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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Pacientes oncológicos obtém importante vitória no SUS: aprovado o uso de HIPEC

 A incorporação da cirurgia de citorredução com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica oferecerá grande avanço no prognóstico e sobrevida para os pacientes com indicação para o tratamento

 

Foi aprovada na última semana a incorporação da cirurgia de citorredução com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) em pacientes com Mesotelioma Peritoneal Maligno (MPM) e Pseudomixoma Peritoneal (PMP) no SUS pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC).

 

A aprovação aconteceu após um longo processo, que incluiu uma consulta pública realizada em novembro de 2021. 

“É uma grande vitória essa aprovação no SUS, um avanço na saúde pública do país. Com a inclusão, pacientes com estas doenças que não possuem plano de saúde ou condições para arcar com os custos deste tratamento, agora terão acesso”, afirma Dr. Arnaldo Urbano Ruiz,  cirurgião geral e oncológico, coordenador do Centro de Doenças Peritoneais da Beneficência Portuguesa de São Paulo – BP. 

De acordo com o protocolo aprovado, a realização da cirurgia de citorredução com HIPEC no âmbito do SUS poderá ser realizada nas unidades de saúde que disponham de capacidade de monitoramento adequado dos pacientes tratados, visto que se trata de um procedimento complexo, com necessidade de envolvimento de vários setores hospitalares e, principalmente, pelo risco considerável de morbidade e mortalidade.

 

Assim, a resolução destaca que o serviço deverá viabilizar os meios necessários, incluindo equipe multiprofissional formada por cirurgiões oncologistas especialistas no procedimento, além dos demais profissionais envolvidos no tratamento, tais como oncologista clínico, patologista, anestesista com expertise em cirurgias oncológicas avançadas; radiologista intervencionista; endoscopistas, entre outros.


 

HIPEC

 

A quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) é uma técnica de quimioterapia quente no abdome no intra-operatório, que teve início na década de 1980, desenvolvida pelo cirurgião norte-americano Dr. Paul H. Sugarbaker.

 

De acordo com o Dr. Arnaldo Urbano, o procedimento é realizado em associação com a cirurgia de citorredução (CRS) e representa um grande avanço no prognóstico e sobrevida dos doentes acometidos por tumores abdomino-pélvicos que evoluíram para a carcinomatose peritoneal.

 

“Com a administração de HIPEC, são conseguidas concentrações muito superiores de quimioterápico na superfície peritoneal do que quando o tratamento é administrado de forma sistêmica, endovenosa”, explica.

 

A HIPEC consiste numa perfusão uniforme e em grande concentração de quimioterápicos na cavidade peritoneal, cuja ação é potencializada pelo calor de 41°C a 43°C por 30 a 90 minutos (a depender dos quimioterápicos usados), de forma a erradicar a doença microscópica residual e consolidar os resultados obtidos. 

“Esta técnica vem permitindo a muitos pacientes a cura da carcinomatose, ou proporcionando sobrevidas muito mais longas”, conclui.


A esperança diferencia o estresse do Burnout, diz especialista

 

Dr. Fabiano de Abreu, discorre sobre as diferenças entre estar estressado e ter desenvolvido uma síndrome

 

A síndrome de burnout, muitas vezes causada pelo excesso de trabalho, leva ao cansaço físico e mental que acarreta na redução da capacidade de um indivíduo. Nesse contexto, o PhD em neurociências, biólogo e antropólogo, Dr. Fabiano de Abreu alerta que o burnout pode levar a despersonalização associada à percepção de ter cometido erros, deterioração pessoal e familiar, problemas físicos como dores de cabeça, insônia, dor osteomuscular, problemas gastrointestinais, riscos cardíacos, fadiga crônica, alterações na anatomia do cérebro acarretando em comportamentos que afetam o emocional e a inteligência, depressão, comportamentos de alto risco, entre muitas outras consequências que podem resultar em diversas doenças a depender do grau do burnout e genética do indivíduo. 

Durante o isolamento social rígido e todas as mudanças de rotina causadas pela pandemia de covid-19, os números de casos de síndrome de burnout aumentaram. “A necessidade constante de o indivíduo se apresentar como produtivo, eficiente e eficaz, desencadeou o surgimento de algumas habilidades  para conviver nessa sociedade tecnológica'', explica o especialista. 

Para ele, é necessário ainda compreender as diferenças entre o estresse e o burnout. “O burnout é gradativo, piora ao longo do tempo e o estresse, por sua vez, oscila. Porém, se o estresse for mantido pode levar ao surgimento do burnout”, explica. O neurocientista defende que a esperança é um ponto chave de diferenciação entre o estresse e o burnout. “Pessoas estressadas podem imaginar que se conseguirem manter tudo sob controle, se sentirão melhor. Há esperança. Já pessoas que sofrem de burnout muitas vezes não vêem esperança”, pontua. 

A síndrome de burnout pode ainda deixar evidente algumas alterações na produtividade profissional de cada indivíduo em diferentes âmbitos. “Há sintomas físicos, mentais e emocionais. Há negligência profissional, lentidão e contato impessoal, por exemplo”, detalha o neurocientista. 

