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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Como montar (ou atualizar) seu CV e garantir um emprego temporário no fim do ano


Carolina Silva, especialista de RH na Luandre, dá dicas para montar um bom currículo e garantir entrevistas nos últimos meses do ano


Um dos melhores períodos para conseguir retornar ao mercado de trabalho é o fim de ano em razão das contratações que visam datas comerciais de grande movimentação, como a Black Friday e, principalmente, o Natal, a mais importante em todo o Brasil.

Na Luandre, uma das maiores consultorias de RH do país, estima-se crescimento de 30% na oferta de vagas temporárias neste período do ano, sendo parte na indústria - pela necessidade de aumentar a produção - e parte no comércio - onde a procura começa a partir de agora. "Agosto e setembro são meses de maior movimentação no segmento industrial, por conta da produção. Em seguida, em outubro e novembro, começa a agitação no varejo de olho no aumento das vendas", explica Carolina.

Pensando nas oportunidades crescentes dessa época, a especialista dá dicas para montar ou atualizar seu currículo e ter mais chances de ser chamado.


1.  Simplicidade

Essa é a palavra-chave! Informações claras e objetivas na ordem correta deixam o CV mais atrativo e fácil de ser analisado, características essenciais para a recrutadora.


2.  Comece pelo objetivo

Qual é sua área, cargo de interesse e expertise? Deixe claro o que você procura! Não adianta colocar várias opções, isso só dificulta a busca do recrutador.


3.  Especifique sua formação e experiência

Reforçando: seja objetivo. "Algumas vagas exigem certo tempo de experiência. Se você já atuou por bastante tempo no mercado, em diferentes lugares, especifique, mas pode resumir as atividades executadas", explica a especialista.


4.  Adicione os idiomas, mas não minta sobre a fluência 

Dependendo do perfil, local e público atendido, algumas lojas exigem fluência em inglês ou outra língua. Por isso, seja claro e honesto quanto às suas habilidades.


5.  Nunca esqueça de inserir dados pessoais e contatos

Por mais óbvio que possa parecer, muitos esquecem de acrescentar ou atualizar essas informações e, por isso, perdem grandes oportunidades. "O ideal é que estas informações estejam no topo do currículo, facilitando o trabalho de triagem", completa Carolina.


Confiança se constrói com transparência


Em nossa economia global, a transparência é cada vez mais reconhecida como valor crítico nas organizações de alta confiabilidade e, por isso cresceu o número de empresas com foco em Compliance, com objetivo de associar sua organização às companhias que priorizam o respeito às normas. Essa preocupação é sentida por colaboradores, clientes, fornecedores, investidores e o mercado em si.

De acordo com a PricewaterhouseCoopers, o “espirito de transparência” é o primeiro segredo para se restaurar a confiança pública. E, normalmente, a transparência estabelecerá rapidamente a confiança. Em situações em que exista conflito de interesses, o melhor jeito de preveni-lo é simplesmente ser aberto sobre a própria questão e abordá-la dentro do espírito de divulgação completa. Empresas transparentes expõem constantemente, e antes de crises, seus relacionamentos, interesses e conflitos, de modo que tudo sempre seja aberto e para que ninguém possa questionar as intenções.

Em particular, quando a confiança é baixa, as pessoas não confiam no que podem ver. Abrindo-lhes, você garante que nada há para se esconder. O Dr. Stephen R. Covey, autor entre outros de o 8º Hábito – da Eficácia à Grandeza, diz em seu livro que “da mesma forma como a confiança é a chave dos relacionamentos, ela também é a cola que une as organizações”. Ele continua de maneira brilhante quando diz “a confiança é algo que se compartilha e, se dá reciprocamente. É a essência da transformação de uma pessoa em líder de seu chefe”.

Um bom exemplo de transparência com confiança é a maneira como a Toyota opera com seus fornecedores. Em uma indústria onde a maioria dos fabricantes de carros concentra-se em obter o preço mais baixo e mostra aos fornecedores o que devem fazer, a Toyota adota uma abordagem bem diferente. A empresa concentra-se em construir relacionamentos de longo prazo com e entre seus fornecedores, os quais, por sua vez, colaboram com a Toyota e entre si. Embora o conhecimento do produto seja tratado com confidencialidade, espera-se que o conhecimento dos processos seja compartilhado dentro de sua cadeia de valor. A abordagem da Toyota não poderia funcionar sem a abundante transparência de todos os participantes, e é essa transparência que está no cerne dos relacionamentos de todos os fornecedores da Toyota.

