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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

OLHAR OS PROBLEMAS PELA ÓTICA DA OPORTUNIDADE

Ao observar como as pessoas reagem ao estresse provocado por um problema, pesquisadores encontraram duas orientações comuns, cada uma com uma perspectiva específica. Enquanto uma foca os perigos, a outra se concentra na promessa de novas oportunidades. (Daryl R. Conner). 

Orientar times para olharem os problemas pela ótica da oportunidade cria possibilidades onde antes existiam barreiras. A melhor forma para lidarmos com mudanças, conflitos e crises é nos orientarmos por meio da oportunidade. 

No final de 2021, fiz uma pergunta a dezenas de líderes: se pudesse fazer um pedido ao mundo organizacional, qual seria? E as principais respostas foram: reduzir o número de reclamações da equipe; ser informado sobre os problemas, porém já com ideias de soluções; e liderar times engajados. 

Após algumas conversas, concluímos que as principais respostas se referem a um único problema: a falta de foco na oportunidade. O envolvimento com os problemas gera uma grande dificuldade em encontrar alternativas que nos levem a criar e inovar. 

A proposta aqui é explorar o positivo do problema, e, assim, alcançar o comprometimento. Nesse caso, o caminho trilhado é o da busca de comportamentos que geram inovação, que exploram a criatividade, focam o positivo e orientam à oportunidade.

 

Por que isso acontece?

Se vivemos um problema que nos impacta diretamente, que nos faz perder o controle e a clareza sobre o futuro, tenderemos a desenvolver o que é chamado de ‘orientação P’, que significa a orientação ao perigo, que faz disparar uma série de eventos fisiológicos de proteção. Uma outra pessoa pode viver o mesmo problema e se sentir segura e no controle, neste caso, ela apresentará a ‘orientação O’, ou seja, uma orientação voltada para a oportunidade.

Vale ressaltar que o estado de orientação nem sempre é consciente, ou em certas situações, não é consciente por um período determinado e que podemos mudar a nossa orientação. Pessoas orientadas pelo perigo, geralmente, sentem falta de um propósito, de visão clara, se sentem inseguras sobre si e a sua habilidade de gerenciar as incertezas. Por estes motivos têm dificuldade em se reorientar. Tendem a interpretar a vida de forma binária: certo ou errado, sim ou não, devo ou não devo. São profissionais que trabalham com a negação: “Não vejo como isso pode dar certo”. São reativos ao invés de proativos e tendem a se vitimizar.

Já as pessoas orientadas pela oportunidade respondem positivamente aos problemas. Apesar de reconhecerem o perigo, identificam a vantagem a ser explorada. Envolve uma série de competências comportamentais, sendo as principais:

·                    Pensamento sistêmico - visão ampla do cenário;

·                    Pensamento exponencial - lidar com vários eventos simultâneos, compreendendo que a vida não é linear;

·                    Resiliência - a capacidade de nos adaptarmos e nos respeitarmos;

·                    Positividade - criar possibilidades, onde os demais não encontram;

·                    Lidar positivamente com os erros - a habilidade de aprender com os próprios erros e superar as dificuldades;

·                    Ser ágil - ter uma ideia, validá-la, ir adiante ou descartá-la;


·                    Criar conexões - a capacidade de ir além da comunicação;


·                    Ser assertivo - ter clareza sobre o que realmente importa e ser capaz de se posicionar, sem impor.


Frente à quebra de expectativas, as pessoas do tipo “O” se sentem tão desorientadas quanto às pessoas do tipo “P”, porém não se tornam defensivas. Buscam informações que gerem novas possibilidades, lidam positivamente com a vulnerabilidade, tornam-se conscientes sobre suas emoções, acessam seus talentos e reforçam as parcerias. Como resultado desafiam suas suposições, seus quadros referenciais e criam relacionamentos ainda mais fortes.


Como melhorar?

Segundo Ethan Kross, neurocientista, psicólogo, professor premiado da Universidade de Michigan e da Ross School of Business, Seu humor é definido não pelo que você fez, mas pelo que pensou”. Quer dizer que o seu comportamento é definido não pelo que você faz, mas pelo que pensa. Tornar-se consciente sobre os seus pensamentos contribui com a tomada de decisão e o foco no que realmente importa. Questione-se: Qual pensamento motivou tal ação?

Isso significa que a decisão de olhar para o problema e restringir as opções ou olhar para as oportunidades e ampliar as chances, depende do seu ponto de vista, do lugar, onde o seu pensamento o coloca. A atenção é o que nos permite filtrar as coisas que não importam para podermos nos concentrar nas coisas que importam, e um dos principais culpados por manter o nosso foco no problema é o nosso fluxo verbal negativo.

Para mudar uma “orientação P” (perigo) para uma “orientação O” (oportunidade)*:

1º) Olhe de frente. Enfrente voluntariamente seus pensamentos, emoções e comportamentos, com curiosidade e gentileza. Valide qual o pensamento que está gerando a insegurança e de que forma ele pode ser substituído para transformar o pensamento binário em exponencial.

2º) Afaste-se. Depois de observar os seus pensamentos e emoções, amplie a sua visão.

3º) Siga em frente. Identificar como melhorar o que fazemos bem e desenvolver o que nos limita é a alternativa que nos coloca em movimento e transforma a zona de conforto em zona de oportunidade.

Anderson Birman, fundador do Grupo Arezzo, dá instruções: respeite a crise, mas foque no negócio; toda crise traz oportunidades. Encontre-as; respeite a demanda, não antecipe as ofertas; adapte-se, adapte-se e adapte-se de novo; permita-se; e enxergue além da crise, pois cedo ou tarde ELA PASSARÁ.