Para melhorar o ambiente de trabalho e evitar a síndrome de burnout, o Dr. Fabiano acredita que pode-se organizar horários, sentir domínio de funções, não esperar reconhecimento e ter autoconfiança. “Pense que 'metas são motivos de vida', então às crie, coloque como desafios, eles impulsionam e quando conquistados resultam em sensação boa de recompensa”, pontua. 

É necessário ainda, dormir 8 horas por dia, acessar menos as redes sociais e evitar ambientes caóticos. “Não assuma toda a responsabilidade, você não precisa mudar o mundo. Assuma o tamanho da responsabilidade que consiga lidar”, aconselha.

 

Link para o estudo: 

https://recisatec.com.br/index.php/recisatec/article/view/39/37

 

 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.


Doenças sem cura são lembradas na campanha Fevereiro Roxo

Além da conscientização sobre a leucemia, o mês de fevereiro também ganhou a cor roxa, que alerta sobre as doenças ainda sem cura como o Mal de Alzheimer, lúpus e fibromialgia. De acordo com o clínico geral do Hospital Santa Casa de Mauá Valdir Russo, embora as doenças sejam bastante diferentes elas são crônicas e quando identificadas na fase inicial, os sintomas podem ser controlados ou retardados, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes. 


• Mal de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, além do comprometimento das atividades diárias. O primeiro sintoma é a perda de memória recente, seguido pela perda de memória remota, irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e tempo. Embora não tenha prevenção, o especialista recomenda manter alguns hábitos saudáveis e, principalmente, atividades que ajudam a manter o cérebro ativo.   


• Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar vários órgãos e tecidos como a pele, articulações, rins e cérebro. Pode ser de quatro tipos, a discoide - fica limitada à pele, com lesões avermelhadas no rosto, nuca e coro cabeludo; sistêmico - mais comum e pode ser leve ou grave. A inflamação acontece em todo o organismo e compromete vários órgãos. Induzido por drogas - ocorre a partir de drogas ou medicamentos que provocam inflamações parecidas com a do tipo sistêmico e desaparece assim que o uso da substância termina. Neonatal é o tipo mais raro e afeta filhos de mulheres que têm lúpus. Ao nascer, a criança pode ter erupções na pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, mas esses sintomas desaparecem após alguns meses. 

Vale ressaltar que os sintomas podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente, sendo moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que aparecem durante uma crise. Os mais comuns são fadiga, febre, dor nas articulações, rigidez muscular e inchaços, vermelhidão nas bochechas e ponta do nariz (podendo piorar com a luz do sol). O diagnóstico não é simples, mas pode ser feito a partir de exames de sangue, urina e análise dos sintomas. Ainda não existem formas de prevenção. 


• Fibromialgia é uma condição que tem como principal sintoma dor muscular generalizada e crônica, além de sono não reparador e cansaço, distúrbios do humor como ansiedade e depressão. O diagnóstico é feito por exames físico e laboratoriais e análise dos sintomas. Pode se manifestar em pacientes com outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus.

O tratamento é mais comportamental, com a recomendação de exercícios físicos e terapia psicológica e as medicações são usadas para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente. 

“Essas doenças precisam de um diagnóstico correto para que o tratamento seja feito de forma eficaz e segura a fim de proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos pacientes. Por isso, é fundamental conhecer melhor essas doenças e seus sintomas para saber o momento para procurar a ajuda de um especialista”, acrescenta o médico Valdir Russo.

 


Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1374 - Vila Assis - Mauá - fone (11) 2198-8300


Dia da Síndrome de Asperger (TEA): como lidar com a condição na infância


O dia 18 de fevereiro foi instituído como o Dia Internacional da Síndrome de Asperger. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de Hans Asperger, pediatra austríaco que descreveu a síndrome pela primeira vez em 1944.

 O objetivo é conscientizar a sociedade a respeito dessa condição. De acordo com a nova classificação da CID-11, a síndrome de Asperger se tornou parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo considerada um tipo de autismo brando. Segundo dados do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), uma a cada 59 crianças em todo o mundo é acometida por esta condição.

 

Quais os sintomas na infância

Chamada de autismo leve ou autismo nível 1, ela provoca os mesmos sintomas do autismo clássico, mas em uma escala menor, afetando o neurodesenvolvimento, gerando dificuldade de comunicação e socialização, uso da imaginação para jogos simbólicos e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. 

“O transtorno pode ser identificado na infância, sendo mais comum em meninos do que em meninas e não tem relação com etnia ou raça, nem com padrão social”, afirma a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). 

Segundo ela, o diagnóstico começa pela observação do comportamento da criança. “Ela costuma ter atitudes incomuns, como empurrar uma pessoa para atrair atenção ou falar sem parar sobre um único assunto, sem perceber se a outra pessoa está interessada a ouvir”. 

