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sábado, 1 de agosto de 2020

A vermifugação do seu gato está em dia?

A vermifugação é imprescindível para manutenção da saúde e bem-estar dos gatos. O procedimento é responsável por manter os animais protegidos contra a ação dos vermes, que podem se alojar no esôfago, estômago, intestino, coração, pulmão e rins do pet, causando uma série de problemas de saúde.

“As verminoses são causas comuns de idas ao veterinário. A doença afeta o organismo dos felinos causando desde fraqueza, prostração, diminuição do apetite, perda de peso, vômito, diarreia, anemia, até a obstrução intestinal. Em casos graves, a infestação pode levar o animal a óbito”, explica o médico veterinário e gerente técnico da Unidade Pet da Ceva Saúde Animal, Claudio Rossi.

Os gatos podem ser infectados  por meio do consumo de água e alimentos contaminados, pelo contato direto com outros animais, ou pela ingestão de pulgas. Entre os parasitas intestinais mais comuns que afetam os felinos, estão os nematódeos e os cestódeos.

“Assim como a vacinação, a vermifugação também faz parte da rotina de cuidados com os felinos. Por isso, é fundamental que o procedimento seja feito durante toda a vida do pet, seguindo o protocolo indicado pelo médico veterinário, que irá considerar a idade e estilo de vida do animal”, detalha Claudio.

Os filhotes devem ser vermifugados em três fases, que serão divididas entre a terceira, sexta e nona semanas de vida. Já os animais adultos devem ser vermifugados a cada três ou seis meses, de acordo com a orientação do médico veterinário. É importante reforçar que as fêmeas prenhes e lactantes também devem ser vermifugadas antes de acasalarem, uma semana antes do parto e três semanas após a parição.

Pensando em soluções que facilitem o dia a dia dos tutores e assegurem o bem-estar animal, a Ceva desenvolveu o Petzi Gatos, um vermífugo oral palatável de amplo espectro para gatos. O produto é indicado para o controle e tratamento das principais verminoses que acometem os felinos.

“Além de conferir proteção contra os nematódeos e cestódeos, que são os principais parasitas que afetam os gatos, o produto tem como diferencial ser divisível e a palatabilidade que facilita a aceitação por parte dos felinos”, finaliza Claudio.

 


Ceva Saúde Animal

www.ceva.com.br


Saiba quais são as frutas permitidas na dieta dos gatos e quais delas devem ser evitadas

Assim como os humanos, animais também têm necessidades básicas e os cuidados com a sua saúde e principalmente com a sua alimentação são fundamentais para que eles tenham uma boa vida. 

Neste sentido, muitos tutores ainda têm dúvida sobre o que realmente os bichanos podem ou não comer, bem como frutas que gatos podem comer e outros alimentos que compõem uma alimentação mais natural.

No entanto, embora pareça que essa alternativa é mais saudável para o animal, é importante lembrar que o organismo deles não funciona da mesma forma que o nosso e algo que nos faz bem ao ser humano, pode ser muito prejudicial ao animal.
 

Como as frutas agem no organismo dos gatos

Grande parte das frutas possui uma alta concentração de carboidratos e açúcar em sua composição, o que não é muito indicado para os felinos. 

Isso porque elas podem ser tóxicas para o animal, causando em alguns casos danos irreversíveis para sua saúde. 

Algumas frutas não recomendadas para gatos podem não só não fazer bem para eles, mas também atrapalhar o processo digestivo do pet, fazendo com que ele absorva menos proteína do que o necessário. 

Além disso, seu trato intestinal é muito pequeno, o que diminui consideravelmente a capacidade de digestão de fibras vegetais. 

No entanto, não são todas as frutas que fazem mal aos gatos. Há algumas opções que podem complementar a alimentação dos bichanos, sem prejudicá-la. 

 

 

Dentre as frutas que gatos podem comer, destacam-se algumas opções que podem inclusive, ser benéficas para a saúde do animal:

Maçã

Uma das melhores frutas para gatos, a maçã possui alto teor de fibras e baixo teor de gordura e é indicada justamente para controlar o peso do animal e melhorar o seu metabolismo. 

Além disso, ela também é uma importante fonte de vitamina A e C, que ajuda na manutenção dos ossos e dos tecidos do felino. 

Para oferecê-la ao pet, o ideal é que as sementes sejam retiradas, pois as mesmas contêm ácido cianídrico e a ingestão desta substância pode provocar reações no organismo dele.

Banana

Rica em potássio, a banana também é uma boa opção para introduzir a alimentação natural com o seu bichano. 

No entanto, por se tratar de uma fruta rica em carboidratos e açúcares, deve sempre ser oferecida em pequenas quantidades e intervalos maiores de tempo, por exemplo a cada quinze dias. 

Melancia

Trata-se de uma fruta com grande potencial de hidratação e que pode ser oferecida aos felinos, principalmente durante o verão, período em que o calor pode provocar desidratação dos animais. 

Outro benefício do consumo da melancia está relacionado diretamente aos seus nutrientes, pois é rica em potássio e vitaminas A, B-6 e C, sendo capaz de melhorar as funções musculares dos animais. 

Morango 

O morango é uma ótima fonte de vitamina C – que ajuda a fortalecer o sistema imunológico -, além de ser rico em fibras que ajudam a melhorar o sistema digestivo do animal. 

