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quarta-feira, 23 de março de 2022

E-sports: contrato de trabalho garante segurança para atletas do mundo eletrônico

 

Os E-sports ou esportes eletrônicos estão crescendo a cada dia e tornaram-se uma verdadeira febre no Brasil. E muitos jovens estão se tornando atletas profissionais de diversas categorias. Existem empresas especializadas em treinar jogadores e jogadoras para disputarem campeonatos, que atraem milhões de pessoas em todo o mundo através da internet e que oferecem contratos milionários, com cifras que já se aproximam dos valores pagos atualmente no futebol profissional.

E toda profissionalização é cercada de desafios. Os atletas de e-sports, hoje, possuem contratos de trabalho e direitos assegurados pela legislação laboral. Exemplo desse processo foi a notícia divulgada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que alertou que, em fevereiro deste ano, a equipe de esportes eletrônicos Imperial Esports LTDA foi obrigada a registrar em carteira de trabalho seus atletas profissionais por meio de um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado em São Paulo. E no ano passado, a equipe Team Reapers assinou um acordo semelhante com o MPT. Foram dois acordos inéditos no país e que sinalizam que as autoridades e o Judiciário brasileiro estão tratando o tema com maior seriedade.

E o MPT passou a fiscalizar de uma maneira mais severa o setor de e-sports após ficar sabendo da morte do jogador Matheus "brutt" Queiroz em 2019. Aos 19 anos, o atleta foi acometido por uma doença no sistema nervoso central que teria sido agravada pelas más condições de trabalho junto à Team Reapers e à Imperial. O caso foi denunciado ao MPT naquele ano e motivou a abertura de dois inquéritos civis, ainda em andamento.

Os acordos assinados com o MPT obrigam as equipes a permitir pausas para descanso e alimentação. Os equipamentos, desde fones de ouvido até altura de monitores, teclados, mesas e cadeiras, devem ter qualidade técnica e ser compatíveis com cada jogador em termos de altura e regulagem, posicionamento para facilitar a boa postura etc.

Trata-se de uma cruzada importante do MPT contra o poder financeiro das empresas deste setor. Muitos atletas estavam sendo mantidos como autônomos, como se fossem prestadores de serviço, o que contribui para a precarização da relação entre os atletas e suas equipes. Os jogadores e jogadoras que não possuem contratos de trabalho registrados e com carteira assinada correm o risco de ficar sem uma cobertura previdenciária e de ter um ambiente de trabalho com riscos à saúde.

Diante desse cenário, os atletas de esportes eletrônicos precisam necessariamente conhecer seus direitos trabalhistas básicos. E as equipes precisam ter cuidado no momento de realizar a contratação dos atletas.

Entretanto, existe legislação específica para os atletas de E-sports?

Não existe uma lei específica que regulamente a atividade desses profissionais. O mercado tem utilizado uma combinação de normas da Consolidações das Leis do Trabalho (CLT), do Código Civil e da Lei 9.615/1998, a Lei Pelé, legislações que definem regras para a prática de esportes no Brasil. Basicamente, a mesma legislação utilizada nas relações desportivas tradicionais.

As regras previstas na CLT são as mais utilizadas pelo Judiciário, pois, de forma ampla, essa legislação define toda forma de relação de emprego.

Na prática, as equipes de E-sports necessitam que os jogadores tenham disponibilidade para representar o time em campeonatos, jogos patrocinados e eventos e outros diversos tipos de competições disponíveis no mercado. Nesse caso, é inegável que o jogador tenha de ser um profissional especializado, que treine de forma periódica, que receba uma remuneração definida e siga as regras e condutas do time, características que personalizam uma relação de emprego.

Todos esses requisitos que os times buscam em um jogador estão previstos na CLT e são definidos como pressupostos de vínculo empregatício, como: pessoalidade; não eventualidade; onerosidade; e subordinação.

Vale ressaltar que a contratação dos atletas sob o regime da CLT segue o mesmo padrão de qualquer contratação tradicional. Essa é a modalidade de contratação juridicamente mais segura, pois todos os impostos necessários serão recolhidos no ato do pagamento do salário e registrados perante os órgãos fiscalizadores.

De outro lado, existe a possibilidade de as equipes contratarem os jogadores como prestadores de serviços, através de pessoas jurídicas (PJs) constituídas pelos atletas. Nesse caso as regras serão definidas pelo Código Civil nos artigos 593 a 609, modalidade menos custosa, mas extremamente arriscada sob a ótica da legislação trabalhista, pois pode configurar uma fraude.

Nessa hipótese, a equipe irá contratar o atleta para que atue em favor do time na figura de uma empresa prestadora de serviços constituída pelo jogador. A equipe pagará um valor fixo e não há encargos trabalhistas a serem recolhidos pela equipe, basta apenas pagar os valores determinados no contrato entre a equipe e o atleta. Essa contratação é formalizada através de um contrato de prestação de serviços, que definirá regras para as atividades, e teoricamente não haverá qualquer vínculo empregatício entre as partes.

Porém, sabemos que os jogadores precisam de treinamento diário, além de seguir as regras determinadas pelas equipes. Nesse caso, se durante a rotina do dia a dia o jogador reunir os requisitos do vínculo empregatício, este poderá posteriormente ingressar com uma ação judicial, requerer o reconhecimento do vínculo e o pagamento de todas as verbas trabalhistas desde o início de sua relação com a equipe.

Já a Lei 9.615, ou Lei Pelé, é usada com menos frequência para esses casos, uma vez que na data da elaboração da lei os esportes eletrônicos não eram definidos ou reconhecidos como atividade esportiva. Porém, no artigo 3ª, inciso III, da Lei Pelé existe uma definição que pode ser aplicada aos atletas de E-sports:

"Artigo 3ª — O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações.
Inciso III 
 desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta lei e regras práticas desportiva, nacionais ou internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do país e estas com as de outras nações".

Outro ponto importante é a questão do direito de imagem de atletas, tema que há muito tempo vem sendo discutido na Justiça do Trabalho, com o enraizamento de entendimentos que não condizem com a evolução legislativa sobre o tema e do desporto em si.