Além destes, há vários sinais que identificam a condição:

 - Ao falar com alguém, não olha nos olhos. Costuma observar outras partes do corpo da pessoa, menos os olhos

 - Tem dificuldade com a comunicação não verbal: não gesticula ao falar, tem expressões faciais limitadas e inexpressivas, e olhar fixo característico 

- Costuma ter uma linguagem excessivamente formal ou monótona 

- É desorganizado e tem dificuldade para resolver e finalizar tarefas, incluindo o trabalho escolar 

- Tem movimentos motores descoordenados 

- Costuma ser muito sensível a ruídos, odores, gostos ou informações visuais, podendo gerar irritação 

- Tem dificuldade para identificar quando alguém está provocando ou fazendo ironias 

- Tem rotinas e rituais repetitivos, e fica muito incomodado ou desconfortável quando sua rotina muda

 

Diagnóstico e tratamentos

Para a psiquiatra, reconhecer que uma criança tem o transtorno é desafiador, já que os sinais são subjetivos, principalmente entre as crianças. “Daí a importância da observação atenta dos pais e educadores. Apesar de não se tratar de uma doença, o transtorno requer uma identificação precoce para que a criança consiga desenvolver suas competências sociais o quanto antes”, alerta a especialista.  

Tanto o diagnóstico como o tratamento exigem a participação de uma equipe multidisciplinar, envolvendo fonoaudiólogo, psiquiatra, psicólogo e neurologista. Como o transtorno não tem cura, os objetivos dos tratamentos são controlar os sintomas, melhorar a interação social e trabalhar possíveis dificuldades de aprendizagem. 

Segundo Danielle Admoni, as crianças com esta condição têm a capacidade cognitiva preservada e dificilmente apresentam comportamentos agressivos. “Muitas crianças demonstram inteligência média ou acima da média, e não têm uma deficiência total de competências linguísticas. Por isso, embora precisem de auxílio para processar a linguagem, algumas conseguem se expressar muito bem, chegando à vida adulta com um bom grau de independência, mesmo com dificuldade para interagir socialmente”.

 

Apoio familiar

Os cuidados da família com a criança são cruciais para o seu desenvolvimento: 

- Estabeleça horários/limites para aquelas atividades repetitivas e sugira outras tarefas 

- Estabeleça horários para as atividades cotidianas, como fazer lição de casa, refeições, tomar banho, dormir, entre outras 

- Seja bem claro nas instruções 

- Use palavras simples e precisas 

- Evite usar expressões figurativas

 - Se for preciso, repita quantas vezes forem necessárias 

- Não fale alto e tampouco gritando 

- Não faça ameaças ou promessas em vão 

- Parabenize a criança por suas realizações, especialmente as sociais 

“Vale lembrar que o apoio e a transparência da família nesse processo são de extrema importância para que a criança se sinta acolhida e amada, aprendendo desde cedo a valorizar seus pontos fortes e entender que diferenças não são fraquezas”, finaliza Danielle Admoni.



É possível melhorar a resposta imunológica da vacina contra a Covid-19?

Especialistas afirmam que sim, se manter ativo pode ajudar tanto a não infecção quanto para a recuperação da doença. Um novo lockdown poderia trazer consequências sérias à saúde da população

 

Apesar da vacinação avançada no Brasil, os casos ultrapassam taxas históricas. Segundo os dados divulgados por meio do consórcio de imprensa no último domingo (30), 149,6 milhões de brasileiros estão totalmente imunizados contra a covid-19, e no mesmo dia o Ministério da Saúde também divulgou que há 134.175 novos casos de covid-19 diagnosticados no país. À medida que as taxas de transmissão aumentam, a população segue em busca de formas para melhorar a saúde e manter a imunidade alta, complementando a vacinação. 

A atividade física, por exemplo, é uma das ações que precisam ser tomadas e incentivadas para se ter uma vida mais saudável, pois previne doenças e ajuda no tratamento de outras, seja ela Covid-19 ou influenza. Recentemente, a Universidade de São Paulo (USP) realizou um levantamento com 1.095 voluntários que tomaram o imunizante Coronavac, e entre eles, 898 tinham doenças autoimunes, dos quais 494 foram classificados como ativos fisicamente e 404 sedentários. 

Além disso, no restante dos voluntários, 197 não eram imunossuprimidos. Desse percentual, 128 participantes foram considerados ativos e 69 inativos. A pesquisa mostrou que nos participantes ativos houve maior produção de anticorpos (IgG total), os mecanismos de defesa contra a covid-19. A pesquisa também apontou que a quantidade de anticorpos neutralizantes (NAb), que impedem o contato do vírus com as células humanas, aumentou. 

Em outra pesquisa publicada, desta vez pelo Doutor em Ciências da Saúde, Paulo Gentil, comprova a relação positiva entre exercício físico e a resposta imunológica da pessoa. Ele explica que fez uma revisão de literatura e metanálise concluindo que as evidências mostram pessoas fisicamente ativas desenvolvem mais anticorpos. 

“As conclusões que a gente tirou desse estudo foram que o exercício pode ser muito bom, e dependendo da forma como ele for realizado, pode ser um remédio ou um veneno pro sistema imune. Ou seja, os exercícios de duração mais longa podem deprimir a imunidade, já os exercícios de duração mais curta costumam estimular a imunidade. Por isso é extremamente importante que o exercício seja prescrito e acompanhado por alguém que entende desse tema”, explica o Doutor em Ciências da Saúde. 