Seja você também um influenciador de oportunidade, pois como já dizia Daryl R. Conner: "O problema deveria ser visto como um desafio a ser resolvido e oportunidades a serem exploradas, ao invés de algo terrível a ser evitado."

 

* dicas do livro “Agilidade Emocional” de Susan David.

 

Regina Campilongo - Sócia fundadora da Moving Forward – Heads, professora, design e facilitadora de programas de treinamentos comportamentais organizacionais, mentora estratégica ágil, conselheira Trends Innovation, Master IE.

 

A improdutividade é um ciclo vicioso


A improdutividade sempre vem acompanhada de um ciclo vicioso.  E como todo ciclo vicioso, ela pode tornar-se uma bola de neve em sua vida. Mas é importante destacar que a improdutividade pode surgir na vida de qualquer pessoa, em qualquer momento e fase da vida. Esse é um sentimento que também faz parte do ser humano, somos tendenciosos a ficar e gostar da zona de conforto.

Trago aqui algumas reflexões de experiências vividas, onde me conectei com estudos e conceitos aprendidos com o objetivo de entender como melhor lidar e mitigar a improdutividade do meu time.

Analisar os indicadores de performance do time é uma prática que tenho feito com muita intensidade nos últimos dez anos. Quando iniciei minha jornada de líder, achei que poderia utilizar os mesmos mecanismos que eu usava para mensurar a minha produtividade e aplicar no meu time. O resultado?  Não deu tão certo como havia imaginado e quebrei a cara muitas e muitas vezes.

Com o tempo, descobri uma dura realidade. O contexto é muito mais complexo quando se trata de gerenciar o outro, e os mecanismos precisam ser adaptáveis nos mais variados níveis de exigências e resultados.

Fazer com o que o outro realize o necessário, aquilo que foi estabelecido e proposto durante a contratação, é um imenso desafio. E só entendemos isso na prática, quando muitos sabem o que têm que fazer, mas o agir não acontece na mesma intensidade do saber. Este paradoxo é um movimento cíclico, que traz inércia na geração de resultados. O que no meu conceito era obrigação de um profissional entregar, durante a prática, como líder, se apresentou como um diferencial.

Segundo Caio Arnaes, gerente sênior da Consultoria Robert Half, empresa americana especializada em recrutamento, reconhecida pela excelência no trabalho e nomeada na lista da Fortune das "World’s Most Admired Companies”, existem cinco pontos para pessoas serem demitidas, sendo o primeiro deles a baixa produtividade, seguido da falta de adequação à cultura da empresa, mal relacionamento com a equipe, atrasos e faltas constantes e, por último, a falta de um bom relacionamento com o seu superior.

Frente a essa perspectiva, decidi estudar e analisar as caraterísticas de uma pessoa improdutiva para mudar o meu viés na hora da contratação. E, também, com as pessoas que já fazem parte do meu time, buscando sondar se elas querem sair deste ciclo vicioso da improdutividade e vivenciar modelos diferentes de entrega dos resultados.

Quando falo em improdutividade como um ciclo vicioso, faço aqui uma associação com a vida como um todo, desde o início de todo o nosso aprendizado de obrigações, entregas e prazos. E esse é um processo que se inicia lá na infância. Pois, as pessoas crescem e mudam apenas de ambiente, mas o padrão continua o mesmo.

Assim, ao vislumbrar esse cenário desafiador de um líder, que é ter um time de alta performance, elenquei duas características fortes de uma pessoa improdutiva, ou seja, aquelas que pouco entregam os resultados. A primeira característica é a pessoa que sempre precisa de uma supervisão para finalizar as suas tarefas. A segunda é aquela pessoa que consome o seu tempo se ocupando com atividades que não estão alinhadas com a tarefa principal, ou seja, se distrai facilmente.



Supervisão assídua e distração

É interessante o quanto a nossa qualidade de aprendizados, que começa lá na infância, reflete nos padrões atuais, quando estamos no mundo corporativo. Ao fazer essa regressão para a fase da infância, percebo que as crianças (no quesito comportamental) que precisavam de um reforço escolar e ficavam de recuperação, estudavam apenas no último dia antes da prova. Elas ficavam brincando em sala de aula, entravam por último na sala de aula e eram as primeiras a saírem quando o sinal tocava. Esse tipo de comportamento tende a se repetir com o passar do tempo, só que de uma forma diferente quando pensamos no cenário empresarial.

Essas crianças precisavam sempre de um recall dos pais, dos professores e passavam de ano sempre na navalha. Mas com o tempo, essas crianças crescem e se tornam adultos e profissionais que levam, mesmo que de forma inconsciente, este padrão vivenciado e aprendido de improdutividade. Isso não é uma regra, aliás, falando de pessoas, nada é geral, tudo são pesquisas e percepções como um todo. Mas, por este movimento de associação que fiz, ousei em intitular este artigo como: Improdutivo cíclico.

Contudo, no ambiente corporativo o contexto muda. Aquele velho padrão repetitivo continua sendo o mesmo. Tudo vira um peso, uma dificuldade e nada é entregue dentro do prazo que foi solicitado. Além disso, essas pessoas não conseguem realizar as tarefas sem consumir o tempo de outra pessoa, pedindo ajuda de um colega ou mesmo do seu superior que termina fazendo o serviço.

