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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Como líderes podem deixar mais produtivo e prazeroso o novo normal no ambiente de trabalho

Atualmente estamos cansados de ler artigos que falam do mesmo tema, o mundo entrou em um novo curso e se reinventar é preciso. Contudo, é importante ter um ponto de partida para mudar a chave.

Com base em algumas dores reportadas por líderes dos mais variados locais de trabalho e com diferentes formatos de times, seguem algumas dicas de como a agilidade pode começar uma mudança AGORA! Sim, agora, mesmo em meio ao caos.


1- O time não se mostra colaborativo no formato online

A primeira pergunta a fazer é: O time não se mostra colaborativo ou nunca foi e o formato home office só evidenciou?

Independentemente da resposta, existem algumas dinâmicas, que podem ajudar a atrair a atenção do time durante as reuniões. Uma delas é pedir para que cada membro fale duas verdades e uma mentira sobre si e o grupo deve adivinhar qual é a mentira. A dinâmica garante boas risadas e aproxima as pessoas. A partir daí a reunião fica mais leve e o engajamento do time aumenta, pois ficam mais descontraídos.


2 - Mesmo colocando regras, muitas pessoas têm se apresentado de qualquer forma nas reuniões, alguns usam pijama ou aparecem sem camisa com cabelos bagunçados

Será que uma conversa individual não resolveria? Uma boa opção é conversar no formato one-a-one, dando esse feedback para a pessoa sem a expor.
O bate-papo deve ser suave e destacar que, embora estejamos trabalhando em casa, é trabalho e precisamos nos apresentar de acordo. Representamos a imagem de uma empresa, então imagine a mensagem que passamos para um cliente aparecendo de qualquer jeito numa reunião? Soa como descaso. Precisamos ficar atentos a isso.


3 - Apenas uma parte do time participa das reuniões e está entregando o trabalho

Em times ágeis, existem diversas técnicas que podem ser aplicadas para aumentar engajamento e entrosamento entre os membros.

Às vezes as pessoas trabalham juntas e não se conhecem muito bem fora do ambiente de trabalho. Uma boa técnica é o  Personal Map, ferramenta do Management 3.0 que mostra as pessoas além do trabalho. Ela cria um mapa mental em que a pessoa compartilha com o grupo informações como o local onde mora, sua formação, empresas em que trabalhou, sua família, seus hobbies, seus amigos, valores e metas.


4 - Gestores que cobram ferramentas de controle para saber se de fato o time está trabalhando ou que fazem diversas reuniões no dia para garantir que a pessoa está ali

Será que esse mindset é produtivo? O que faz mais sentido: quantidade de entregas ou entregas de valor?

Em times ágeis, não se olha a quantidade de itens que uma pessoa entrega, mas sim, "quanto" de valor ela está gerando para o time. Entende-se por valores os itens que realmente fazem sentido e são capazes de deixar o produto a ser entregue cada vez melhor, tendo como consequência o cliente mais feliz.


5 - A insegurança do mercado fez meu time parar

Para isso, é preciso inovar em atividades do dia a dia. Pausas durante a tarde para tomar um cafézinho juntos, cada um em sua casa, com a câmera ligada e assim, discutir temas diversos, como acontecia nas cozinhas e lounges das empresas.

O mesmo, serve para o almoço. Além de aproximar as pessoas, pode ajudar a preencher o vazio que algumas podem sentir morando ou estando sozinhas em suas casas. Isso ajuda a deixar os membros do time mais confiantes com o trabalho.

Outra possibilidade é a troca de atividades entre pares. Isso quebra a rotina das tarefas e traz estímulo com novos desafios. Por exemplo: um rodízio de pessoas facilitadoras para as reuniões. Assim, todos podem desenvolver novos skills durante esse período. O mesmo vale para encontros de compartilhamentos de conhecimentos entre o time.

Estamos vivendo um momento muito delicado, quando as pessoas estão tendo que encarar seus medos internos e externos. O trabalho que podia ser a fuga para situações que antes eram empurradas com a correria do dia a dia, agora acontece em casa e deixando esses detalhes cada vez mais aparentes. Entender de forma individual cada pessoa do time sabendo que cada indivíduo possui sua jornada pode resolver inúmeros problemas.





