inicia nova rodada de audiências públicas

IMAGEM: Agência Brasil

Com 42 votos favoráveis e 12 contrários, o texto foi aprovado em primeira votação na Câmara Municipal. Agora estão previstas oito audiências públicas antes da segunda e definitiva votação

 

A revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São Paulo foi aprovada pela Câmara dos Vereadores, em primeira votação, na última quarta-feira (31). Trata-se da principal lei de planejamento urbano da capital, que define como o município deve crescer e se desenvolver.

O Projeto de Lei traz alterações pontuais ao PDE aprovado em 2014 e, tem vigência até 2029. O texto votado foi finalizado em 23 de maio pelo relator da revisão, o vereador Rodrigo Goulart (PSD), e teve 42 vereadores favoráveis e outros 12 que votaram pela não procedência do projeto.

A partir de agora, serão realizadas oito audiências públicas sobre a proposta até a segunda e definitiva votação - prevista para 21 de junho.

Na visão do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o substitutivo apresentado traz vários avanços, como a inserção do Plano Municipal de Cidade Inteligente, a ampliação do acesso a unidades de interesse social e das áreas para construção de unidades de mercado popular. A ACSP destaca também a possibilidade de locação dessas unidades populares para famílias de baixa renda, com definição de fiscalização da destinação pelo agente financeiro.

Passa a existir também a possibilidade de Cota de Solidariedade em terrenos menores que 20 mil metros quadrados. Nesse caso, construções abaixo dessa metragem podem destinar o equivalente a 10% de sua área para o atendimento de famílias de baixa renda (até seis salários mínimos), o que é chamado de Habitação de Interesse Social (HIS).

Beatriz Messeder, coordenadora técnica do CPU, destaca também o aprimoramento do instrumento da Transferência do Direito de Construir (TDC), que agora pode ser usado para produção de habitação de interesse social(HIS-1). Além disso, há o aumento para 35% do percentual mínimo de recursos destinados para HIS nas novas Operações Urbanas Consorciadas.

Segundo Beatriz, a proposta do substitutivo aumenta a segurança jurídica do setor como um todo pois muitas indefinições e questões que não estavam muito claras no PDE passaram a ser esclarecidas ou corrigidas. "Quando um empreendedor faz um estudo de viabilidade, ele precisa ter clareza de quanto aquele projeto vai custar e de quanto tempo levará até se concretizar".

A coordenadora explica que dado o tempo médio de aprovações na cidade, muitas dessas regras acabam mudando durante o ?rocesso e impactando na análise e estudos feitos inicialmente".

Outro tema relevante na visão da ACSP é a alteração referente à garantia do Direito de Protocolo, previsto na Lei de Zoneamento da capital desde 2016. Trata-se do direito que garante que pedidos de construções sejam analisados conforme a lei vigente na época em que foi feito.

Isso significa que processos de licenciamento de obras, certificações e outras atividades, assim como projetos de parcelamento do solo, protocolados até a data de publicação da lei, poderão ser apreciados integralmente, de acordo com a legislação em vigor.

Antonio Carlos Pela, coordenador do CPU e vice-presidente da ACSP, listou pontos que também considera positivos no projeto, como as regras que aumentam os recursos mínimos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb) destinados a moradia popular e a criação de um novo Território de Interesse Cultural e da Paisagem (Ticp), com regras para incentivar a preservação de patrimônio e fomentar atividades culturais, no bairro do Bixiga, por exemplo.

Carlos Pela também dá destaque para as questões ambientais que a revisão inclui. Entre elas, as alterações relacionadas às áreas verdes, que tiveram atualizações que estimulam o planejamento e os incentivos à construção e manutenção de praças urbanas públicas e esportivas, bem como à implantação de novos parques. 

Ele cita também que a revisão ainda inclui uma alternativa para o pagamento da outorga onerosa - taxa para se construir além do coeficiente básico - que vai para o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (Fundurb), que utiliza esses recursos principalmente em obras de habitação e transporte.

