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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Mudança de carreira: até onde vale a pena o risco?

Desde jovens, somos condicionados a escolher qual carreira seguiremos logo após a graduação no ensino médio. De fato, muitos descobrem sua real vocação ainda na escola. Mas, uma grande parcela das pessoas não possui essa resposta em uma idade ainda tão precoce, oscilando entre diferentes vagas em busca daquela que lhes tragam felicidade e reconhecimento. Cada vez mais, a mudança de carreira vem se tornando um desejo recorrente entre os mais diversos cargos e gerações de profissionais – impulsionando uma mudança que, nem sempre, vale a pena ser feita.

As justificativas para essa transição variam e se diferenciam em uma linha tênue se tratando dos motivos profissionais e pessoais. No primeiro caso, a falta de oportunidades em determinados segmentos é fator de desânimo para muitos, exigindo uma luta constante para driblar a lei da oferta e demanda do mercado. Esse é o caso, como exemplo, da dificuldade de contratação de profissionais da área de TI, um dos setores mais demandados por trabalhadores qualificados e, ao mesmo tempo, um dos que mais sofre em sanar este empecilho por inúmeros fatores externos, como a baixa qualificação.

Além das questões mercadológicas, a falta de habilidades interpessoais no dia a dia da rotina empresarial é um dos maiores fatores a favor do aumento do índice de mudança de carreira. No menor sinal de insatisfação com a empresa atual ou problema enfrentado, é comum observar aqueles que preferem trocar de emprego constantemente, escapando destas situações ao invés de tentar lidar com elas da melhor maneira possível, amadurecendo e fortalecendo sua jornada dentro da companhia.

Independentemente da geração, essa ansiedade em explorar e testar algo novo, característico daqueles mais jovens, apresenta os dois lados da moeda – afinal, ao mesmo tempo em que essa curiosidade pode impulsionar a descoberta de oportunidades excelentes, pode também gerar uma impaciência significativa ao ponto de não aprenderem a lidar com as adversidades no ambiente de trabalho e, assim, não consigam permanecer em uma vaga por muito tempo. Um comportamento que, raramente, será visto nos gestores ou diretores de qualquer empresa, uma vez que precisaram de um mindset completamente oposto para conquistarem suas posições.

Em uma pesquisa feita pelo Work Trend Index em 2021, cerca de 63% dos entrevistados afirmaram que já realizaram alguma mudança em suas carreiras, junto com 48% que ainda gostariam de conquistar esse objetivo ao longo do ano. Seja visando uma transição interna na mesma área de atuação ou para uma outra completamente diferente, o segredo do sucesso para a reconstrução profissional dependerá, essencialmente, de um planejamento intensamente cuidadoso.

Escolher uma trilha profissional diferente requer uma dose de autoconhecimento e de coragem importante. É preciso saber onde se deseja chegar e o que é necessário para atingir tal linha de chegada – caso contrário, nenhuma outra opção será suficiente ou trará a felicidade desejada. Infelizmente, hoje são poucos os que compreendem o futuro que desejam para suas carreiras, se tornando reféns de um cenário que, não necessariamente, poderia ser tão nublado.

É fato que lidamos com um mercado passível de mudanças constantes, desvalorizando e agregando renome a todos os cargos frequentemente. Estamos em um cenário incontestavelmente desafiador, mas que não deve ser utilizado como argumento para instabilidade decisória. Ao invés disso, pesquisar a fundo todos os pontos que envolvem os setores interessados – desde o dia a dia daqueles que trabalham neste segmento até os maiores desafios de crescimento, oportunidades e as possíveis trajetórias profissionais a serem trilhadas.

Qualquer mudança de carreira deve ser uma decisão pensada racionalmente, não se deixando levar por picos de emoções derivadas de insatisfações ou receios. O planejamento deve estar presente a todo momento, buscando compreender os requisitos técnicos e comportamentais exigidos para progredir na área desejada e, acima de tudo, incorporando um toque de humildade para começar do zero e com paciência. A maior abrangência possível destes elementos de conhecimento fará toda a diferença para evitar qualquer passo errado que comprometa sua carreira, aumentando as chances de, finalmente, se satisfazer em seu trabalho. 

 

Ricardo Haag - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.

 

Wide

https://wide.works/


LEITURAS OBRIGATÓRIAS: QUAL A IMPORTÂNCIA NA PROVA DA FUVEST?

 Entenda como a interpretação das obras se dá na prova de um dos principais vestibulares do país 


Fazer um check na lista de leitura obrigatória dos títulos exigidos pela FUVESP é ler e produzir resumos? Não! Uma das principais universidades do país sabe bem que tipo de estudante quer atrair: atencioso, estudioso, detalhista, interessado, com formação crítica e, principalmente, leitor. Para isso, em se tratando da lista de obras exigidas, é importante que se tenha uma visão 360 sobre cada uma. “Isto significa entender o contexto histórico e social dos livros, e todas as outras disciplinas que aparecem em cada história como geografia, literatura etc. É olhar o livro sob diversos contextos além dos personagens”, comenta a Coordenadora da área de Linguagens do Cursinho da Poli, professora Eva Nobre Albuquerque.

 

As obras exigidas pela FUVEST são bastante densas. No caso de Quincas Borba, por exemplo, a história se passa no segundo Império. Então, é importante que o aluno entenda como era esta época, primeiramente. Machado de Assis observa o meio e o transforma. “A obra é produto do momento do escritor. Os alunos vão pensar e interpretar de uma forma diferente tendo à luz a crítica à elite e à sociedade que o autor faz no segundo Império. É uma interpretação da realidade”, diz Eva, uma das professoras que assinam o livro “Obras”, projeto desenvolvido pelo Cursinho da Poli há mais de 20 anos, que traz um estudo completo dos títulos exigidos por dois dos principais vestibulares do país.

 

O tempo, o espaço e a trama – A FUVEST pede uma investigação profunda das obras. O aluno deve ir para a prova com uma análise dos contextos social e literário. “Então não vale só contar a histórias dos livros, como muitos fazem. É preciso abrir a cabeça para que eles enxerguem diversos pontos de vista”, finaliza Eva.