Devido aos altos valores que esses direitos podem alcançar, muitos times pagam os direitos de imagem diretamente para uma empresa pertencente ao jogador, que possui um contrato de trabalho ativo, para não pagar os impostos necessários. Essa prática, muito comum nos esportes de alto rendimento, também vem sendo explorada no E-sports.

Porém, à luz da legislação, pode ser caracterizada também como fraude à legislação trabalhista.

A respeito desse tema, a Lei Pelé sofreu uma nova modificação, trazida pela Lei nº 13155, de 4 de agosto de 2015, com a inclusão do parágrafo único ao artigo 87-A, com a seguinte redação:

"Quando houver, por parte do atleta, a cessão de direitos ao uso de sua imagem para a entidade de prática desportiva detentora do contrato especial de trabalho desportivo, o valor correspondente ao uso da imagem não poderá ultrapassar 40% da remuneração total paga ao atleta, composta pela soma do salário e dos valores pagos pelo direito ao uso da imagem".

Portanto, pela falta de uma legislação específica, todas essas categorias de contratação vêm sendo utilizadas para a contratação de atletas de esportes eletrônicos. Assim, é essencial que o MPT e demais autoridades realizem uma fiscalização mais severa para garantir a segurança jurídica de todos os envolvidos.

 

Bruno Gallucci - advogado especialista em Direito Desportivo e sócio do escritório Guimarães e Gallucci Advogados.

 

Você sabe qual o seu tipo de liderança?! Descubra as vantagens de cada perfil de líder

Torne-se um líder de sucesso: desenvolva as suas habilidades. Freepik
Pessoas motivadas no trabalho rendem até 50% a mais, aponta pesquisa.


Ter colaboradores engajados com os objetivos da empresa é o sonho de qualquer gestor. Para isso, ter uma liderança no ambiente de trabalho é essencial para criar um ambiente mais saudável e engajador. Segundo um estudo da consultoria Right Management feita em 15 países, pessoas motivadas no trabalho rendem até 50% mais. O líder tem o poder de inspirar, influenciar e desenvolver pessoas. 

Um estilo de liderança impacta no clima organizacional e no comportamento dos funcionários. Mas é necessário que a formação de um líder seja qualificada para identificar a melhor forma de exercer essa função em favor da organização como um todo. Um líder que inspira confiança, desperta nas atitudes de um funcionário a mesma vontade de trabalhar para atingir, por exemplo, uma ascensão de cargo. Colaborador feliz é, em média, 31% mais produtivo e três vezes mais criativo em comparação aos outros, segundo uma pesquisa desenvolvida pela Universidade da Califórnia. 

Mesmo com os estilos de liderança variáveis, as habilidades devem apresentar tais competências, como: assumir responsabilidades; comunicar sua equipe; ser flexível; e saber direcionar o melhor caminho para os funcionários atingirem as metas. “O papel de um líder é de extrema importância dentro das organizações. Empresas que apoiam o papel de seus líderes e de sua equipe possuem resultados mais eficazes. Líderes que aplicam o Marketing de Incentivo no processo de trabalho possuem uma devolutiva sobre a sua performance, de forma prática e eficiente”, ressalta Rodolfo Carvalho, CEO da Incentivar, empresa de software de incentivo. 

A liderança é uma peça importante para todos os níveis da empresa: estratégico, tático e operacional. Além de tudo, os líderes representam a própria empresa para os colaboradores, levando em consideração os aspectos de satisfação dos mesmos e sobretudo do clima organizacional. Um líder precisa estar à frente das decisões e se destacar pela empatia, justiça e imparcialidade. Com foco nisso, é necessário criar ações no ambiente que porporcionem ao funcionário o sentimento de pertencimento, a partir de premiações, descontos em lojas parceiras, viagens e/ou ascensão de cargo.
 

É preciso construir relações de confiança e entender os anseios de cada profissional para que ele possa crescer na carreira. Muitas empresas entendem a importância de criar líderes para coordenar uma equipe e buscam reconhecer cada vez mais o papel de cada um deles, levando em consideração os métodos de incentivo. De acordo com uma pesquisa do Google, o termo “liderança de equipe” apresentou 75% das buscas, em 06 de março de 2022. 

Pensando nisso, Rodolfo Carvalho cita os 4 tipos de liderança para o gestor e/ou líder reconhecer as suas atribuições e as vantagens de utilizar o Marketing de Incentivo. Confira:
 

1- Liderança Autocrática:

A centralização de decisões é uma de suas principais características, onde as ordens são impostas aos funcionários. Em empresas de grande porte, ela ainda é considerada a liderança mais utilizada. Como é usada: É uma abordagem cabível em momentos nos quais não existe muita inovação, e visa o cumprimento de tarefas de forma mais rápida, organizando os times e sem existir uma participação da equipe nas decisões. Inserida em empresas que possuem um cronograma de trabalho bem estruturado. Características: O líder como o único tomador de decisões; pouca ou nenhuma delegação de tarefas; impõe regras. Benefícios: Controle de fluxos; agilidade na tomada de decisão.

Aplicando o Marketing de Incentivo: O líder observa os pontos a serem aperfeiçoados para uma melhor atuação. Exemplo: suavizar os traços autocráticos em situações que requerem mais flexibilidade e participações.

 

2- Liderança Liberal:

Essa liderança é o oposto da autocrática. O líder dá autonomia aos colaboradores que, por sua vez, também conseguem tomar decisões. Como é usada: Este estilo de comando é ideal para empresas que querem desenvolver independência em seus colaboradores, sem a necessidade de uma constante supervisão. É a descentralização do poder com a autogestão. Características: Cria uma maturidade nas relações entre o líder e seus liderados, onde os colaboradores exploram suas ideias durante o trabalho. Benefícios: Estimula a criatividade; demonstra confiança no time.

Aplicando o Marketing de Incentivo: O líder com essa característica pode se beneficiar com o apoio do aplicativo para acompanhar as metas e ter o controle sobre os processos internos.

