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quinta-feira, 17 de março de 2022

“Chip da Beleza” vulgariza um tratamento sério

Implantes hormonais têm indicações bem estabelecidas, entre elas menopausa e hipogonadismo


O hormônio gestrinona está sendo usados como o “Chip da Beleza”, porém, associações médicas contraindicam o seu uso para fins estéticos. 

Na mulher, a gestrinona tem a ação de inibir o hormônio feminino, suspendendo o ciclo menstrual e proporcionando o ganho de massa muscular. Por isso, passou a ser conhecido como chip da beleza. A gestrinona, inclusive, é considerada doping pela Agência Mundial Antidoping por esses efeitos androgênicos potentes que essa medicação tem. 

Na entrevista que segue, a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato explica quando os implantes hormonais podem ser recomendados e quais os riscos dos chamados chips da beleza.

 

Qual diferença entre implante hormonal e chip da beleza?

O chip da beleza é um termo que se popularizou para se identificar alguns implantes hormonais geralmente associados à ação anabólica, eventualmente gestrinona e testosterona. Sabemos que alguns hormônios aumentam a massa muscular e diminuem a gordura subcutânea quando associado a um treino e alimentação saudável. No entanto, o uso de hormônio para fins estéticos é absolutamente avesso aos endocrinologistas. O chip vulgariza um tratamento sério. Não é um chip, mas um tratamento hormonal e nós, endocrinologistas, não somos a favor de hormônios para fins estéticos. Hormônios só devem ser indicados quando há deficiência hormonal.

 

Para que serve o implante hormonal?

Os implantes hormonais servem para fazer a reposição quando necessário, principalmente os esteroides sexuais – testosterona e estradiol - para pessoas que têm deficiência e indicação dessa reposição. Temos algumas opções subcutâneas no mercado na forma transdérmica e na forma de géis, uma via considerada melhor que a via oral para reposição hormonal.

 

Para quais distúrbios hormonais o implante está indicado?

As principais indicações são para:

- Hipogonadismo: Em homens se refere a uma condição que cursa com a queda dos níveis de testosterona e pode estar associado à síndrome metabólica, obesidade, diabetes, e até mesmo ao envelhecimento, quando chamamos frequentemente essa situação de andropausa. Também pode ser congênito.

- Retirada cirúrgica de ovários

- Menopausa precoce

- Menopausa fisiológica tradicional

 

Qualquer mulher que está na menopausa pode fazer uso de implante hormonal?

Mulheres com câncer de mama, eventos trombóticos e infarto, por exemplo, não estão indicadas a fazer o uso de reposição normal. É preciso individualizar para chegar ao melhor tratamento.

 

Quanto tempo o implante hormonal fica sob a pele?

Depende do tipo de implante que está sendo usado, pode ficar de seis a oito meses. Existem os implantes absorvíveis, que não precisam ser retirados, e os feitos de silicone, que precisam ser removidos após o período determinado pelo especialista.

 

Existe efeitos adversos? Se sim, quais?

Os efeitos são os mesmos de qualquer reposição hormonal, só é uma via diferente. Lembrando que a via oral tem mais efeitos adversos no fígado e piora da libido.

 

O implante hormonal é aprovado pela Anvisa?

Sim, é aprovado como uma forma de reposição hormonal, mas reforço que não é recomendado usar para fins estéticos.

 

Pode ser feito por farmácias de manipulação?

Atualmente, os implantes só são manipulados, o que tem o lado positivo e negativo. Não existe um implante padronizado pela indústria farmacêutica. O lado bom é que você pode personalizar a reposição hormonal. O lado ruim é que a manipulação tem todas as suas dificuldades inerentes à farmácia de manipulação.

 

Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP

https://endocrino.pro/

www.amato.com.br

https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Dor crônica ganha alívio através de impulsos elétricos

Intensidade de energia é controlada por médico treinado para incidir sobre regiões específicas do sistema nervoso e assim transformar as sensações

 
Dor crônica é um tormento e quando já se tentou de tudo e ainda assim ela permanece chega a ser desesperador. Mas há uma luz no fim do túnel: o tratamento de Estimulação Medular, que por meio de impulsos elétricos na medula há a supressão da dor. 

De acordo com a neurocirurgiã Juliana Zuiani, de Campinas, o método de neuromodulação consiste no envio de impulsos através de eletrodos implantados sobre a medula. Movidos a um gerador de energia -- um neuroestimulador ou um marca-passo neurológico --, os pulsos elétricos provocam alteração nos circuitos cerebrais, mudando a sensação da dor. 

“Na prática, o funcionamento é simples. A energia elétrica é emitida em doses controladas para regiões específicas do sistema nervoso. Neste processo, fibras medulares são despertadas ou inativadas para controlar a dor, além de ocorrer alteração de microcirculação sanguínea e modulação de circuitos cerebrais no centro de controle da dor”, explica.

 

Peixe elétrico 

Não é de hoje que se recorre a energia elétrica para tratamento da dor. Gravuras do Egito antigo (600 a.C.) mostram uma espécie de peixe elétrico do rio Nilo (Torpedo Fish) sendo usado como terapia em pacientes. 

Os primeiros marca-passos implantáveis foram os cardíacos, surgidos na década de 1940. O avanço tecnológico permitiu o desenvolvimento de baterias portáteis de longa duração, bem como de eletrodos que se moldam entre a coluna vertebral e a meninge, que reveste a medula espinhal (espaço epidural). Essa evolução viabilizou o implante marca-passo neurológico e possibilitou o cuidado e o alívio para dores intratáveis. 

“Dependendo da região da medula que recebe os estímulos, o cérebro interpreta como um formigamento leve ou uma massagem no local onde antes existia a sensação de dor. A sensação gerada é agradável e substitui a dor”, enfatiza Dra. Juliana. 

