Na semana em que é lembrado o Dia Mundial da Saúde Bucal
(20/3), o Hospital Regional do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em
Marabá (PA), destaca as ações de odontologia desenvolvidas nas Unidades de
Terapia Intensiva (UTIs), que contribuíram para a redução de 35% dos casos de
infecção hospitalar do trato respiratório em 2021.
Os atendimentos de saúde bucal realizados pelo serviço de odontologia
hospitalar do HRSP ajudaram na redução das taxas de infecções, por meio do
diagnóstico precoce de lesões bucais que podem interferir no quadro clínico dos
pacientes internados nas UTIs, especialmente daqueles sob ventilação
mecânica.
O estudo, realizado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH),
indicou que em 2020, a densidade das infecções do trato respiratório (pneumonia
aspirativa) no HRSP ficou na faixa de 15,7%, enquanto em 2021, a taxa caiu para
10,2%.
Segundo o cirurgião-dentista intensivista Thiago Marques, que atua na UTI do
HRSP, a boa saúde bucal do paciente é determinante para a redução de infecções,
que são agravadas quando os usuários permanecem com a boca aberta por um longo
período devido ao uso de tubo, ou uso de medicamentos que podem diminuir a
produção de saliva.
"A saliva é uma grande protetora da saúde bucal, pois retarda a
proliferação das bactérias. Se o paciente tem o fluxo salivar reduzido devido
ao uso de medicações ou pela desidratação provocada pela boca aberta, há um
risco elevado de desenvolver muitas infecções na boca ou de aspirar certas
bactérias", ressalta Thiago.
O especialista explica ainda que os dentes possuem um biofilme onde alguns
tipos de bactérias podem ficar retidas e formar um acumulado de placa
bacteriana, como por exemplo, o "pneumococo", que causa pneumonia.
Como o antibiótico não penetra nesta placa bacteriana, o paciente pode aspirar
as bactérias, que ao atingir o pulmão, provocam complicações.
"Realizamos diversos procedimentos odontológicos nas UTIs que contribuem
para a redução das infecções, como aspiração de secreções bucais, escovações,
extrações e raspagens, com descontaminação dos tecidos bucais, dentre outros”,
complementa o cirurgião-dentista.
O HRSP possui em suas UTIs uma equipe multiprofissional composta por dentista,
médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogo,
entre outros, que atuam diariamente com o propósito de oferecer um atendimento humanizado
aos pacientes. A unidade, que é referência para mais de um milhão de pessoas de
22 municípios da região, pertence ao Governo do Pará sendo gerenciada pela
entidade filantrópica Pró-Saúde, e presta atendimento 100% gratuito pelo SUS
(Sistema Único de Saúde).
Dicas para a saúde bucal
O Dia Mundial da Saúde Bucal tem como objetivo alertar a sociedade sobre a
importância de uma boa higiene bucal, desde a infância até a melhor idade. Para
auxiliar a população, o dentista do Regional de Marabá destaca cinco dicas
essenciais, confira:
•Escovação: Escove os dentes por, em média, dois minutos. A escovação ajuda a remover os alimentos e a placa bacteriana, causadora de várias doenças gengivais. Lembre-se de escová-los pelo menos três vezes ao dia, após cada refeição principal.
•Fio Dental: Use pelo menos uma vez por dia o fio dental, que ajuda a alcançar as áreas mais difíceis entre os dentes, retirando alimentos escondidos. Ele pode auxiliar ainda na redução de doenças gengivais e o mau hálito, removendo a placa bacteriana que se forma ao longo da gengiva. Não utilize palito de madeira, que só remove os pedaços maiores de alimentos e podem machucar as gengivas.
•Troque a escova regularmente: Substitua a sua escova de
dentes a cada três meses, essa é a vida média dela. Utilizar uma escova de
dentes velha não limpará os dentes e a boca corretamente.
•Cuidado com que você consome: Estudos apontam uma forte
relação de doenças bucais com o consumo excessivo de álcool, tabaco, e dietas
cheias de açúcar e gordura.
•Visite o dentista: A ida ao dentista é indispensável
para a sua saúde bucal, seja para um simples check-up, uma limpeza ou cuidados
mais específicos, como tratamento de canal. A indicação é visitar o consultório
a cada seis meses.
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