No entanto, por se tratar de uma fruta cítrica, é preciso ter certo cuidado para incluí-la na dieta do seu felino. O ideal é ministrá-la vez ou outra para não ter nenhum problema. 

Melão

Por conter muita água em sua composição, o melão também está entre as frutas que gatos podem comer e, assim como a melancia, pode ser dada ao bichano para hidratá-lo, principalmente nos dias mais quentes. 

Pêra

Trata-se de uma fruta rica em fibras, vitamina A e vitamina C, que também ajuda a fortalecer o sistema imunológico dos gatos, podendo ser oferecida como um bom lanchinho durante o dia. 

Mas, assim como as maçãs, deve-se retirar as sementes pois contém cianeto e podem ser altamente tóxicas para os felinos.


Frutas a serem evitadas: 

Enquanto algumas frutas podem ajudar na saúde dos felinos, existem outras que podem ser altamente prejudiciais aos animais. Confira abaixo quais frutas não podem ser oferecidas a eles: 

Uvas;

Frutas cítricas (limão, laranja, kiwi)

Abacate;

Caqui;

Cerejas.

Caso o animal coma alguma dessas frutas sem querer, o ideal é realizar uma consulta em uma clínica veterinária para verificar sua saúde. Ainda que não apareçam imediatamente, algumas reações podem surgir após algumas horas, afirma a veterinária Tatiani Camargo, especialista em felinos do Vet Quality Centro Veterinário 24h.
 

Como oferecer frutas para gatos

O ideal a se fazer é que, caso o pet não esteja acostumado a ingerir frutas, essa introdução seja feita de forma gradual. 

Comece oferecendo apenas uma fruta por vez, sempre em pequenas porções para evitar qualquer reação negativa no animal. 

Opte por colocar uma pequena quantidade da fruta escolhida em meio a ração para gatos, para que ele se acostume com o sabor diferente, lembrando-se sempre de retirar as sementes e cortá-la em pedaços pequenos.

Além disso, é importante lembrar que para uma alimentação mais balanceada e adequada, deve-se oferecer as frutas de forma complementar, ou seja, nunca como fonte de alimentação principal. 

Caso tenha alguma dúvida em relação à outros alimentos, o melhor a se fazer é consultar um nutricionista veterinário para que ele possa lhe orientar de acordo com as características específicas do animal.


Na Semana Nacional do Controle e Prevenção à Leishmaniose, entenda a doença e saiba como se proteger

Cuidados para evitar contágio devem começar pelo combate ao mosquito transmissor e proteção a animais de companhia

 

Entre os dias 4 a 10 de agosto acontece a Semana Nacional do Controle e Prevenção à Leishmaniose. A data tem como objetivo alertar à população sobre os principais cuidados para evitar a doença que acomete tanto humanos quanto animais. De acordo com a ONG Médicos Sem Fronteiras, a leishmaniose é a segunda doença transmitida por vetor que mais mata no mundo. Por isso, Marcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico da MSD Saúde Animal, fala mais sobre a enfermidade que é comum nesse período do ano - aumento das temperaturas e chuvas.

"Estamos vivendo um momento muito delicado com a pandemia da COVID-19, mas não podemos esquecer que existem outras doenças que continuam circulando por aí, como é o caso da leishmaniose visceral, principalmente em regiões endêmicas como Norte e Nordeste brasileiros. É importante que com essa semana conseguimos chamar a atenção para essa situação que também é grave", explica o médico-veterinário. 



Ciclo de transmissão 


A propagação da leishmaniose acontece a partir da picada do mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis) infectado pelo protozoário Leishmania chagasi. "O inseto infectado pica o cão e pode picar as pessoas com quem ele convive, por isso é importante manter o animal sempre protegido. Vale lembrar também que um cão infectado serve de reservatório para a doença", alerta.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o Brasil é líder nos casos da doença no continente americano, representando aproximadamente 96% do total de casos. Estima-se ainda que mais de 1 bilhão de pessoas vivem em áreas endêmicas com risco de infecção, sendo mais de 600 milhões de casos fatais. Por esse motivo, é muito importante proteger o animal e, consequentemente, toda a família.


Prevenção em primeiro lugar 


De acordo com Marcio Barboza, as medidas preventivas são essenciais para o controle da leishmaniose. "A coleira é o melhor método para a proteção do animal, mesmo que ele não fique em área endêmica. Junto com ela é recomendado abrigo limpo e com telas finas que são capazes de manter o mosquito afastado, principalmente ao entardecer, que é o período em que esses insetos mais atacam", fala. 



Sintomas, diagnóstico e tratamento 


Alguns sintomas podem ser sinais de alerta para os tutores. A leishmaniose pode causar problemas dermatológicos no cachorro, como pelagem falha e opaca e perda de pelos em focinhos, orelhas e região dos olhos; diminuição de peso repentina - mesmo sem a alteração de apetite; anemia; apatia; vômitos e diarreia.

Mas é essencial que, aos primeiros sintomas, o proprietário leve o animal ao médico-veterinário, já que ele é o único profissional habilitado a fazer o diagnóstico e indicar o tratamento adequado.