Esse tipo de pessoa escolhe alguém de muleta para as entregas, consumindo o tempo dela e do outro. Enquanto na infância essa pessoa era a figura da mãe, na fase adulta e no mundo corporativo é o chefe. Parece ser tão lúdico essa associação feita, não é verdade? Mas o ser humano é assim, ele muda o ambiente, mas a origem, quanto aos valores, permanece e esse comportamento cíclico também se mantém o mesmo, só que outra forma. 

A cada dia mais empresas estão com este alerta de olharem o padrão comportamental, o fit cultural do colaborador com a empresa, porque entendem que os softs skills são fundamentais para o profissional performar bem e crescer dentro da organização. Estes pontos não eram nem mencionado antes, o que importava era o currículo, experiências, certificações e diplomas. Isso continua sendo importante, mas não o fundamental.

Liderar pessoas nas mais variadas construções de aprendizados e propósitos de vida é um desafio constante. E requer aprender e desaprender diariamente padrões, mudar o mindset e apreciar a diversidade em vez de guerrear com ela. Líderes inspiram os liderados, mas não impõem. Eles apenas mostram o caminho e validam quem quer seguir e mudar.

A baixa performance, ou seja, lidar com profissionais não produtivos, é um dos cinco grandes desafios dos líderes. Por que isso é tão crescente? Porque um feedback e plano de carreira dentro da empresa não resolvem por completo esse problema, apenas melhoram por um tempo e depois voltam, no mesmo padrão de sempre? Porque a pessoa desde cedo aprendeu a ser assim. Ou seja, ele não faz questão de mudar e coloca a culpa em algo que advém da infância, como eu já disse anteriormente.

Nesse caso, é necessário, é preciso desaprender. Desaprender esse padrão construído e mantido e buscar um novo padrão. Um padrão de uma pessoa com um mindset inovador e disruptivo. Só que nem todos estão dispostos e prontos para esta reprogramação.

Este século busca substancialmente por pessoas flexíveis, prontas para experimentar o novo com muita humildade intelectual durante o processo de aprender. E desaprender também. A nós, líderes, apenas nos resta garimpar tais pessoas, treinar e retê-las. É fácil? Lógico que não. Mas não temos outro caminho e precisamos seguir acreditando que o nosso trabalho tem o poder de transformação no outro por meio desta conscientização, de onde ele está e aonde quer chegar.




 Shirley Fernandes -ócia-diretora Comercial e de Marketing da N1 IT Stefanini


MEI: confira as mudanças previstas para a categoria em 2022

Aumento no limite de faturamento, MEI Caminhoneiro e reajuste das contribuições mensais estão entre as novidades do ano


Mudanças significativas estão previstas para o Microempreendedor Individual (MEI) em 2022. Uma delas é o possível e esperado aumento no limite de faturamento da categoria, previsto no Projeto de Lei nº 108/2021, que já foi aprovado no Senado e agora aguarda votação na Câmara.

Se liberado pela Casa e sancionado pelo presidente, o texto antevê que o faturamento do MEI passe dos atuais R$ 81 mil, por ano, para até R$ 130 mil. A modificação permitirá que mais empreendedores passem a integrar o segmento. Outro possível avanço é a contratação de dois funcionários, em lugar de apenas um, como é permitido hoje para o MEI.

Também é novidade a inclusão dos caminhoneiros nesse modelo empresarial. A previsão é que a partir de abril esses profissionais possam se inscrever no MEI, mesmo que o seu faturamento anual seja maior do que o teto previsto para as demais categorias incluídas no regime simplificado. O valor do teto mensal para o MEI Caminhoneiro é de R$ 20.966,67, multiplicado pelo número de meses entre o começo da atividade e o último mês do ano. Ou seja, somado os 12 meses, a receita bruta não pode ultrapassar os R$ 251,6 mil.


Contribuição mensal será maior

Já neste mês de fevereiro, o MEI arcará com um acréscimo no valor do Documento de Arrecadação Simplificada do MEI (DAS-MEI). Devido ao incremento no salário-mínimo, que agora é de R$ 1.212, as contribuições mensais dos microempreendedores individuais também serão reajustadas.

A nova taxa é de R$ 60,60, o que corresponde a 5% do salário-mínimo. Para os profissionais que exercem atividades ligadas ao Comércio e à Indústria, será cobrado R$ 1 a mais referente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); já para quem está no setor de Serviço, serão acrescidos R$ 5 referentes ao Imposto sobre Serviços (ISS). A correção vale apenas para os boletos que vencerão a partir do dia 20 de fevereiro.


eSocial do MEI

Para os microempreendedores individuais que possuem funcionários ou que pretendem contratar, também já está disponível o eSocial, nos mesmos moldes do eSocial doméstico. O ambiente digital permite a escrituração das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, além de ser possível prestar informações sobre a comercialização da produção.

Por meio do módulo simplificado, os empregadores podem gerar o Documento de Arrecadação do e-Social (DAE) diretamente por esse sistema. A modernização no processo de regularização deve reduzir a burocracia e estimular a contratação formal de empregados ou auxiliares.

Linhas de crédito mais caras contribuem para a piora da inadimplência

 

Não são poucos os sinais que apontam para uma elevação contínua da inadimplência, mas o principal é a forte concessão de crédito verificada no ano passado



O recente aumento na taxa de inadimplência das famílias com recursos livres, de modo geral, não foi uma surpresa. A taxa, que encerrou o ano de 2020 na casa de 4,16%, subiu “apenas” 0,21 ponto percentual em 2021, para 4,37%. Mais do que isso, mesmo antes da crise, ela já vinha subindo, até que chegou ao nível de 5,60% em maio de 2020, quando então, despencou.