Isabel Coutinho - agile expert, treinadora management 3.0, instrutora de treinamentos com foco em agilidade, team coach, mentora e palestrante. Cofundadora da Carbono Consultoria & Treinamentos, possui 14 anos de experiência na área de tecnologia, sendo os últimos sete, focada em gestão, liderança e agilidade. Coautora dos livros Jornada Ágil e Digital; e Jornada Ágil de Produto.


Mais de 8 mil pessoas são esperadas para dar entrada no seguro-desemprego e auxílio emergencial nesta semana no Cate


Serviços agendados pela central 156 ocorrem em 13 postos da rede na capital


Os Cates – Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo da Prefeitura de São Paulo devem atender nesta semana por volta de 8,8 mil pessoas que agendaram serviços de habilitação do seguro-desemprego e requerimento do auxílio emergencial do governo federal. O atendimento tem sido realizado em 13 unidades, que retomaram os serviços desde 29 de abril, com a finalidade de ajudar a população a acessar os benefícios durante a pandemia pelo coronavírus. A central 156 da Prefeitura marca data e horário de atendimento ou o cidadão pode utilizar o portal do serviço para agendar.

“A medida visa organizar as pessoas ao longo das semanas, evitando que as unidades fiquem com filas e aglomerações. Desta forma, a Prefeitura está conseguindo atender a essa demanda da população que poderá ter acesso a benefícios que irão ajudar a minimizar a crise financeira causada pela pandemia”, explica a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

Dos agendamentos desta semana, mais de 7 mil pessoas marcaram atendimento nos Cates para habilitar o seguro-desemprego ou resolver pendências que possam inviabilizar a liberação do benefício. Os demais pedidos são referentes ao requerimento do auxílio emergencial, único serviço oferecido pelos postos referente ao benefício do governo federal.

Estão agendadas para esta segunda-feira, 1º de junho, cerca de 2 mil pessoas em busca dos benefícios. As pessoas que tiveram o cancelamento do atendimento em decorrência dos feriados antecipados, entre os dias 20 e 25 de maio, já tiveram as datas remarcadas.


Confira quem tem direito aos benefícios

Tem direito ao benefício do seguro-desemprego o trabalhador formal e doméstico, dispensado sem justa causa. O trabalhador formal com contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador também tem direito.

Já para o auxílio emergencial do governo federal, podem receber os desempregados, trabalhadores informais, MEI – Microempreendedores Individuais, inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais e contribuinte individual ou facultativo da Previdência Social. Para ter direito ao benefício, será avaliado pelo governo federal a renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa, e de até três salários mínimos por família.

Como agendar

Os serviços da central 156 da Prefeitura de São Paulo realizam o agendamento via telefone ou pela internet no portal por este site https://sp156.prefeitura.sp.gov.br. Durante o atendimento é possível escolher a unidade mais próxima de casa. O serviço funciona todos os dias semana, 24 horas.

Nas unidades do Cate, será verificado se a pessoa está agendada e se os documentos estão corretos. Para proteção das equipes técnicas e do cidadão é obrigatório o uso de máscaras, conforme orientação dos órgãos de saúde. Quem chegar à unidade sem a proteção recebe um modelo descartável no local.


Cate atende mais de 6 mil na semana passada

Entre os dias 26 e 29 de maio foram atendidas 6.532 pessoas para habilitar o seguro-desemprego e o auxílio emergencial. Nos primeiros três dias úteis da semana foram 2.129 pedidos de seguro-desemprego habilitados e 1.132 requerimentos do auxílio emergencial realizados.

Por volta de 37% dos que foram atendidos para requerer o auxílio emergencial tiveram retorno positivo para a liberação do benefício ou para o aguardo da análise dos dados enviados pela Caixa Econômica Federal.