 

Sobre o “Obras”


Vendido em grandes livrarias, com alto grau de densidade pedagógica, o estudo orientado “Obras” com quase 500 páginas é publicado pela Editora PoliSaber, braço da Fundação homônima. Trata-se de um estudo completo das obras literárias exigidas pelos vestibulares da FUVEST e Unicamp. É um livro que estuda, analisa e interpreta na essência, aprimorado ano após ano. “Vamos direto naquilo que o estudante precisa. Este ensaio serve também para escolas. É um projeto pronto para dialogar com os profissionais de educação”, comenta o diretor do Cursinho da Poli, Giba Alvarez.

O “Obras” se diferencia porque é mais que um resumo. Faz parte do projeto editorial do Cursinho da Poli – um dos mais renomados do país – e é interdisciplinar. “Nosso objetivo é fomentar um conteúdo denso e qualificado para que o estudante possa usar no vestibular e na vida”. Segundo Alvarez, o “todo” que está em volta da história, o contexto, o narrador, a época são os pontos que fazem o “Obras” ser único no mercado. É algo que o Cursinho da Poli faz com outro projeto, o Rodas de Leitura, por exemplo, que tem essa mesma base de conectar várias áreas. Tudo para garantir um universo de saberes aos estudantes”, finaliza.

 

Multiplataforma - A análise de cada obra é acompanhada também por um conjunto de informações extras multiplataforma como sugestões de filmes, músicas e que complementam, de forma digital, a interpretação dos textos literários e enriquecem a preparação dos estudantes para o vestibular. O aluno pode, inclusive, comprar o livro e ganhar as videoaulas. 

 

Cursinho da Poli

https://cursinhodapoli.com.br


Desburocratização do Compliance no período eleitoral

A um mês do primeiro turno das eleições, marcado para o dia 2 de outubro deste ano, ainda há muito o que se falar sobre o assunto, principalmente no que se refere a regras, transparências e posicionamentos em ambientes corporativos. O ano de 2022 traz ainda outras questões dentro do tema, pois vivenciamos um momento de pós-pandemia, em que muitas empresas seguem adotando os sistemas híbrido e remoto, trazendo a necessidade de se reinventar e abordar o assunto internamente de variadas formas. O desafio de fortalecer a cultura organizacional da empresa com modelos diferentes de trabalho ganha ainda mais importância porque manter a harmonia nesse processo é essencial para a segurança jurídica e imagem das instituições.

Uma recente pesquisa, realizada pela Fundação Tide Setubal e pelo Instituto Silvis, ouviu 417 empresários brasileiros de todas as regiões do país e, 62,3% deles destacaram o Compliance e as práticas de Governança como os assuntos prioritários dentro da temática ESG. O tema Environmental, Social and Governance, ou em português, Ambiental, Social e Governança, ganha força dentro das companhias em um momento de extrema necessidade. Hoje, ESG é uma questão de sobrevivência nas instituições, pois se tornou ainda mais relevante por questões de sustentabilidade nos negócios. Da mesma forma, o cumprimento ou a transparência que se exige para estar em conformidade com o ESG, deveria ser responsabilidade dos governos - e, consequentemente, pauta dos candidatos -, para que também publiquem suas responsabilidades sociais, principalmente na área de governança, uma cobrança que já existe, tanto da iniciativa privada como da sociedade civil.

E para que tudo isso aconteça de forma clara, é necessário comunicar para engajar. Tal resultado nos leva a crer que cuidar das nossas instituições e, consequentemente, divulgar nossos valores internamente, é fundamental e deve ser feito por e para todos. Mas, o desafio hoje é, justamente, estabelecer padrões e se aproximar dos colaboradores em um momento em que a nova rotina deles e de seus gestores parece ser justamente a flexibilidade de não ter um padrão. 

Trazendo isso para o âmbito das eleições, se, no passado, os Códigos de Conduta eram disponibilizados impressos com inúmeras páginas e as reuniões presenciais eram realizadas com o intuito de promover treinamento para os colaboradores sobre a conscientização durante o período eleitoral, atualmente é preciso que as áreas de Compliance enxerguem além. Desburocratizar o caminho de acesso às publicações de posicionamento corporativo é a chave para o bom relacionamento com as equipes, não só nas eleições, mas sempre. E esse é um momento ideal para algumas transformações, como a de entregar de forma digital, clara e direta, as normas gerais e internas de cada empresa. 

As regras eleitorais seguem sendo as mesmas, tanto para Pessoa Física quanto para Pessoa Jurídica, mas a forma de disponibilizar e dar acesso a elas, é que pode - e deve - mudar. Algumas instituições têm corrido contra o tempo para disponibilizar tecnologias que apoiam muito no processo de Compliance, principalmente de maneira preventiva. Essas ferramentas permitem que qualquer colaborador, de onde estiver, possa expor uma dúvida, tanto sobre eleições como sobre qualquer outro caso relacionado à conduta. Duas grandes vantagens são a transparência das informações e o acesso facilitado das normas, não deixando margem para dúvidas e diminuindo em grande parte os erros cometidos. 

Um dos grandes desafios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é dar transparência e fiscalizar campanhas, o nosso, como Compliance, é quase o mesmo, mas atuando de forma interna, com o objetivo maior de esclarecer colaboradores e estar preparados para não nos omitirmos diante de qualquer percalço. É preciso desburocratizar para conscientizar!

 

Renato Lara - Diretor de Auditoria Interna, Riscos e Compliance do Grupo Marista


Como a arte apoia o trabalho interdisciplinar nas escolas

A arte pode tirar da zona de conforto, introduzir formas abstratas de pensar e ajudar a imaginar o impossível.


Muitas vezes, quando se fala de arte na escola, há uma sensação de leveza: um sentido lúdico e divertido acompanha inevitavelmente as aulas dedicadas ao assunto, em oposição a temas mais exigentes e sérios, como português ou matemática. Na realidade, o pensamento criativo precisa ser mais explorado nas escolas como chave para abordar o estudo de qualquer disciplina. A arte é uma escolha para parcerias interdisciplinares na educação, porém tem sido mais comumente usada para ilustrar ou expressar o conteúdo de outra disciplina. Contudo, o cerne de uma produção artística é representar o significado interno do conteúdo que está sendo ensinado.