A minuta propõe a possibilidade de pagamento do que seria o valro referente a outorga onerosaem obras de qualificação e melhoria da infraestrutura urbana em vez de dinheiro para o Fundurb. As obras devem ser de mobilidade, drenagem e habitação, e precisam ocorrer nas mesmas áreas do novo projeto.

"Entendemos que foi um processo positivo e participativo. O substitutivo traz avanços em vários setores, ouviu a população e incorporou propostas em diversas áreas. Daqui para frente, temos outros pontos para esclarecer nessa nova rodada de audiências públicas", diz Carlos Pela. 


Mariana Missiaggia
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/revisao-do-plano-diretor-de-sp-inicia-nova-rodada-de-audiencias-publicas

89% dos brasileiros concordam que a IA pode aumentar a criatividade

Estudo do Canva em parceria com a Ipsos mostra como os brasileiros se relacionam com a comunicação visual

 

O Canva, a única plataforma de comunicação visual completa do mundo, acaba de lançar, em parceria com a empresa de pesquisa Ipsos, um estudo sobre como os brasileiros se relacionam com a comunicação visual. O ponto de partida do estudo é que, hoje, o exercício da criatividade é praticamente impensável sem o uso da tecnologia, tanto em projetos pessoais como no trabalho – a exemplo de como funcionam as ferramentas de design disponibilizadas pelo Canva, que não necessitam de conhecimento prévio nem que a pessoa seja profissional da área. 

O estudo foi feito com 1.000 brasileiros entre 18 e 57 anos de todas as regiões do Brasil – e também traz dados para México, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido. Uma das conclusões do estudo é que 91% dos brasileiros acreditam que o design pode contribuir para mudanças na sociedade. Essa conclusão mostra a importância do design na vida da maioria dos brasileiros. 

De fato, de acordo com o estudo, 84% dos brasileiros acreditam que o design é importante no seu dia a dia – enquanto 76% se consideram pessoas criativas, 66% se sentem confiantes sobre as suas habilidades de design e 95% estão interessados em melhorar as suas habilidades de design. 

Ao mesmo tempo, 88% dos brasileiros acham importante que ferramentas e aplicativos de edição sejam fáceis de usar e 89% julgam importante que essas ferramentas e aplicativos ajudem a produzir conteúdo atraente e de qualidade. É possível inferir a partir desses dados que ferramentas de edição fáceis de usar e capazes de produzir designs bonitos poderiam ajudar a estimular a criatividade dos brasileiros. 

A importância da colaboração, principalmente num contexto de ambiente de trabalho, também foi abordada – 87% acham importante que as ferramentas colaborativas permitam que as equipes trabalhem juntas num mesmo projeto. Muito se fala atualmente sobre a colaboração como chave para a inovação, resolução de problemas e tomada de decisões numa empresa – por isso, é tão importante que as ferramentas de design sejam colaborativas.

 

Como os brasileiros usam a comunicação visual 

Quando perguntados sobre quais são os principais motivos pelos quais já criaram um design, 50% dos brasileiros responderam que para editar fotos, 47% para criar posts para as redes sociais, 42% para criar apresentações e 40% para criar materiais impressos. 

Já quando perguntados sobre quando usaram o design para criar impacto, 39% dos brasileiros disseram que para aprimorar os próprios perfis nas redes sociais, 38% para fazer algo autoral, como um presente personalizado, 37% para criar uma identidade visual para uma marca e 36% para melhorar o próprio aprendizado. Quase todos os brasileiros, 97%, concordam que usar recursos visuais para se comunicar é mais eficaz que usar texto – assim dizendo, que uma imagem vale mais que mil palavras.

 

Tendências de design e tecnologia 

Temas altamente abordados hoje, como a inteligência artificial (IA), que está em dez entre dez listas de tendências atuais, também apareceram no estudo – 78% dos brasileiros estão interessados em experimentar recursos de IA em plataformas de edição e 89% concordam que a IA pode aumentar a criatividade. 

Sobre as redes sociais, 89% concordam que o uso de redes sociais com base visual aumenta o desejo de se comunicar usando recursos visuais. Já sobre o futuro do design, 90% concordam que todos poderão usar ferramentas de design sem precisar de habilidades especiais – como já acontece com ferramentas como o Canva.