"A doença não tem cura parasitológica, ou seja, o animal não ficará livre do protozoário, mas o animal pode apresentar cura clínica com tratamento à base de medicamentos que melhoram os sintomas e diminuem as chances de transmissão do parasita. No entanto, existe um alto custo de investimento financeiro, então é muito melhor prevenir do que remediar", finaliza com alerta o especialista.

 

Pós-pandemia: pets invadem a alimentação dos donos

Em meio a pandemia os animais domésticos conquistaram ainda mais espaço e mimos (inclusive alimentares) na rotina de seus tutores. Descubra mitos e verdades.


O período de isolamento social gerou transformações na rotina das pessoas e, consequentemente, na dos pets em todo o planeta. Com a redução de passeios e a presença mais frequente das pessoas em home office, houve uma significativa diminuição da atividade física dos humanos e dos animais domésticos, impactando no ganho de peso. Levantamento realizado pela Wakefield Research, empresa de pesquisa de mercado, em parceria com o Banfield Pet Hospital (Estados Unidos), identificou que 25% dos entrevistados considera que o animal de estimação “ganhou um pouco de peso” e 8% responderam que os pets “ganharam muito peso” na fase da quarentena.

O que pode justificar o sobrepeso é a mudança no comportamento entre os pets e seus donos. Dos entrevistados na pesquisa, 40% afirmam que têm oferecido mais petiscos e guloseimas ao animaizinhos desde o início da pandemia da Covid-19. Por outro lado, um outro estudo do Banfield Pet Hospital aponta que 84% dos proprietários desenvolveram mais ateção à saúde dos pets e 67% concluíram que precisam alterar a maneira como cuidam dos animais em casa.

Além dos cuidados com o checkup veterinário, destaca-se a importância no cuidado com a alimentação.


MONOTONIA ALIMENTAR

As rações têm como principal objetivo oferecer uma alimentação equilibrada. São saudáveis, no entanto, não possuem variedade de sabores. “Isso faz com que os pets sintam-se enfadonhos recusando se alimentar de modo completo, o que pode prejudicar a saúde deles. Os animais domésticos são muito estimulados por sabores. Uma das vantagens que a pandemia nos trouxe é a facilidade de poder fazer parte do dia a dia dos nossos pets e inclusive conhecê-los melhor, observar que aromas e sabores despertam mais o prazer pelo alimento. E ainda a possibilidade de pensar em opções, como molhos que permitam a eles também vivenciar a experiência da gastrnomia além da ração”, explica Hugo Villalva Leça Fonseca, CEO da Mon Petit Chéri, fabricante de alimentação gourmet para pets.

Para ser considerado um alimento completo e balanceado, a ração deve fornecer, obrigatoriamente, todos os nutrientes essenciais para a vida daquela espécie animal, bem como à fase de vida e em quantidades que suportem todas as atividades metabólicas. Segundo Luciana Oliveira, veterinária com PhD em nutrição da Mon Petit Chéri, são considerados nutrientes essenciais aqueles que o organismo não consegue fabricar sozinho. No caso de cães e gatos, deve-se considerar na hora de comprar a ração:

  • 10 aminoácidos para cães e 11 para gatos (formam as proteínas do corpo)
  • 1 Ácido graxo para cães e 2 para gatos (produzem parte da gordura)
  • 12 minerais, entre eles cálcio, fósforo, iodo, zinco, selênio
  • 11 vitaminas para cães e 12 para gatos, entre elas as vitaminas do complexo B e vitaminas A D e E.


DIETAS CASEIRAS

Para elaborar um alimento caseiro completo e balanceado é necessário, antes de tudo, conhecimento específico em nutrição animal de forma que esses alimentos, assim como as rações, tenham em sua composição todos os nutrientes essenciais para a espécie a qual se destina.

“Infelizmente, por falta de conhecimento de tutores, a preparação desses alimentos caseiros segue premissas de nutrição humana (ex. pouca gordura, sem sal, falta de proteína adequada aos pets...) e não atendem as necessidades dos pets, causando uma série de deficiências nutricionais que comprometem a saúde deles. Estes alimentos podem trazer inúmeros prejuízos ao organismo, como perda de massa muscular por deficiência de aminoácidos, má condição de pele e pelagem por deficiências de vitaminas e minerais, e problemas ósseos por deficiências de cálcio e fósforo, entre outras”, reforça a veterinária.


SACHÊS/LATAS

“O uso de sachês associado a rações secas sempre foi usado, tanto no Brasil quanto no exterior. E até hoje nós percebemos que a frequência de utilização dos alimentos úmidos, e a qualidade deles, ainda é muito maior no exterior. Felizmente, esse conceito está mudando e cada vez mais achamos novas marcas com produtos de ótima qualidade, e tutores mesclando o alimento seco e úmido em todas as refeições dos seus pets. O uso de alimentos úmidos é uma forma de tornar o consumo da ração mais prazeroso pelos animais, pois assim como nós, os pets tem paladar e suas preferências, ou para incentivar o consumo para animais muito seletivos ou doentes”, destaca Hugo, que é da Mon Petit Chéri.