Os motivos que levaram a essa queda durante a pandemia também já são bem conhecidos, as postergações de parcelas dos empréstimos, a contribuição dos auxílios emergenciais e, em menor medida, a redução no ritmo de concessão de crédito ao longo de 2020 conduziram a taxa de inadimplência para patamares historicamente baixos.

Ao contrário da inadimplência, que subiu pouco, a concessão de crédito foi forte em 2021. Após encerrar o ano de 2020 com uma queda de 1,94% (lembrando que em dezembro de 2019 o crescimento era de 15,18%, a concessão de recursos livres às famílias) subiu 20,16% em 2021.

Olhando para o comportamento dessas variáveis ao longo dos anos, seria difícil de acreditar que estes movimentos aconteceram ao mesmo tempo, já que não é este o comportamento esperado. Soma-se a isso o fato de que nesse período o mercado de trabalho jogou “contra” a inadimplência e a concessão de crédito.

E o que se pode esperar do ano de 2022? Não são poucos os sinais que apontam para uma elevação contínua da inadimplência. Dentre eles, talvez o principal seja a composição dessa forte concessão verificada no ano passado.

Algumas linhas de crédito que costumam ser o “último recurso” ganharam mais importância, como o crédito pessoal não consignado, o cartão de crédito parcelado e o cartão de crédito rotativo. As taxas de juros associadas a esses tipos de crédito são quase que impublicáveis, mas, a título de exemplo apenas, em dezembro de 2021 elas foram de 85,17%, 349,62% e 168,45% ao ano, respectivamente.

Quando olhamos para o peso dessas linhas sobre o total de recursos livres concedidos às famílias, ele passou de 16,6% em 2020 para 21,3% em 2021. Esse percentual pode ser considerado alto, dado que, antes de 2021, algo próximo disso, um pouco maior na verdade, foi observado, por exemplo, nos anos de 2011, 2012 e 2013, o maior pico histórico da série atual da inadimplência de pessoas físicas, vide gráfico abaixo.



Naquele período a inadimplência das famílias subiu muito e depois caiu. Na ocasião, o que desencadeou esse movimento foi o excesso de crédito na economia. A inadimplência subiu muito mesmo quando o mercado de trabalho estava aquecido. A taxa de desemprego caiu ao longo do ano de 2012, por exemplo, encerrando aquele ano na marca de 6,9%.

Estaríamos próximos de algo assim mais uma vez? O crédito subiu muito, as famílias estão recorrendo mais às linhas de crédito mais caras, a inadimplência está caminhando para cima, a taxa de desemprego está em queda, mas o nível atual é muito mais elevado, de 11,6%, o rendimento médio real e efetivo do trabalho pode ter encerrado o ano de 2021 abaixo do nível verificado em 2012 (dez/12: R$ 2.527 – nov/21: R$ 2.450), as projeções de crescimento do crédito em 2022 são mais tímidas (talvez não seja sustentável, por ora, crescer tanto mais), enfim, a dúvida é razoável.

A discussão ganha ainda mais corpo quando excluímos da conta a participação do cartão de crédito à vista da concessão de recursos livres às famílias. Feito isso, o peso daquelas categorias mencionadas anteriormente passou de 40,9% para 57,4% entre os anos de 2020 e 2021, mais do que isso, esse é um valor inédito até aqui.




As linhas de crédito mais caras ganharam força ao longo do ano passado, o crédito pessoal não consignado, por exemplo, cresceu 23,0%, enquanto o crédito pessoal consignado caiu 1,6%. No mesmo sentido, o crescimento nas linhas de cartão de crédito rotativo e parcelado foi de 23,0% e 22,6%, respectivamente.

Se antes era difícil de acreditar que a inadimplência e a concessão de crédito se comportaram de forma tão “atípica”, mais difícil ainda será acreditar que a inadimplência possa parar de subir ao longo deste ano, a menos, é claro, que surjam novos fatores não recorrentes para ancorar a inadimplência, algo pouco provável no momento.



IMAGEM: Thinkstock



Flávio Esteves Calife

Economista responsável pela área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista


com Rafael Ciampone, economistas da Boa Vista


Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/financas/linhas-de-credito-mais-caras-contribuem-para-a-piora-da-inadimplencia


Os maiores erros nos programas de capacitação em Tecnologia de grandes empresas

Se a gente passa a vida inteira falando em humanizar a tecnologia, por que na educação precisamos tratar as pessoas como robôs? Maioria dos cursos garante a parte técnica, inclusive na área de e-commerce, mas se esquece de treinar criatividade, visão empreendedora, habilidades de negócio e emocionais

 

A falta de profissionais qualificados para preencher vagas no mercado de inovação e tecnologia é mundial. Tão desesperadora que, há algum tempo, uma fintech israelense divulgou suas vagas de forma inusitada. Estampou as oportunidades em diversos outdoors espalhados pela região de Tel Aviv – isso mesmo que você leu, o bom e velho outdoor. No Brasil, se nada for feito, a tendência é que a falta de gente qualificada exploda. De acordo com estimativas da McKinsey, o déficit dos profissionais de tecnologia deve ultrapassar um milhão de pessoas até 2030. Em um país que tem no desemprego um dos seus maiores dramas, mercados com excesso de vagas podem transmitir uma falsa ideia de tranquilidade.

 

Falsa porque a demora por encontrar um profissional qualificado atrasa investimentos e pode até impedir uma empresa de assinar novos contratos, resultando na perda de competitividade. Sem formar os times que precisa, não tem como realizar um planejamento adequado e corre-se o risco de sobrecarregar os times atuais, prejudicando a satisfação dos colaboradores.