Segundo ela, existem métodos de estimulação medular que funcionam em determinadas frequências e que o paciente nem percebe que algo está acontecendo. A programação dos geradores de pulsos é feita por médico treinado. O especialista vai escolher quais polos dos eletrodos estarão com cargas positivas, negativas ou neutras. “Há muitas combinações e o treinamento do médico é para que se evite uma programação ineficaz”.  

As principais indicações para o tratamento de dor crônica são para pacientes com dores neuropáticas refratárias às terapias clínicas e multidisciplinar, como por exemplo, Síndrome de Dor Regional Complexa, Síndrome Pós-Laminectomia, dor associada a vasculopatia de membros inferiores (dor vascular nas pernas), angina refratária (dor de angina - apenas para casos já tratados pelo cardiologista e que persistem com dor), radiculopatia crônica (dor irradiada), neuropatia diabética, entre outras.  

”Para saber se o problema é tratável por esse método, deve-se procurar um especialista em dor ou um neurocirurgião funcional para avaliação”, recomenda Juliana. Outras utilizações com resultados promissores, mas ainda em fase experimental são reabilitação de pacientes com lesão medular, auxílio na recuperação da marcha (voltar a andar), melhora de espasticidade em casos selecionados, progresso de marcha em pacientes com Doença de Parkinson, entre outros. 

O procedimento pode ser realizado com anestesia local ou geral. Vai depender da técnica aplicada e da tolerância do paciente. Essa cirurgia demora entre 40 minutos até duas horas, conforme o caso. 

As quatro marcas de Estimuladores Medulares disponíveis no Brasil são: Medtronic (EUA); Abbott - St. Jude Medical (EUA); Boston Scientific (EUA) e StimWave (EUA). A Dra. Juliana frisa que cada marca tem suas peculiaridades, mas todas são sólidas no mercado, com qualidade técnica e garantia, além de possuírem equipe disponível para auxílio ao paciente. É importante suporte vitalício para os aparelhos, uma vez que os implantes podem durar o resto da vida, com eventual troca de geradores, já que possuem bateria com vida útil variável.

 

Dra. Juliana Zuiani - Formada em Medicina pela Unicamp, onde também fez Residência Médica em Neurocirurgia; Especialização em Neurocirurgia Funcional na Universidade de Toronto - Canadá, e aperfeiçoamento na Cleveland Clinic -- EUA; Especialização em microcirurgia no ICNE - SP com o Prof. Dr. Evandro de Oliveira; Título de especialista em Neurocirurgia; Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional; Coordenadora da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Hospital da PUC Campinas.


Cirurgiões de São Paulo conscientizam população sobre câncer colorretal


O câncer de intestino, ou colorretal, encontra-se entre os mais frequentes tipos de câncer em nosso país. Em homens fica atrás somente dos episódios da próstata. Entre as mulheres, figura imediatamente após os casos de câncer da mama.

 

Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 40 mil novos casos são diagnosticados por ano, muitos deles relacionados a fatores evitáveis como má alimentação, tabagismo e inatividade física.

 

Ao menos por enquanto, as perspectivas para o futuro próximo são preocupantes. Estima-se que, em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com pacientes diagnosticados com a doença supera em mais de 80% à de anos recentes *.

 

Há três anos, 2018, foram desembolsados pelo SUS aproximadamente R$ 545 milhões com procedimentos hospitalares e ambulatoriais para atender pacientes com câncer colorretal, com 30 anos ou mais. Para 2030, o INCA projeta a necessidade de um orçamento específico de R$ 1 bilhão*.

 

O cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista Dr. Roger Beltrati Coser, pontua que o câncer colorretal é tratável, a despeito de ser a terceira neoplasia de maior mortalidade no país. Tal doença geralmente é curável ao ser detectada precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos, e em alguns casos, pode também ser curada até nas formas mais avançadas.

 

          “Se diagnosticado em fase inicial, o tratamento tende a ser menos invasivo, com menor custo para o sistema de saúde, além de apresentar índice de cura elevado”, argumenta Roger Coser, que também é diretor do Capítulo de São Paulo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. 

Ele considera fundamental que os cidadãos tenham ciência disso, para que fiquem atentos aos programas de prevenção e rastreamento.

 

Justamente visando à conscientização social, o Capítulo São Paulo do CBC tem trabalhado firme na campanha Março Azul Marinho, recentemente incluída no calendário oficial da saúde com a aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei 5.024/2019.

 

“Devemos ter muita atenção quanto a sintomas de desconforto abdominal, cólicas / dores abdominais e sinais como emagrecimento e sangramento nas fezes. Se ocorrerem, é necessário procurar imediatamente o coloproctologista ou o cirurgião do aparelho digestivo. A prevenção e rastreamento é fundamental no câncer colorreal, uma vez que a grande maioria dos tumores em estágios iniciais não causa sintomas evidentes.”

 

 O rastreamento consiste na realização de exame para diagnosticar casos de câncer colorretal em pacientes sem sintomas da doença, justamente com o objetivo de identificar tais tumores em estágios mais iniciais. A recomendação atual é iniciar o rastreamento a partir dos 45/50 anos de idade ou antes caso recomendado pelo seu médico.

 

“Quem tem história familiar de câncer de intestino precisa de atenção especial e investigação genética”, acentua Roger Coser. “A polipose adenomatosa familiar é uma doença genética que pode levar ao aparecimento de câncer em pessoas  jovens. Esses pacientes devem iniciar o acompanhamento médico já na infância, na adolescência.

 

Quanto à prevenção, é essencial fazer a lição de casa básica: alimentação saudável, evitar a obesidade, prática de atividade física, não exagerar do consumo de álcool, não fumar. É mister ainda reduzir a ingestão de carne vermelha e de processadas, como presunto, linguiça, salame, bacon, mortadela, salsicha.