Serviço


Documentos a serem apresentados nas unidades do Cate:

Para quem agendou serviços de Seguro Desemprego:


Para o Trabalhador Doméstico:

1. Documento de Identificação com foto (original ou cópia autenticada)

2. Número do CPF - Cadastro de Pessoa Física;

3. Carteira de Trabalho, com a anotação do contrato de trabalho (versão em papel ou versão digital);

4. Cartão do PIS (Programa de Integração Social), extrato atualizado ou Cartão Cidadão;

5. Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), devidamente acompanhado do Termo de Quitação ou de Homologação.


Para o Trabalhador Formal:

1. Documento de Identificação com foto (original ou cópia autenticada)

2. Número do CPF - Cadastro de Pessoa Física;

3. Carteira de Trabalho, com a anotação do contrato de trabalho (versão em papel ou versão digital);

4. Cartão do PIS (Programa de Integração Social), extrato atualizado ou Cartão Cidadão;

5. Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), devidamente acompanhado do Termo de Quitação ou de Homologação.

6. Documento de levantamento dos depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), ou comprovante de saque do FGTS;

7. Requerimento do Seguro-Desemprego (em duas vias, emitido pela empresa, pelo aplicativo Empregador Web)


Para quem agendou a solicitação do Auxílio Emergencial:

1. Documento de Identificação com foto;

2. Número do CPF;

3. Aparelho de celular com numero ativo para recebimento do código de validação.

4. Caso não seja o único solicitante de seu grupo familiar, apresentar também o número de CPF e data de nascimento das pessoas que compõem seu grupo familiar

 
Unidades do Cate com atendimento emergencial, das 8h às 17h


Zona Norte

Cate Brasilândia - Av. João Marcelino Branco, 95
Cate Jaçanã - Rua Luis Stamatis, 300
Cate Perus - Rua Ylídio Figueiredo, 349
Cate Santana - Av. Tucuruvi, 808


Zona Sul

Cate Cidade Ademar - Av. Yervant Kissajikian, 416
Cate Interlagos - Av. Interlagos, 6122
Cate Jabaquara - Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, 2314


Zona Leste

Cate Cidade Tiradentes - Rua Milagre dos Peixes, 357
Cate Itaquera - Rua Augusto Carlos Bauman, 851
Cate Sapopemba - Av. Sapopemba, 9064
Cate Itaim Paulista - Av. Marechal Tito, 3012
Cate São Mateus - Av. Ragueb Chohfi, 1400


Zona Oeste
Cate Butantã - Rua Doutor Ulpiano da Costa Manso, 201




Serviços pela internet

Seguro-Desemprego
https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-o-seguro-desemprego

Auxilio Emergencial do Governo Federal
https://auxilio.caixa.gov.br/


Saiba como pode ocorrer a guarda compartilhada durante a quarentena



Advogado Dr. Paulo Akiyama explica como a família deve proceder em período de isolamento social


O distanciamento social tem afetado muitas famílias de formas diferentes, principalmente pais divorciados que compartilham a guarda dos filhos. Em um momento que a cautela é essencial para evitar qualquer problema relacionado a saúde, é importante ter esse cuidado em mente durante a quarentena.

O advogado Paulo Akiyama explica que os pais podem compartilhar a convivência com os filhos sempre adotando medidas de segurança, não somente em tempos de pandemia, mas especialmente nessa situação em que o risco com a saúde é ainda maior. “É imperativo que seja mantido um diálogo respeitoso, evitando judicializar o assunto e com foco na segurança de seus filhos”, destaca.

Uma das considerações a serem feitas é que o período de incubação do coronavírus é em torno de 14 dias. Nesse caso, é importante acordar da melhor forma como será a divisão nesse período, sendo que a sugestão do especialista é que a criança passe 15 dias com cada genitor, que permite analisar o tempo de incubação da doença e sempre com cuidados, como medir a temperatura diariamente.

Um outro caso que pode acontecer, e Dr. Paulo relata, é que pode haver pais que são contra o distanciamento social. Mas antes de qualquer coisa, é necessário preservar a saúde dos filhos e das pessoas com quem se convive. “Neste caso específico, tendo provas de que há alguma exposição indevida da criança ao risco de contaminação, uma das soluções é requerer uma liminar buscando o isolamento social da criança”, afirma.

