Especialista aponta
que quadros de lesões e agravos começam na primeira infância e orienta pais e
responsáveis para a prevenção
Horas seguidas na
mesma posição, má postura ao sentar, costas curvadas e cabeça abaixada sobre o
caderno, celular ou computador. Esse é o quadro que volta a fazer parte da
rotina de crianças e adolescentes no mês de fevereiro, quando as aulas retornam
presencialmente na escola ou mesmo à distância.
Apesar de
corriqueiro, o cenário pode ser perigoso para a saúde dos jovens. Karinna
Aires, docente do curso de Fisioterapia na Estácio, aproveita o momento para
alertar pais e responsáveis sobre os cuidados necessários para prevenir dores e
lesões na coluna a longo prazo.
“Os prejuízos podem
ir desde dores, desconforto muscular/articular e alterações posturais, que são
mais fáceis de serem tratadas. No entanto, um quadro de escoliose,
hiperlordose, e hipercifose, de acordo com grau e nível de complexidade, pode
ter uma recuperação mais demorada”, diz.
A fisioterapeuta
explica que não existe certo ou errado quando o assunto é “postura”, mas o
tempo que se passa em uma mesma posição deve ser monitorado. “O nosso corpo é
muito inteligente, é importante lembrar que ele vai sempre buscar por conforto,
economia de energia e equilíbrio, sendo assim, tempos prolongados em uma mesma
posição acabam por sobrecarregar o sistema osteomioarticular, responsável pela
movimentação e sustentação do corpo”, explica.
Karinna pontua que é
por volta da adolescência que os pais e responsáveis costumam perceber os
prejuízos na saúde dos filhos, mas ela alerta que os danos podem ter começado
bem antes, desde a primeira infância, especialmente agora, que as crianças
passam mais tempo na frente das telas do que se movimentando em brincadeiras --
o que deve ser priorizado.
“O exercício físico
é considerado padrão ouro para o tratamento e a prevenção dessas alterações e
seus agravos. O primeiro direcionamento é que essa criança seja ativa, para se
expor aos mais diversos movimentos durante as brincadeiras com corrida, dança,
entre outros”, orienta a especialista. Para os adolescentes, ela aponta, o
pilates é umas das modalidades que contribuem para a minimizar a progressão das
lesões.
Para o uso de
celulares e tablets, a instrução é limitar o tempo e atentar para que o
equipamento seja posicionado à altura dos olhos, em vez de a cabeça se mover
para baixo em direção à tela.
Outro direcionamento
oferecido pela profissional é que mochilas, carteiras e o cantinho da criança
para estudar em casa tenham padrões que permitam o movimento livre e não causem
sobrecarga articular e muscular.
“Por exemplo,
mochilas pesadas, carregadas por muito tempo podem levar a criança a adotar um
padrão cifótico, que permita a ela carregar o fardo sem sentir tanto
desconforto naquele momento. Então, é recomendado o uso de mochilas com
material exclusivo apenas para as atividades do dia, reduzindo assim o peso, ou
se possível, trocar a mochila por uma bolsa com rodas”, incentiva a
profissional.
Estácio
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