 

3- Liderança Democrática:

Uma atuação conjunta entre o líder e os funcionários. As decisões são debatidas com os funcionários para alcançar os melhores resultados, mas a proatividade do líder é ideal para que as coisas ocorram da melhor maneira. Como é usada: Funciona melhor em organização focada em crescimento, pesquisa e aquisição de talentos. Empresas que incentivam a colaboração. Características: Liderança mais participativa e compartilhada; mente justa; construtores de consenso; adaptativos. Benefícios: Bom clima organizacional; valorização da equipe.

Aplicando o Marketing de Incentivo: Este líder pode usar as premiações para destacar os colaboradores que apresentarem novas ideias e usá-las para manter a motivação de toda a equipe.

 

4- Liderança Situacional:

Diante da complexidade de situações que o ambiente de trabalho gera, este líder é capaz de entender cada grau de desafio e se adapta conforme as circunstâncias para tomar uma decisão correta. Como é usada: Pode ser inserida em empresas que conseguem acompanhar as inovações tecnológicas e o ritmo frenético da globalização. Características: Inteligência; emocional saudável; visão sistêmica do ambiente e das pessoas. Benefícios: Inteligência emocional; visão mais estratégica.

Aplicando o Marketing de Incentivo: Por meio de uma plataforma que é referência em inteligência de dados, o líder terá um suporte para tomar as decisões cabíveis com base em resultados. 

A Incentivar influencia na performance de uma liderança e estabelece uma equipe mais engajada através dos modelos de incentivo indicados para empresas de pequeno, médio e grande porte. São 3 tipos de ações de Marketing de Incentivo: de prêmios (incentivar); Incentivo; e o Enterprise. Conheça os planos, e escolha o melhor para a sua gestão e tenha uma liderança de sucesso. Clique aqui!



terça-feira, 22 de março de 2022

Testagem rápida de HIV e Sífilis: dia 23 de março (quarta-feira) na Estação Vila das Belezas (Linha 5-Lilás), em atenção ao mês da mulher

Agentes da Secretaria da Saúde orientam público na Estação Vila das Belezas dia 23/3


Iniciativa, da Secretaria de Saúde em parceria com a ViaMobilidade, disponibiliza também orientação sobre tratamentos e insumos de prevenção

 

Dia 23 de março, quarta-feira, a Estação Vila das Belezas recebe unidade móvel da Secretaria Municipal de Saúde para campanha de diagnóstico de HIV/Sífilis e prevenção. A ação acontece em celebração ao mês da mulher, com apoio de agentes de saúde, e disponibilizará também insumos (preservativos e gel lubrificante) para prevenir infecções sexualmente transmissíveis.  

A iniciativa é da Secretaria da Saúde, por meio da Coordenadoria de IST/Aids da cidade de São Paulo, em parceria com a ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linhas 5-Lilás de metrô. 

Cerca de 64.300 casos de sífilis adquirida foram registrados no Brasil somente no primeiro semestre de 2021, segundo dados atualizados do Ministério da Saúde. O número é 16 vezes maior do que em todo o ano de 2010, quando 3.936 pessoas foram diagnosticadas com a doença. A sífilis é uma doença transmitida por via sexual e para o bebê, durante a gestação ou parto, causada pela bactéria Treponema pallidum. 

A doença é exclusiva do ser humano e é curável. Se não tratada, pode evoluir para formas mais graves, comprometendo os sistemas nervoso e cardiovascular. Em gestantes, pode levar a desfechos como aborto, morte do feto após 20 semanas de gestação, baixo peso, prematuridade, entre outras enfermidades.

Além dos testes, serão fornecidas orientações sobre tratamento do HIV/sífilis. 

Segundo Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da concessionária, os compromissos da ViaMobilidade vão além de oferecer um transporte eficiente e seguro aos passageiros. “Nossos valores se baseiam no respeito pelo indivíduo e pela vida. Dessa forma, buscamos levar aos passageiros ações informativas de prevenção e orientação sobre autocuidado em saúde em geral”, afirma. 

 

Serviço:

Testagem rápida de HIV e sífilis:

Dia 23 de março (quarta-feira), das 10h às 16h -- Estação Vila das Belezas (Linha 5-Lilás)


Doadores de medula terão direito a atendimento preferencial

Projeto é de autoria do vereador Marcio Ribeiro e vale para órgãos públicos municipais, empresas concessionárias de serviços públicos municipais, e empresas privadas 

 

Foi sancionada nesta segunda-feira (21/03) a Lei nº 7.265/2022, que prevê que os órgãos públicos municipais, empresas concessionárias de serviços públicos municipais, empresas privadas e estacionamentos prioritários localizados no município serão obrigados a disponibilizar, durante todo o horário de expediente, atendimento preferencial aos doadores de sangue, órgãos e/ou doadores de medula óssea.

O autor a lei, o vereador Marcio Ribeiro (Avante), destacou que todo o incentivo é válido para que as pessoas possam doar sangue e medula óssea.

“Em relação às filas, o atendimento preferencial vai fazer com que essas pessoas tenham uma vantagem maior na hora de fazer alguma consulta, de estar recebendo algum serviço. Mas isso não vai impedir que uma pessoa que tenha alguma impossibilidade ou algum problema físico, tenha também o seu atendimento preferencial feito”, explica. Também assina a autoria do projeto o vereador Marcos Braz (PL).


Epidemia, pandemia, endemia. O que esses termos significam?

Da noite para o dia, no início de 2020, a palavra “pandemia” se tornou parte do nosso cotidiano. Muitas pessoas nem conheciam este termo. Após dois anos de Covid-19 no mundo, hoje chegamos a um ponto no qual começa-se a discutir, em todo o planeta, uma nova categorização da pandemia para endemia. Vale, então, sabermos o que cada definição dessas, epidemia, pandemia e endemia, significa.    

Uma epidemia é caracterizada pelo aumento de casos de uma doença específica em determinados locais geográficos ou comunidades, e que vão se espalhando para outras localidades além daquela em que foram identificados inicialmente. Um exemplo histórico e assustador de epidemia foi a rápida disseminação do ebola, na África, em 2013 – embora haja diversos casos de doenças com letalidade bem mais baixa que também foram, em algum momento, uma epidemia, como a do H1N1, que ocorreu no Brasil em 2009.  