 

Uma das principais soluções oferecidas pelas próprias startups e empresas de tecnologia tem sido a criação de cursos de capacitação para gente disposta a entrar no mercado. O que tenho observado, porém, é que as empresas poderiam obter um melhor proveito dos cursos que oferecem. Muitas criam uma formação exclusivamente técnica dentro da tecnologia. Em Programação, por exemplo, uma grade de aulas toda voltada à replicação de técnicas, códigos, modelos. O conteúdo é ensinado para o profissional repetir, aprender e repetir, copiar e colar. E esse é o primeiro erro.

 

Se a gente passa a vida inteira falando em humanizar a tecnologia, por que na educação precisamos tratar as pessoas como robôs? Na maioria desses cursos, não existe uma visão de atendimento ao cliente, de perceber o que o cliente de tecnologia deseja, de entender que o que fazemos é parte de uma estratégia maior, visão de negócios, empreendedorismo, criatividade. No caso do e-commerce, muitos alunos terminam um curso sem captar de que forma seu trabalho interfere em resultados de venda, recorrência de compra, ou até como ele pode crescer na carreira, trazer clientes para uma empresa.

 

A cultura digital é diferente. Prova todos os dias que o efeito de formar “peças da engrenagem” é pequeno, se comparado a capacitar pessoas para que se tornem as inventoras das peças – e da engrenagem inteira.

 

Outro ponto a que se deve estar atento ao montar um curso de capacitação em tecnologia e inovação na sua empresa é a oportunidade de convidar os próprios profissionais da organização para dar aulas. Você até pode completar o corpo docente com outros professores, de fora da companhia, mas se um profissional que já trabalha ali tiver o desejo de contribuir será um grande passo.

 

A participação nesse tipo de programa costuma motivar os times internos, que veem na transmissão do conhecimento um senso de propósito. Além disso, é uma forma de incorporar nas aulas a cultura corporativa, o que ajuda caso se queira contratar alunos do curso depois.

 

Mais um ponto que observo tem a ver com a escolha de cases apresentados nas aulas: eles são quase todos muito “perfeitos” e, no fim, o aluno é apresentado apenas ao que deu certo. Ao sair do curso, certamente vai se deparar com um desafio de tecnologia real, quando observará que escrever códigos não é acertar de primeira. Devido à pouca experiência de mercado, pode acabar frustrado, não saber como reagir, desistir. E aí logo passa a considerar a tecnologia um bicho-de-sete-cabeças. É a última coisa que queremos.

 

O primeiro passo para transformar o Brasil em um país de profissionais digitais, como já somos do futebol, é criar intimidade, proximidade com a inovação. Um código que você escreve pode dar problema e exigir que passe um dia inteiro tentando descobrir o que deu errado. Isso é o mais comum e o desenvolvedor, portanto, tem que aprender a lidar com seu desconhecimento, seus erros, sua capacidade de aprendizado e de persistir até acertar. Em resumo, as habilidades de um curso de inovação e tecnologia também precisam ser emocionais. 

Quando você oferecer um curso de capacitação, não deve preparar o profissional apenas para trabalhar na sua empresa. Tem que preparar para o mundo. É isso que vai dar a medida do que a sua organização será capaz de conquistar.

 



Hugo Alvarenga - sócio-fundador da b8one, laboratório de soluções digitais especializado em e-commerce e parceira estratégica do unicórnio VTEX, atuando para grandes marcas em 13 países.


Unidades do Poupatempo estarão fechadas durante o feriado de Carnaval

Serviços presenciais estarão suspensos na segunda (28/2) e terça-feira (1/3); postos voltam a funcionar normalmente, mediante agendamento, na quarta-feira (2/03), após às 12h

 


Os postos do Poupatempo estarão fechados para o atendimento presencial nos dias 28 de fevereiro e 1º de março. A medida atende ao decreto que estabeleceu ponto facultativo nas repartições públicas do Estado na segunda e terça-feira de Carnaval, e a retomada do expediente após às 12h da Quarta-Feira de Cinzas.

No dia 2 de março, após o meio-dia, todas as unidades voltam a funcionar habitualmente para o atendimento presencial, mediante agendamento prévio de data e horário.

O agendamento pode ser feito pelos canais digitais do programa, onde também estão disponíveis mais de 190 serviços eletrônicos, para que o cidadão acesse quando e onde quiser. Entre as opções mais procuradas, estão a renovação da CNH, Carteira de Trabalho Digital, Seguro-desemprego, licenciamento de veículos, carteira de vacinação da Covid-19, entre outros. Todos permanecem disponíveis para a população 24 horas por dia, sete dias por semana. Para acessar, basta baixar o aplicativo Poupatempo Digital, no celular, ou acessar o site do Poupatempo.

Importante reforçar que os atendimentos nos postos do Poupatempo são realizados somente para serviços que dependem da presença do cidadão para serem concluídos, como os de RG (primeira via e renovação com alteração de dados), transferência interestadual e mudança nas características de veículos, por exemplo.


Mutirão de CNH

Neste sábado, dia 26 de fevereiro, o atendimento no Poupatempo será normal. Durante o funcionamento de cada unidade será realizado o segundo dia do mutirão para renovação de CNH. Mais de 9 mil vagas foram disponibilizadas e os agendamentos poderão ser feitos a partir de quarta-feira (23/2).

Para saber os horários de funcionamento das 113 unidades do Poupatempo, é só acessar o portal - www.poupatempo.sp.gov.br.