O infectologista Victor Bertollo, aponta que apesar dos poucos estudos associando os imunizantes contra a covid e atividade física, há evidências dessa relação com outras vacinas. “Pessoas que praticam regularmente atividade física tendem a ter uma melhor resposta à vacinação, tanto a resposta celular quanto a produção de anticorpos. E isso potencialmente estaria associado a uma maior eficácia e efetividade das diferentes vacinas”, acrescenta o médico do Hospital Anchieta de Brasília.

 

Atividade física pós infecção por covid-19

Fraqueza, cansaço, falta de ar e dores articulares, são algumas das diversas sequelas que o coronavírus pode deixar no corpo da pessoa recuperada da doença. Thais Yeleni, presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac-DF) explica a importância da atividade física para o paciente pós-covid, “ a pessoa que se mantém ativa, com uma boa alimentação, atividade física regular de média a baixa intensidade, e um bom sono, tende a diminuir em até 60% os efeitos do pós-covid”, acrescenta. 

“Fizemos estudos em relação ao nosso segmento, nos tornamos mais seguros do que vários outros ambientes, tais como mercados, farmácias, shopping, lojas, restaurantes, bares, inclusive até o próprio hospital”, explica a presidente do Sindac-DF. Ela continua: “temos um estudo que mostra que os protocolos aplicados tornaram o ambiente extremamente seguro. Então nossos protocolos inclusive foram validados, melhorados por infectologistas da USP, baseados em protocolos de outros países que tiveram muito sucesso na retomada das atividades”, conclui.

 

Lockdown e saúde física: como melhorar essa relação 

Um estudo sobre os efeitos psicológicos e físicos causados pelo lockdown, publicado em janeiro de 2022 pelos pesquisadores Jonas Herby, Lars Jonung e Steve H. Hanke, explica que apesar dos dados apresentarem números reduzidos de contágio por covid-19 durante a interrupção de serviços, essa ação pode causar sérias mudanças no comportamento das pessoas. É extremamente difícil diferenciar os efeitos da conscientização e do que os autores chamam de NPI (non-pharmaceutical intervention). 

A pesquisa defende que há outras maneiras mais saudáveis de impedir que o vírus se prolifere, como o distanciamento social voluntário, uso de desinfetantes para as mãos e uso de máscaras, apesar de ser uma área com poucos estudos mostrando sua validez em comparação aos estudos de lockdown. Outro ponto relevante para a análise do lockdown é a inatividade, ou seja, as pessoas se movimentam menos, trabalham sentadas e não veem que isso pode trazer sérios riscos à imunidade e à saúde mental. 

Para melhorar este aspecto, não importa se a atividade física é feita em casa ou na academia, antes ou após a vacinação, ela simplesmente precisa ser praticada, como explica o doutor em Ciências da Saúde, Paulo Gentil. “Por exemplo, quando a gente observa a função imune e o risco de adoecimento de pessoas fragilizadas, como idosos e pessoas com doenças crônicas, percebemos que pessoas com alta aptidão física adoecem menos e têm melhor imunidade. Por outro lado, se a pessoa tiver uma baixa aptidão física e levar uma vida sedentária e começar a fazer atividade, a imunidade dela melhora e o risco de adoecimento cai rapidamente. Então o ideal é que se esteja fisicamente ativo, independente do momento”, conclui.

Especialista do HSANP fala sobre a importância da mamografia

 Por meio da análise dos resultados, permite identificar lesões benignas e até mesmo o câncer de mama precocemente contribuindo para a diminuição de 15% a 45% das mortes por câncer de mama.

 

O exame de mamografia é feito por meio de rastreamento por imagem, ele estuda o tecido mamário para poder identificar nódulos de pequenos diâmetros, lesões, assimetrias e principalmente, identificar precocemente o câncer de mama. Temos dois tipos de mamografia, a convencional e a digital. A mamografia pode detectar o câncer em estágios iniciais, antes mesmo que ele seja palpável. Esse exame pode não demonstrar uma área anormal de câncer, mas fornece informações se serão necessárias em outros exames para diagnóstico. Nós podemos encontrar nas mamografias calcificações, módulos e massas. Ela é indicada para mulheres a partir dos 40 anos, no entanto, mulheres com 30 anos, que possuem histórico de câncer de mama na família também devem fazer a mamografia”, explica Sérgio Miqueletti , ginecologista do HSANP. 

A mamografia, por meio da análise dos resultados, permite identificar lesões benignas e até mesmo o câncer de mama precocemente. Aumentando assim as chances de cura da doença. Embora seja um procedimento simples, pode causar desconforto para a mulher, pois a mama é colocada em um equipamento que promove compressão, para que obtenha a imagem adequada. O diagnóstico precoce oferece grandes chances de recuperação, além de um tratamento adequado, contribuindo para a diminuição de 15% a 45% das mortes por câncer de mama.