 

Design para educação e negócios 

Outro tema abordado pelo estudo foi como os recursos visuais ajudam na retenção da informação durante o aprendizado – 85% dos brasileiros acham importante receber informações em formato visual quando aprendem algo novo. Além disso, 90% acreditam que o design deve ser ensinado como disciplina no ensino fundamental e/ou superior, como já acontece em alguns cursos como Jornalismo. 

Do ponto de vista de negócios, quando perguntados em que principais situações uma forte comunicação visual pode ser útil, 64% dos brasileiros responderam que para apresentar ideias ou planos para um cliente, 62% para apresentar ideias de maneira eficiente numa reunião interna e 61% para melhorar a comunicação entre os membros da equipe. 

Além disso, 92% dos brasileiros concordam que a identidade visual de uma marca já os influenciou numa decisão de compra.

 

A democratização do design e o crescimento global do Canva 

O Canva foi fundado a partir da convicção de que o design deve ser fácil e acessível para todos. A missão da empresa é que todo mundo possa usar o design para criar o que quiser, onde estiver, por meio de produtos fáceis de usar e disponíveis em todos os idiomas e dispositivos. 

Desde a sua fundação, em 2013, a empresa australiana expandiu as suas operações para 190 países, tendo 130 milhões de usuários ativos, que criaram coletivamente 15 bilhões de designs – cerca de 200 novos designs são criados a cada segundo. Atualmente, o Canva possui mais de 3.500 funcionários no mundo todo e gera 1,4 bilhão de dólares em receita anual, tendo sido uma empresa lucrativa por sete anos consecutivos. 

Em menos de uma década, o Canva revolucionou a indústria do design, ganhando uma enorme participação de mercado entre os consumidores finais e impulsionando milhões de pequenas empresas. A empresa também é uma das responsáveis pela relevância que o ecossistema do design deve ter na "visual economy" – economia visual, em português. 

O Canva também lançou recentemente o Canva Visual Suite, um produto que permite que empresas criem e gerenciem conteúdo de maneira mais eficiente. O Canva levou cinco anos para atingir os seus primeiros 10 milhões de usuários ativos mensais – e ganhou a mesma quantidade de usuários em apenas 30 dias após o lançamento do Canva Visual Suite, em setembro de 2022, o que mostra a enorme demanda que as empresas têm por soluções de comunicação visual colaborativas e completas. Desde então, o Canva continua implementando novas ferramentas para as empresas, como o Canva Brand Hub, lançado em março, uma plataforma em que as agências de marketing podem projetar, criar e trabalhar colaborativamente de maneira simples. 

Com sede em Sydney, na Austrália, o Canva tem atualmente escritórios em oito países. 

"No Canva, estamos comprometidos em criar ferramentas incríveis para a nossa comunidade global, com base nas muitas possibilidades que as novas tecnologias, como a inteligência artificial, abrem. A inovação é um pilar fundamental para mantermos a nossa missão de capacitar o mundo para o design", diz Melanie Perkins, CEO do Canva.


Comércio e serviços criam mais de 35 mil empregos celetistas no Estado de São Paulo

Desempenho do comércio foi o melhor de 2023, aponta levantamento da FecomercioSP

 

Impulsionados pelas divisões do varejo e dos serviços de transporte, armazenagem e correio, em abril, os setores de comércio e serviços geraram mais de 35 mil empregos celetistas no Estado de São Paulo. Os dados são da Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
 
No período, o comércio se viu livre da sazonalidade negativa do primeiro trimestre e apresentou o melhor desempenho mensal para o ano: 7.425 vagas criadas. Apesar de inferior ao saldo registrado em março, o setor de serviços apresentou desempenho esperado, ao criar 27.744 empregos.


 
Comércio


Dentre as três divisões que formam o setor comercial, o varejo foi responsável pela criação de 4.747 vagas, impulsionado pelos hipermercados e supermercados (1.753 empregos). A divisão atacadista evoluiu em 1.143 novas vagas, enquanto a que comercializa e repara veículos mostrou crescimento em 1.535 postos de trabalho.
 

