O médico Ramon de Mello destaca pesquisas recentes e os novos métodos
A imunoterapia e as vacinas abriram um novo horizonte para o tratamento do câncer de mama avançado. “Diante de um panorama preocupante, com 25% das pacientes apresentando taxa de sobrevida de cinco anos, ter novas abordagens para a doença vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida delas”, afirma o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
O
câncer de mama lidera entre as doenças que mais afetam as mulheres no mundo.
Apenas em 2018, 2,1 milhões novos casos foram diagnosticados ao redor do globo.
“O diagnóstico inclui os tumores que já se espalharam para outros órgãos”,
explica o oncologista. As metástases mais frequentes são registradas nos ossos
(67% dos casos), fígado (40,8%) e as cadeias de linfonodos axilares (30% --
50%).
“Os tratamentos tradicionais têm promovido poucos avanços na sobrevida e na cura da doença. Por outro lado, pesquisas com a imunoterapia para câncer de mama avançado, por meio do tratamento com células T, têm sido promissoras”, esclarece o oncologista. A técnica tem a coleta de células de defesa específicas diretamente da corrente sanguínea da paciente. Elas são levadas para o laboratório, onde há uma expansão in vitro dessas unidades. Em seguida, elas são reintroduzidas na paciente. “Ao voltarem para o organismo, essas células atacam as células cancerígenas”.
Em
2018, um estudo realizado com camundongos, por meio de reintrodução de células
T modificadas, registrou a redução do tumor em todos os animais em até quatro
semanas. “Outras pesquisas apontam que a técnica CAR-T funciona em vários tipos
de tumor”, esclarece Ramon de Mello.
Vacinas
As terapias com vacinas em câncer de mama avançando trazem progressos em comparação com os tratamentos convencionais. Um dos estudos mostra que, em 15 anos, a taxa de recorrência dos tumores entre as pacientes vacinadas foi de 12,5%, contra 60% daquelas que receberam o tratamento convencional e uma vacina placebo. “Uma outra pesquisa também concluiu que pacientes vacinadas tiveram, em cinco anos, uma sobrevida livre da doença de 14 pontos percentuais maior do que aquelas que receberam placebo”, detalha o pesquisador.
Ramon de Mello ressalta que o diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para alcançar bons resultados no tratamento do câncer de mama: “Realizar os exames regulares e procurar o especialista sempre que notar alguma alteração no organismo são atitudes importantes no tratamento de qualquer tipo de câncer”.
Ramon Andrade de Mello - Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal
Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem
doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto (Portugal). O médico tem título de especialista em
Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de
Oncologia Médica (ESMO). Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do
Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da
Unimed, em Bauru, SP.
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