Digitalização 3D é a chave para ampliação do Metaverso

Desde que os ambientes de socialização digital foram criados, no final dos anos 90, o principal foco sempre foram os games. Nas próximas décadas, devemos ver uma ampliação na utilização desses ambientes, e a chave para essa mudança é a digitalização 3D.

 

Muito já se falou sobre Metaverso, especialmente no mundo digital e das HQs. Filmes já preconizaram a utilização em massa e jogos já fizeram sucesso no ambiente virtual, como o Second Life, precursor da socialização digital no final dos anos 90. Criar um mundo ideal, no qual seja possível e fazer o que quiser, faz parte do imaginário do ser humano há décadas.

 

Com o aperfeiçoamento das tecnologias de digitalização 3D, o Metaverso passa a ser uma possibilidade ainda mais presente. Segundo Guilherme Stella, fundador da TrackFY, empresa especializada em soluções de mapeamento digital, os sensores 3D LiDAR portáteis vieram trazer ainda mais amplitude para esse mercado.

 

“Ao invés de serem usados apenas para diversão, os ambientes do Metaverso poderão servir, com mais facilidade, para a conexão profissional”, enfatiza Guilherme, que sugere algumas possibilidades: “treinamentos, apresentações e o próprio trabalho remoto, que foi enfatizado com a pandemia, podem estar nessa lista”.

 

Segundo Stella, é o mapeamento digital que vai permitir replicar elementos reais no mundo 3D, algo que já é utilizado em projetos de Gêmeos Digitais, por exemplo, para trazer mais qualidade e segurança a diversos mercado: “reproduzir ambientes e produtos em 3D ajuda a antecipar as falhas e melhorias necessárias e já é uma prática usada por muitas indústrias. Algo que só deve aumentar”, enfatiza ele.

 

“A digitalização de pessoas, algo que já acontecia para a ambientação de games e filmes, pode ser uma ampla possibilidade para o mercado de trabalho, por exemplo, com a construção de avatares ‘reais’”, explica Stella. 

 

Ele lembra que a própria Apple, conhecida por ser precursora de inovações que serão, posteriormente, absorvidas por outros mercados, já aposta no Metaverso, com dados sendo enviados diretamente de sensores Lidar de digitalização 3D dos iPads e iPhones. Mas Guilherme enfatiza: “a empresa entrou de cabeça na realidade virtual, desde que incluiu os sensores Lidar em seu IPhone 12, em 2020, e não deve parar por aí”.

 

A fala é uma referência aos rumores de que a Apple deve lançar seu próprio carro inteligente nos próximos cinco anos. Em um janeiro promissor, a empresa americana ultrapassou a marca de R$ 187 bilhões e cresceu 11% se comparado ao ano passado, tem hoje 1,8 bilhão de dispositivos ativos (utilizados nos últimos dois meses) e, em parte, isso se deve às inovações constantes que incluem os sensores 3D. 

A questão é que o Metaverso e todas as possibilidades que a tecnologia 3D oferecem estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e sendo demandadas por elas, o que aumenta o interesse das empresas em oferecer esse tipo de serviço.

 

“Cada vez mais, os sensores Lidar vão fazer parte do nosso dia-a-dia e não apenas no âmbito industrial, mas dentro das áreas da saúde, empresas e até mesmo em momentos de diversão e exploração do mundo”, finaliza Stella

 

O que é o LiDAR


O LiDAR (Light Detection and Ranging) é um sensor 3D de luz pulsada que, além de aferir distâncias, também consegue medir volumes com precisão e rapidez, por meio de seu laser. Presente em celulares, scanners 3D, tablets, drones e até mesmo em carros, o sensor pulsa e capta uma média de 300 mil a 1 milhão de pontos por segundo. O feixe de luz laser rebate na superfície à sua frente e o LiDAR cria um mapa digital tridimensional do ambiente ou objeto escaneado.



 

TrackFY - empresa brasileira especializada em soluções de mapeamento e rastreamento tridimensional para os segmentos de saúde, construção, engenharia reversa, mineração e topografia, além de automação automotiva.

www.trackfy.tech

 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Bolsa do Povo abre inscrições para pais e responsáveis

Bolsistas vão auxiliar as equipes gestoras das Etecs e Fatecs no cumprimento do Protocolo Sanitário Institucional do CPS

Freepik


Bolsistas vão receber benefícios de R$ 500 para auxiliar Etecs e Fatecs no cumprimento do Protocolo Sanitário Institucional do Centro Paula Souza

 

Estão abertas até o dia 13 de março as inscrições para o Bolsa do Povo Educação CPS. O programa pagará R$ 500 mensais, durante seis meses, para pais, mães e responsáveis legais de estudantes matriculados nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) do Centro Paula Souza (CPS).

Além de gerar renda e amenizar os impactos da pandemia, a iniciativa permite aproximar as famílias da escola, o que gera benefícios para toda a comunidade escolar. A ideia é que os bolsistas auxiliem as equipes gestoras das Etecs e Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) no cumprimento do Protocolo Sanitário Institucional do CPS, adotado para a retomada das aulas presenciais.

Para se candidatar a uma bolsa, é preciso ser o responsável legal por um aluno de Etec; ter entre 18 e 59 anos; estar desemprego há, pelo menos, três meses; não ter comorbidades associadas à Covid-19 e residir, preferencialmente, no município onde está localizada a unidade em que o candidato pretende ser bolsista. É possível se inscrever em até três Etecs ou Fatecs.