 

 O menu ideal tem como base verduras, legumes, frutas, cereais, grãos, sementes. Enfim, a receita comum e a mais eficiente para viver bem.

 

 

* Dados Inca 


Má qualidade do sono pode também ser um risco de doenças cardíacas

 Cerca de dois terços dos adultos da população brasileira apresentam prejuízos na qualidade do sono. A incidência entre jovem desse tipo de problemas tem sido mais frequentemente notada. Aumento da pressão arterial, envelhecimento dos vasos e risco para a ocorrência de arritmias, infarto e derrame podem ser consequências

 

Dormir está longe de ser perda de tempo. Muito pelo contrário, quem dorme pouco pode estar negligenciando tempo de vida. No Dia Mundial do Sono, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Associação Brasileira do Sono (ABS) alertam para a estreita relação entre uma rotina de sono de qualidade e a incidência de doenças cardiovasculares. 

A presença de distúrbios de sono é frequentemente observada na população mundial. No Brasil,  a qualidade de sono ruim é uma realidade para muitos. Dados extraídos recentemente de base populacional mostram que cerca de dois terços dos brasileiros apresentam uma qualidade do sono prejudicada. Em um estudo recente, foi identificada uma maior prevalência de má qualidade do sono entre a população mais jovem, o que não era notado em estudos anteriores. Além disso, a pandemia e situações como a guerra podem prejudicar ainda mais o sono. É o que explica Luciano Drager, professor associado do Departamento de Clínica Médica da FMUSP, especialista da SBC, presidente da Associação Brasileira do Sono (Biênio 2022-2023) e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. 

Múltiplos fatores contribuem para este cenário, incluindo os maus hábitos de sono, o excesso de exposição à luz e interação com a Internet, além de problemas pessoais, familiares e financeiros. De acordo com especialistas, a qualidade do sono pode ser comprometida por uma série de distúrbios. A privação dele, insônia e distúrbios respiratórios, como a chamada apneia do sono, são alguns deles. 

As consequências vão além do desconforto de não ter um sono restaurador e estão relacionados a problemas cardiovasculares. Evidências científicas apontam que estes distúrbios podem induzir arritmias, contribuir para aumentar a pressão arterial, envelhecimento dos vasos e o risco para a ocorrência do infarto e do derrame.  Além disso, os problemas com o sono podem contribuir para o surgimento do diabetes, de alterações no colesterol e promover comprometimento na memória e no humor. 

“Dormir mal acaba ocasionando múltiplas consequências, principalmente a longo prazo”, enfatiza Drager.  

Entre os motivos pelos quais isto pode ocorrer estão o aumento da produção de hormônios de alerta e estresse, como a adrenalina e cortisol, e a alteração dos hormônios que controlam a fome e saciedade, contribuindo para o ganho de peso e alterações no açúcar. Outro agravante é o comprometimento dos vasos sanguíneos. 

Em relação ao que pode ser considerado hoje “saudável” do ponto de vista de sono não só olhando para o coração, mas de uma maneira geral,  não existe uma regra geral e sim de indivíduo para indivíduo. 

É preciso entender as necessidades pessoais com relação à quantidade de horas diárias de repouso para de fato sentir-se descansado. Adotar uma rotina de regularidade, estabelecendo horários para dormir sempre no mesmo horário, além de outras medidas, como a prática regular de atividade física, evitar o uso exagerado de substâncias estimulantes a exemplo da cafeína, refeições mais leves antes de dormir, também fazem parte das recomendações. Estar atento à incidência de roncos, por exemplo,  que podem indicar a da apneia do sono, e reduzir a exposição ao excesso de luz, incluindo a proveniente das telas dos celulares, em especial pelo uso de internet e interações com as redes sociais, são também pontos de atenção. 

“Temos que fazer o máximo possível para respeitar o número de horas do sono a manter esta regularidade. E, os pacientes que vivenciam uma qualidade de sono ruim podem começar a apresentar batedeiras no coração e aumentos da pressão arterial. Esses sinais vitais também precisam ser acompanhados. Valorizar estes quadros e procurar ajuda médica podem ser um ótimo início para a tentativa de recuperar este sono de má qualidade, finaliza Drager. 

 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA



Câncer de pulmão cresce entre mulheres e pode se apresentar de forma diferente em relação aos homens

Novo estudo revela que hormônios sexuais podem influenciar o comportamento da doença 


O câncer de pulmão em mulheres é um grave problema de saúde global. Enquanto a incidência deste tipo de câncer em homens vem caindo gradativamente, apesar de números ainda elevados, nas mulheres vem aumentando expressivamente nos últimos anos. Segundo dados do Global Cancer Observatory já é o terceiro em incidência e o segundo em mortalidade para elas (só perde para o câncer de mama). Considerando os dois sexos, é o terceiro em incidência e o primeiro em mortalidade. 

O câncer de pulmão mais comum é o de células não pequenas (85% de todos os diagnosticados), que é subdividido em três tipos: carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma de pulmão e carcinoma de grandes células. Adenocarcinomas correspondem de 40 a 60% dos cânceres de pulmão em mulheres, enquanto o carcinoma de células escamosas cerca de 10 a 30%. “É um tipo de câncer heterogêneo e apresenta menor associação com o hábito de fumar em comparação com outros subtipos. Estudos estimam que até 50% das mulheres com adenocarcinoma de pulmão são não fumantes, em comparação com 10-15% dos homens não fumantes que desenvolvem esse tipo de câncer”, diz o oncologista torácido Carlos Gil Ferreira, Presidente do Instituto Oncoclínicas. 