LÍQUIDO PARA PETS

A água é um nutriente essencial à vida para os organismos vegetais e animais, já que as reações metabólicas dependem da água para ocorrerem. “Quando falamos de cães e gatos, eles devem ter acesso a água potável todo o tempo. De forma geral recomenda-se que cães e gatos ingiram entre 60 a 70mL de água por quilo de peso por dia”, afirma a veterinária. Segundo Luciana, alguns tutores oferecem água de côco no Brasil pela sua disponibilidade. Não se sabe ainda se essa prática traz benefícios a pets saudáveis. Entretanto, o uso da água de côco pode ser interessante para cães que não ingerem muita água.


    CADA MÊS UMA RAÇÃO... PODE?

É possível usar uma mesma ração durante toda a vida dos pets sem maiores problemas. Apesar disso, há uma minoria de animais que ‘enjoam’ das rações e acabam levando os tutores a variar os sabores e marcas. “Outra parte dos pets que recebem rações variadas é decorrente da humanização, ou seja, quando o tutor se acha na obrigação de variar a alimentação como uma maneira de oferecer algo diferente. Entretanto, o uso de uma mesma ração, que atenda as necessidades do animal naquela fase de vida, é o ideal. Isso porque a microbiota intestinal de cães e gatos não é tão apta a mudanças alimentares, e a troca constante de alimentos pode causar problemas digestivos”, recomenda Luciana.


    COMO CRIAR UM PLANO ALIMENTAR

A rotina alimentar é importante para cães e gatos, principalmente para filhotes, idosos e animais com alguma doença. “Para cães, o ideal é que comam, no máximo, duas vezes ao dia. Cães com alguma doença podem necessitar de mais refeições. Já os gatos, que têm hábitos noturnos e gostam de comer pequenas quantidades muitas vezes ao dia, devem receber duas ou mais refeições ao dia, ou podemos disponibilizar a quantidade total no início da noite, para que fique à disposição durante todo o período noturno”, detalha Luciana. A quantidade deve seguir indicação da tabela orientativa que consta nas embalagens.

Outra recomendação, segundo a veterinária, é evitar o raciocínio de que “devido a ausência de passeio preciso compensar meu pet com guloseimas”. “Não recomendamos ultrapassar 10% das calorias diárias deles com petiscos”, afirma ela.

   
ALIMENTOS NÃO RECOMENDADOS PARA PETS

A lista abaixo é descrita pela Federação Europeia da Industria de Alimentos para Animais de Estimação (FEDIAF, 2018) e aborda os alimentos mundialmente reconhecidos por trazerem alguma toxicidade à cães e gatos.

- Uva e uva passa: cães podem podem apresentar transtornos digestivos (vômito, dor abdominal, diarreia), insuficiência renal aguda, fraqueza e anorexia. Ainda não se sabe qual substância contida nesses alimentos que causa os efeitos descritos;


- Chocolate e café: na verdade é a substância teobromina contida no cacau que apresenta efeito tóxico para os animais. Quanto maior a concentração de cacau do chocolate, maior o risco de causar intoxicação. A cafeína, que é da mesma família que a teobromina, também pode causar intoxicação nos pets. Os sinais clínicos dessas intoxicações são: taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), dificuldade respiratória, vômito, diarreia, agitação, tremores, fraqueza, arritmias, convulsões, insuficiência renal e óbito.


   - Cebola, cebolinha e alho: Cães e gatos são muito sensíveis a ingestão de cebola,  seja ela crua ou cozida. Os gatos também são também muito sensíveis ao alho. Os sinais clínicos da intoxicação por esses ingredientes são a anemia, taquicardia, fraqueza respiração acelerada, vômito, diarreia, dor abdominal e nos casos mais graves, insuficiência renal, icterícia e morte. Os responsáveis por tais efeitos são as diversas substâncias organosulfúricas contidas nesses alimentos, como a alicina contida no alho, por exemplo.


Saúde pet: no inverno, redobre os cuidados com a saúde do seu cão

Os sintomas podem se assemelhar aos da gripe humana e, se não tratados, podem levar o animal a óbito


Assim como os humanos, os pets também são suscetíveis a doenças , muitas delas parecidas com as que nós contraímos. Por essa razão, se faz necessário uma atenção redobrada aos cuidados e sintomas que eles apresentam. Tosse frequente, espirros, secreção pelo nariz, boca e olhos, são alguns sinais de que há algo a ser investigado pelo médico veterinário.           .

  De acordo como Dr. João Gustavo P. de Souza, do Hospital Veterinário Lovely Dog, como alguns sintomas da Tosse dos Canis ou Traqueobronquite Infecciosa Canina parecem simples, como tosses e espirros, é possível que o tutor ache que está tudo bem e por isso opte por não levar o cão ao médico. “O que é arriscado, pois em casos de cães muito jovens ou idosos, a Tosse dos Canis pode resultar num quadro de saúde mais grave, como pneumonia, o que pode ser fatal”, alerta.

A Tosse dos Canis ou Traqueo-bronquite Infecciosa Canina  é transmitida por vírus e bactérias e afeta animais de todas as raças e idades. O tratamento inclui antibióticos específicos e reforço imunológico. Exames de sangue e raio – X de tórax podem também ser solicitados a fim de identificar problemas secundários decorrentes da infecção.


