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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Como identificar o Câncer de pele?


Com a chegada do verão, a preocupação com o câncer de pele se intensifica. O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos.

De acordo com a Dra. Simone Neri, dermatologista, a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Pessoas claras e que se queimam com facilidade, quando se expõem ao sol, têm mais risco de desenvolver o câncer de pele, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de peles morenas. “O câncer de pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas como um machucado que não cicatriza. Por isso, conhecer bem a pele, pintas e manchas que ela apresenta faz toda a diferença na hora de detectar irregularidades”, explica Simone.

Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

- Assimetria: se uma metade da lesão for diferente da outra;

- Bordas irregulares: quando o contorno da pinta ou mancha não for regular;

- Cor: sinais, pintas ou manchas com cores diferentes;

- Diâmetro: pintas ou manchas com um diâmetro maior que 6 mm; 

- Evolução: qualquer tipo de mudança no tamanho ou cor.

Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos siga a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica. 


A cada dia, mais de 20 crianças e adolescentes são diagnosticadas com câncer pelo SUS


Todos os dias, mais de 20 crianças e adolescentes (com idades de zero a 19 anos) são diagnosticadas com câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O alerta é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que chama a atenção para a necessidade do diagnóstico precoce da doença que mais mata nesta faixa etária. Ao analisar os dados apresentados pelas Secretarias Estaduais de Saúde ao Painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico (Painel-Oncologia), do Ministério da Saúde, a SBP identificou que mais de 41 mil crianças e adolescentes receberam resultados positivos de exames para identificar neoplasias entre 2013 e novembro deste ano.

Para a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, os números confirmam a importância da detecção do câncer em seus estágios iniciais, o que melhora as chances de cura, aumenta a possibilidade de sobrevida e impacta na qualidade de vida dos pacientes. “É importante valorizar as queixas das crianças e levá-las regularmente ao pediatra. Na maioria das vezes, elas sinalizam para doenças comuns da infância, mas em alguns casos pode ser uma condição mais séria”, pontua.

Segundo ela, o pediatra tem papel essencial no diagnóstico do câncer. Para tanto, considera fundamental que os pais ou responsáveis realizem as consultas pediátricas regulares, visando a identificação precoce da doença. “Nas crianças, geralmente as doenças se apresentam com sintomas inespecíficos, semelhantes aos de transtornos comuns da infância. Isso pode levar a retardo no diagnóstico de câncer. Infelizmente, baseado nos dados dos registros consolidados, muitos pacientes no Brasil ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença em estágio avançado”, destacou.


DIAGNÓSTICO - Por sua vez, a presidente do Departamento Científico de Oncologia da SBP, dra. Denise Bousfield, aponta para um fator relevante na análise do câncer infantojuvenil. Segundo conta, ao contrário do que acontece com a população adulta, em crianças e adolescentes, não há evidências científicas, até o momento, de associação clara entre a doença e fatores ambientais. “Por isso o diagnóstico precoce e o tratamento em centros de referência em oncologia pediátrica são tão importantes. O câncer nesta faixa etária deve ser diagnosticado e tratado o mais precocemente possível, pois comparativamente com adulto, ele tende a apresentar menores períodos de latência, crescer quase sempre rapidamente e ser geralmente invasivo”, alertou.

Ela enfatiza, também, que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária entre zero e 19 anos é de 64%, segundo dados disponibilizados pelo Instituto Nacional do Câncer. Informa ainda que “é imprescindível nas primeiras décadas de vida difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população, além de desenvolver estratégias preventivas que envolvam diversos setores da sociedade, visando à mudança de modos de vida baseada em evidências para prevenção do câncer na idade adulta”.


ESTATÍSTICAS – O Painel-Oncologia surgiu para garantir um melhor acompanhamento epidemiológico das neoplasias no Brasil e monitorar o cumprimento da Lei nº 12.732/2012, que estabelece o prazo de 60 dias para o início do tratamento do paciente com neoplasia maligna comprovada. Os dados são oriundos do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) – através do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I) e da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC) –, do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN), geridos pelo Ministério da Saúde em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

A operacionalização do sistema se dá a partir de informações diagnósticas histopatológicas de casos de câncer, com base em critérios definidos pela Portaria MS/SAS nº 643/2018, que tornou obrigatório o registro de Cartão Nacional de Saúde e da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) no procedimento “exame anatomopatológico para congelamento/parafina por peça cirúrgica ou por biópsia (exceto colo uterino e mama)”. Também são observados parâmetros da Portaria MS/SAS nº 202/2019, que compatibiliza os códigos da CID-10 com o procedimento “exame anatomopatológico para congelamento/parafina por peça cirúrgica ou por biópsia (exceto colo uterino e mama) ”.

No primeiro ano de monitoramento da plataforma, 2013, foram 5.138 casos diagnosticados no Brasil e, no ano passado, foram 9.261. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), a estimativa é de que o número real seja próximo de 12.500 novos casos de câncer infantil a cada ano. Para o instituto, o número absoluto de casos apresentados no painel tende a aumentar com tempo, considerando a obrigatoriedade da CID no procedimento anatomopatológico, implementada em maio de 2018, e também o processo dinâmico de envio mensal de arquivos do SIA, SIH e SISCAN. Também não estão contemplados na base de dados os casos diagnosticados fora da rede pública.