Para a professora Mara Lúcia de França Oliveira Rezende, do Sistema Gabarito de Ensino, considerando a multidisciplinaridade uma forma atrativa e interessante para trabalhar conteúdos escolares, é importante que a arte permeie por vários aspectos de todas as disciplinas, tendo em vista que pode trazer o pensamento e a reflexão do aluno para uma forma ampla.

De acordo com os novos modelos de aprendizagem, baseados justamente no pensamento criativo e na resolução de problemas, o desenvolvimento da criatividade é o que estimula a quebrar os moldes, a pensar fora da caixa, a encontrar novas soluções e a enfrentar o medo de errar. “Permitir e instigar a criança a explorar materiais do cotidiano, mostrar uma mistura da realidade e da fantasia, mas também um olhar de apreciação de obras de artes de vários artistas, são formas de desenvolver o olhar da criança para a arte do dia a dia”, explica Mara, e acrescenta: “como passamos por momentos difíceis com a pandemia e a defasagem do desempenho educacional, acredito que a arte tem um papel expressivo para o aluno, pois a mesma, quando é estimulada, possibilita a criatividade e a expressão, tornando possível diversas perspectivas de estratégias, gerando ideias e soluções para os desafios”.

Além dos conceitos e do conteúdo das próprias obras de arte, há todo um corpo de teorias e filosofias que remontam a milhares de anos, que explicam como a arte se desenvolve e muda nossa consciência. “O ensino da arte é importante porque auxilia no desenvolvimento de várias habilidades. A arte traz ao indivíduo o desenvolvimento do percurso criativo pessoal e significativo, pois possibilita, a cada um, informações que transcendem os limites dos pensamentos e da imaginação, além de trazer benefícios aos alunos, como desenvolvimento da criatividade, coordenação motora, habilidade de interpretação, foco, concentração, percepção, senso crítico, interação com outras pessoas e imaginação”, diz Mara.

A professora Mara Rezende ressalta a importância da pesquisadora em arte-educação, Ana Mae Barbosa, que propôs a Abordagem Triangular para a formação de conhecimentos em arte, por meio da contextualização histórica, do fazer artístico e da apreciação artística, e defende a necessidade da existência, nas escolas, de educadores atualizados, artistas e acesso aos trabalhos contemporâneos, para que os estudantes consigam atingir o máximo do desenvolvimento integral.

A arte na escola é, portanto, um recurso que envolve a formação da pessoa em todas as suas vertentes e contribui para o desenvolvimento do sentido estético e emocional das crianças. A expressão de si mesmo, o espírito de observação e o senso crítico, mais do que o estético, passam a ser objetivos a serem alcançados e valorizados, como aspectos imprescindíveis ao crescimento de cada pessoa.


Intraempreendedorismo: como inovar e melhorar resultados ao estimular essa prática dentro da sua empresa

Em busca de inovação, avanços tecnológicos e competitividade, cada vez mais empresas vêm buscando gerar oportunidades por meio de estratégias que envolvam seus colaboradores, aproveitando sua criatividade, conhecimento e vontade de fazer acontecer. Intraempreendedorismo - assim é chamado esse conceito que coloca o colaborador no centro da estratégia, dando suporte para o desenvolvimento de ideias envolvendo produtos, serviços ou processos.

Dentre os mais diversos benefícios para empresas, posso mencionar três principais ganhos que esse movimento pode proporcionar. Em primeiro lugar, a própria inovação já mencionada. Ao trazer colaboradores para a estratégia da sua empresa de ponta a ponta, é possível formar um excelente motor de inovação. Certamente, alinhar todos os colaboradores voltados a esse propósito é muito mais eficiente do que isolar essa missão em um único departamento.

Em segundo lugar, ao fomentar o intraempreendedorismo, não estamos pensando apenas em estratégias a longo prazo, mas também oportunizando melhorias imediatas. Através de um programa de ideias, é possível gerar retorno de receita rapidamente com implantação de projetos que minimizem custos, por exemplo. Dar voz a quem está na ponta do processo nos permite eficácia e agilidade em resultados que podem também contribuir para rápidos retornos, como vemos com muita frequência em nossos clientes.

Por último, temos o engajamento. O intraempreendedorismo empodera e motiva as equipes e esse ponto é ainda mais relevante, quando pensamos no atual déficit de profissionais que alguns setores enfrentam, e, principalmente, na dificuldade em recrutar e reter profissionais qualificados. É, portanto, mais um motivo para fomentar o intraempreendedorismo, já que assim, é possível gerar senso de pertencimento, valorização do colaborador e, por consequência, aumentar a retenção de talentos na organização.

E para que esse intraempreendedorismo ocorra de forma “saudável”, é preciso criar uma cultura colaborativa e sem represálias, que abrace o erro como uma oportunidade de aprendizado e na qual os intraempreendedores não sejam penalizados por falhar. Além disso, é essencial que líderes tenham postura de mentores, compartilhando conhecimento e aconselhando seu time no que diz respeito a novos projetos e ideias, e que busquem ser empoderados, abrindo espaço à experimentação. Aqui, é importante frisar que esse processo não acontece da noite para o dia. É preciso tempo, paciência e persistência para chegar em formatos bons para ambos os lados.

Há outros fatores ainda, esses mais práticos, necessários ao sucesso dos intraempreendedorismo. Além de implementar um Programa de Gestão de Ideias que dê voz aos colaboradores, sempre sugiro que empresas adotem ferramentas por meio das quais eles possam se expressar e estabelecer definições e métricas claras de resultados. Assim, é possível garantir que ideias se tornem projetos de impacto e que seus resultados sejam mensurados.

No Grupo FCamara, temos a inovação e tecnologia no nosso core. Somos reconhecidos não só pelos resultados que entregamos aos nossos clientes, mas também pelo posicionamento diante de parceiros e nossa presença em hubs de inovação. Buscando facilitar a prática do intraempreendedorismo dentro de empresas parceiras, o Grupo FCamara desenvolveu o Imagine, uma plataforma completa, que vai da captação de ideias à gestão de projetos, dando voz aos colaboradores e fomentando uma cultura de inovação.

Um case de sucesso e inspirador que vale citar como exemplo é o Grupo Elfa, que após um ano de implementação do próprio programa de ideias, através do Imagine, foi premiada como a empresa mais inovadora do seu segmento, sendo o case Elfa Ideias um dos principais pilares dessa estratégia. A chave do sucesso: um parceiro de estratégia em cultura de inovação como nós, o envolvimento da liderança, dos c-levels e uma empresa determinada a transformar.