Prevenção

A melhor forma de evitar que os cães sejam infectados e contraiam a Tosse dos Canis é através da vacinação. No entanto, “é importante ressaltar que nenhuma vacina é 100% eficaz, mas diminui consideravelmente as chances de contágio”, explica Dr. João Gustavo.

  Como essa é uma doença típica de inverno, é importante evitar algumas práticas como:

- Passeios em horários mais frios;

- Expor o animal ao frio após um banho quente;

- O compartilhamento de comedouros e bebedouros.

- Caso o cachorro fique na área externa da casa, é fundamental que o tutor providencie um abrigo que o proteja do vento e das baixas temperaturas;

Apesar de bastante contagiosa entre os cães, a gripe canina não é uma zoonose, portanto não é transmitida para o homem.     


A importância das vacinas obrigatórias para cães e gatos


Assim como os humanos precisam ter as suas vacinas em dia, a mesma atitude acontece em relação aos pets. A imunização é essencial para a saúde e bem-estar dos bichinhos de estimação. 

Contudo, é muito comum que tutores considerem apenas a vacina antirrábica como a única necessária. Na verdade, existem uma série de vacinas obrigatórias para cães e gatos que devem ser renovadas anualmente. 

A vacinação dos cães é uma questão de saúde pública, tanto que se tornou algo comum campanhas realizadas pelas prefeituras das cidades. 

Assim, como dito anteriormente, o protocolo de aplicação de vacinas deve começar ainda quando os cães são filhotes. Ou seja, com até dois meses de idade. A segunda dose precisa ser dada ao animal até os três meses. E a terceira dose, aos quatro meses.

Após a aplicação dessas três primeiras vacinas – respeitando os seus respectivos períodos -, o cãozinho já está apto para passear com o dono pelas ruas.  Mas engana-se quem pensa que só essas vacinas são suficientes.  

Também serão necessários reforços anuais, sempre com o devido acompanhamento de um médico veterinário.

Assim, são disponibilizadas as seguintes vacinas para os cães:

V8, V10 e V12, que combatem as as seguintes doenças: 


Cinomose (canina) 

Virose que afeta os órgãos respiratórios, apresentando sinais de febre e secreções purulentas; também atinge o sistema nervoso. É uma doença de alto risco de levar os cães à morte.


Parvovirose (Parvovírus Canino)

Vírus que atinge o trato digestivo dos pets. Causa diarreia, febre e imunossupressão. Também é uma doença de grande risco de levar os cães ao óbito caso não seja rapidamente diagnosticada e tratada.


Hepatite Infecciosa (Adenovírus Canino 1 - CAV - 1) 

Afeta o fígado dos cães. Gera febre e diarreia sanguinolenta. Nos quadros mais graves pode acabar causando problemas no sistema nervoso. Também pode causar a morte dos bichinhos.


Leptospirose 

Pode ser causada por diversos tipos da bactéria Leptospira. Ataca os rins e o fígado, também podendo levar o pet ao óbito. Além disso, pode ser transmitida aos humanos.


Coronavirose (Coronavírus) 

É bem semelhante à Parvovirose. Também é conhecida como gastroenterite infecciosa canina.



Parainfluenza 

É uma virose que causa sinais respiratórios como tosse, secreções e febre. Pode ser um dos agentes relacionados com a Tosse dos Canis, contudo, não é o mais comum.



Outras vacinas recomendadas


Antirrábica (Rhabdovirus)

Age contra a raiva. É extremamente importante de ser aplicada nos pets, principalmente porque não existe tratamento em animais. Por isso, a prevenção é de extrema importância.

Traqueobronquite infecciosa canina (Bordetella Bronchiseptica)

Conhecida como Tosse dos Canis. Apresenta sintomas de um resfriado, mas, caso não seja tratada, pode apresentar mais problemas para o cão. É altamente contagiosa.



Giárdia

É um parasita intestinal que promove muitos episódios de diarreia, vômitos e pode ser uma doença fatal caso não seja tratada corretamente. Entretanto, existem vermífugos que também podem ajudar no combate à essa doença. Os humanos também podem ser contaminados.


Leishmaniose

Sua transmissão ocorre através da picada do mosquito. Apresenta-se de duas maneiras: cutânea (com sintomas na pele do cachorro) ou visceral (atingindo os órgãos internos). É uma doença grave que pode ser transmitida para os humanos.



Vacinas para gatos

A vacinação nos gatos começa aos dois meses de vida, e deve ter reforço aos três meses. Depois disso, as doses são anuais. 

No caso dos gatos, há quatro vacinas disponíveis: V3, V4, V5 e a vacina de Raiva.

A V3 protege o animal das enfermidades:



Panleucopenia Felina (Parvovírus Felino)

Desenvolve-se rapidamente e pode levar o gatinho a morte. Seus sintomas são muito comuns, como vômito e diarreia -, e por isso é tão importante a prevenção.



Calicivirose (Calicivírus Felino)

Atinge principalmente o trato respiratório, podendo causar pneumonia.



Rinotraqueíte (Herpesvírus felino 1)

O contágio ocorre por contato direto e gera sintomas respiratórios e oculares bastante evidentes e muito parecidos com a Calicivirose.  

Dessa forma, a V4 previne as mesmas doenças que a vacina V3, além da proteção contra Clamidiose. Já a V5,  engloba as mesmas doenças que a V3 e a V4, mais a proteção contra a Leucemia Felina. E a Antirrábica é igual a fornecida aos cães. 