Um novo estudo feito por cientistas chineses, publicado em janeiro deste ano na revista Nature, revelou que não houve diferença significativa na incidência de câncer de pulmão de células não pequenas entre homens e mulheres na pós-menopausa, enquanto a incidência em mulheres na pré-menopausa aumentou em comparação com os dois grupos, sugerindo que os hormônios sexuais (endógenos e exógenos) desempenham um papel importante na ocorrência e desenvolvimento de câncer de pulmão. Segundo a publicação, estudos pré-clínicos mostram que a expressão de receptores de estrogênio em tecidos de câncer de pulmão é elevada, sugerindo que o estrogênio está intimamente relacionado à incidência deste tipo de câncer. 

A pesquisa, liderada pelo médico Shiqing Liu, foi feita com base em amostras clínicas de câncer de pulmão e tecidos pulmonares normais adjacentes obtidas do Departamento de Cirurgia Torácida, Hospital Xiangya, Central South University, Changsha, China. Todas as amostras foram coletadas para fim de pesquisas, com consentimento dos pacientes. 

É importante, portanto, estar atento aos sintomas para que se faça exames precocemente. “Mulheres jovens, com menos de 50 anos, consideradas saudáveis, mas com sintomas respiratórios persistentes, deveriam buscar avaliação médica”, diz o Carlos Gil Ferreira. “Se entre fumantes, que são o grupo sabidamente de maior risco, o câncer de pulmão é constantemente detectado em estágios avançados, o que dificulta o tratamento, a probabilidade de diagnóstico tardio em pessoas jovens e consideradas saudáveis aumenta consideravelmente”, completa.

 

Sintomas de câncer de pulmão em mulheres 

Assim como os sintomas de ataques cardíacos são diferentes em homens e mulheres, os sinais de câncer de pulmão entre os dois grupos podem variar. 

Os primeiros sintomas de câncer de pulmão em mulheres são frequentemente sinais de adenocarcinoma de pulmão. Como esses tumores geralmente crescem na periferia dos pulmões, longe das grandes vias aéreas, é menos provável que resultem em tosse.

Em vez disso, os primeiros sintomas podem incluir:

Falta de ar com atividade

Fadiga

Dor nas costas ou no ombro 

À medida que a doença progride, as mulheres desenvolvem sintomas adicionais que podem incluir:

Tosse crônica com ou sem sangue ou muco

Chiado

Desconforto ao engolir

Dor no peito

Febre

Rouquidão

Perda de peso inexplicável

Pouco apetite

Muitas vezes, as mulheres não apresentam sintomas até que o tumor tenha se espalhado (metástase) para outras regiões do corpo. 

Como os homens são mais propensos a serem diagnosticados com carcinoma de células escamosas, seus primeiros sinais de câncer geralmente estão relacionados a problemas nas principais vias aéreas, incluindo tosse crônica ou tosse com sangue. 

 

Dr. Carlos Gil Ferreira - graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1992) e doutorado em Oncologia Experimental - Free University of Amsterdam (2001). Foi pesquisador Sênior da Coordenação de Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre 2002 e 2015, onde exerceu as seguintes atividades: Chefe da Divisão de Pesquisa Clínica, Chefe do Programa Científico de Pesquisa Clínica, Idealizador e Pesquisador Principal do Banco Nacional de Tumores e DNA (BNT), Coordenador da Rede Nacional de Desenvolvimento de Fármacos Anticâncer (REDEFAC/SCTIE/MS) e Coordenador da Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer (RNPCC/SCTIE/MS). Desde 2018 é Presidente do Instituto Oncoclínicas e Diretor Científico do Grupo Oncoclínicas.


Estudo revela que uma em cada duas pessoas não dorme bem e sente o impacto negativo durante o dia

 Levantamento da Emma - The Sleep Company com 3.000 pessoas entre 18 e 65 anos mostra, ainda, que 75% dos entrevistados não possuem hábitos que antecedam o momento de ir para a cama, o que impacta negativamente o sono

 

Pesquisa elaborada pela Emma – The Sleep Company, em comemoração ao Dia Mundial do Sono, revela que apenas 47% dos entrevistados classificam o sono como bom ou ótimo, o que significa que mais da metade da população precisa de ajuda para dormir. O estudo, realizado na Alemanha, França e Reino Unido, ouviu mais de 3 mil pessoas entre 18 e 65 anos e tem como objetivo entender melhor os hábitos e problemas de sono em uma tentativa de despertar a população sobre a importância do sono e o impacto que ele tem no cotidiano. Entre as principais descobertas estão o fato de que 37% dos entrevistados admitem que têm muita dificuldade para dormir, 52% confessam que quando finalmente conseguem dormir, frequentemente acordam durante a noite e 51% admitem que a ansiedade está afetando o sono.

O sono é de vital importância para a saúde e bem-estar, assim como uma boa alimentação e atividade física. E isso pode ser visto nos resultados do estudo do sono promovido pela Emma, que também analisou a forma como o cotidiano é afetado pelo sono ruim. Um terço (32%) dos entrevistados concordou que suas vidas diárias foram impactadas por seus padrões de sono, com um em cada cinco (18%) sendo incapaz de realizar suas tarefas normalmente após apenas algumas horas de sono.

Surpreendentemente, mais da metade (55%) dos entrevistados admitiu se sentir sonolento ao menos uma vez por semana ao completar tarefas diárias. E não é apenas a capacidade de realizar tarefas que é afetada, a resiliência emocional também sofre com isso. Um quarto das pessoas (24%) se sente menos no controle de suas emoções após uma noite sem dormir, além de se sentir menos capaz de fazer escolhas racionais (26%). Outro dado revelado é o de que 18% dos entrevistados admitiram sentir ansiedade após uma noite sem dormir, o que poderia contribuir para o quadro de ansiedade que as pessoas admitiram estar afetando seu sono.