 

Maiara Muraro Martins -, Head de Inovação no Grupo FCamara


Jornada do Colaborador e os programas de saúde e bem-estar

Pensar sobre a jornada do colaborador é dar atenção para todas as etapas do que chamo de ciclo de relacionamento do colaborador com a organização, de forma que possamos ter empatia para construir boas experiências não só na atração dos melhores talentos do mercado, mas também a permanência deles (performando alto) na empresa.

Os profissionais de hoje em dia não se iludem mais só com escritórios descolados e um pacote de benefícios comuns. Por conta disso, esses pontos de contato precisam ser observados quase que de forma individual. Parece complexo fazer isso, e provavelmente é, mas o mapeamento de personas pode ajudar. No entanto, esse é um assunto para outro artigo.

E quando me refiro a pensar em um programa que atue de forma "individual", quero dizer que um eficaz programa de saúde e bem-estar, tem que cuidar da individualidade de cada um. Como por exemplo: organização de uma agenda que integra atividade física e bem-estar mental no ambiente de trabalho pode produzir resultados eficazes na redução dos níveis de estresse, redução de doenças crônicas, aumentando a produtividade, melhorarem a satisfação e moral dos colaboradores.

Outros tipos de terapias podem complementar o portfólio do RH e dar opções aos colaboradores de como cuidar de si e de sua saúde. Aulas de Yoga Laboral, práticas de Meditação Mindfulness, sessões de Reiki ou Thetahealing, entre outras técnicas podem ser estar disponíveis para os colaboradores escolherem o que preferirem.

A adoção de um programa de saúde e bem-estar pode aumentar o nível de felicidade no trabalho, melhorar o desempenho individual do colaborador, ajudar a minimizar problemas na ergonomia, melhorar os padrões de sono e ainda permitir que os colaboradores terminem o dia de trabalho com uma energia mais positiva e leve.

Pensando em tudo isso, agora é à hora da verdade! Em tempos de isolamento, tornou-se obrigatório que as empresas dessem atenção a saúde mental e física de seus colaboradores. Mas e agora? Com as rotinas das empresas voltando "ao normal", saberemos quais e quantas empresas de fato se manterão preocupadas em manter as atividades de saúde e bem-estar em seus portfólios de benefícios corporativos.

A nós, resta ficarmos atentos, observar os movimentos para fazermos melhores escolhas para nossas vidas e carreiras, pois na Era da Experiência as empresas precisam ficar atentas a todos os pontos de contato do ciclo de relacionamento com o colaborador, ouvindo-o e agindo de acordo com o que realmente importa para ele e para os negócios.

A jornada do colaborador é uma estratégia de gestão que vem mudando a forma como as organizações se relacionam com seus colaboradores. Gerando mais integração entre as equipes, mudanças de cultura ou comportamento, aumento de produtividade, retenção de talentos e colaboradores defensores de marcas. Mesmo quando eles vão embora.

 

Thiago Tadeu Castro Matos - Especialista em design de experiência, consultor de recursos humanos, mentor e escritor do livro: “Jornada do Colaborador. 7 passos para elevar a experiência do colaborador”.


Home office: como a modalidade de trabalho tem estreitado laços entre pais e filhos

Na maioria das vezes, as mães são as principais responsáveis pelo cuidado dos filhos, contudo, o trabalho remoto tem permitido que os pais passem a participar cada vez mais da rotina de cuidado e atenção das crianças; Colaboradores da eNotas falam sobre como trabalhar de casa mudou a relação com os filhos e como a flexibilidade de horário permitiu participar de atividades antes impossíveis devido ao trabalho presencial

 

Conciliar a paternidade com a vida profissional pode ser difícil em ambientes de trabalho que seguem o regime presencial. Por conta da jornada de trabalho, muitos pais encontram dificuldades em compartilhar momentos com seus filhos no decorrer da semana. Entretanto, há empresas que possuem uma cultura de trabalho voltada à performance dos colaboradores, permitindo horários flexíveis como é o caso da eNotas, única solução tecnológica do mercado que automatiza 100% do fluxo de emissão de NF-e em qualquer cidade do Brasil.

Essa cultura de trabalho foi um dos fatores que pesou para que Elton Santos Bonifácio Leite, pai do Bernardo (4 anos) e da Izabela (2 anos), aceitasse a proposta de trocar o antigo emprego por um cargo na startup mineira. “A minha experiência era com empresas tradicionais que tinham o foco em horário acima da produtividade. Precisava bater ponto e, por conta disso, muitas vezes tinha que deixar meu filho com minha sogra”, comenta Elton, que atualmente está no cargo de Gerente de Relacionamento com Cliente na empresa.

Mesmo antes de aderir o modelo remoto na eNotas, Elton conta que o RH da empresa sempre se atentou à importância do tempo que o pai passava com os filhos. “O RH disse que se eu precisasse ficar mais tempo trabalhando, não haveria problema de levá-lo [Bernardo] para ficar jogando videogame na empresa”, conta o Gerente que em outra ocasião precisou acompanhar sua filha enquanto ela estava internada e foi compreendido pelo seu chefe. “Não me pediram nem o atestado nessa ocasião”, aponta.

Tais cuidados também são reforçados por Eduardo Camilo Silva Brescia, pai da Ana Clara (1 ano) e Supervisor de Onboarding da eNotas. Ele conta que sempre teve liberdade para passar tempo com sua filha. “Minha filha tem quase o tempo que tenho de empresa. Um ano e seis meses, e eu consegui acompanhar todas as consultas dela no pediatra”, relata Eduardo, que destaca os benefícios de poder trabalhar com a presença da filha. “Ela já apareceu durante reuniões e a equipe lidou com isso de forma tranquila”. 

Situações como a citada por Eduardo são comuns no dia a dia da empresa. Diferente da percepção que algumas pessoas possuem sobre a presença dos filhos durante o trabalho, o Supervisor de Onboarding acredita que não é algo problemático, seja para mães ou pais. “Vejo de forma bastante positiva estar em casa ao lado da minha filha. Em nenhum momento me senti constrangido”, conclui.