Queda da mamografia na pandemia 

Embora seja o exame mais importante para a detecção precoce do câncer de mama, durante a pandemia houve uma queda significativa. Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a queda na quantidade de exames feitos foi de 46,4% quando comparado o período de março a agosto de 2020 com os mesmos meses de 2019. No Sistema Único de Saúde (SUS) o cenário é igualmente preocupante: entre janeiro e junho de 2019 foram realizados 180.093 exames na rede pública. No mesmo período de 2020, a quantidade de exames caiu para 131.617. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 o Brasil deve assistir a 66.280 novos casos de câncer de mama, doença que em 2018 matou mais de 17 mil mulheres no país. Outro número preocupante é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento de 46% dos casos de câncer de mama nas Américas até o ano de 2030, com uma concentração de 57% dos casos diagnosticados em mulheres com menos de 65 anos. 

“Vale lembrar que a principal importância desse exame é para investigar e diagnosticar câncer de mama precocemente, e deve ser realizado anualmente. Pessoas do sexo masculino também podem realizar a mamografia, e é recomendado quando se observar o aumento anormal das mamas ou a presença de módulos, visto que o homem pode ser acometido por este tipo de câncer e este é muito agressivo”, finaliza o especialista. 

 

HSANP - Hospital referência na Zona Norte da cidade de São Paulo


Especialista alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico de doenças oculares

Dra Stefânia Dall’Agno Demori, da clínica Acesso Saúde, reuniu 7 dicas de cuidados de rotina para manter a saúde dos olhos 

 

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 35% da população mundial têm alguma deficiência visual, como miopia, hipermetropia, glaucoma e catarata. Ainda de acordo com o relatório, parte desses casos poderiam ter sido evitados se tivessem recebido os cuidados necessários. A oftalmologista Stefânia Dall’Agno Demori, orienta que as doenças oculares se não tratadas, podem levar à perda de visão.

Veja as dicas de cuidados para manter a saúde dos olhos

  1. Dor nos olhos - Sentir dor na região dos olhos é um sinal importante e pode indicar algo grave. Se a dor persistir a recomendação é ir a um especialista imediatamente;
     
  2. Riscos à saúde ocular - Uso de colírios sem exame adequado pode levar a progressão de algumas doenças e danos permanentes à visão. Isso também serve para a utilização de óculos e lentes de contato que só devem ser utilizados apenas com prescrição médica;
     
  3. Higiene - Se cair algum líquido nos olhos, a orientação é lavar com água corrente e procurar um oftalmologista para examinar após o ocorrido. Outro ponto importante é manter a higiene das mãos antes de tocar os olhos, sobretudo, neste período de pandemia causada pelo novo coronavírus, já que os olhos pode ser uma possível porta de entrada para o vírus;
     
  4. Proteção - Use protetor ocular sempre que houver risco de algo atingir seus olhos e abuse dos óculos escuros em ambientes com claridade excessiva;
     
  5. Exposições excessivas às telas - A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe um outro problema que é o tempo de exposição em frente às telas de computadores, tablets e dispositivos móveis. Alguns cuidados básicos de rotina podem fazer a diferença para a preservação de uma boa visão. Por isso, é importante fazer pausas de 20 a 40 minutos, longe das telas e, se possível, configurar as imagens dos eletrônicos com efeitos que dão maior suavidade aos pixels. Isso ajuda a descansar mais os olhos;
     
  6. Maquiagem - A recomendação é não compartilhar a sua maquiagem com ninguém e não utilizar, por longo prazo, o mesmo produto. Remover adequadamente, e com produtos específicos.
     
  7. Exames regulares - Procure um oftalmologista periodicamente! Ir a um especialista regularmente e fazer check ups preventivos. O ideal é que se faça consultas anuais desde a infância, na idade escolar e principalmente se o paciente tiver doenças sistêmicas como diabetes

 

Dra Stefânia Dall’Agno Demori - oftalmologista formada na Sociedade Hospitalar Angelina Caron. Atualmente faz parte do grupo Acesso Saúde - Sistema nacional de atendimento médico e odontológico sem mensalidade para a população que não possui um plano de saúde - que criou o programa Saúde Ocular, ação preventiva com foco no cuidado da saúde dos pacientes das 35 unidades da rede espalhadas por 13 estados brasileiros. impossibilidade de melhora através da refração, o oftalmologista estará atento na procura de outras possíveis causas de danos à saúde ocular", salienta a especialista.

Você sabe quando fazer consultas e exames de rotina?

Quantas vezes ao ano precisamos nos consultar com um médico fazer os exames de rotina? Diferente do que muitas pessoas pensam que precisam consultar apenas uma vez ao ano, pode não ser o ideal!

Se você leva uma vida saudável, tem uma alimentação balanceada, pratica atividades físicas, sua visita ao médico possivelmente será menor. Mas ainda assim é importante ter um acompanhamento com exames de rotina, para saber se está tudo bem com você!

Agora, se você é sedentário ou tem mais de 60 anos e tem uma saúde mais delicada, a rotina de exames deve ser acompanhada mais de perto, para assim evitar problemas futuros. Por isso priorize seu bem maior, não deixe sua saúde para depois!

 

Confira quais são os exames para fazer um check up geral:

 

Hemograma

O exame analisa informações específicas sobre os tipos e quantidades dos componentes no sangue, como: glóbulos vermelhos (hemácias); glóbulos brancos (leucócitos), plaquetas (coagulação sanguínea).