O acesso a pessoas com idade avançada como avós e avôs também deve ser comprometido nessas situações. Uma vez que algum dos genitores tenha convívio diário com idosos, é essencial redobrar o cuidado, uma vez que esses estão no grupo de risco e as crianças, em sua maior parte, são assintomáticas.
Em um momento como esse, também não é necessário pensar em revisão de guarda ou pensão. “Os pais devem continuar arcando com as responsabilidades ainda que estejam com atividades paralisadas. Mesmo que os filhos estejam passando mais tempo com um dos genitores e houve alguma queda na receita, o ideal é negociar valores antes de procurar judicializar a questão, já que nem sempre isso traz conforto a ambos os litigantes”, Finaliza.





Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família.


Com uma das maiores cargas tributárias do mundo, brasileiro trabalhou 151 dias, em 2020, somente para pagar tributos


Segundo IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a partir de 30 de maio seu salário já é seu

O Brasil, mais uma vez, figura entre os países com maior carga tributária do mundo, e isso se reflete nos dias trabalhados anualmente pelos seus cidadãos para pagar tributos federais, estaduais e municipais.
De acordo com o mais recente estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT, todos os tributos somados perfazem mais de 41% do salário do brasileiro médio. “Por detrás desse número, foi identificada uma carga tributária injusta, pois grande fatia dessa média vem dos impostos pagos sobre o consumo, cerca de 23%, depois renda, cerca de 15% e, por último, o patrimônio, com 3%”. Este ano, o brasileiro trabalhará até o dia 30 de maio para pagar impostos, afirma o presidente executivo do IBPT e um dos coordenadores do estudo, João Eloi Olenike.
Segundo dados do estudo, houve crescimento frente aos outros anos, com um dos fatores sendo o aumento no número de tributos a partir do ano de 2015.
Uma simples comparação: no ano de 2001, eram necessários 130 dias de trabalho para pagar os tributos todos. Hoje, são precisos 151 dias, um crescimento de 16%.
“Esse crescimento no número de dias trabalhados para pagar tributos foi calculado e apresentado por décadas pelo IBPT, demonstrando que, hoje, trabalhamos quase o dobro do que na década de 70”, revela Olenike.

DÉCADA
MÉDIA DE DIAS TRABALHOS PARA PAGAR TRIBUTOS
MESES e DIAS
1970
76
2 meses e 16 dias
1980
77
2 meses e 17 dias
1990
102
3 meses e 12 dias
2000
138
4 meses e 18 dias
2010
151
5 meses e 01 dia
2020
151
5 meses e 01 dia

O Instituto também apresentou um comparativo com as maiores economias do mundo, inclusive os Estados Unidos da América. Por lá, o americano irá trabalhar 96 dias para pagar seus tributos, são 36% menos dias quando comparado com o Brasil.

Pelo mundo afora
“Entre os dez países onde mais se trabalha para pagar impostos no mundo, o Brasil está em 9ª posição, entre países como Dinamarca e Alemanha, considerados altamente desenvolvidos e com índices de retorno bem diferentes que o país sul-americano, que, em todas as edições do IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade) ficou em último colocado”, afirma Olenike.

PAÍS
POSIÇÃO
DIAS TRABALHADOS PARA PAGAR IMPOSTOS
 DINAMARCA       
179 dias
 BÉLGICA
171 dias
 FRANÇA     
163 dias
 FINLANDIA
159 dias
 NORUEGA
159 dias
 ÁUSTRIA
158 dias
 SUÉCIA     
156 dias
 ITÁLIA
156 dias
 BRASIL
151 dias
 ALEMANHA 
10º
148 dias

O estudo levou em consideração, neste ano, a diminuição das atividades econômicas do país, em virtude do surgimento da doença COVID 19, que reduziu drasticamente a produção e circulação de riqueza no país.
“Também informamos que todos os cálculos deste estudo foram feitos levando-se em conta que este ano de 2020 é bissexto, portanto, com 366 dias”, conclui o especialista.