 

De acordo com a Entidade, o cenário ressalta que a categoria deixou para trás o período de dispensas de colaboradores contratados para as festas de fim de ano, principalmente em segmentos de vestuário, calçados e gêneros alimentícios. Essas três atividades obtiveram saldos positivos em abril, ainda que no quadrimestre apresentem índices de desligamentos superiores aos de admissão.
 
No acumulado de janeiro a abril, o comércio paulista ainda amarga retração de 8.177 empregos celetistas — resultado de 477.885 admissões e 486.062 desligamentos. O varejo apontou o pior índice, com a perda de 17.848 vínculos celetistas, impulsionado pelos estabelecimentos de vestuários e acessórios (7.798 vagas negativas) e pelos hipermercados e supermercados (menos 4.079 empregos). No dado quadrimestral, nota-se que o comércio paulista praticamente mantém o desempenho do ano passado, quando o saldo negativo girava em torno de 10 mil vagas. A expectativa é de melhoras para os próximos meses.


 
Serviços

Em abril, o mercado de trabalho celetista dos serviços paulistas somou 27.744 novas vagas. Apesar de um saldo menor que as 36.767 vagas celetistas registradas a mais em março, o desempenho está próximo dos 28.961 empregos auferidos no quarto mês de 2022.
 
No quarto mês do ano, o indicador foi impulsionado pelas atividades de serviços de transporte, armazenagem e correio (7.660 vagas celetistas) e serviços de saúde humana e serviços sociais (6.050 empregos). Nessas duas segmentações, destaques respectivos às atividades de transporte rodoviário de carga (6.055 novas contratações) e de atendimento hospitalar (2.469 vagas).  
 


 
Para a Federação, as divisões de saúde e transporte lideram as contratações e mostram, respectivamente, a força de um segmento alocado como um serviço básico e outro que influencia fortemente o ritmo econômico em geral.
 
No quadrimestre, o setor de serviços do Estado de São Paulo expandiu o mercado de trabalho celetista em 118.497 empregos. Destaques para os serviços educacionais (30.053 vagas), puxados pelas atividades de ensino infantil e fundamental (20.820 empregos), e de transporte, armazenagem e correio (24.049 vínculos celetistas), impactados principalmente pelo segmento de transporte rodoviário de cargas (14.597 vagas).


 
Perspectivas

Os horizontes para maio não devem se alterar, uma vez que saldos positivos são esperados em ambos os setores. Os serviços devem manter patamar similar ao de abril, e o comércio, puxado pelo Dia das Mães e pela proximidade com o Dia dos Namorados (duas relevantes datas especiais), tende a registrar avanço maior.
 
Segundo a Federação, os bons números, especialmente nos segmentos que comercializam bens e serviços essenciais e de consumo não adiável, continuarão apresentando bons resultados. Com o crédito mais caro e seletivo, assim como níveis de endividamento e inadimplência elevados, é esperado que se mantenha um direcionamento de renda familiar para o consumo de essencialidades, situação que impacta receitas e, consequentemente, os níveis de empregabilidade desses estabelecimentos. 


 
Nota metodológica

A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) sofreu uma reformulação em sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista do comércio e serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, passando a se chamar, portanto, PESP Comércio e Serviços.


 
FecomercioSP


70% das pessoas não separam o lixo seco do orgânico em casa. Como mudar essa realidade?

FreePik

Instituições precisam investir em políticas públicas que englobam o despertar da consciência

Com a chegada do mês do Meio Ambiente se torna ainda mais necessário levar conhecimento para a população sobre mudanças e impactos reais. Depois que se tem a dimensão do quanto o descarte inadequado do lixo impacta a economia,  é possível pensar em formas de amenizar o problema. Um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostra que, mais de 70% das cidades brasileiras já possuem coleta seletiva. No entanto, somente 30% das pessoas separam o lixo seco do orgânico.