Muitos fatores podem causar o surgimento de epidemias, como hábitos de higiene precários, hábitos alimentares pouco saudáveis, falta de saneamento básico, poluição, estresse e mutações genéticas.  

   

Como uma epidemia se transforma em uma pandemia?    

Quando a epidemia extrapola fronteiras geográficas rapidamente, atingindo pessoas que não possuem imunidade a ela e se disseminando sem controle. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, três pontos são considerados essenciais para se classificar uma pandemia:   

1) o aparecimento de uma nova doença;   

2) uma infecção em humanos que ainda não têm resistência imunológica à doença;   

3) a disseminação rápida e descontrolada. Resumindo, uma enfermidade se torna pandêmica quando atinge diversos países ou continentes, afetando assim muitas pessoas.  

No caso da SARS-CoV-2, os primeiros casos registrados surgiram no fim de 2019 na cidade de Wuhan, na China. Em março de 2020, o vírus já havia se disseminado globalmente, levando a OMS a declarar a pandemia. Um outro exemplo bem conhecido de situação pandêmica é a gripe espanhola, que se disseminou globalmente principalmente devido à movimentação de tropas durante a 1ª Guerra Mundial, afetando o mundo todo em 1918 e matando entre 30 e 50 milhões de pessoas.     

Porém, a grande dúvida que paira sobre a comunidade médica global, hoje, é: chegamos ao momento de recategorizar a Covid-19 de pandemia para endemia?    

Uma endemia existe quando uma doença recorrente permanece criando novos casos em uma determinada região, mas sem um aumento significativo no número total de ocorrências e com controle, por parte da saúde pública, da situação. A dengue, por exemplo, é um caso atual de endemia no Brasil.    

Dizer, portanto, que uma doença tornou-se endêmica tem relação direta com o controle no número de casos, que deve permanecer em um nível pré-determinado (e que varia de doença para doença), redução de óbitos e uma alta taxa de imunização da população no caso de enfermidades causadas por vírus. Já existe uma discussão sobre se a Covid-19 se tornará uma endemia, mas, para que isso aconteça, é necessário que muitas pessoas estejam protegidas contra o vírus, e o melhor caminho para isso é a vacinação.    

Infelizmente, a vacinação em massa ainda não é a realidade de todos os países que sofrem com a Covid-19. Somente o aumento nos níveis vacinais, principalmente no continente africano e em regiões da Ásia, cessará a propagação do vírus e o surgimento de novas variantes, o que, consequentemente, reduzirá os números de hospitalizados e mortos.    

Desta forma, cada país terá o seu tempo para se livrar da Covid-19, e somente aí o mundo sairá da situação pandêmica, passando gradativamente para um cenário de endemia. Pois já sabemos que o vírus, assim como o causador da gripe espanhola, o H1N1, não irá sumir. Mas se continuarmos com cuidados contra a disseminação, algumas restrições sociais e imunização de cada vez mais pessoas, chegaremos a um momento no qual a Covid-19 se tornará uma endemia. Conviveremos com a doença ainda por muito tempo, mas já temos vacinas e tratamentos, o que reduz significativamente sua potência letal.  

Ainda é cedo para afirmar, com certeza, que veremos o coronavírus tornar-se endêmico. Mas nós, profissionais da saúde, acreditamos que essa mudança é o resultado de um esforço coletivo que ainda está longe de terminar.  

  

 

Sandra Gomes de Barros - infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa. 


Ministério da Saúde convoca audiência pública para debater incorporação ao SUS de tratamento para CLN2


No dia 23 de março, às 14h (horário de Brasília), está agendada uma audiência pública, ao vivo, no canal do Youtube da CONITEC para debater a incorporação ao SUS do único tratamento específico para a CLN2, também conhecida como Doença de Batten, uma doença genética ultrarrara e degenerativa, que acomete crianças na primeira infância e pode levar à morte na primeira década de vida. A reunião foi convocada pela secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE/MS), Sandra Barros, e tem por objetivo colher elementos que auxiliem na tomada de decisão sobre o tema. 

A audiência pública é a última etapa do processo de avaliação que se iniciou quando a farmacêutica BioMarin solicitou a avaliação da tecnologia pela Conitec, que emitiu recomendação preliminar negativa para incorporação ao SUS, mesmo após parecer técnico favorável. Por se tratar de uma tecnologia de alto custo, a incorporação ao SUS é a única chance para que estes pacientes possam ter acesso ao tratamento. A audiência pública é um instrumento que permite à sociedade participar do processo de tomada de decisão. Neste momento, especialistas inscritos como oradores podem contribuir com seu conhecimento científico sobre a doença e seus impactos para pacientes e familiares. Cuidadores e representantes de pacientes também podem colaborar com sua experiência na convivência com a doença. 

Qualquer pessoa interessada no tema pode acompanhar a audiência pública, que será online e transmitida ao vivo. Para isso, basta acessar o canal da Conitec no Youtube. 

 

CLN2 ou Doença de Batten

A Lipofuscinose Ceroide Neuronal tipo 2 (CLN2) faz parte do grupo das doenças neurodegenerativas na infância de origem genética. Alguns dos primeiros sinais e sintomas dessa doença são o atraso/regressão da linguagem e crises epilépticas, que começam geralmente entre 2 e 4 anos de idade. Sem o diagnóstico e tratamento adequados, as crianças com esta doença sofrem uma neurodegeneração rápida e progressiva. Entre 5 e 6 anos podem parar de falar/se comunicar e andar necessitando de cadeira de rodas. Entre 7 e 8 anos de idade podem apresentar perda de visão e sinais de demência. O quadro evolui inexoravelmente para estado vegetativo, com a possibilidade de morte ainda na primeira década de vida1.

Para saber mais sobre essa condição, acesse: A Urgência do Hoje ou nos acompanhe em @BattenDay no Instagram.

 

 

Referências:

Kohlschütter & Schulz. CLN2 Disease (Classic Late Infantile Neuronal Ceroid Lipofuscinosis). Pediatra Endocrinol Rev. 2016;13(1):682-8.