Dia nacional de respeito ao contribuinte - marco histórico
O estudo que revela a quantidade de dias que o brasileiro trabalha para pagar tributos foi lançado pela primeira vez no ano de 2006. Naquele ano, o IBPT constatou que o brasileiro trabalhou 145 dias, o equivalente a quase cinco meses, apenas para pagar seus impostos. O estudo chamou a atenção de um Deputado Federal na época e em seguida, se tornou um projeto de lei. “Esse trabalho chegou até o Deputado Federal Sandro Mabel, que achou interessante e resolveu fazer um projeto de lei, para que o 145º dia do ano (25/05) se tornasse o Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte”. Esse projeto se tornou Lei Federal em 2010, a de nº 12.325/10. 
Com base nesse estudo, criou-se um movimento popular, no dia 4 de junho para celebrar o dia da liberdade de impostos. O movimento visa unir comerciantes de todos os setores, isentando os consumidores dos impostos de alguns produtos nesse dia. Até o momento, 46 cidades de 15 estados participam do movimento (https://www.dialivredeimpostos.com.br/).
Para obter mais informações e baixar o estudo na íntegra, está disponível link no sítio oficial do IBPT em: https://ibpt.com.br/noticia/2843/Estudo-sobre-os-dias-trabalhados-para-pagar-tributos-2020




Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT
http://www.ibpt.org.br - telefone (41) 2117-7300


Os planos de saúde e a Covid-19: o momento não permite improvisos



A Covid-19 atinge a todos e promove uma turbulência que reverbera nas esferas da saúde, social, econômica e jurídica. O termo pandemia se tornou uma palavra de uso cotidiano e a incerteza nos acompanha. Apesar das controvérsias nos mais variados campos, há razoável consenso de que o cenário é complexo e soluções improvisadas não dão conta dos problemas que estão postos.

Em relação aos planos de saúde, as repercussões abarcam a dificuldade de pagamento, extinção do contrato por atraso nas mensalidades, reajustes e tratamentos. Nesse sentido, o projeto de lei n. 1117/2020, em trâmite na Câmara dos Deputados, propõe a alteração da Lei dos Planos de Saúde para, “enquanto durarem os efeitos do Estado de Calamidade Pública”, vedar o reajuste das mensalidades, bem como proibir o cancelamento de contratos por atrasos de até 90 dias.

O projeto de lei, em resumo, transfere integralmente às operadoras o impacto da Covid-19, sem avaliação de custos ou riscos. Em contraste com a importância do tema, o projeto não apresentou nenhum estudo técnico ou cálculo de impacto. Como se fosse possível resolver um problema dessa magnitude em um passe de mágica, a iniciativa legislativa não levou em conta o caixa das operadoras, nem o impacto da natural redução dos clientes na crise. Ignorou também a diversidade de porte das operadoras.

Outra questão relevante está na má redação do art. 15-B, que aqui transcrevo: “As empresas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde ficam proibidas, pelo prazo de noventa dias, de procederem à suspensão ou rescisão unilateral dos contratos dos Planos Privados de Assistência à Saúde, em virtude do não-pagamento das mensalidades pelos consumidores, enquanto durarem os efeitos do Estado de Calamidade Pública (...)”.

A truncada redação permite duas interpretações. Na primeira compreensão, a operadora estaria obrigada a manter as coberturas, mesmo sem receber por 90 dias. Esse prazo poderia ser invocado mesmo com o fim do distanciamento social, já que o critério da lei é “enquanto durarem os efeitos” do coronavírus, sem especificar quais. Deixa-se a operadora sem parâmetros, e sem receber.

Uma segunda leitura, ainda mais preocupante, é no sentido de que as pessoas e empresas poderiam simplesmente não pagar o plano de saúde “enquanto durarem os efeitos do Estado de Calamidade Pública”. Exemplifico: uma empresa que demore um ano para recuperar seu volume de vendas poderia ficar todo esse período sem pagar, já que os efeitos ainda estão presentes. Ambos os cenários são inviáveis.

Em qualquer das interpretações, o projeto autoriza a suspensão total do pagamento da mensalidade do plano, por ao menos 90 dias, sem prever nenhuma contraprestação ou garantia às operadoras; nem mesmo retirou-se do benefício os planos odontológicos, os quais sequer guardam relação com a Covid-19.