Com os resultados da pesquisa, é possível começar a entender mais sobre os hábitos de dormir da população. Por exemplo, 75% dos entrevistados admitiram que não possuem rituais na hora de dormir, mesmo isso sendo fundamental para criar uma rotina que sinalize ao corpo que é hora de dormir. Outro dado preocupante é que metade das pessoas que afirmaram ter algum tipo de ritual de sono passam parte do tempo mexendo no celular e ou vendo TV enquanto estão na cama. E embora seja amplamente divulgado que utilizar o quarto apenas para dormir e sexo pode contribuir para um sono melhor, inesperadamente 60% dos pesquisados reconheceram que seu quarto não poderia ser considerado um santuário e 33% confessaram que fazem outras coisas na cama, como estudar ou comer.

A neurocientista e Chefe de Pesquisa do Sono da Emma – The Sleep Company, dra. Verena Senn, explica que negligenciar nossas rotinas de sono e continuar com maus hábitos de sono pode ser prejudicial à nossa saúde. "O sono desempenha um papel vital para nos manter em forma e saudáveis. Quando se tem um sono de boa qualidade a cada noite, a pessoa tende a acordar sendo a melhor versão de si mesma, tendo dado à sua mente e corpo o tempo necessário para recarregar e, então, acordar se sentindo revigorada”.

A especialista explica que dormir melhor – idealmente de 7 a 9 horas por noite – é como recarregar uma bateria. Quando a bateria está totalmente carregada, ela tem a energia positiva necessária para executar tarefas no seu melhor estágio. O mesmo acontece com seres humanos, quando estamos totalmente descansados e recarregados, temos a energia positiva e motivação para ter um bom desempenho em todas as áreas da vida.

"Seja em nossa vida profissional, nos relacionamentos, para a confiança ou saúde mental, o impacto positivo que uma boa noite de sono tem é de longo alcance. Por exemplo, um bom descanso pode estar ligado ao sucesso profissional e riqueza, com salários mais altos atrelados à qualidade do sono. Pode, inclusive, ajudar os alunos a melhorar suas notas em até 20% e ainda aumentar o desejo sexual, com mulheres sendo 14% mais propensas a se envolverem em atividade sexual no dia seguinte para cada hora adicional de sono. Dormir bem é realmente transformador”, conclui.

 

Emma – The Sleep Company

team.emma-sleep.com/press 


Covid derruba transplante de córnea no Brasil

Estudo inédito estima que nos próximos dois anos São Paulo vai precisar aumentar 34% as cirurgias/mês e o Brasil 91%.

 

Desde a chegada da pandemia de covid ao Brasil em março de 2020, o transplante e a captação de córnea sofrem forte queda. Dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) mostram que em 2020 o número de transplantes caiu praticamente pela metade, totalizando 7,1 mil cirurgias ante 14,9 mil em 2019. No ano passado, o levantamento da ABTO revela que o procedimento continuou 16% abaixo da pré-pandemia com 12,7 mil brasileiros transplantados. 

Pior: a fila de espera neste período cresceu cerca de 80%, saltando de 10,7 mil inscritos no final de 2019 para 18,8 mil em dezembro de 2021. Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas, este balanço explica a estimativa de um estudo inédito publicado este mês na revista científica CORNEA - O Brasil vai precisar aumentar 34% os transplantes mensais em São Paulo e em 91% no País para daqui dois anos retomar o número de inscritos na fila de espera antes da COVID. 

O oftalmologista ressalta que o mais dramático é que 7 em cada 10 dos que aguardam por uma córnea são jovens. Isso porque, no Brasil a maior causa de transplante de córnea é o ceratocone que geralmente surge no início da adolescência.  A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do qual o médico faz parte, é de que 100 mil brasileiros têm a doença. No topo do ranking de inscritos na fila de transplante estão moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nesta ordem. 

Para Queiroz Neto o fim da pandemia ainda é controverso e, por isso, nunca foi tão importante manter o acompanhamento do ceratocone em dia. Uma evidência disso é a constatação em um recente estudo publicado no JAMA, conceituado jornal da Associação Médica Americana. A pesquisa revela que 55% das córneas de falecidos infectados pelo covid carregam partes do vírus. Significa que as captações podem continuar baixas enquanto o coronavírus circular entre nós.

 

Sintomas e fatores de risco

O oftalmologista explica que o ceratocone, enfraquece e afina a córnea, lente externa do olho que vai tomando o formato de um cone conforme progride. “No início pode ser corrigido com óculos e frequentemente é confundido com astigmatismo pelos sintomas em comum: visão desfocada para perto e longe, fotofobia, ofuscamento e visão embaçada”, salienta. A principal diferença é a troca mais frequente dos óculos que passam a não oferecer boa correção visual conforme o ceratocone progride. Quem faz parte dos grupos de risco deve passar por uma tomografia na córnea ainda na infância, quando a progressão é mais acelerada.  Os principais grupos de risco elencados pelo médico são pessoas que têm:

·         Casos na família~

·         Alergia

·         Síndrome de Down

·         Olho seco

·         Hábito de coçar os olhos

·         Apneia do sono

·         Miopia e alta miopia

 

Diagnóstico

O especialista destaca que a tomografia pode flagrar o ceratocone bem no início. “Em alguns pacientes a doença provoca saliências na face interna da córnea. Este exame permite o diagnóstico precoce por avaliar milhares de pontos da superfície interna e externa”, afirma.  O problema é que um levantamento conduzido por Queiroz Neto com 315 portadores de ceratocone revela que só 3% foram diagnosticados na infância quando a doença tem progressão bastante rápida.

 

Tratamentos

O único tratamento que interrompe a progressão em 90% dos casos é o crosslinking. O procedimento, observa, é ambulatorial e feito com uma gota de colírio anestésico. Aumenta em até 3 vezes a reticulação das fibras de colágeno córnea.  Consiste na aplicação de vitamina B2 (riboflavina) e luz ultravioleta na córnea. Em 3 dias as atividades podem ser retomadas. Queiroz Neto destaca que o croslinking é contraindicado para córnea fina, olhos com cicatrizes, portadores de glaucoma, histórico de herpes e outras alterações externas nos olhos.