Pandemia de Covid-19 causa retrocesso no combate à tuberculose no Brasil

Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a Tuberculose, que vai de 24 a 31 de março, serve para alertar à população sobre o aumento da doença no Brasil

                                                                  Divulgação



Na Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a doença, Conselho Regional de Biomedicina do Paraná alerta para a subnotificação de casos

 

A tuberculose, apesar de antiga, não é coisa do passado. Descoberta há 140 anos, com vacina disponível no Brasil e tratamento gratuito oferecido pelo SUS, a doença ainda é um grave problema de saúde pública e teve seu quadro agravado durante a pandemia de Covid-19. 

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a crise do novo Coronavírus causou um retrocesso no combate à tuberculose, acentuando a subnotificação, dificultando a oferta de serviços de saúde e de recursos para o tratamento da doença e prejudicando o diagnóstico. 

O número de pacientes diagnosticados e de casos notificados no mundo caiu de 7,1 milhões em 2019 para 5,8 milhões em 2020, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A estimativa é que, atualmente, cerca de 4,1 milhões de pessoas sejam vítimas da enfermidade, mas não tenham sido corretamente diagnosticadas. O número é bem superior aos 2,9 milhões de subnotificações estimadas em 2019. 

Os dados não deixam dúvidas de que é preciso falar sobre a doença. O Brasil tem, inclusive, uma Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a Tuberculose, que vai de 24 a 31 de março.

 

Números no Brasil

Em 2020, o país registrou 66.819 novos casos da doença, com um coeficiente de incidência de 31,6 casos por 100 mil habitantes. Os dados são do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. 

A mestre em Microbiologia, Parasitologia e Patologia, Jannaína Ferreira de Melo Vasco, entende que o acesso à informação e aos exames é fundamental para reduzir o número de mortes por tuberculose no Brasil. 

“Todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente, sem desistir no meio do caminho, ficam curadas da doença. Hoje, o Brasil está entre os 30 países de alta carga para a tuberculose, sendo considerado prioritário para o controle da enfermidade”, comenta a especialista, que é a primeira secretária do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná – 6ª Região (CRBM6).

 

O caminho da cura

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, mais conhecida por “bacilo de Koch”. A doença afeta prioritariamente os pulmões e embora tenha sido identificada em 1882 pelo médico alemão Robert Koch – que abriu o caminho para o diagnóstico e a cura –, a tuberculose ainda é a segunda causa de infecção mais mortal do mundo, perdendo apenas para a Covid-19. 

O tratamento contra a doença é gratuito no Brasil e dura cerca de seis meses, mas segundo Jannaína Vasco, um dos principais entraves é a desistência dos pacientes, já que o tratamento é longo se comparado a outras enfermidades.

 “A pessoa com tuberculose precisa ser bem orientada sobre a duração e o esquema do tratamento, incluindo as possíveis consequências do uso irregular dos medicamentos. Isso porque, já nas primeiras semanas, o paciente se sente melhor e é comum que deixe de tomar a medicação”, comenta a especialista. 

Ela alerta que a irregularidade no tratamento pode complicar a saúde do paciente e levar ao desenvolvimento de tuberculose resistente. “A boa notícia é que a tuberculose tem cura quando o tratamento é feito da maneira correta, de acordo com as recomendações do médico”, completa a especialista.

 

Biomedicina ganha espaço

A biomedicina vem ganhando notoriedade como uma ciência com atuação em diversas áreas da saúde, incluindo a pesquisa e o diagnóstico de doenças. O biomédico Lincoln Luís Silva, doutorando da Duke University, na cidade de Durham (EUA), é membro do grupo de estudos Global Emergency Medicine Innovation and Implementation Research (GEMINI) Lab. 

Segundo ele, há anos são pesquisadas substâncias com potencial para uso no tratamento da tuberculose, formas para melhorar o diagnóstico da doença e traçar o perfil de resistência da bactéria. “Tudo isso oferece um grande suporte à clínica médica, mas os ramos de atuação da biomedicina vão muito além.” 

Lincoln Silva explica que a epidemiologia da doença também tem sido de grande interesse para os profissionais da área, pois permite a criação de medidas de baixo custo e de alta eficiência no combate à doença, uma vez que pesquisas clínicas, diagnósticos e tratamentos para a tuberculose são altamente dispendiosos para o governo. 

“Estamos trabalhando em uma dissertação de mestrado do Programa Ciências da Saúde, da Universidade Estadual de Maringá, realizado pelo estudante Henderson Junior Narciso, para verificar o impacto da Covid-19 nas notificações dos casos de tuberculose no Estado do Paraná”, conta o biomédico. 

O estudo ecológico com abordagem geoespacial tem como objetivo checar se os locais de alta concentração dos casos de Covid-19 se sobrepuseram aos locais que, historicamente, são regiões de alta incidência de tuberculose. 

“É possível que a queda nas notificações de tuberculose tenha sido causada pela Covid-19, o que resultaria na redução do acesso aos cuidados de saúde e, portanto, no aumento da mortalidade por tuberculose no Estado”, avalia.

 

Como a doença é transmitida?

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e pode ocorrer durante a fala, espirro ou tosse de pessoas contaminadas, que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. De acordo com o Ministério da Saúde, um indivíduo com baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. 

A tuberculose não é transmitida por objetos compartilhados como talheres, copos, entre outros. Em geral, após 15 dias de tratamento, o infectado deixa de transmitir a doença, mas o ideal é que as medidas de controle sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia. A recomendação é cobrir a boca com o braço ou um lenço ao tossir e manter o ambiente bem ventilado.

 

Atenção aos sintomas

Tosse por mais de duas semanas, febre, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço, dor no peito e escarro com sangue em casos mais graves.

 

O que fazer se apresentar sintomas?

É fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica e realização de exames. Se o resultado for positivo para tuberculose, o tratamento deve ser iniciado o mais rapidamente possível. É fundamental seguir o tratamento até o final para evitar complicações da doença.

 

Como a tuberculose é diagnosticada?