As inscrições devem ser feitas pelo site www.bolsadopovo.sp.gov.br. Cada candidato receberá pontos, de acordo com os pré-requisitos que cumprir. Os selecionados devem ser entrevistados pelo diretor da unidade no dia 21 de março e a concessão do benefício precisa ser chancelada pelo Núcleo Regional de Administração do CPS. A aprovação final dos candidatos está prevista para ser divulgada entre os dias 21 e 31 de março.

A expectativa é que os bolsistas selecionados passem por uma capacitação no início de abril e comecem a atuar no dia 4 do mesmo mês. Serão concedidas 2.368 bolsas (esse número inclui os 140 bolsistas ativos), distribuídas por todas as Etecs e Fatecs do Estado. Cada unidade do Centro Paula Souza terá, no mínimo, quatro beneficiários.

 

Centro Paula SouzaAutarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 360 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 228 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 94 mil alunos.


5G, IoT e OT desafiam o profissional brasileiro de TI a se reinventar em 2022

Em 2022, os profissionais brasileiros de TI e Infraestrutura estarão, mais do que nunca, num intenso processo de transformação. Com seu passe cada vez mais valorizado – pesquisa da Softex de julho de 2021 mostra que o Brasil terá um déficit de 408 mil profissionais até o final deste ano – , essa categoria tem tido de antecipar várias ondas de inovações, entregando novos skills e conhecimentos técnicos às organizações onde atua. O grande desafio imposto por esse avanço ao profissional de TI é a contínua busca de integração entre pessoas, ambientes e tecnologias que ou são disruptivas ou, antes, operavam de forma isolada.

A chegada da rede 5G – a nuvem das nuvens – torna esse quadro ainda mais complexo. Uma de suas bases é o Edge Computing, com um papel cada vez mais estratégico no suporte a aplicações IoT em todas as verticais da economia. A meta é diminuir a latência de modo a reduzir em milissegundos a velocidade de resposta de aplicações críticas para as empresas e para a economia brasileira

 como um todo.

Complexidade das nuvens e dos data centers aumenta

A transformação da infraestrutura de rede exige que o gestor de TI conquiste visibilidade e controle sobre nuvens baseadas em data centers que vão de soluções modulares até os grandes data centers centrais.  O desafio só aumenta: trata-se de equacionar simultaneamente a nuvem privada, pública e híbrida, centralizada (Cloud) ou nas bordas (Edge), e o perfil de data center mais adequado para cada um desses formatos.

Nesse contexto, a falta de profissionais também se faz sentir: pesquisa divulgada em janeiro de 2021 pelo Uptime Institute revela que, em todo o mundo e até 2025, o segmento demandará 300 mil novos profissionais. 50% dos 1100 líderes de TI e de data center entrevistados para esse estudo disseram enfrentar dificuldade para contratar candidatos qualificados, 38% a mais do que o identificado em 2020. 

Uma análise mais detalhada de um único setor da economia – a indústria – ressalta ainda mais o perfil do profissional brasileiro que as organizações estão buscando em 2022. 

Estudo da Delloite divulgado em novembro de 2020 mostra que a falta de integração entre os ambientes e os times de TI e OT é um grande desafio. Isso é comprovado pela vulnerabilidade das organizações OT a ataques cibernéticos – segundo esse relatório, 90% das indústrias norte-americanas sofreram invasões que exploravam as brechas criadas pela falta de visibilidade sobre todos os ambientes digitais da empresa.


Integração entre OT e TI

O mesmo documento da Delloite mostra que, nos últimos 10 anos, a bandeira da Indústria 4.0 passou a exigir que as empresas se modificassem para integrar o chão de fábrica à área de TI. 

Essa jornada é complexa. O chão de fábrica continua dependendo de protocolos e tecnologias muito especializados – é o caso de dispositivos IIoT (Industrial Internet of Things) com protocolos como SCADA, Modbus TCP ou OPC UA. No modelo IIoT, dados são gerados por sensores, dispositivos e maquinaria conectada. Esses dados ajudam o gestor a identificar tendências, antecipando insights sobre o que se passa no chão de fábrica e facilitando a tomada preditiva de decisões.

Para se chegar a resultados como estes, é necessário contar com um novo perfil de profissionais – pessoas que, além de conhecer em profundidade os meandros da OT e da TI, consigam compartilhar visões e ações.


Falta de componentes e problemas de logística

E, por fim, outro fator pressiona o profissional de TI brasileiro em 2022: a falta de componentes e appliances físicos para todo tipo de infraestrutura de TI. Estudo divulgado pela ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) em junho de 2021 mostra que 73% de seus associados estavam enfrentando dificuldades na aquisição de componentes. Além da indisponibilidade de dispositivos digitais, a crise mundial de logística criada pela COVID-19 segue atrasando entregas e deixa ainda mais precários todos os tipos de infraestrutura de TI e de redes. Qualquer manutenção ou troca de componentes, por exemplo, pode deflagar uma crise na organização. 

Como, então, lidar com esses desafios?

Uma estratégia possível é utilizar plataformas de monitoramento “White Label” baseadas em sensores que coletam medidas sobre o status de cada um dos elementos que constituem a rede, de roteadores a Controladores Lógicos Programáveis e UPS, de aplicações a processos de gestão.  O grande diferencial dessa tecnologia é recolher bilhões de dados gerados por milhares ou milhões de componentes físicos e lógicos e, a partir daí, em tempo real, construir uma análise preditiva e com alarmes sobre o comportamento do ambiente digital.

Trata-se de uma geração de software que se reinventa sem cessar, abraçando e analisando os mais diversos protocolos e gerando dashboards que vão da visão macro a mais granular. Sua missão é ampliar o controle do profissional de TI sobre redes 5G, data centers de Edge e Cloud Computing, IoT, IIoT e OT e, desse modo, suportar a continuidade dos negócios digitais.  