O que fazer em caso de atraso das vacinas

Não é indicado, mas sabemos que com a correria do dia a dia às vezes acontece de o tutor deixar passar a data correta de vacinar o pet. 

O ideal é explicar a situação para o veterinário e, a partir daí, seguir com o protocolo de vacinação adequado. 

Quando o animal está na fase adulta, não é tão grave assim atrasar alguma vacina, principalmente por que ele já passou pela primovacinação. Isto é, a primeira vez que o animal tem contato com as vacinas.

Entretanto, se for um filhote, o processo precisará ser reiniciado. 

Portanto, a cada dia fica mais claro a importância de se dar as vacinas obrigatórias para cães e gatos de forma correta. 

As consultas com um médico veterinário de confiança são de extrema importância.


Raiva Canina: vamos falar sobre essa doença fatal?

 

Pixabay


Agosto e com ele a campanha de vacinação contra a raiva - vírus quase 100% letal. Muito embora a doença tenha sido erradicada das grandes metrópoles, algumas cidades já voltaram a registrar casos. A raiva é uma zoonoses, ou seja, é uma doença infecciosas capaz de ser naturalmente transmitida entre animais e seres humanos. Todos os mamíferos podem ser contaminados através de um ciclo, conforme explica a especialista da Nutrire, Dra. Luana Sartori. 

 

“Animais silvestres como morcegos, por exemplo, podem infectar cachorros, gatos e humanos por meio da troca de secreções, contato sanguíneo ou, claro, uma mordida”, explica. Após infectado, todo o sistema nervoso da pet é atingido, fazendo com que o vírus se atinja diversos órgãos e se proliferando nas glândulas salivares. Identificar os sintomas da raiva é importante para que o tratamento seja feito rapidamente e os sintomas aliviados, pois a raiva ainda não tem cura. “Muitos acreditam que cães infectados apenas salivam intensamente, mas tudo vai depender da fase em que o vírus se encontra”, explica. 

 

Em um primeiro momento, os sintomas podem estar relacionados à depressão, ansiedade, agressividade e demência. “Quando a doença se agrava, o animal apresenta dificuldade de engolir, salivação, descontrole muscular e paralisia. Se o tutor agir antes dessa fase pior, o pet pode ter uma sobrevida mais digna, sem sofrimento”, diz. Para a especialista, levar o animal ao veterinário e manter a carteira de vacinação em dia é obrigação do tutor. “A posse responsável não inclui apenas brincadeiras e diversão, mas a garantia de que o pet tenha uma vida saudável, sempre acompanhada por um médico veterinário”, diz Luana.

 

Ela explica que a vacinação é obrigatória, pois é única forma de prevenção da raiva, e deve ser feita anualmente por um veterinário de confiança. “Boa parte dos tutores acredita que isso não é importante, especialmente para os animais que vivem nas áreas internas, em apartamentos e sem acesso à rua. No entanto, a regra vale para todos os pets”, alerta. Ao mesmo tempo, algumas pessoas têm medo que o animal sofra com reações às vacinas, mas isso não pode ser empecilho para não fazer o controle, especialmente das zoonoses. “Ao ser vacinado, cães e gatos podem ter reações por resposta excessiva do sistema imune ou ainda por alegrias às substâncias da vacina, por isso, todo processo de vacinação deve ser feito em uma clínica veterinária séria e de confiança”, aconselha.

 

Luana explica que sintomas leves como dor no corpo, no local da aplicação e temperatura mais alta são comuns, mas que devem desaparecer em 24 horas. “Deixar o animal quietinho, bem acomodado, alimentado e seguro é o suficiente para esses casos”, explica. A preocupação deve ser maior se o pet apresentar agitação contínua, salivação excessiva, Vômitos e Tremores. “O retorno ao veterinário deve ser imediato se houver desconfiança de reação alérgica, assim, o pet será tratado com rapidez e se recuperará sem sequelas”, finaliza. A raiva é uma doença cruel e fatal, mas tem prevenção. E, como diz o ditado, prevenir é sempre o melhor remédio.

 


Consórcio nacional realiza sequenciamento genético completo de abelha sem ferrão nativa

 

 Espécie dócil conhecida como marmelada tem todas as operárias estéreis e apresentou sequências de genes encontradas em outras abelhas sociais, mostrando conservação de características ancestrais; a Frieseomelitta varia produz pouco mel, mas vem despertando interesse econômico como polinizadora (foto: Fototeca Cristiano Menezes)


Um consórcio de pesquisadores de seis universidades brasileiras, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela FAPESP, sequenciou o genoma da Frieseomelitta varia, abelha sem ferrão nativa do Brasil conhecida como marmelada. O resultado aumenta a compreensão sobre a evolução destas abelhas e abre caminho para o melhoramento de espécies com potencial de uso comercial.

 

Os resultados foram publicados na BMC Genomics por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp), Federal de São Carlos (UFSCar), Federal de Alfenas (UFAL), Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

 

“Escolhemos uma espécie para realizar esse projeto-piloto, a fim de testar nossa capacidade de sequenciar um genoma inteiro. Essa é uma espécie emblemática, uma vez que suas operárias são completamente estéreis. É uma característica que a difere da grande maioria das abelhas do grupo Meliponini, das abelhas sem ferrão”, diz Klaus Hartmann Hartfelder, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e um dos autores do trabalho.