O diagnóstico da tuberculose é feito por meio de exames bacteriológicos (baciloscopia, teste rápido molecular para tuberculose e cultura para micobactéria), além de exame de imagem complementar (radiografia de tórax). 

A biomedicina tem atuação importante nos diagnósticos. Os exames bacteriológicos como a baciloscopia direta é a técnica mais utilizada no Brasil. Quando executada corretamente e por profissionais como biomédicos, detecta de 60% a 80% dos casos com resultados em até 48 horas.

 

Como prevenir?

Vacinando as crianças. A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é gratuita no SUS. A imunização protege contra as formas mais graves da doença. 

As doses estão disponíveis nas unidades básicas de saúde, maternidades e devem ser dadas aos pequenos ao nascer ou, no máximo, até os quatro anos de idade.

 

SÍNDROME DO PIRIFORME: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER!

O que é? Como tratar? Quais são os sintomas? A fisioterapeuta Raquel Silvério conta tudo sobre o assunto. Confira

 

A Síndrome do Piriforme, recebe esse nome justamente porque acomete o músculo piriforme localizado na região do glúteo, e é identificada por uma dor intensa na região dos glúteos e do quadril. Ela geralmente acontece quando ocorre um espasmo ou uma contratura na região, que pode ou não comprimir o nervo ciático, que passa bem próximo ao músculo piriforme. Quando ocorre a irritação do nervo, provoca dor na região glútea, e pode acabar irradiando para a parte posterior da coxa, causando formigamento e dormência. 

“O diagnóstico é feito através da avaliação clínica, e com alguns testes específicos, que tem como objetivo excluir qualquer problema lombar, para o diagnóstico final. Falo isso porque infelizmente vejo pessoas sendo diagnosticadas com a Síndrome do Piriforme quando na verdade, essa dor está vindo da região da coluna lombar, onde passa a raiz do nervo ciático, causando sintomas parecidos. Portanto, uma avaliação detalhada é de extrema importância.”, explica Raquel Silvério, fisioterapeuta e diretora do Instituto Trata de Guarulhos. 

Quando a pessoa que tem essa síndrome e apresenta a irritação do nervo ciático, é comum o surgimento de intensa dor na nádega, dormência e sensação de queimação no membro inferior. 

Para confirmar o diagnóstico, normalmente o fisioterapeuta realiza alguns testes, assim é possível também descartar outras situações e verificar a gravidade, podendo então ser indicado o tratamento mais adequado. 

“A síndrome pode ser evitada através da realização regular de exercícios físicos, de fortalecimento, inclusive de musculatura profunda. Mas quando a patologia já se instalou, o tratamento conservador acaba sendo muito eficaz. Entre eles: fisioterapia para sair da crise aguda e exercícios para reequilibrar a força da musculatura da região do quadril. “comenta a fisioterapeuta. 

Abaixo, Silvério traz alguns dos sintomas mais comuns, fique de olho, essas estão relacionados com a compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme e podem ser percebidos principalmente na região lombar, glúteos e coxa, sendo os principais:

  • Dor em forma de pontada e dor ao yoque na região glutea.
  • Sensação de queimação ou de formigamento no glúteo ou atrás da coxa;
  • A dor piora ao ficar sentado e cruzar a perna;
  • A primeira crise pode surgir na gravidez, devido ao aumento do peso e tamanho da barriga;
  • É comum a pessoa andar mancando durante uma crise ciática;
  • Podem estar presentes sintomas como fraqueza da perna, e sensação de dormência na nádega ou na perna.

Para saber mais sobre doenças, tratamentos, dicas, acesse: www.institutotrata.com.br

 

 

Raquel Silvério - fisioterapeuta (Crefito: 116746-F) e Diretora Clínica do Instituto Trata, Unidade de Guarulhos, a profissional possui especialização em fisioterapia músculo esquelética pela Santa Casa de São Paulo, além de formação em terapia manual ortopédica nos conceitos Maitland, Mulligan e Mckenzie e forte experiência em tratamentos da coluna vertebral. Acesse: www.institutotrata.com.br


Piercing oral precisa de cuidados redobrados, explicam dentistas

O acessório, quando colocado na boca, requer cuidados extras a fim de evitar inflamações ou doenças mais graves, como câncer    

 

De acordo com historiadores, o piercing remonta aos tempos antigos, quando as estruturas sociais eram representadas pelo uso de joias. Por exemplo, na Índia, o uso do piercing no septo e na ala do nariz representava as castas mais altas. Quanto aos Maias e Astecas, o piercing na língua distinguia os sacerdotes dos templos. Entretanto, odontólogos reforçam a importância do cuidado extra sob o risco de infecções mais graves na região oral.     

Nos anos mais recentes, os piercings na boca têm se tornado uma forma de expressão individual. Contudo, o acessório colocado na língua, lábios, freio superior ou bochechas pode trazer riscos maiores em relação aos aplicados na orelha, por exemplo. O coordenador do curso de Odontologia do UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Teresina, Sérgio Pires, ressalta que os procedimentos e a rotina pós-aplicação do piercing são decisivos para a boa cicatrização e saúde do paciente. “Antes de perfurar a região, a pessoa deve procurar um dentista. Os principais problemas conhecidos pelo uso do piercing bucal se deve tanto no momento da colocação como em razão do tipo de material utilizado. Podemos citar ainda os constantes atritos dos tecidos bucais, a dificuldade para a higienização adequada e o impedimento da mastigação de determinados alimentos como facilitadores de doenças mais graves, como infecções, inflamações e, em um nível mais grave, câncer na região”, comenta.    

A boca contém milhões de bactérias, motivo pelo qual a probabilidade de infeções depois de um piercing oral seja relativamente alta. Após a aplicação, o dentista Sérgio Pires alerta que a manipulação sem a devida higiene e a fricção do acessório contra os dentes podem danificar a estrutura dental. “É comum que as pessoas fiquem tentadas a ‘brincar’ com o piercing, promovendo atritos com os dentes, os prejudicando. Podem acontecer fraturas e, ao longo do tempo, abrem-se portas para entrada de bactérias. Isso está ligado também à má higiene bucal, quando o paciente não escova os dentes, línguas e bochechas. Piercings na boca precisam de cuidados redobrados. Então, as orientações são simples: lave bem as mãos para tocar no piercing; higienize de forma satisfatória a sua boca, tendo cuidado para não machucar o local do furo; e, não menos importante, visite um dentista a cada três meses, pelo menos”, finaliza o professor.     