O Brasil é um dos países que menos recicla no mundo: somente 3% dos resíduos são destinados corretamente. Como consequências diretas, temos a poluição ambiental, a degradação dos ecossistemas, a extração de novas matérias-primas virgens e a perda de R$ 14 bilhões ao ano para a economia. A falta de investimento no setor consolida relações de trabalho informais, com baixa qualificação e remuneração para os catadores, que na maioria das vezes não possuem condições adequadas de trabalho, como equipamento, segurança ou remuneração justa.

Saville Alves, CEO e Líder de Negócios da SOLOS, startup de impacto socioambiental, acredita que o descarte correto transforma. Por isso, o primeiro passo para a diminuição do impacto dos resíduos sólidos é a coleta seletiva, assim, o mundo colabora com a geração de renda para os trabalhadores urbanos que recolhem os resíduos sólidos recicláveis e para uma cadeia produtiva mais equilibrada.  Diminuir o consumo de forma mais responsável são elementos essenciais: sempre que possível, é importante optar por produtos menos industrializados/processados, pesquisar  e avaliar  todo o ciclo da cadeia produtiva de um determinado produto até chegar ao destino final, o consumidor.  


E como separar? 

  • Não misture recicláveis com orgânicos (sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, por exemplo). Coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados. 
  • Lave as embalagens, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os bem antes de depositar nos pontos de coleta. 
  • Os papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas, de preferência, não amassados. 
  • Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com outros tipos de vidros. 
  • Separe o lixo eletrônico: o  descarte incorreto desses materiais pode contaminar o solo com os componentes pesados. Eletrodomésticos podem ser enviados a ferros velhos ou postos de coleta específicos.  

 

Aumenta a adesão ao movimento quiet quitting

Você sabe o que significa quiet quitting? Traduzindo de forma literal, quer dizer “desistência silenciosa” ou “demissão silenciosa", porém, neste momento, quem está aderindo não possui intenção de pedir demissão. Esse é um movimento, não coordenado, dos indivíduos que decidiram limitar suas tarefas às estritamente necessárias dentro da descrição de seu trabalho, evitando assim longas jornadas e sobrecarga.

quiet quitting é um movimento que nasce a partir de um desdobramento das demissões voluntárias nos EUA, tema que já abordei aqui, e tem ganhado adesão no Brasil. De acordo com a 22ª edição do Índice de Confiança Robert Half, 52% dos executivos identificaram colaboradores de suas empresas aderindo ao movimento e 57% acreditam ser uma tendência que vai perdurar no médio e longo prazos. 

Diante disso, noto que o quiet quitting é um sintoma cada vez mais comum, não em termos de ocorrência, mas sim de visibilidade. O problema é antigo! Quando falamos que tem mais gente aderindo, significa que tem mais gente dando visibilidade ao tema. É uma resposta ruim aos problemas na organização que reside, na minha visão, especialmente na comunicação entre líder e liderado, e acaba por ampliar os problemas, pois é como se a energia da força produtiva fosse drenada. É como colocar um fator multiplicador menor que 1 na frente da conta “quantidade de colaboradores x horas úteis do mês”.

Apesar de ter sido impulsionado pela Geração Z, o movimento abrange idades variadas, já tendo sido adotado por 11,9% dos funcionários no Brasil. Segundo pesquisa realizada pela EDC Group, multinacional brasileira de consultoria que ouviu mais de 300 profissionais, os quiet quitters são, em sua maioria, homens (67%), assistentes ou analistas (54%). Um terço deles tem entre 25 e 34 anos.

No entanto, precisamos ter em mente que nas empresas esse não é um problema limitado à característica da pessoa que é líder, mas sim suas ações. A capacidade limitada de engajar as pessoas em torno da estratégia da companhia e a dificuldade de gerar foco no que é mais importante, faz com que sobre excesso de trabalho. Afinal, não é função do líder executar tudo sozinho, precisa saber dar prioridades e delegar tarefas para o time, mas quando faz isso de forma errada, torna ainda mais difícil o processo de motivar as pessoas. 

Penso que a pandemia nos fez reforçar o olhar para nós mesmos, valorizar mais as nossas relações pessoais e, consequentemente, aumentou o peso em relação ao trabalho, tirando um pouco do foco e da motivação de antes. Motivação é um tema primordialmente interno à pessoa, pois motivação extrínseca tem prazo de validade curto. Um aumento de salário lhe segura mais um ano na função e até mesmo na empresa, enquanto um ambiente de trabalho bom faz ficar por mais tempo, muitas vezes, mesmo com um salário aquém.