Para o CEO da eNotas, Christophe Trevisani, a cultura de trabalho da empresa é essencial para permitir com que os pais possam passar tempo com seus filhos. “Muitos de nossos colaboradores possuem filhos e precisamos, como empresa, implementar métodos de trabalho para que o contato entre pai e filho seja preservado. Isso faz bem para o negócio e busca humanizar nossos processos”, comenta o executivo.

Com atendimento a empresas de diversos tamanhos e segmentos, a startup mineira tem como propósito oferecer mais liberdade a todas as companhias que querem focar exclusivamente em seus negócios enquanto a eNotas cuida da emissão de notas fiscais. A empresa tem conquistado notoriedade no mercado com uma solução que integra o processo de emissão das NF-e com Prefeituras e Secretarias da Fazenda, disponibilizando três produtos para diferentes tipos de clientes: “eNotas Emissor”, “eNotas Gateway - Emissão” e “e-Notas Gateway - Consulta”. 

 

eNotas 

NF-e: Nota fiscal de Produto (Comércio/eCommerce)

NFS-e: Nota fiscal de Serviço (Prestadores de serviço em geral)

NFC-e/CF-e (SAT/MFe): Nota fiscal de Consumidor - Cupom fiscal (Varejo em geral)

 

Fake news de serviços e ofertas também devem ser alvo de cuidados

Como identificar e não cair nos golpes e fraudes que estão espalhadas na internet

 

O comércio eletrônico de bens e serviços está cada vez mais impulsionado, sendo que a alta de 2021 foi de 48,41%, segundo o índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust. A alta representa uma tendência que deve se perpetuar e crescer cada vez mais, porém, junto a todas as facilidades que o comércio digital proporciona, aumenta também as inúmeras possibilidades de fraudes.


Frederico Burlamaqui, especialista em marketing e estratégia de negócios, conta que as pessoas devem estar atentas a toda movimentação digital, evitando cair em golpes cada vez mais comuns. “Assim como as fake news que divulgam conteúdo falso, as fraudes pela internet são muitas e estão espalhadas das mais diversas formas, seja em sites falsos, em marcas que não existem ou em prestação de serviços que não podem ser ofertados da maneira como são ou que não cumprem o prometido. É aquilo que a gente chamava de propaganda falsa, só que agora elas estão a um clique dos consumidores”, explica.


Uma das fraudes mais comuns, conhecida como fraude efetiva, acontece nas lojas virtuais, sendo caracterizada por roubo de dados pessoais e de cartão de crédito. “Acontece principalmente com redes varejistas onde cartões são clonados, nesse caso o importante é usar uma senha forte e nunca deixar o cartão salvo. Outra muito comum é o phishing, que é a tentativa fraudulenta de obter informações confidenciais como nomes de usuários, senhas e detalhes de cartão de crédito por meio de disfarce de entidade confiável, geralmente feita via e-mail ou whatsapp”.


Nesses casos, Burlamaqui indica que uma boa forma de identificar a tentativa de fraude é passar o mouse no botão que está na tela e verificar qual endereço aparece. “Se o endereço não sugerir ligação com a loja que faz o anúncio, provavelmente é fraude. Além disso, ter um antivírus que ajude a detectar links maliciosos, é fundamental”.


Na prestação de serviços, o especialista também lista um golpe muito comum e que merece a atenção, que é a oferta de projetos de forma digital e de baixo custo. “Alguns projetos não podem ser realizados de forma totalmente online, pela falta de detalhes e informações. Nesses casos, quando existe um profissional em contato direto com os desejos do cliente, o projeto tem maior chance de ser assertivo e satisfatório”, reforça.

Como identificar um serviço ou produto fraudulento:

Frederico Burlamaqui explica que tudo começa pela oferta, sendo esse o primeiro alerta que deve soar. “Produto muito barato, site sem um rodapé que contenha as informações da loja, como CNPJ e falta de um número de contato, já são indícios de que algo pode estar errado. Verifique comentários em sites de avaliações e queixas, bem como confira as ações judiciais contra a empresa em sites jurídicos, especialmente em compras de alto investimento. Investigue, verifique e não se deixe levar por soluções fáceis, pois um atalho pode ser uma grande dor de cabeça no final das contas”, finaliza.

- Fique atento a promoções duvidosas e preços muito abaixo do mercado
- Verifique o domínio do site

- Procure pelo cadeado HTTPS que atesta se o site é seguro

- Veja se o site contém selos de segurança

- Confira a reputação da empresa nas principais plataformas de avaliação e reclamação da internet

- Cheque a confiança do conteúdo em sites especializados como o “Posso confiar” ou “WhoIs”

- Verifique a presença de informações obrigatórias por lei como CNPJ, razão social, telefone e e-mail

- Pesquise sobre a política de troca e devolução da loja.

- Cheque as formas de pagamento - lojas confiáveis oferecem diversas opções, não apenas pix e boleto bancário.

 

7 benefícios da educação corporativa digital

DOT Digital Group destaca as principais vantagens do treinamento e desenvolvimento por meios digitais

 

As empresas já entenderam a importância da educação corporativa. Prova disto é um levantamento da Ahgora que aponta que aproximadamente 76% das empresas vão priorizar investimentos em educação corporativa. Ou seja, elas estão cada dia mais preocupadas sobre como esses treinamentos podem impactar positivamente toda a estrutura organizacional. E se antes desenvolver cursos de capacitação demandavam muito tempo e dinheiro, hoje por outro lado, a tecnologia transformou esse cenário. 

“Atualmente, 69% das ações de treinamento são online/EaD,segundo o estudo mais recente da ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento). Isso significa que  a educação corporativa evoluiu muito, principalmente nos últimos anos com as condições impostas pela pandemia, e isso impactou positivamente todo o mercado”, afirma Luiz Alberto Ferla, Fundador e CEO do do DOT Digital Group, edtech líder nacional no mercado de educação corporativa digital.

Pensando nisso, o DOT reuniu alguns benefícios de se investir em educação corporativa. Confira!