Para evitar problemas indesejáveis, é importante seguir algumas etapas para prevenir infecções e demais complicações. São elas: higienização diária do piercing com detergente e álcool; escovação adequada dos dentes e região; realização de bochecho com solução antisséptica e redução dos movimentos com a língua e piercing durante fala e mastigação. Ao menor sinal de alterações, o dentista deve ser consultado. 


Imunoterapia e vacinas são novas opções no tratamento do câncer de mama, diz oncologista

O médico Ramon de Mello destaca pesquisas recentes e os novos métodos 

A imunoterapia e as vacinas abriram um novo horizonte para o tratamento do câncer de mama avançado. “Diante de um panorama preocupante, com 25% das pacientes apresentando taxa de sobrevida de cinco anos, ter novas abordagens para a doença vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida delas”, afirma o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

O câncer de mama lidera entre as doenças que mais afetam as mulheres no mundo. Apenas em 2018, 2,1 milhões novos casos foram diagnosticados ao redor do globo. “O diagnóstico inclui os tumores que já se espalharam para outros órgãos”, explica o oncologista. As metástases mais frequentes são registradas nos ossos (67% dos casos), fígado (40,8%) e as cadeias de linfonodos axilares (30% -- 50%).

“Os tratamentos tradicionais têm promovido poucos avanços na sobrevida e na cura da doença. Por outro lado, pesquisas com a imunoterapia para câncer de mama avançado, por meio do tratamento com células T, têm sido promissoras”, esclarece o oncologista. A técnica tem a coleta de células de defesa específicas diretamente da corrente sanguínea da paciente. Elas são levadas para o laboratório, onde há uma expansão in vitro dessas unidades. Em seguida, elas são reintroduzidas na paciente. “Ao voltarem para o organismo, essas células atacam as células cancerígenas”. 

Em 2018, um estudo realizado com camundongos, por meio de reintrodução de células T modificadas, registrou a redução do tumor em todos os animais em até quatro semanas. “Outras pesquisas apontam que a técnica CAR-T funciona em vários tipos de tumor”, esclarece Ramon de Mello.

 

Vacinas

As terapias com vacinas em câncer de mama avançando trazem progressos em comparação com os tratamentos convencionais. Um dos estudos mostra que, em 15 anos, a taxa de recorrência dos tumores entre as pacientes vacinadas foi de 12,5%, contra 60% daquelas que receberam o tratamento convencional e uma vacina placebo. “Uma outra pesquisa também concluiu que pacientes vacinadas tiveram, em cinco anos, uma sobrevida livre da doença de 14 pontos percentuais maior do que aquelas que receberam placebo”, detalha o pesquisador. 

Ramon de Mello ressalta que o diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para alcançar bons resultados no tratamento do câncer de mama: “Realizar os exames regulares e procurar o especialista sempre que notar alguma alteração no organismo são atitudes importantes no tratamento de qualquer tipo de câncer”.

 


Ramon Andrade de Mello - Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal). O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.  

Confira mais informações sobre o tema no site.

 

 30 de março é Dia Mundial do Transtorno Bipolar, uma das doenças com maior índice de suicídio

 

O dia 30 de março se tornou o Dia Mundial do Transtorno Bipolar em homenagem ao aniversário do pintor Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado como possível portador do transtorno bipolar. Trata-se de uma doença mental que representa um desafio significativo para portadores, profissionais de saúde, familiares e comunidades. O objetivo do Dia Mundial do Transtorno Bipolar é chamar a consciência mundial para transtornos bipolares e eliminar o estigma social. 

De acordo com o Dr. Adiel Rios, Mestre em Psiquiatria pela UNIFESP e Pesquisador do Programa de Transtorno Bipolar do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IpQ-HCFMUSP); o transtorno bipolar é altamente incapacitante e está associado à mortalidade prematura. Uma taxa mais alta de doenças cardiovasculares comórbidas e taxas de suicídio explicam em grande parte a expectativa de vida reduzida. 

A doença é crônica, caracterizada pela recorrência de episódios de mania/hipomania e depressão, com prevalência estimada na população em torno de 1 a 2,4%. As manifestações clínicas geralmente aparecem no final da adolescência e início da fase adulta, o que leva a grandes deficiências, redução da expectativa de vida e altas taxas de mortalidade. 

 

Como identificar

No episódio de mania, o portador apresenta um aumento da energia, euforia, uma alegria intensa e felicidade fora do normal. Também apresenta ideias de grandeza, superioridade ou elevada autoestima e autoconfiança excessiva, que pode atingir um grau fora da realidade. A pessoa pode apresentar também irritabilidade e impulsividade de forma exacerbada.  

“O pensamento fica acelerado, muitas ideias e projetos fluem simultaneamente ou numa sequência tão rápida que fica difícil entender sobre qual assunto a pessoa está falando”, diz o psiquiatra.  

Há diminuição da necessidade de sono, comportamento sexual excessivo, descontrole nos gastos e atitudes sem a percepção de sua inadequação. Fica agitado, eventualmente agressivo, distraído e totalmente desconcentrado. Segundo Adiel, a hipomania tem características similares ao de mania, mas os sintomas são mais brandos.  

Já o episódio de depressão se caracteriza por tristeza profunda, perda de interesse por tudo, pensamentos negativos (ideias de ruína, culpa, inutilidade, baixa autoestima) que podem ser intensos a ponto de configurar um delírio. Há modificações no sono: enquanto algumas pessoas têm insônia, outras apresentam hipersonia (dormem mais do que o habitual).  

Em relação ao apetite, pode haver aumento no consumo de alimentos como forma de aliviar a ansiedade. No entanto, a perda de apetite é mais comum neste quadro. Há também diminuição da libido, perda do prazer, fadiga excessiva e desinteresse por tudo. “A pessoa mal tem vontade de levantar da cama pela manhã ou não existe forças para realizar suas atividades básicas da vida diária”, ressalta o psiquiatra.  