 

GLICEMIA EM JEJUM

O exame de glicemia em jejum serve para medir o nível da glicose na circulação sanguínea do paciente podendo identificar casos de diabetes e pré diabetes, além de ser importante para o controle das pessoas que já possuem esses diagnósticos.

 

COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS

O exame mede os níveis de gorduras no sangue que podem ocasionar entupimento dos vasos sanguíneos, causando infarto e AVC (derrame).

 

UREIA E CREATINA

Avalia o funcionamento dos rins e identifica alterações de forma precoce, mesmo se assintomático.

 

TGO (AST) E TGP (ALT)

O exame quantifica as enzimas TGO e TGP e avalia o funcionamento do fígado. Podem estar alteradas na vigência de lesões musculares, doença celíaca, hipotireoidismo, pancreatite e infarto, porém não são específicas para o diagnóstico destas doenças.

 

TSH E T4 LIVRE

Avalia o funcionamento da glândula tireóide, podendo identificar alterações como hipotireoidismo e hipertireoidismo.

 

ÁCIDO ÚRICO

Os cristais de ácido úrico podem se acumular nas articulações e nos rins causando gota, cálculos renais e até insuficiência renal. A elevação das dosagens de ácido úrico são frequentemente associadas a hipertensão arterial e problemas cardiovasculares.

 

EXAMES DE URINA

Este exame serve para analisar de forma microscópica as células, bactérias e cristais que possam estar presentes na urina e causar doenças. Além disso são realizadas dosagens de glicose, bilirrubinas e outras substâncias que auxiliam no diagnóstico de doenças sistêmicas.

 

ELETROCARDIOGRAMA

O exame de eletrocardiograma consiste em medir a atividade elétrica do coração e serve para diagnosticar a existência de problemas cardíacos.

 

TESTE ERGOMÉTRICO

teste ergométrico serve para avaliar o funcionamento do sistema cardiovascular sob estímulo e consiste em o paciente realizar um esforço físico gradual em uma esteira rolante ou bicicleta.

 

ECOCARDIOGRAMA

O exame consiste em uma ultrassonografia do coração que fornece imagens obtidas através de ondas sonoras e cores que avaliam o tipo de fluxo sanguíneo dentro das câmaras cardíacas.

 

Ricardo Oliveira - sócio fundador da Lion Saúde e especializado em Direito Securitário para planos de saúde. 


Mito ou verdade? Cruzar as pernas não causa o surgimento das varizes, explica cirurgião vascular!

O movimento pode ser sensual e revelador, mas ganhou fama de vilão na estética e na saúde. Afinal, a cruzada de pernas pode revelar mais do que se deseja e, segundo o imaginário popular, é também uma das responsáveis pelo aparecimento da celulite e das varizes. Mas o cirurgião vascular Dr. Caio Focássio, da capital paulista, desvenda o mito: “cruzar as pernas não é o motivo pelo qual as varizes aparecem”, diz.

De acordo com o médico, o fato de se passar muito tempo na mesma posição -- em pé ou sentada - e ser principalmente ser sedentário é que contribui para o surgimento das varizes. “A pessoa que se movimenta pouco vai ter mais tendência ao aparecimento das varizes porque o retorno venoso se torna mais difícil. A panturrilha precisa ser estimulada e fortalecida para poder enviar o sangue de volta ao coração e, quando o indivíduo não se mexe, ela não contrai para colaborar com esse retorno venoso.”

Sedentarismo, tabagismo, uso de pílula anticoncepcional, herança genética, entre outros, são fatores que também predispõem ao aparecimento das varizes. Focássio alerta ainda que o problema é mais do que estético: “muita gente negligencia as varizes achando que ela é apenas um problema de aparência e, na verdade, não é. As varizes prejudicam a qualidade de vida do indivíduo, é uma importante causa de afastamento laboral no Brasil e ainda é um dos fatores que aumenta o risco da trombose venosa profunda, que pode ser fatal”.

Saiba como escolher o curso ideal de graduação com o Prouni

O fim do ensino médio traz, para muitos alunos, diversas dúvidas e incerteza. Isso acontece devido a chegada de uma nova fase: a vida universitária e a consequente escolha de uma futura profissão.

Cida Vidigal, Diretora acadêmica do Instituto Pedagógico de Minas Gerais (Ipemig), fala da importância dessa etapa na vida do aluno: “O último ano do ensino médio é uma das etapas mais importantes para o estudante, pois é sinal de que o vestibular está se aproximando e como isso a importância de escolher um curso superior e a instituição de ensino”, ressalta.


Agora é o momento para as 3,1 milhões de pessoas que fizeram a prova do Enem em 2021, se programarem para escolherem o que cursar. Mas como saber qual curso é o ideal para você? Para ajudar nessa escolha, separamos 8 dicas que podem te ajudar a decidir:


1. Pense nas suas habilidades: Você deve considerar quais são os seus talentos, as atividades que você realiza bem e suas competências positivas. Essa análise, juntamente de uma reflexão sobre a área que você gosta, te ajudarão a delimitar suas possíveis jornadas acadêmicas.


2. Observe as suas preferências: Faça uma observação sobre quais áreas do conhecimento você mais gosta. Pense nas disciplinas cursadas durante o período do colégio: Matemática, História, Português, Biologia, Geografia, Educação Física ou alguma outra. A partir dessa análise, será mais fácil perceber qual das áreas do conhecimento se encaixa melhor no seu perfil.