A finalidade do projeto de lei de “garantir a manutenção dos contratos de Assistência Privada à Saúde” é um desejo comum a todos. As soluções, contudo, não podem se resumir a criar uma enorme bola de neve de dívidas, que terminará por extinguir os contratos de plano de saúde, seja porque as pessoas não conseguirão pagar seus débitos, seja porque as operadoras deixarão de existir.





Gabriel Schulman - doutor em Direito pela UERJ, advogado Sócio de Trajano Neto e Paciornik, professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo.


Os 5 Rs da Retomada Econômica


Valores fundamentais para a retomada no varejo


A quarentena na Europa começa a relaxar e o mundo volta a falar em retomada. No Brasil, várias cidades já reduziram as restrições e o varejo reabre as portas para um novo mundo. As necessidades dos consumidores mudaram e muitas empresas terão que se adaptar, simultaneamente equilibrando o caixa e buscando recuperar o prejuízo registrado durante os dois meses de fechamento.
Antes de corrermos para levantar as portas e abrir os caixas, vale a pena a reflexão sobre os valores que precisamos incorporar aos nossos planos estratégicos neste segundo semestre. Cada empresa tem seus desafios e necessidades, mas nossa trajetória este ano será pautada por alguns fatores em comum, cuja reflexão busco estimular aqui. Da crise surge o novo e, apesar das dificuldades, não podemos desperdiçar a oportunidade de avançar.


1. RESPEITO

Em primeiro lugar, vivemos em tempos sóbrios, onde as circunstâncias merecem respeito. Respeito pela saúde, pelas pessoas que não sobreviveram, pelo estado mental das nossas equipes e pelas opiniões divergentes. Respeito pela pandemia, pelo vírus e pelas situações que ainda não estão 100% no nosso controle. Por mais que estejamos ansiosos pela retomada, precisamos levar em conta todas as medidas de higiene e saúde que garantirão a segurança das equipes e clientes no ambiente comercial. E deixar claro o propósito pelo qual cada um de nós está trabalhando nesse momento difícil.

Para reflexão: a sua marca está levando em conta o momento de cada colaborador na volta? Você sabe quem perdeu entes queridos? Como vamos honrar essas pessoas ao mesmo tempo que nos preparamos para retomar as operações? Sua loja é realmente segura para cliente e colaboradores?


2. RELACIONAMENTO

Dizem que foi o e-commerce que salvou muitos varejistas durante a quarentena. A tecnologia digital de fato compensou (e muito) a ausência dos pontos de venda físicos. Mas as marcas que tiveram sucesso durante a pandemia não foram necessariamente as mais digitais ou modernas, e sim aquelas que apostaram no relacionamento verdadeiro com seus clientes antes e durante a quarentena.

E para a conexão verdadeira, é preciso gente, ainda que amparada por tecnologia. São empresas cujas equipes, mesmo sob condições extremas de estresse e ansiedade, se dedicaram a entender as necessidades dos clientes, telefonando ou mandando mensagens genuínas, oferecendo apoio ou um simples abraço à distância. Estas marcas não serão esquecidas tão cedo e estarão melhor posicionadas para a retomada. A melhor inteligência artificial ainda não substitui o verdadeiro afeto e preocupação. Valorize as suas equipes: são elas que fazem a diferença.

Para reflexão: sua marca está se conectando com seus clientes de forma humana durante a crise, ou está simplesmente mandando mensagens automatizadas de e-mail e zap? E seus colaboradores? Você ligou para saber como estavam aqueles que foram afetados pelo COVID-19, aqueles que estão suspensos e nervosos em casa?


3. RISCO

Esta não será a última pandemia global - e muitas empresas sentiram na pele o revés de riscos operacionais antes desconsiderados. Devemos reduzir nossa exposição para evitar prejuízos mais graves na próxima onda. É a discussão do mundo VUCA, que saiu da teoria para ser experimentada na prática por todos nós.