 

O estudo integra um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado por Zilá Luz Paulino Simões, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e coautora do artigo. O sequenciamento foi realizado no Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também apoiado pela FAPESP.

O sequenciamento revelou uma grande quantidade de sequências repetidas dos chamados RNAs longos não codificantes, que têm função regulatória. Em humanos, por exemplo, esses RNAs estão relacionados a processos de regulação do desenvolvimento, inclusive do sistema nervoso central. Na marmelada, os pesquisadores consideram que essas sequências podem estar ligadas ao processo de desenvolvimento do ovário das abelhas, que torna as operárias completamente estéreis, enquanto a rainha é altamente fértil.

“Como na grande maioria dos insetos sociais, os ovos são iguais, dali pode sair tanto uma operária quanto uma rainha. Durante o desenvolvimento da larva, porém, acontece a divergência em algumas das vias moleculares de sinalização, que faz com que essas abelhas se diferenciem em dois tipos de indivíduos, a rainha fértil e muitas operárias inférteis. Na abelha europeia (Apis mellifera) isso se dá por conta da alimentação diferente que a rainha recebe na fase larval, mas nas abelhas sem ferrão parece ser mais uma questão de quantidade de alimento”, diz Hartfelder.

 

Vantagem evolutiva

 

O grupo encontrou ainda um alto grau de conservação (sintenia) de um bloco de genes descrito na Apis mellifera relacionado ao comportamento de estocagem de pólen dentro da colônia. Essa é uma característica de espécies altamente sociais, enquanto outras coletam apenas o pólen suficiente para alimentar as larvas.

 

“O que nos surpreendeu é que a A. mellifera e as abelhas sem ferrão divergiram em linhagens diferentes há mais de 70 milhões de anos. É muito tempo e, mesmo assim, essa característica foi se mantendo ao longo da evolução. Temos de verificar se o mesmo acontece com outras abelhas para saber se isso ocorreu por puro acaso ou se garantiu uma vantagem evolutiva”, explica o pesquisador.

Outro achado interessante foi a diferença de outras abelhas na organização da ordem dos genes do genoma mitocondrial, que também foi sequenciado nesse trabalho. A alteração na ordem gênica da usina de energia da célula pode ter implicações evolutivas a serem estudadas com mais profundidade no futuro.

 

Polinização em cultivo de alimentos

O nome popular da espécie faz referência à cor de seus ninhos, que tem um revestimento externo marrom por conta da aplicação de resina que as abelhas coletam de plantas. O material tem propriedades repelentes, o que afasta formigas e outros potenciais invasores do local de entrada.

A espécie produz pouco mel, mas por sua docilidade e larga distribuição, principalmente no Sudeste do Brasil, tem potencial para servir como polinizadora em cultivos de alimentos de alto valor agregado em estufas. A abelha europeia não se adapta bem a esses ambientes fechados, mas as abelhas sem ferrão têm grande potencial como polinizadores destes cultivos.

As descobertas do genoma da marmelada servem ainda de guia para a busca de características desejadas em outras espécies de interesse comercial, como a jataí (Tetragonisca angustula).

No trabalho atual, o grupo utilizou a experiência adquirida nos sequenciamentos de genomas de abelhas realizados por consórcios internacionais. Em 2006, os pesquisadores fizeram parte do grupo que sequenciou o genoma da Apis mellifera, a abelha europeia mais usada na produção de mel. O resultado foi publicado na Nature.

Em 2015, o grupo participou de um trabalho publicado na Science que sequenciou 10 genomas de abelhas, entre eles o da mandaçaia (Melipona quadrifasciata), a primeira espécie brasileira de abelhas sem ferrão a ter o genoma sequenciado. No mesmo ano, participou ainda da publicação do genoma de duas mamangavas, insetos da mesma linhagem das abelhas do gênero Apis e das abelhas sem ferrão.

O próximo passo da pesquisa é estudar melhor algumas regiões que chamaram atenção do genoma da marmelada. Além disso, graças ao conhecimento adquirido durante o trabalho, o grupo já selecionou outras cinco espécies que terão o genoma sequenciado.

O artigo The nuclear and mitochondrial genomes of Frieseomelitta varia – a highly eusocial stingless bee (Meliponini) with a permanently sterile worker caste pode ser lido em: https://bmcgenomics.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12864-020-06784-8.

 



André Julião

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/consorcio-nacional-realiza-sequenciamento-genetico-completo-de-abelha-sem-ferrao-nativa/33756/

 


Na luta contra a Covid-19, suinocultura no Brasil deve crescer e bater recordes

Mesmo em meio à pandemia de coronavírus, produção deve aumentar de 4 a 6,5% e exportação pode ser 33% maior em relação a 2019


Em 2020 o Brasil deverá exportar, pela primeira vez, 1 milhão de toneladas de carne suína, de acordo com dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esse número reflete um aumento de 33% em relação ao ano passado, além da cadeia da carne suína ter uma produção prevista de 4,25 milhões de toneladas, um crescimento entre 4% a 6,5% se comparado com 2019.