Outro tratamento é o implante de anel intraestromal que aplana a córnea, deixa a lente mais estável no olho e melhora a visão. Para que tem muito desconforto no uso de lentes rígidas para corrigir o ceratocone uma alternativa para escapar do transplante é a lente escleral que invés de ficar apoiada na córnea se apoia na esclera.

“Igual a todas as outras doenças, no ceratocone a prevenção continua sendo o melhor remédio, principalmente porque no transplante pode ocorrer rejeição”, conclui.


6 Hábitos que Prejudicam os Joelhos e Como Mudá-los

Como anda a saúde dos seus joelhos? Os joelhos são umas das articulações mais importantes do corpo humano. Contudo, uma das que mais sofrem e se desgastam ao longo da vida.

 
Muitos problemas nos joelhos poderiam ser evitados por meio da adoção de medidas simples, mas que a maioria das pessoas desconhece. Ao contrário de proteger os joelhos, adotamos hábitos que só aceleram seu desgaste e aumentam o risco de lesões.
 
Com a ajuda da fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, elaboramos uma lista dos 6 hábitos mais prejudiciais para os joelhos e as soluções para protegê-los do desgaste e reduzir o risco de lesões. Confira.


 
 1-Usar sapatos com solado raso


Não são só os pés que sofrem com o uso de sapatos inadequados. Todos os calçados com solado raso, como chinelos, sapatilhas, rasteirinhas e tênis, por exemplo, não conseguem absorver o impacto dos joelhos durante a caminhada, corrida ou esportes. Além disso, esses calçados não oferecem suporte para o arco plantar dos pés.


Solução: Você não precisa doar seus calçados com esse tipo de solado. Contudo, você precisa escolher seus sapatos de acordo com a atividade que você vai praticar.

Caso seja possível, opte sempre por sapatos que tenham um solado mais alto para atividades do dia a dia. Para ficar em casa, escolha chinelos mais anatômicos e que oferecem, no solado, o suporte para o arco plantar.

Para praticar esportes de alto impacto, como corridas, jump ou até mesmo caminhadas mais intensas, escolha tênis com um bom sistema de amortecimento. Os sapatos sociais também precisam ter um solado mais alto. Essa recomendação vale para os homens e para as mulheres. Atualmente, é possível encontrar diversos modelos com solado “flatform”.


 

2- Sentar-se com as pernas para trás

Grande parte da população passa longas horas sentada, todos os dias. Seja no escritório, no carro ou no transporte público, algumas posições podem prejudicar seus joelhos.
 
Entre as posturas ruins para a saúde da articulação estão o hábito de dobrar as pernas para trás ou as estendê-las para frente ao se sentar. Cruzar as pernas ou sentar-se sobre uma das pernas também é uma postura comum no dia a dia da população, mas extremamente ruim para os joelhos.
 
A adoção dessas posturas estressa a articulação de forma repetitiva. Com o tempo, você pode desenvolver tendinite, bem como uma osteoartrose.
 
Solução: Sempre que estiver sentado, os joelhos devem formar um ângulo de 90 graus em relação a cadeira, com os pés bem apoiados no chão.


 

3- Estar acima do peso

O sobrepeso e a obesidade são prejudiciais para a saúde como um todo. Contudo, os quilos extras podem afetar muito a saúde dos seus joelhos. Inclusive, essa é uma das principais causas de osteoartrose. Para cada quilo que você pesa, seus joelhos recebem quatro vezes mais carga.
 
Solução: Manter o peso ideal para sua composição corporal é a melhor forma de proteger seus joelhos do desgaste que resulta na osteoartrose.


 
4- Praticar esportes de alto risco

A prática esportiva é essencial para a saúde em geral. Contudo, alguns esportes aumentam os riscos de lesões importantes nos joelhos, como o rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA).
 
Trata-se de uma lesão muito comum em jogadores de futebol, basquete e vôlei, por exemplo.  

As mulheres, em particular, têm um risco de 2 a 8 vezes maior de lesões do LCA em comparação com os homens. Entre os principais sintomas do rompimento do LCA estão:
 
Solução. Você deve e pode continuar a jogar sua pelada ou aquela partida de vôlei com os amigos. Para prevenir lesões nos seus joelhos, invista em treinamentos de musculação para fortalecer toda a cadeia muscular que atua na articulação.


 
5. Falta de Alongamento
 
Poucas pessoas na vida adulta costumam se alongar. O resultado é o encurtamento muscular que se traduz na perda da flexibilidade e da amplitude de movimento.

Nos joelhos, especificamente, a falta de alongamento afeta todos os músculos que atuam na articulação. A consequência é o aumento do desgaste das estruturas que aumenta o risco de lesões.
 
Solução: Pratique alongamentos todos os dias, se possível ao acordar. Os exercícios levam ao estiramento das fibras musculares que aumentam de comprimento. Como efeito, há um aumento da amplitude de movimento, ou seja, da flexibilidade.


 
6. Vida sedentária

O sedentarismo é a causa de diversas doenças. O corpo humano não foi feito para ficar parado, exceto na hora de dormir. Em relação aos joelhos, a falta de atividades físicas pode levar à atrofia dos músculos que os sustentam, bem como há redução da amplitude de movimento.
 
Solução: Você não precisa frequentar uma academia para se exercitar. Insira no seu dia a dia momentos em que possa caminhar. No escritório, levante a cada 50 minutos para pegar água, tomar um café ou simplesmente para mexer o corpo. Caso trabalhe em casa, siga a mesma recomendação. Procure também se alongar ao longo do dia.
 