3. Faça testes vocacionais: Existem vários testes vocacionais e muitos deles são disponibilizados gratuitamente na internet. Lembre-se de procurar sites confiáveis! Outra boa opção é buscar ajuda de profissionais especializados em orientação vocacional, como psicólogos ou psicopedagogos, já que eles têm o conhecimento necessário para auxiliá-lo na escolha do curso superior.


4. Entenda como é a rotina do curso escolhido: Aqueles que precisam conciliar o trabalho com os estudos, devem compreender qual é o impacto da rotina no dia a dia. Depois de fazer uma lista com alguns cursos, busque saber sobre sua grade, suas obrigações e demandas de tempo e valores. Isso o ajudará a perceber o impacto em seus hábitos diários, condições financeiras e tempo livre.


5. Conheça cada curso: Uma boa maneira de saber mais sobre as opções de graduação é participar de feiras de profissões, workshops sobre carreira e mercado de trabalho, ou eventos promovidos pelas próprias instituições de ensino. Busque conversar com profissionais da área, isso também te ajudará a ter uma visão para além do seu curso, focando na vida profissional.


Algumas das áreas de graduação:


Biológicas: Também conhecido como área da saúde, engloba cursos ligados aos cuidados com o ser humano como: Biologia, Enfermagem, Fisioterapia, Educação Física, Farmácia, Psicologia, Odontologia, Nutrição e Medicina.


Exatas: Para os que gostam de números, cálculos e fórmulas, a área de exatas oferece opções, como: Matemática, Física, Química, e os diversos tipos de Engenharia - Mecânica, Elétrica, Civil - entre outras — além dos cursos relacionados à computação e ao desenvolvimento de novas tecnologias.


Humanas: É uma das áreas mais amplas que pode ser dividida em subcategorias como:


● Administração de Empresas, Economia, Ciências Contábeis, Gestão Pública e Turismo;


● Artes e Design, que inclui Moda, Música, Dança, Artes Cênicas, Artes Visuais e Fotografia;


● Ciências Sociais onde estão os cursos de Direito, História, Filosofia, Sociologia, Pedagogia e Letras;


● Comunicação Social que engloba Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Rádio e TV e Relações Públicas.


É importante relembrar que essas são apenas algumas das opções de cada área das graduações.


7. Pesquise a instituição de ensino superior: A qualidade de ensino tem importância. Verifique se o curso é reconhecido e possui boa nota no MEC, lembrando que os valores variam entre 1 e 5 e as faculdades de referência possuem notas acima de 4.


8. Estude o mercado de trabalho: A situação do mercado de trabalho é também um passo de extrema importância para a escolha do curso. A não ser que o financeiro não seja importante para você, o trabalho vai ser algo essencial e você precisa saber se existem boas profissões e vagas na área da sua escolha, considerando a competitividade e piso salarial, por exemplo.

A escolha de uma boa graduação também está ligada a forma de ingressar em uma instituição de ensino. Pensando nisso, muitas universidades adotam o Programa Universidade Para Todos (Prouni) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para selecionar os estudantes. Esses dois processos de seleção consideram a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O Prouni traz consigo diversas vantagens, que variam entre a economia, a democratização do ensino e as aberturas para a vida profissional. Cida Vidigal, diretora acadêmica do Ipemig, também destaca a importância do egresso pelo Prouni: “Não basta apenas escolher um curso superior para começar uma faculdade, é preciso verificar a melhor forma de ingressar na graduação. Hoje, muitas faculdades particulares levam em consideração a performance no Enem para avaliar se os candidatos estão aptos a iniciar a vida acadêmica ou não na instituição”.

Vale lembrar que o vestibular tradicional, com provas objetivas e discursivas, ainda continua sendo utilizado por algumas instituições de ensino superior. Nesse caso, a própria faculdade elabora as questões e organiza o processo seletivo.

 

Nematoide que ataca parte aérea da planta pode causar perdas de até 100%

 

Pesquisadores da Fundação MT e da consultoria Agronema destacam que o Aphelenchoides besseyi se comporta como fungívoro, causando a Síndrome da haste verde na soja e com grandes danos também no algodão, arroz e feijão 

 

Não bastassem os nematoides que atacam as raízes das plantas, o produtor ainda precisa se atentar ao da espécie Aphelenchoides besseyi, que pode se comportar como fungívoro, alimentando-se de fungos presentes no solo ou em restos culturais, além de conseguir parasitar a parte aérea das plantas. Este também é o vilão causador da Síndrome da haste verde e retenção foliar (“Soja Louca II”), e ainda parasita plantas daninhas, além do feijão comum, algodão e feijão caupi.

De acordo a pesquisadora e nematologista Rosangela Silva, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, apesar de ocorrer em áreas significativas na soja, este nematoide tem causado também grandes prejuízos no algodão, visto que as plantas afetadas não conseguem desenvolver frutos, zerando a produção. Dessa forma, a sucessão dessas culturas representa um risco a ambas, em especial em áreas sob pivô.