O treinamento pode ser adaptado - Às estratégias que podem ser utilizadas para aprendizado mais dinâmico são inúmeras. Elas vão desde vídeos e podcasts até simuladores, por exemplo. E, para definir o método mais eficaz de oportunizar a construção de conhecimento, cada empresa avalia e identifica suas necessidades, estabelecendo objetivos, em conjunto com uma equipe especializada de consultores educacionais.

Formação continuada - Criar um ambiente de aprendizagem corporativa digital, como um LMS - sistema que facilita a gestão de aprendizagem - por exemplo, oferece um diferencial de formação continuada, que faz com que os profissionais se envolvam e tragam resultados efetivos para a empresa. “O que observamos hoje é que a Educação Corporativa Digital se desenvolveu a ponto de adquirir status de área estratégica dentro das empresas, muitas vezes evoluindo para Universidades Corporativas completas”, comenta Ferla.

Atualizações imediatas - Como as práticas da empresa ficam concentradas em uma plataforma de estudo, fica mais fácil aplicar treinamento para novos colaboradores. Esses arquivos podem ser atualizados rapidamente, de acordo com a necessidade, criando uma biblioteca de conteúdos que funcionam para toda a organização.

Desenvolvimento de habilidades - A capacitação ágil permite o desenvolvimento de habilidades úteis no mercado de trabalho, como autonomia, organização, gerenciamento de tempo, utilização de ferramentas tecnológicas e automotivação.

Promove o engajamento - Educação corporativa digital abre possibilidade para um leque enorme de métodos de aprendizado como a gamificação, por exemplo. Pesquisas comprovam que treinamentos baseados em projetos que motivam a equipe e dão oportunidade para experimentação, estimulam a criatividade e o engajamento dos colaboradores, resultando no sucesso do projeto.

Flexibilidade - Uma das maiores vantagens da educação corporativa digital é poder estudar em qualquer horário e lugar que tenha acesso à internet, afinal, a expressão “tempo é dinheiro” nunca fez tanto sentido. Cada vez mais o tempo se torna moeda preciosa na vida das pessoas e das empresas. Assim, possibilitar o desenvolvimento profissional de forma flexível contribui significativamente para o alcance de melhores resultados e equipes de alta performance.

Redução de custos - Como o processo de aprendizado é realizado por meio de plataformas de ensino, os recursos são otimizados e dinâmicos. O material didático é desenvolvido em diversos tamanhos e alcance em larga escala, sem necessidade de gastos com estrutura física, deslocamento e hospedagem de professores e alunos.

 

DOT Digital Group

 

Estudo mostra desafio de ampliar ciência-cidadã na prevenção de desastres provocados por enchentes





 

Equipe do Projeto Dados à Prova D’Água entrevistando moradores do distrito de M’Boi Mirim em São Paulo, 2019 (foto: Acervo do Projeto Dados à Prova D’Água)

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Um aplicativo construído de forma colaborativa com comunidades vulneráveis para informar com antecedência riscos de inundações e desastres ambientais virou política pública no Brasil. E a metodologia será replicada para que outras regiões possam adotá-la. Com aplicações práticas obtidas em 2022, parte dessa discussão envolvendo propostas de melhorias na governança de risco de inundações começou a ser trilhada há pelo menos dois anos.

Um dos eventos dessa trajetória está agora publicado em artigo na revista Disaster Prevention and Management – trata-se do workshop, realizado em junho de 2020, como parte do projeto Dados à Prova d'Água (WPD, na sigla em inglês), para a troca de conhecimentos entre pesquisadores do Brasil e do Reino Unido.

O projeto é resultado de uma parceria internacional entre as universidades de Glasgow e Warwick, no Reino Unido, Heidelberg, na Alemanha, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e da Fundação Getúlio Vargas, com apoio da FAPESP, do Fundo de Pesquisa e Inovação do Reino Unido (United Kingdom Research and Innovation) e do Ministério para Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF), em coordenação com Research Funding Agency Cooperation in Europe (Norface), Belmont Forum e Conselho Internacional de Ciência.

O trabalho registrado no artigo também recebeu apoio da FAPESP por meio de outros três projetos (19/06616-019/06595-2 e 18/06093-4).

Ao elencar as descobertas no workshop, os pesquisadores apontam como desafios comuns aos dois países a superação da falta de informações locais sobre inundações e de sistemas de integração, além da escassez de ferramentas de visualização de dados e de comunicação entre as agências de prevenção.

Para isso, sugerem uma colaboração interdisciplinar entre países e troca de conhecimento, focada em ferramentas, métodos e políticas usadas no Brasil e no Reino Unido na tentativa de desenvolver iniciativas inovadoras para informar e aprimorar a governança do risco de inundação.

"Nas discussões percebemos que os dois países têm o desafio de engajar cidadãos nas ações de prevenção a inundações e de fazer com que os especialistas falem de uma maneira que chegue até a ponta. Se os moradores de áreas de risco não estão envolvidos, a efetividade das ações é menor. É na forma de superar esses desafios que há diferença – as estratégias devem ser específicas e voltadas às características de cada uma das populações", diz à Agência FAPESP João Porto de Albuquerque, pesquisador da Universidade de Glasgow e um dos autores do artigo.

Para Victor Marchezini, pesquisador do Cemaden e autor correspondente do trabalho, o projeto Dados à Prova d'Água inova ao dar apoio às instituições para o uso da metodologia envolvendo a participação das comunidades na construção de ciência-cidadã.

"Muitas vezes as instituições não estão preparadas para isso. Há uma resistência cultural para o potencial da ciência-cidadã e o envolvimento amplo na construção de sistemas de alerta e de prevenção de inundações", afirma.

Ferramentas inovadoras

Buscando repensar como os dados relacionados a inundações são produzidos, o projeto se propôs a desenvolver métodos inovadores para dar visibilidade aos fluxos atuais de geração, circulação e uso dos dados, gerando novos tipos de informação no nível local com engajamento dos cidadãos. Tudo isso visando a integração de resultados obtidos com técnicas geocomputacionais para melhorar a resiliência das comunidades em relação a inundações.

Nessa linha, o projeto lançou em janeiro o aplicativo em que moradores de bairros vulneráveis a inundações informam com antecedência sobre possíveis eventos do tipo e contribuem com órgãos competentes no mapeamento de áreas suscetíveis e na prevenção de desastres.