Você também pode ir a pé na padaria, na farmácia, fazer caminhadas ao redor do seu bairro etc. O mais importante é você entender que toda atividade conta e é imprescindível para proteger seus joelhos do desgaste e das lesões.
 
“Como vimos, ao longo da vida adotamos hábitos ruins, principalmente vícios de postura, que mais tarde podem se refletir em condições mais severas. Com relação aos joelhos, o principal risco é evoluir para a osteoartrose. A doença não tem cura e pode causar muitas dores e perda da mobilidade quando envelhecemos. Por isso, é preciso mudar esses hábitos para uma longevidade saudável”, finaliza Walkíria.


Volta às aulas: fisioterapeuta chama atenção para cuidados com a postura

Especialista aponta que quadros de lesões e agravos começam na primeira infância e orienta pais e responsáveis para a prevenção

 

Horas seguidas na mesma posição, má postura ao sentar, costas curvadas e cabeça abaixada sobre o caderno, celular ou computador. Esse é o quadro que volta a fazer parte da rotina de crianças e adolescentes no mês de fevereiro, quando as aulas retornam presencialmente na escola ou mesmo à distância. 

Apesar de corriqueiro, o cenário pode ser perigoso para a saúde dos jovens. Karinna Aires, docente do curso de Fisioterapia na Estácio, aproveita o momento para alertar pais e responsáveis sobre os cuidados necessários para prevenir dores e lesões na coluna a longo prazo. 

“Os prejuízos podem ir desde dores, desconforto muscular/articular e alterações posturais, que são mais fáceis de serem tratadas. No entanto, um quadro de escoliose, hiperlordose, e hipercifose, de acordo com grau e nível de complexidade, pode ter uma recuperação mais demorada”, diz. 

A fisioterapeuta explica que não existe certo ou errado quando o assunto é “postura”, mas o tempo que se passa em uma mesma posição deve ser monitorado. “O nosso corpo é muito inteligente, é importante lembrar que ele vai sempre buscar por conforto, economia de energia e equilíbrio, sendo assim, tempos prolongados em uma mesma posição acabam por sobrecarregar o sistema osteomioarticular, responsável pela movimentação e sustentação do corpo”, explica. 

Karinna pontua que é por volta da adolescência que os pais e responsáveis costumam perceber os prejuízos na saúde dos filhos, mas ela alerta que os danos podem ter começado bem antes, desde a primeira infância, especialmente agora, que as crianças passam mais tempo na frente das telas do que se movimentando em brincadeiras -- o que deve ser priorizado. 

“O exercício físico é considerado padrão ouro para o tratamento e a prevenção dessas alterações e seus agravos. O primeiro direcionamento é que essa criança seja ativa, para se expor aos mais diversos movimentos durante as brincadeiras com corrida, dança, entre outros”, orienta a especialista. Para os adolescentes, ela aponta, o pilates é umas das modalidades que contribuem para a minimizar a progressão das lesões. 

Para o uso de celulares e tablets, a instrução é limitar o tempo e atentar para que o equipamento seja posicionado à altura dos olhos, em vez de a cabeça se mover para baixo em direção à tela. 

Outro direcionamento oferecido pela profissional é que mochilas, carteiras e o cantinho da criança para estudar em casa tenham padrões que permitam o movimento livre e não causem sobrecarga articular e muscular. 

“Por exemplo, mochilas pesadas, carregadas por muito tempo podem levar a criança a adotar um padrão cifótico, que permita a ela carregar o fardo sem sentir tanto desconforto naquele momento. Então, é recomendado o uso de mochilas com material exclusivo apenas para as atividades do dia, reduzindo assim o peso, ou se possível, trocar a mochila por uma bolsa com rodas”, incentiva a profissional.

 

Estácio


Dia Internacional da Síndrome de Down: os cuidados que bebês e crianças com essa condição exigem dos pais

 Segundo pediatra de hospital da ZN de São Paulo, estímulo precoce, alimentação saudável e ajuda de profissionais capacitados podem garantir o máximo desenvolvimento cognitivo e motor dos pequenos

 

Celebrado internacionalmente como o Dia da Síndrome de Down, 21 de março faz alusão à alteração genética que provoca essa condição: a trissomia, ou seja, a presença de três cópias do cromossomo 21 no organismo, em vez de duas. A data de 21/3, porém, é muito mais que um jogo de números e busca celebrar a vida dessas pessoas, a fim de garantir que elas tenham os mesmos direitos e oportunidades que todos os demais. 

Estima-se que, em todo o mundo, nasçam entre 3 e 5 mil pessoas com a síndrome por ano, com incidência de um caso a cada mil bebês. Mas quais cuidados as crianças com essa condição podem exigir? Como os pais devem se portar? Por qual tipo de ajuda profissional devem procurar?  

“Primeiramente, é preciso deixar claro que nenhum comportamento dos pais é capaz de causar a SD”, explica o Dr. Mário José Mariosa Silveira, pediatra e coordenador da UTI neonatal do HSANP, hospital referência na Zona Norte da cidade de São Paulo. “É importante que essas famílias se empenhem na tarefa de criar os filhos, mas procurem levar a vida normalmente. Mais que qualquer outra, essa criança precisa fundamentalmente de carinho, alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente muito acolhedor”, acrescenta. 

Segundo o especialista, a estimulação precoce, desde o nascimento, é a forma mais eficaz de promover o desenvolvimento dos potenciais intelectuais da criança com SD. “O aleitamento materno é o melhor alimento para todo bebê, porém esse processo pode exigir um pouco mais de paciência dos pais: por conta do tônus muscular diminuído (hipotonia) e do maior volume da língua, elas podem ter dificuldade para sugar o leite. A orientação de um profissional especializado pode ser fundamental nesse momento”, orienta o Dr. Silveira. 

