Cuidados para evitar contágio devem começar pelo combate ao mosquito transmissor e proteção a animais de companhia
Entre os dias 4 a 10 de agosto acontece a
Semana Nacional do Controle e Prevenção à Leishmaniose. A data tem como
objetivo alertar à população sobre os principais cuidados para evitar a doença
que acomete tanto humanos quanto animais. De acordo com a ONG Médicos Sem
Fronteiras, a leishmaniose é a segunda doença transmitida por vetor que mais mata
no mundo. Por isso, Marcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico da MSD
Saúde Animal, fala mais sobre a enfermidade que é comum nesse período do ano -
aumento das temperaturas e chuvas.
"Estamos
vivendo um momento muito delicado com a pandemia da COVID-19, mas não podemos
esquecer que existem outras doenças que continuam circulando por aí, como é o
caso da leishmaniose visceral, principalmente em regiões endêmicas como Norte e
Nordeste brasileiros. É importante que com essa semana conseguimos chamar a
atenção para essa situação que também é grave", explica o
médico-veterinário.
Ciclo de transmissão
A propagação da
leishmaniose acontece a partir da picada do mosquito-palha (Lutzomyia
longipalpis) infectado pelo protozoário Leishmania chagasi. "O inseto
infectado pica o cão e pode picar as pessoas com quem ele convive, por isso é
importante manter o animal sempre protegido. Vale lembrar também que um cão
infectado serve de reservatório para a doença", alerta.
Dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) mostram que o Brasil é líder nos casos da doença no
continente americano, representando aproximadamente 96% do total de casos.
Estima-se ainda que mais de 1 bilhão de pessoas vivem em áreas endêmicas com
risco de infecção, sendo mais de 600 milhões de casos fatais. Por esse motivo,
é muito importante proteger o animal e, consequentemente, toda a família.
Prevenção em
primeiro lugar
De acordo com Marcio
Barboza, as medidas preventivas são essenciais para o controle da leishmaniose.
"A coleira é o melhor método para a proteção do animal, mesmo que ele não
fique em área endêmica. Junto com ela é recomendado abrigo limpo e com telas
finas que são capazes de manter o mosquito afastado, principalmente ao
entardecer, que é o período em que esses insetos mais atacam", fala.
Sintomas,
diagnóstico e tratamento
Alguns sintomas
podem ser sinais de alerta para os tutores. A leishmaniose pode causar
problemas dermatológicos no cachorro, como pelagem falha e opaca e perda de
pelos em focinhos, orelhas e região dos olhos; diminuição de peso repentina -
mesmo sem a alteração de apetite; anemia; apatia; vômitos e diarreia.
Mas é essencial que,
aos primeiros sintomas, o proprietário leve o animal ao médico-veterinário, já
que ele é o único profissional habilitado a fazer o diagnóstico e indicar o
tratamento adequado.
"A doença não
tem cura parasitológica, ou seja, o animal não ficará livre do protozoário, mas
o animal pode apresentar cura clínica com tratamento à base de medicamentos que
melhoram os sintomas e diminuem as chances de transmissão do parasita. No
entanto, existe um alto custo de investimento financeiro, então é muito melhor
prevenir do que remediar", finaliza com alerta o especialista.
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