A ocorrência da Soja Louca II depende de condições ambientais favoráveis (temperaturas acima de 28ºC e umidade alta), além da presença do patógeno na área. Segundo o pesquisador Santino Aleandro da Agronema, consultoria nematológica, ainda não se tem antes da safra uma previsão dos danos, sendo sempre contabilizados ao final, considerando sua ocorrência, intensidade dos sintomas e porcentagem da área afetada. “Entretanto, nas plantas afetadas, a perda de produtividade pode chegar a 100%”, diz.


Como age

Após a germinação das plântulas de soja, essa espécie de nematoide já pode parasitar suas raízes, movimentando-se internamente, migrando para os tecidos da parte aérea, onde se alimenta preferencialmente nas regiões de crescimento, como folhas jovens e botões florais. “Causa necrose, levando ao abortamento de flores, reduzindo o desenvolvimento da planta, causando ainda o engrossamento de nós e a planta afetada não fecha o ciclo vegetativo”, detalha Rosangela.

Os sintomas são mais visíveis a partir da fase R1, entretanto, em ambiente controlado, já foi possível observar que cerca de 10 a 15 dias após a infecção, já em V1 e V2, em condições ideais para o patógeno, pode-se encontrar os sintomas iniciais característicos.


Haste Verde

De acordo com informações divulgadas em estudos recentes, a ocorrência da Síndrome da haste verde da soja se dá em toda a região produtora de soja do Pará, Tocantins e Maranhão, ocorrendo também no norte de Mato Grosso e Vale do Araguaia. “Na safra 2019/20 os prejuízos foram maiores na cultura do algodão. Em Rondônia, há relatos de talhões que ficaram com a colheita prejudicada na última safra, devido ao problema”, conta Rosangela.


Posso evitar?

Em áreas com histórico da presença do patógeno ou com ocorrência da doença, deve-se tomar cuidado com o uso de forrageiras, como braquiárias. Nesse caso, a recomendação dos pesquisadores é para que se use sementes com atestado de sanidade, e tratadas. “Nunca usar sementes sem procedência e com restos de torrões e sujeiras, mesmo que não haja dados que indiquem a braquiária como multiplicadora de A. besseyi”, lembra Aleandro.  

Além disso, se houver histórico da Síndrome da haste verde na área, deve-se evitar, sempre que possível, a sucessão soja – algodão, tendo em vista os riscos para a cultura subsequente. Há ainda a recomendação de dessecação antecipada da área para o plantio da soja e o manejo adequado de plantas daninhas no pós-emergência, com o objetivo de reduzir as opções de plantas hospedeiras para o patógeno.

“Destacamos que ainda não há produtos registrados para o controle de A. besseyi, portanto, não temos uma recomendação de manejo químico ou biológico para esse fitonematoide. Por outro lado, já têm empresas com trabalhos de pesquisa visando a utilização de produtos com essa finalidade”, salienta a pesquisadora da Fundação MT.


Pesquisas em andamento

A maioria dos estudos desenvolvidos pela Fundação MT sobre este nematoide ainda estão em andamento e, de acordo com Rosangela, são poucos os resultados conclusivos sobre as melhores opções de manejo. “Até o momento, a maioria dos trabalhos de campo trouxeram mais dúvidas que soluções, o que sabemos é que estamos trabalhando junto com os produtores para tentar encontrar um caminho”, completa.


Então, o que fazer?

Além do que já foi citado pelos pesquisadores, a orientação é que em áreas infestadas os talhões afetados devem ser colhidos por último e, no caso da semeadura seguinte, semear após os demais; isso reduzirá a disseminação na área.

Além disso, várias iniciativas têm sido adotadas nas regiões afetadas, como forma de tentar minimizar os efeitos da doença, e algumas apresentaram resultados promissores, mas há a necessidade da repetibilidade dessas práticas para que se comprove que não houve somente influência da condição ambiental no resultado.

“Há um grupo de pesquisa formado por várias instituições, na região de ocorrência da doença e no Paraná (em condições de casa de vegetação), que busca entender os detalhes envolvidos no desenvolvimento da doença, opções de manejo com produtos e culturas que possam ser usadas alternativamente, bem como elucidar quais e como plantas de cobertura podem afetar esse manejo, seja melhorando ou piorando a situação”, explica o profissional da Agronema. Portanto, até o momento não há uma recomendação validada em todos os níveis técnicos para o manejo da Síndrome da haste verde na soja, mas prevalece o uso das boas práticas agronômicas, “que é hoje a única recomendação correta que podemos fazer”, conclui o pesquisador. 

 

 

 Fundação MT - Criada em 1993, a instituição tem um importante papel no desenvolvimento da agricultura, servindo de suporte ao meio agrícola na missão de dar vida aos resultados através do desenvolvimento de tecnologias aplicadas à agricultura. A sede está situada em Rondonópolis-MT, contando com três laboratórios e casas de vegetação, um centro de pesquisa local e outros seis Centros de Pesquisa Avançada (CAD) distribuídos pelo Estado, nos municípios de Sorriso, Nova Mutum, Itiquira, Primavera do Leste e Serra da Petrovina. Saiba mais em www.fundacaomt.com.br.


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