Maturidade digital

Nos dois últimos anos, o dinamismo da economia digital brasileira foi tal que, primeiramente, aconteceu a expansão da superfície computacional e, só num segundo momento, e em alguns casos, a maturidade veio. 

2022, no entanto, será um divisor de águas.

A heterogeneidade da TI explodirá e exigirá que os profissionais estejam vários passos à frente do próximo desafio digital. A boa notícia é que a busca pelo domínio sobre tecnologias díspares e em constante transformação já é uma realidade para o novo profissional de TI. São pessoas abertas para o outro, com o desejo de aprender diferentes linguagens e criar pontes entre inovações disruptivas e ambientes que, antes, existiam em silos. Quem trilhar esse duplo caminho de integração – entre pessoas e entre tecnologias – avançará em sua carreira e suportará o crescimento do Brasil em 2022.

 


Luis Arís - Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Paessler LATAM.


Síndrome de Burnout: 4 dicas para líderes identificarem sinais e contribuírem para a prevenção da doença entre suas equipes

  Criar um processo de monitoramento emocional está entre as recomendações dadas pela QultureRocks 


A saúde mental de muitos profissionais foi afetada no último ano pelas mudanças nas relações de trabalho, decorrentes da pandemia da Covid-19. Uma pesquisa feita pela LHH e Grupo Adecco, empresa suíça de recursos humanos, revelou que 38% - dos 15 mil entrevistados em diversos países do mundo - dizem ter sofrido pela Síndrome de Burnout ao longo do ano passado. Não à toa, desde o início de 2022, o Burnout passou a ser considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das doenças de trabalho. 

"Até pouco tempo, trabalhar demais era razão para se vangloriar. Hoje em dia é diferente. A mudança da OMS vem justamente para somar nesse sentido. As empresas não devem romantizar o trabalho e o estresse excessivo. Ao invés disso, os líderes devem promover um ambiente corporativo saudável e equilibrado, no qual os funcionários se sintam motivados a desenvolverem suas tarefas, pois isso, consequentemente, vai impulsionar a produtividade da equipe. Trabalhar mais não é sinônimo de trabalhar melhor, mas sem suor, também não há conquista", afirma Francisco Homem de Mello, presidente da QultureRocks, startup de tecnologia para recursos humanos. 

Dentro desse contexto, o executivo separou quatro dicas para líderes identificarem sinais da síndrome e contribuírem para a prevenção da doença.


1. Entenda que os sinais não aparecem de uma hora para outra 

Em primeiro lugar é preciso ter em mente, que existe uma trilha da exaustão emocional, isto é, os sinais de esgotamento não aparecem de um dia para o outro. Pelo contrário, à medida que a saúde mental do liderado está sendo comprometida, alguns reflexos vão aparecendo no dia a dia. Como por exemplo, a necessidade de autoafirmação, insegurança, vazio, aumento do tempo trabalhado e diminuição da produtividade, tristeza, resistência a outras opiniões e, por fim, crises de ansiedade e até depressão.

 

2. Crie um processo de monitoramento emocional 

Hoje em dia, muitas empresas já adotam ferramentas em que os funcionários inserem informações sobre seu humor, hábitos alimentares, prática de atividades físicas e outras ações que contribuem para entender como anda sua saúde mental. Com esse diagnóstico, fica mais fácil entender o momento que a pessoa está e recomendar folga, férias, terapia e até afastamento, quando e se necessário. 

O Head de People e CFO da QultureRocks, André Levy, apresenta estratégias importantes que ajudam a identificar os pontos de atenção. "Outro exemplo de atividade efetiva é a prática de one-on-ones, ou seja, reuniões periódicas entre lideranças e pessoas lideradas para que a gestão entenda quais são os principais desafios enfrentados pelo profissional, além das principais percepções em relação a projetos, empresa e à própria liderança. Assim como a aplicação de uma Pesquisa de Clima, que pode ajudar a entender aspectos das equipes como senso de justiça em relação a cargos e salários, condições de trabalho e reconhecimento sobre as atividades realizadas".


3. Compreenda que a recuperação é gradativa
 

Não espere que, caso alguém tenha se afastado por um período devido à Síndrome de Burnout, ela volte com a mesma produtividade que tinha anteriormente. A recuperação é gradativa e contar com a compreensão de seu líder, sem dúvidas estimula para que o processo funcione melhor e de maneira mais rápida. 

"Percebemos através da nossa experiência e de nossos clientes que as situações de estresse e saúde mental dos colaboradores estão diretamente relacionadas à qualidade da sua performance, chegando a impactar até mesmo o faturamento da empresa no fim do mês. Atualmente, temos o privilégio de contar com inovações e tecnologias que não tínhamos há alguns anos, por isso é nosso dever enquanto líderes, fazer tudo que está ao nosso alcance para ajudar a prevenir a exaustão dos times" alerta Mello.


4. Para reduzir o esgotamento entre a equipe

Por fim, um estudo publicado recentemente pela International Journal of Environmental Research and Public Health, e conduzido por um professor da Goethe University, na Alemanha, demonstrou que líderes que promovem o sentimento de identidade no time contribuem para a prevenção do Burnout entre liderados e lideradas. 

O levantamento apontou as características da liderança que contribuem para reduzir o esgotamento entre a equipe. São elas: senso de pertencimento criado pela liderança; líder visto como uma pessoa da equipe; liderança defendendo os interesses da equipe; e significado e propósito promovido entre o time.

 

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