A sequência de manifestação dos episódios maníacos/hipomaníacos e depressivos é variada, ou seja, não acontece, necessariamente, de forma alternada. Os eventos de hipomania e mania, assim como os de depressão, têm duração, em geral, de dias ou semanas.

 

Relação com suicídio

O transtorno bipolar é uma das doenças psiquiátricas com maior índice de suicídios, ao lado da depressão. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, de 30% a 50% dos pacientes com o diagnóstico tentam o suicídio, sendo que cerca de 15% cometem o ato.  

No quadro agudo de euforia, a pessoa tem a sensação de que pode tudo, inclusive se colocar em situações de risco, podendo levar ao ato suicida. Já na depressão, a intensidade da angústia, da perda de interesse pela vida e dos pensamentos sempre negativos acaba chegando ao extremo do suicídio.  

“Por isso, no transtorno bipolar, detectar os sintomas e o risco de um quadro suicida é uma tarefa ainda mais complexa, pois tanto na fase depressiva quanto na euforia existe a possibilidade do paciente chegar ao ponto do suicídio”.

 

Diagnóstico

O diagnóstico costuma ser bastante difícil e pode demorar em média dez anos para ser estabelecido devido a tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais envolvidos, desconhecimento sobre como a doença se manifesta (seja pela falta de conhecimento como pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão), preconceito e autoestigmatização.  

O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos alertam para o diagnóstico do transtorno bipolar. 

“A maioria dos pacientes não procura o psiquiatra na fase de hipomania, mas apenas quando entram em depressão. Se o diagnóstico não for exato, ou seja, se não houver uma maior investigação que aponte o transtorno bipolar, o uso de medicações antidepressivas, sem estabilização do humor, pode piorar o quadro”, pontua Adiel Rios.

 

Causas e tratamentos

Apesar de a doença se manifestar mais comumente no adulto jovem, ela pode acometer pessoas mais velhas, inclusive na terceira idade. Atinge ambos os sexos numa proporção semelhante e perdura a vida toda, ou seja, não tem cura, mas pode ser controlada.  

A causa exata do transtorno bipolar é desconhecida, mas estudos sugerem que o problema pode estar associado a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores, como noradrenalina, serotonina e dopamina. Esse desequilíbrio reflete uma base genética ou hereditária para o transtorno. Há também fatores ambientais/externos, conhecidos como epigenéticos, como o uso de substâncias psicoativas (anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo). 

O tratamento depende da fase da doença. De acordo com o psiquiatra, os quadros maníacos/hipomaníacos são tratados com estabilizadores do humor, como o lítio, anticonvulsivantes e antipsicóticos. Já nos quadros depressivos podem ser antidepressivos devidamente associadas com estabilizadores do humor e por curto período de tempo, para evitar a ocorrência de um quadro maníaco/hipomaníaco.  

“Os sintomas de depressão são a causa mais frequente de incapacidade, sendo que mais da metade dos pacientes em episódios depressivos não respondem adequadamente aos tratamentos disponíveis. Portanto, há uma necessidade urgente de tratamentos coadjuvantes, visando à remissão completa do transtorno, afirma Adiel Rios. 

Segundo a ABRATA, a adesão aos tratamentos tem como importância:

Redução das chances de recorrência de crises;

Controle da evolução do transtorno;

Redução das chances de suicídio;

Redução da intensidade de eventuais episódios;Promoção de uma vida mais saudável.

“O transtorno bipolar tem forte impacto na vida da pessoa e de seus familiares, comprometendo aspectos sociais, afetivos e profissionais. Na dúvida quanto à possibilidade de ser portador de transtorno bipolar, consulte o quanto antes um médico psiquiatra, que poderá fazer a avaliação dos sintomas, o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, finaliza o Dr. Adiel Rios.


Estudo revela a alta global de osteoartrite em 113.25%

Só no Brasil - cerca 12 milhões sofrem com a doença, o equivalente a 6,3% da população adulta
 

Um levantamento do Colégio Americano de Reumatologia, publicado na revista “Arthritis & Rheumatology”, revela um crescimento no número de casos de osteoartrite no mundo. Segundo o estudo, realizado com base em dados que cobrem o período entre 1990 e 2019, houve uma alta global de casos de 113.25% no período estudado: saltou de 247.5 milhões, em 1990, para quase 528 milhões em 2019.

O levantamento se baseou nas informações coletadas pelo consórcio conhecido como Global Burden Disease (Carga Global de Morbidade), que reúne 7 mil pesquisadores de mais de 150 países. De acordo com o levantamento, a doença afeta mais as mulheres que os homens, mas há diferenças geográficas: países com maior índice de desenvolvimento exibem uma incidência mais alta, o que pode estar relacionado a diagnósticos precoces.

O médico ortopedista Dr. Pedro Baches Jorge, explica que a osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens com inflamação e quando atinge os joelhos já é considerada um dos problemas que mais pesa no índice do Global Burden of Diseases, embora, percentualmente, a osteoartrite de quadril seja a que mais vem crescendo. “A doença está aumentando pelo aumento da expectativa de vida e pela falta de cuidados ao longo da vida ou por lesão por atividade física. Para reverter esse quadro é importante prevenir para não gastar a articulação e para estabilizar a evolução deste desgaste”, explica.

Para Baches, o tratamento clínico é baseado em 4 pilares: medicamentos que melhoram a condição da cartilagem articular, perda de peso para não sobrecarregar a articulação, atividade aeróbica para estimular a cartilagem e por fim, o fortalecimento muscular adequado. “Quando os qquatro pilates funcionam, conseguimos controlar a doença apenas clinicamente, e nos casos mais graves, há a opção da realização de infiltração com ácido hialurônico, que ajuda a lubrificar a cartilagem e melhorar o quadro de dor. Nos mais graves ainda a última opção é a cirurgia de prótese de joelho, na qual se troca a superfície do joelho e melhora a qualidade de vida, além de possibilitar o retorno às atividades normais e o fim da dor”, finaliza o médico.

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