Com esses números, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, a cadeia pode comemorar com boas previsões o Dia Nacional da Suinocultura, em 24 de julho. O Brasil é o quarto maior produtor da carne suína e também o quarto maior exportador do mundo, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Quase 40% das exportações brasileiras vão para a China, seguida de Hong Kong com 16%.

Para que a expectativa dos bons números se concretize é preciso tomar alguns cuidados, já que os riscos de contaminação pelo coronavírus não diminuíram.

Segundo o médico-veterinário Odemilson Donizete Mossero, presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal e vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a suinocultura brasileira, como os outros setores do agronegócio, sofreu o impacto inicial provocado pela pandemia, em razão de fatores como queda dos preços ao produtor e incertezas.

“No entanto, diante desse cenário obscuro, medidas assertivas passaram a ser adotadas pelos órgãos governamentais, pelas entidades representativas e pelos produtores. O setor prima pela segurança sanitária dos plantéis, com medidas de biossegurança rigorosas, que, somadas a outros fatores, permitem maior produtividade e o oferecimento de produtos seguros ao mercado nacional e internacional”, avalia Mossero.


Riscos para a cadeia

A zootecnista Paola Moretti Rueda, da Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do CRMV-SP afirma que uma preocupação do setor é o alastramento da pandemia de Covid-19 pelo interior do Brasil, o que pode afetar os trabalhadores que lidam com os animais, seja na granja ou no frigorífico. Cidades do Sul do País, que concentram a produção nacional de suínos, já sofrem com as conseqüências da doença.  

“Quando as pessoas adoecem nas granjas, os animais podem ficar sem limpeza das baias, fornecimento de alimentação e água, bem como de cuidados médico-veterinários. Já quando trabalhadores do frigorífico adoecem, o mesmo precisa ser fechado para conter a disseminação e os suínos ficam na granja, crescem demais e o abate é dificultado. Pode haver, ainda, o desabastecimento de ração e medicamentos”, destaca Paola.


Luta contra a Covid-19

Por essas questões, ressalta Mossero, o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), juntamente com o Ministério da Saúde e Ministério da Economia, entre tantas medidas legais e orientativas, publicou a Portaria Conjunta nº 19/20. “Seguindo fielmente as regras, todo o segmento conseguirá se fortalecer na medida em que contribui para com a redução do risco de propagação do vírus em toda a cadeia produtiva.”

Segundo a ABPA, há um compromisso do setor em atuar pela saúde dos colaboradores, com implantação de estratégias em todo o setor produtivo, já em março, no início da pandemia do novo coronavírus. As empresas do setor frigorífico têm seguido a legislação e também o protocolo setorial validado pelo Hospital Albert Einstein e que estabelece uma série de medidas protetivas, como:

- Proteção buconasal (máscara cirúrgica), faceshield e outros, além dos habituais uniformes, luvas, máscaras e outras camadas de proteção;

- Barreiras laterais, impedindo contato entre os colaboradores na linha de produção;

- Afastamento de todos os colaboradores identificados como grupo de risco;

- Intensificação das ações de vigilância ativa e o monitoramento da saúde;

- Adoção de medidas contra aglomerações em restaurantes, transportes e outras áreas;

- Reforço da rotina de higienização de todos os ambientes dentro e fora dos frigoríficos, várias vezes ao dia.

 

Instrução Normativa de bem-estar animal em suínos

A zootecnista Paola Rueda conta que, na primeira quinzena de julho, a ABCS e a Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos também protocolaram junto ao Mapa uma manifestação de apoio para a publicação da Instrução Normativa de suínos em nível de granja. A minuta da norma, já passou por consulta pública. “O Brasil carece de normativas específicas e isso auxiliaria a termos uma hegemonia na produção.”

Para Paola, o Brasil precisa preparar a produção para atender os mercados mais exigentes em termos de bem-estar, pois são os que melhor remuneram. “As pandemias surgem pelo excesso do uso de recursos naturais e por baixa imunidade dos animais, o que, na maioria das vezes, está ligado ao estresse crônico de sistemas de produção que não colocam o animal como centro do processo produtivo”, finaliza.


Estação Quarentenária de Cananéia

De acordo com Mossero, a suinocultura definitivamente é um setor que tende a crescer, neste e nos próximos anos, contribuindo com o fornecimento de alimentos de qualidade para Brasil e seus clientes externos. Isso deve acontecer devido à alta tecnificação e aos controles rígidos, que trazem confiança e transparência nos processos e mostram quão sério é o setor nos cuidados com a sanidade e biossegurança.

“Podemos destacar a adoção pelo Brasil da política de importação de suínos vivos sob controle 100% oficial, utilizando a Estação Quarentenária de Cananeia. É o único quarentenário oficial do País, cujas medidas sanitárias rígidas permitem avaliar as condições de saúde dos animais já na entrada, antes da internalização dos futuros reprodutores. Os animais somente são liberados após testes laboratoriais e a inspeção clinica”, explica.


O setor em números

- 4,117 milhões de toneladas produzidas em 2019

- 4º maior produtor mundial

- 4º maior exportador mundial

- 16% da produção exportada

- US$22,2 bilhões é o PIB da cadeia de produção

Fonte : Associação Brasileira dos Criadores de Suínos




Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


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