Usando o princípio da ciência-cidadã, alunos de escolas públicas fizeram treinamento, que incluía a construção de pluviômetros artesanais usando garrafa PET e régua. Cada um era responsável por verificar diariamente a quantidade de chuva medida por esses pluviômetros e inserir as informações no aplicativo (leia mais em: agencia.fapesp.br/37640/).

A ferramenta foi testada por professores, estudantes, agentes da Defesa Civil e moradores em mais de 20 municípios de Pernambuco, Santa Catarina, Mato Grosso, Acre e São Paulo. Agora ganhou nova versão com um painel de controle web (dashboard) e passará a ter abrangência nacional, como política pública, ao ser incorporada pelo Cemaden, que ficará responsável pela gestão.

Além disso, em junho houve a divulgação do Guia de Aprendizagem, que norteará uma disciplina eletiva do projeto com o objetivo de engajar estudantes na produção de dados e de conhecimento sobre desastres provocados pelo excesso de água ou falta de drenagem urbana em seus bairros e cidades (o material didático está disponível aqui). A metodologia continuará a ser divulgada pelo Programa Cemaden Educação, parceiro do projeto.

"O artigo foi publicado agora, depois do lançamento da ferramenta, mas é a base para abordagem do projeto. Buscamos um desenvolvimento participativo, incluindo comunidades, Defesa Civil e usuários finais. Vejo como grande contribuição do projeto uma metodologia que trabalha com ciência-cidadã", completa Albuquerque.

O pesquisador cita como exemplo Jaboatão dos Guararapes, município da região metropolitana de Recife, que concentrou quase metade das cerca de 130 mortes registradas em Pernambuco desde o final de maio deste ano em decorrência de inundações e temporais que atingiram o Estado.

"Alguns bairros da cidade foram parceiros no piloto do aplicativo. As pessoas continuaram usando. Soubemos que em 25 de maio um dos cientistas-cidadão alertou pela ferramenta o registro de um volume de chuva acima do esperado para a época. Houve mobilização comunitária e evacuação das pessoas das áreas de risco, evitando mortes nessas regiões. Fizemos o treinamento, as pessoas mantiveram o uso e tivemos resultado efetivo com medidas de precaução", diz Albuquerque.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), inundações e chuvas extremas tendem a ficar cada mais frequentes com o aumento da temperatura da Terra. Até 2050, 1 bilhão de pessoas enfrentarão o risco de inundações costeiras devido à elevação do nível do mar e mais moradores serão forçados a deixar suas casas devido a extremos climáticos, especialmente inundações e enxurradas.

Além disso, se o aquecimento global atingir 1,5 grau Celsius a mais em relação à média pré-industrial, pode haver um aumento de 24% da população global exposta a inundações.

Método

O workshop on-line foi realizado em 8 de junho de 2020, com quatro horas de duração e participação de mais de 40 servidores públicos, pesquisadores de ciências naturais e sociais, além de profissionais e outros técnicos envolvidos em previsão, prevenção e resposta a enchentes no Brasil e no Reino Unido.

A primeira parte foi focada em seis apresentações individuais sobre o tema governança de risco de inundação nos dois países e a ciência-cidadã. A segunda etapa foi dedicada às discussões dos grupos focais, em que os participantes foram divididos em quatro grupos que trataram de conhecimento sobre riscos; previsão e monitoramento de enchentes; comunicação e governança do risco de inundação.

“Um ponto importante do projeto é, além de incluir a perspectiva da contribuição da comunidade, conectar as discussões a universidades locais, que podem ter um papel de multiplicadoras. Em momentos de risco, os moradores buscam informação. O aplicativo é uma forma de unir um sistema confiável com a participação de vários atores”, resume Marchezini.

No Brasil, cerca de 8,2 milhões de pessoas moram em áreas de risco sujeitas a deslizamentos de terra e inundações, segundo estimativa do Cemaden com base em estudo realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 872 municípios.

Por outro lado, somente 1.538 (27,6%) dos 5.570 municípios brasileiros têm Plano Diretor de prevenção de enchentes ou inundações graduais, ou enxurradas ou inundações bruscas.

O artigo Flood risk governance in Brazil and the UK: facilitating knowledge exchange through research gaps and the potential of citizen-generated data pode ser lido em: www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/DPM-01-2022-0016/full/html#sec005.
 

 

 

Luciana Constantino

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-mostra-desafio-de-ampliar-ciencia-cidada-na-prevencao-de-desastres-provocados-por-enchentes/39503/


É sempre bom lembrarmos o que é um contrato.
 
O contrato é um documento jurídico, que formaliza e estabelece as regras de uma relação econômica. Praticamente tudo pode envolver contrato: aluguel, emprego, entrada e saída de sócio, empréstimo, termo de aceitação, venda de veículo, terreno ou marca etc.
 
Até casamento e namoro podem envolver contratos relacionados à partilha de bens. Não é muito romântico, mas resolve muito problema.
 
Grosso modo, é um documento que lembra as obrigações das partes, e apresenta as regras da parceria. Toda relação comercial gera uma obrigação entre as partes e o contrato torna oficial essas obrigações.
 
No contrato, o cumprimento dos combinados no acordo é totalmente exigível, desde que eles não sejam impedidos por lei.
 
No contrato os direitos e deveres das partes são lembrados e devem ser respeitados. Com um contrato completo os contratantes têm base legal para cobrar um ao outro. Sendo assim, com o contrato, toda questão entre as partes tem uma base legal pra resolução. Ele serve como amparo, para que ninguém seja prejudicado.
 
Isso quer dizer quer dizer que estou “preso” em alguém? Ele serve para que os direitos, obrigações e regras do acordo sejam respeitados.
 
Confiar na pessoa pode não ser o bastante
 
No mundo existem todos os tipos de pessoas. Tem aquelas que se esforçam para se guiarem segundo os valores morais e éticos da nossa sociedade e aquelas que não estão nem aí.
 
O artigo 422 do Código Civil supõe que aqueles que assinarem um contrato estarão agindo de boa fé e cumprirão tudo que determina o documento assinado.
 
Se uma das partes agir de má fé e descumprir o combinado, então aquele que foi afetado pode ir à Justiça buscar algum tipo de indenização, conforme aponta o artigo 475 também do Código Civil.
 