Neste aspecto, a diversificação, amplamente recomendada no mercado financeiro, faz sentido também para nós varejistas. Ter um portfólio diversificado, tanto geograficamente e por canal de vendas e ponto de venda torna o varejista mais flexível para eventuais quarentenas futuras. Quem coloca todos os ovos na mesma cesta, corre o risco de perder o jantar. Mas como diversificar?

  • Geografia: grandes capitais x cidades menores (o Brasil não é só o Sudeste)
  • Modelo comercial: unidades próprias x franquias x revendedores (não dependa de um único parceiro)
  • Canal de distribuição: vendas físicas x online (o consumidor quer omnichannel)
  • Localização: pontos de rua x shopping (não dependa só das grandes redes)
  • Portfólio: produtos x serviços (forte tendência dos últimos 5 anos)
Outro tópico importante para os novos tempos é a bio-segurança. Consumidores e colaboradores passarão a cobrar higiene e segurança no ponto de venda, como nunca antes. Acabaram os dias do "pé-sujo": o cuidado com a saúde será exigido com seriedade, não apenas pelos órgãos reguladores, como também pelos consumidores, que passarão longe de unidades que não ofereçam confiança. Não corra esse risco.

Para reflexão: sua oferta e canais de venda estão bem diversificados para dar flexibilidade para a empresa em caso de interrupção em algum deles?


4. REDUÇÃO

Em todo o mundo vemos também um movimento de redução e simplificação da das organizações empresariais e da vida pessoal. Operações complexas, pesadas e com cadeias longas são as mais vulneráveis a disrupções, porque tem menos flexibilidade e rapidez para se readaptarem face a uma crise. Essas serão as primeiras e ficarem para trás.

No passado, nossa resposta aos desafios organizacionais sempre foram agregativas: mais um departamento, mais um processo, mais um controle. Agora tomamos o caminho inverso: reduzir para ganhar leveza, agilidade e rapidez. O futuro é minimalista: o 'menos' tomará o lugar do 'mais' como solução para nossos problemas e a visão agregativa do passado ficará marcada como um dos excessos do século XX.

Para reflexão: o que podemos reduzir nas nossas organizações para nos tornarmos mais leves e mais ágeis? (o mesmo vale para uma reflexão pessoal)
  • Dias de contas a receber (quanto mais tempo, mais risco)
  • Processos burocráticos (engessam e impedem mudanças)
  • Custos fixos (tiram a flexibilidade em momentos de baixa)
  • Dias de estoque (quanto mais estoque, mais perda)
  • Espaço de escritório (a tendência do homeoffice veio para ficar)
  • Cadeia de fornecedores (quanto mais longa, mais risco)
  • Exposição ao câmbio (não precisa nem falar, né?)

5. RESILIÊNCIA

Todos os pontos acima contribuem para a construção de uma organização mais adaptável às mudanças. É a resiliência, nossa capacidade de nos adaptarmos às novas circunstâncias, que nos torna anti-frágeis, sobreviventes nesse novo mundo.

Com certeza os pontos acima já foram levantados pelo CFO, pelo Board da empresa ou por um Comitê de Risco em outros momentos, mas talvez não tenham tido a urgência destes nossos tempos. A hora de agir é agora - antes da próxima crise. Vamos aproveitar o #reset que esse momento da retomada nos proporciona para tornar nossas organizações mais fortes e melhores para os momentos que nos esperam no futuro. Esse é o nosso papel.

E, ao final de tudo, vale lembrar que empresas resilientes são feitas por pessoas. Como líderes, cada um de nós deve ser o exemplo de resiliência, serenidade e adaptação aos novos tempos - e valorizar mobilizar nossas equipes para multiplicar esses valores.






Barbara Fortes - Barbara Fortes é executiva de beleza e bens de consumo, com carreira desenvolvida em multinacionais como Natura, L’Oréal e L’Occitane. Hoje ela é COO da Espaçolaser, líder em tecnologia de estética com mais de 470 pontos de venda e 5.000 colaboradores no Brasil e Argentina. Sua missão é manter o forte ritmo de crescimento no Brasil, abrir o canal digital, ampliar o conhecimento de marca e acelerar a internacionalização.

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