A alimentação complementar dos bebês com Síndrome de Down deve começar entre o quarto e o sexto mês de vida, nada diferente dos demais. “Não existem normas rígidas para a alimentação complementar, que deve ser adaptada a cada criança. Uma boa dica é amassar a comida com colher, para alcançar uma consistência pastosa e, assim, evitar problemas com mastigação e deglutição”. 

Ainda sobre a parte nutritiva, o pediatra alerta que os responsáveis precisam sempre garantir uma alimentação saudável às crianças durante as etapas seguintes do crescimento, já que, por consumirem menos energia, elas podem desenvolver a obesidade. “Além dessa questão com o peso, as pessoas com SD têm mais tendência a apresentar outros problemas de saúde, como cardiopatia congênita, alterações da tireoide e doenças autoimunes. Os familiares devem sempre buscar cuidados que levem em conta essas especificidades e, quando preciso, acionar programas de intervenção precoce com equipe multidisciplinar”. 

O especialista esclarece também que as crianças com Síndrome de Down têm ritmos diferentes de desenvolvimento intelectual e, embora apresentem características físicas em comum, são muito diferentes umas das outras, com personalidades próprias. “Na maioria dos casos, é muito importante que elas sejam matriculadas em escolas regulares, onde possam interagir com colegas e professores, respeitando sempre os limites que a síndrome impõe”. 

Por fim, o Dr. Silveira aponta que outros profissionais especializados podem ser fundamentais para o avanço cognitivo, sensorial e motor das crianças com essa condição: “fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia são tratamentos que contribuem muito com o estímulo do potencial das pessoas com Síndrome de Down”, encerra o pediatra e coordenador da UTI neonatal do HSANP.

 

HSANP - Hospital referência na Zona Norte
 

Odontologia Hospitalar ajudou a reduzir em 35% as infecções do trato respiratório no Regional de Marabá

 Na semana em que é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal, especialista reúne cinco dicas para o seu dia a dia


Na semana em que é lembrado o Dia Mundial da Saúde Bucal (20/3), o Hospital Regional do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá (PA), destaca as ações de odontologia desenvolvidas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que contribuíram para a redução de 35% dos casos de infecção hospitalar do trato respiratório em 2021. 

Os atendimentos de saúde bucal realizados pelo serviço de odontologia hospitalar do HRSP ajudaram na redução das taxas de infecções, por meio do diagnóstico precoce de lesões bucais que podem interferir no quadro clínico dos pacientes internados nas UTIs, especialmente daqueles sob ventilação mecânica. 

O estudo, realizado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), indicou que em 2020, a densidade das infecções do trato respiratório (pneumonia aspirativa) no HRSP ficou na faixa de 15,7%, enquanto em 2021, a taxa caiu para 10,2%. 

Segundo o cirurgião-dentista intensivista Thiago Marques, que atua na UTI do HRSP, a boa saúde bucal do paciente é determinante para a redução de infecções, que são agravadas quando os usuários permanecem com a boca aberta por um longo período devido ao uso de tubo, ou uso de medicamentos que podem diminuir a produção de saliva. 

"A saliva é uma grande protetora da saúde bucal, pois retarda a proliferação das bactérias. Se o paciente tem o fluxo salivar reduzido devido ao uso de medicações ou pela desidratação provocada pela boca aberta, há um risco elevado de desenvolver muitas infecções na boca ou de aspirar certas bactérias", ressalta Thiago. 

O especialista explica ainda que os dentes possuem um biofilme onde alguns tipos de bactérias podem ficar retidas e formar um acumulado de placa bacteriana, como por exemplo, o "pneumococo", que causa pneumonia. Como o antibiótico não penetra nesta placa bacteriana, o paciente pode aspirar as bactérias, que ao atingir o pulmão, provocam complicações. 

"Realizamos diversos procedimentos odontológicos nas UTIs que contribuem para a redução das infecções, como aspiração de secreções bucais, escovações, extrações e raspagens, com descontaminação dos tecidos bucais, dentre outros”, complementa o cirurgião-dentista. 

O HRSP possui em suas UTIs uma equipe multiprofissional composta por dentista, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, entre outros, que atuam diariamente com o propósito de oferecer um atendimento humanizado aos pacientes. A unidade, que é referência para mais de um milhão de pessoas de 22 municípios da região, pertence ao Governo do Pará sendo gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, e presta atendimento 100% gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde). 


Dicas para a saúde bucal

O Dia Mundial da Saúde Bucal tem como objetivo alertar a sociedade sobre a importância de uma boa higiene bucal, desde a infância até a melhor idade. Para auxiliar a população, o dentista do Regional de Marabá destaca cinco dicas essenciais, confira: 

•Escovação: Escove os dentes por, em média, dois minutos. A escovação ajuda a remover os alimentos e a placa bacteriana, causadora de várias doenças gengivais. Lembre-se de escová-los pelo menos três vezes ao dia, após cada refeição principal. 

•Fio Dental: Use pelo menos uma vez por dia o fio dental, que ajuda a alcançar as áreas mais difíceis entre os dentes, retirando alimentos escondidos. Ele pode auxiliar ainda na redução de doenças gengivais e o mau hálito, removendo a placa bacteriana que se forma ao longo da gengiva. Não utilize palito de madeira, que só remove os pedaços maiores de alimentos e podem machucar as gengivas. 


•Troque a escova regularmente: Substitua a sua escova de dentes a cada três meses, essa é a vida média dela. Utilizar uma escova de dentes velha não limpará os dentes e a boca corretamente. 


•Cuidado com que você consome: Estudos apontam uma forte relação de doenças bucais com o consumo excessivo de álcool, tabaco, e dietas cheias de açúcar e gordura. 


•Visite o dentista: A ida ao dentista é indispensável para a sua saúde bucal, seja para um simples check-up, uma limpeza ou cuidados mais específicos, como tratamento de canal. A indicação é visitar o consultório a cada seis meses.


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