ACHADOS – Do ponto de vista de distribuição geográfica, o número de diagnósticos do câncer tende a acompanhar a proporção populacional e também a oferta de serviços especializados, como as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e os Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Atualmente existem 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer.

Pela avaliação da SBP, entre 2013 e novembro de 2019, os estados que registraram maior número de diagnósticos foram São Paulo (8.257), Minas Gerais (4.038), Paraná (2.897) e Rio Grande do Sul (2.720). No outro extremo aparecem Amapá (com 69 diagnósticos), Roraima (109), Sergipe (151) e Acre (166).
“Essa distribuição atesta a necessidade de ampliar o acesso das populações das regiões menos desenvolvidas e distantes a centros especializados para o diagnóstico e o tratamento do câncer. O cenário atual reforça ainda o quadro de desigualdades na área da saúde e tira chances de cura e de sobrevida para milhares de crianças e adolescentes que não conseguem fazer exames ou ter a atenção de especialistas”, disse a presidente da SBP.

Os números do Ministério da Saúde mostram ainda que, no período avaliado, os diagnósticos mais recorrentes entre o público de zero a 19 anos foram de leucemia linfoide (7.838), neoplasia maligna do encéfalo (3.336), doença de Hodgkin (2.724) e leucemia mielóide (2.632). Para essa faixa etária, a modalidade terapêutica mais indicada foi a quimioterapia (26.564), seguida de cirurgia (5.458).

“Já houve tempo em que o câncer era considerado uma doença exclusiva da população adulta. O avanço da ciência e da tecnologia atestam que essa doença afeta crianças e adolescentes, mas com um alento: quão mais cedo é feito o diagnóstico, melhores são as possibilidades de evolução para um prognóstico positivo. Daí a relevância desses números: chamarem a atenção dos brasileiros e das autoridades para as medidas que podem e precisam ser tomadas com urgência para preservar a vida e a saúde de quem é responsável pelo futuro da Nação”, disse a dra. Luciana Rodrigues Silva.


Brasil registra cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele anualmente


 Freepik


Os números da doença no país respondem por 33% de todos os diagnósticos de cânceres e a exposição excessiva e sem proteção ao sol é a principal causa


Os cuidados com o sol devem ser tomados o ano inteiro, porém, com a chegada do verão, as pessoas ficam mais vulneráveis às radiações pois a frequência da exposição em piscinas, praias e lagos é maior. Os números de câncer de pele no Brasil são alarmantes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença responde por 33% de todos os diagnósticos de cânceres no país. A instituição registra a cada ano cerca de 180 mil novos casos, ou seja, um em cada quatro novos casos de cânceres no Brasil é de pele. 

Para alertar a população sobre a doença e as formas de se prevenir, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove, desde 2014, o Dezembro Laranja. O mês tem o intuito de conscientizar a população sobre a prevenção do câncer de pele desde a infância, bem como, alertar sobre os sinais para diagnóstico e tratamento precoces, aumentando, assim, as chances de cura na grande maioria dos casos. 

De acordo com a dermatologista cooperada à Unimed Blumenau, Dra. Renata Fronza Beber, a prevenção é o melhor remédio. “A pele é o maior órgão do corpo humano e, portanto, devemos estar atentos. A doença pode apresentar diversos tipos, sendo o mais comum, o câncer da pele não melanoma (carcinoma). Possuem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos, sendo quase 90% dos casos, provocando cerca de 1.900 óbitos a cada ano no país”, informa.  


Tipos de cânceres de pele

A especialista informa que o câncer de pele caracteriza-se por uma proliferação celular anormal e descontrolada, que apresenta diferentes variações: carcinoma basocelular – que acomete as células da camada mais profunda da epiderme; carcinoma espinocelular – que se manifesta nas camadas mais superiores da pele; e melanoma – que tem origem nas células produtoras de melanina. 

“É importante estar atento a sintomas como uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento”, informa Dra. Renata. 


Prevenção é o melhor remédio 

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais intensa em todo o planeta, as pessoas de todos os tipos de colorações de pele devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. “Os grupos de maior risco são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados”, comenta a dermatologista. 

A melhor estratégia para prevenir os danos da radiação ultravioleta (UV) é evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele, ou seja, abusar do protetor solar. “Os filtros solares são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer de pele”, informa. 


Recomendações básicas 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta que as pessoas se examinem com regularidade, consultando um dermatologista em caso de suspeita. Também é importante que se examine familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não é possível reconhecer sozinho. 

As recomendações básicas da SBD incluem:

  • Ao se expor ao sol, é importante a proteção mesmo em dias frios e nublados e manter-se hidratado; 
  • Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças;
  • Utilizar chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV;
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra nos horários de maior incidência solar, ou seja, das 9h às 15h;
  • Na praia ou em piscina e lagos, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;
  • Usar filtros solares diariamente e não somente em horários de lazer ou de diversão;
  • Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar 30, no mínimo; 
  • Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre;
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.

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