Agora imagine o que você passaria se não tivesse feito um contrato por confiar na suposta boa intenção de alguém? Como diria o filósofo, "a estrada do inferno foi pavimentada com boas intenções".
 
Digamos que você contrate alguém para fazer sua contabilidade, e no contrato você estipula um período de entrega dos relatórios contábeis da sua empresa.
 
Só que esse contador não entrega seus relatórios em dia. Você, com base no contrato, tem todo direito de cobrar esses prazos.
 
Sem um contrato, apenas com um “acordo verbal”, ele pode afirmar que não sabia desses prazos.
 
Isso se tratando apenas de prazos de entrega, mas imagine que o seu trabalho todo pode ser perdido pela falta de um contrato.
 
Como no caso de um cliente cujo sócio criou um canal no YouTube. Esse canal teve um crescimento exponencial no número de inscrições e visualizações.
 
Com o tempo o meu cliente viu a necessidade de criar um contrato, porque uma hora ou outra, pelo tamanho do canal deles, alguém iria ter problemas. Então ele entrou em contato comigo e criamos um contrato para afirmar e confirmar as obrigações e os direitos de cada um. E, pelo bem do canal, os dois ficaram de acordo e firmaram o contrato.
 
Após um ano de contrato, no começo de 2022, quem criou o canal começou a ter ideias diferentes do que deveria ser o canal, e quebrou uma cláusula que dizia que se um deles não concordasse mais com o conteúdo do canal originalmente, a outra parte tem direito de renunciar e romper a parceria.
 
Se o meu cliente não tivesse esse contrato ele iria perder todo o trabalho árduo dele devido ao colega que praticamente não queria mais o canal como ele era originalmente.
 
Quais riscos a sua empresa corre sem um contrato?
 
Para resumir, legalmente, ou com um contrato mal formulado, você corre os seguintes riscos:
 
1. Impossibilidade de exigir, judicialmente, as obrigações assumidas pelas partes;
2. Maior probabilidade de sofrer ações judiciais;
3. Prazos, direitos e obrigações indefinidos;
4. Ausência de regras sobre notificação para multas, garantias, cobranças;
5. Assinar um contrato sem ler ou sem a orientação jurídica de um advogado também é muito arriscado.
 
Com certeza se você chegou até aqui, deve ter percebido que contratos são fundamentais para o bom funcionamento de qualquer relação comercial, seja na prestação de serviços, parcerias ou sociedades.
 

Rafael Brasil - advogado. Mestre em Direito Constitucional Econômico pela UNIALFA. Pós-Graduado em Direito Civil e Processo Civil pela FEAD-MG. Pós-Graduado em Direito do Consumidor pela ESUP-FGV. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Diretor-Adjunto da Escola Superior de Advocacia - ESA/OAB GO (2019-2021). Presidente do Instituto de Estudos Avançados em Direito - IEAD. Conselheiro Seccional da OAB Goiás (2022-2024). Secretário do Conselho Deliberativo da OABPrev (2022-2023). Árbitro da Câmara de Arbitragem e Mediação da Acieg CAM-ACIEG. Pesquisador e Bolsista da CAPES. Professor de Graduação e Pós-Graduação.


Falta de organização no trabalho pode estar diretamente ligada a síndrome de Burnout

Para o palestrante Alexandre Slivnik é necessário criar uma categorização de tarefas para não sofrer com o acúmulo de atividades


O conceito de “Trabalho e Dedicação” é constantemente disseminado pelas pessoas e dedicar-se ao máximo pode até parecer uma virtude. Mas em alguns casos, uma sobrecarga tem o potencial de ser um estopim que dará origem a uma série de problemas e desconfortos. A síndrome de burnout, por exemplo, é um transtorno causado pelo esgotamento mental e profissional, e está diretamente relacionada à rotina intensa de trabalho.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Pebmed, um em cada três trabalhadores brasileiros sofrem com o burnout, afetando mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. No mundo, esse número é ainda maior e isso fez com que a OMS reconhecesse a síndrome como uma doença do trabalho.

Para Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, a ansiedade pode ser uma pequena demonstração da síndrome de burnout. “Quando temos muitas coisas para fazer e, ao invés de fazê-las, ficamos protelando algumas atividades que não gostamos de executar, acontece um acúmulo de tarefas que causam ansiedade e estresse, e o excesso desses problemas pode resultar na síndrome de burnout”, relata.

Dados apontam que o Brasil foi, alguns anos atrás, o país mais ansioso do mundo, com quase 10% das pessoas sofrendo de ansiedade. “O medo de não conseguir lidar com todas as tarefas do trabalho ou do dia a dia está diretamente relacionado a esses números, e praticamente todo trabalhador tem essa sensação em determinado momento. Alguns mais, outros menos”, revela o palestrante.

Slivnik acredita que a tecnologia e o acesso à informação são parte da razão por trás desses números. “O conceito de FOMO (fear of missing out), no qual as pessoas precisam estar sempre conectadas e não conseguem deixar de ver uma notícia ou mensagem se tornou um grande problema. Alguns não podem esperar sequer 30 minutos para responder às pessoas no WhatsApp, por exemplo, e isso causa ainda mais ansiedade, prejudica a produtividade e, consequentemente, facilita para que as pessoas tenham burnout”, pontua.

De acordo com o palestrante, o modelo de pagamento mensal adotado no Brasil pode atrapalhar a eficiência dos trabalhadores. “Nos Estados Unidos, por exemplo, muitas empresas pagam por hora trabalhada. Se você trabalha por hora, é preciso ser produtivo durante aquele período de trabalho e, obviamente, o foco acaba sendo maior naquele momento”, declara.

Para o vice-presidente da ABTD, muitas pessoas, sim, sofrem burnout por trabalhar em excesso. Mas outras desenvolvem o problema por não saberem gerenciar o trabalho e as atividades de forma correta. “A solução é categorizar as suas tarefas utilizando tags para as principais tarefas, diferenciando as prioridades daquelas atividades que podem esperar um tempo para serem realizadas, mitigando as chances de acúmulo e diminuindo e essa sensação de esgotamento no trabalho”, ensina.

 

Alexandre Slivnik - autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É professor convidado do MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP. Palestrante e profissional com mais de 20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston / EUA). www.alexandreslivnik.com.br.

 

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