Os OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, são uma ferramenta diferencial neste contexto. “Ah, Pedro, já tem tanta empresa usando OKRs e continuam com o problema”. Pois é, arrisco a dizer que estão fazendo a mesma coisa que faziam antes, só que dizendo que estão usando essa ferramenta de gestão. Digo isso não pela teoria, mas porque vejo o aumento da quantidade de organizações que já estavam usando os OKRs, mas que não estavam funcionando, sob diversos aspectos.

Por que isso acontece? Porque a implementação dos OKRs na empresa deve ser bem feita, para que consiga oferecer seus benefícios: gerar alinhamento, foco, ter reuniões menos burocráticas, dar autonomia, trabalhar com responsabilidade. Tudo isso vai reduzir o excesso de trabalho e vai ajudar as pessoas a ficarem motivadas trabalhando onde estão, evitando assim que se sintam desconfortáveis em realizar suas funções e eventualmente não coloquem o esforço necessário para conseguir entregar um serviço de qualidade.

 


Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.
http://www.gestaopragmatica.com.br/


Luz de esperança para milhares de vítimas de pirâmide financeira no Brasil

A partir dessa terça, 6 de maio, milhares de vítimas das chamadas pirâmides financeiras têm uma nova luz de esperança de que possam reaver seus recursos investidos nesse que é um dos tipos de crime que cresce de forma alarmante no Brasil. A data marca a instauração, na Câmara dos Deputados, da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das criptomoedas. 

O objetivo dessa CPI, que terá prazo de funcionamento de 120 dias, prorrogável por até 60 dias, e que será formada por 32 titulares e 32 suplentes, todos indicados pelas lideranças partidárias, é investigar 11 empresas que foram identificadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acusadas de divulgarem falsas informações sobre projetos, com promessa de alta rentabilidade, mas que na realidade apenas usavam essa estratégia para atrair as vítimas em um esquema de pirâmide financeira.

Entre as empresas investigadas está a Atlas Quantum, que depois de parar de pagar os investidores, em 2019, soma um prejuízo aproximado de 7 bilhões de dólares a 200 mil pessoas. Um estrago sem tamanho na vida de milhares de brasileiros. 

Vale destacar que, no contrassenso sustentado pelo sentimento de impunidade que até então o move, Rodrigo Marques dos Santos, CEO da Atlas Quantum, cujo comportamento negligente e supostamente fraudulento afetou a vida de muitos investidores, está atualmente residindo confortavelmente na Europa, a salvo do alcance imediato das autoridades brasileiras, enquanto suas vítimas tentam buscar a justiça e sua dignidade. 

É nesse cenário que a CPI mostra a sua relevância. Ela traz esperança de que o caso seja reexaminado com o rigor que merece. Desde o início do escândalo envolvendo a Atlas, as vítimas tentaram sem sucesso obter uma resolução concreta através das autoridades do Estado de São Paulo. Apesar dos inúmeros pedidos de intervenção e da ação civil pública impetrada por um grupo de vítimas, o que se ouve é um silêncio ensurdecedor daqueles que estão em posição de fazer a diferença. 

A CPI é a chance para que se coloque novamente este caso sob os holofotes e intensifique seus esforços para garantir que Marques, CEO da Atlas Quantum, seja responsabilizado por suas ações. Os investidores, muitos dos quais perderam quantias significativas devido à sua conduta imprudente, merecem a justiça que até agora tem sido negada a eles. 

A luta pela justiça é por todos aqueles que foram vítimas da má conduta financeira. Espera-se que a CPI envie uma mensagem clara: a impunidade não deve ser tolerada, e aqueles que abusam da confiança de seus investidores devem enfrentar as consequências de seus atos.

 

Jorge Calazans - advogado criminalista, sócio do Escritório Calazans e Vieira Dias, especialista na defesa de investidores vítimas de fraudes financeiras.

 

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