Do ponto de vista da velocidade e do custo, a transparência faz todo o sentido. Você não tem que se preocupar com segundas intenções. Você não tem que ficar fazendo suposições. Você não tem que desperdiçar tempo e energia tentando manter uma fachada nem contabilizando o que disse a quem.
Muitas empresas criam transparência com seus próprios funcionários ao adotar a Política de Livros Abertos (Open Book Management) – abrindo seus demonstrativos financeiros para a empresa inteira ver.

Criar transparência leva ao buy-in. Por exemplo, em uma família, ser transparente com as crianças sobre assuntos financeiros e convidá-las a participar em decisões sobre gastos não apenas facilita o entendimento de por que às vezes você tem que dizer “não”, como também ajuda a sensibilizá-las sobre a inconveniência de pedir certas coisas, fazendo com que você não tenha que desperdiçar tempo e energia emocional em lidar com as exigências. Como vantagem adicional, essa transparência oferece para as crianças entendimento sobre a economia doméstica, ajudando-as, à medida que amadurecem, a se tornarem mais responsáveis por suas próprias decisões de gastos.

Negociar com transparência não significa ter que colocar sempre todas as cartas na mesa. Contudo, significa sim que você deve ser transparente na divulgação das informações pertinentes e com aquilo que tenta realizar.






Paulo Kretly - presidente da FranklinCovey Brasil – líder mundial em eficácia corporativa e pessoal. Mestre em Administração de Empresas e graduado em Pedagogia, possui especialização em administração e marketing pela Fundação Getúlio Vargas e MBA com especialização em Marketing, pela Hawthorne University, de Utah/USA. Reconhecido palestrante nas áreas de liderança, administração do tempo, legado, gestão e produtividade pessoal e interpessoal. É especialista em gerenciamento do tempo e vem cativando milhares de pessoas e organizações que o procuram com o desejo de manter suas vidas pessoal e profissional equilibradas. Autor dos livros Figura de Transição e Deixe um Legado.
www.franklincovey.com.br


É golpe: Campanha do Outubro Rosa é utilizada de forma maliciosa no WhatsApp


Assim como tantas outras vezes, os cibercriminosos continuam utilizando o WhatsApp, ferramenta de mensagens instantâneas, para disseminar campanhas maliciosas. Desta vez, o mote da mensagem é uma das iniciativas mais famosas que acontecem ao longo do ano, o Outubro Rosa – que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero. Na mensagem que o usuário recebe, consta que as maiores lojas do Brasil se juntaram neste mês em prol da campanha e estão distribuindo camisetas para apoiar a causa.



Como em outros casos, o golpe faz uso de engenharia social, uma vez que a pessoa precisa compartilhar a promoção com seus contatos para conseguir as camisetas que estão sendo distribuídas. No primeiro momento, a vítima entra em um site falso e é convidada a responder um questionário feito em três etapas: “Você já participou da campanha Outubro Rosa?”, “Você é a favor da campanha na luta contra o câncer?”, “Qual o tamanho da sua camiseta?”. 



Após responder o questionário, a vítima recebe uma mensagem de parabéns e com orientações para retirar o prêmio – é aqui que o golpe pede para compartilhar a mensagem falsa com 10 amigos para gerar o ticket de resgate da camiseta em prol da causa. 





Imediatamente após compartilhar o link por WhatsApp, o usuário é levado para um site que solicita a instalação de uma VPN (rede privada virtual), conforme imagem abaixo. Essa tática, por causa da grande quantia de visitantes, faz com que o cibercriminoso consiga monetizar o golpe.



“Por ser um tema em alta e que dura o mês todo, os cibercriminosos se aproveitam do interesse da população para disseminar o golpe”, reforça Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab.Podemos ver que o criminoso ganha de muitas formas, seja pelos milhares de page-views no site da enquete com propagandas, seja em um esquema de pay-per-install ou até mesmo com a instalação de programas maliciosos, como já vimos anteriormente”, finaliza Assolini. 



Para se proteger

• Desconfie de mensagens e anúncios no Facebook: essa é a mais nova modalidade dos golpistas, que têm usado especialmente as redes sociais para disseminar o golpe. Duvide também de supostas ofertas recebidas por app de mensagem. Para confirmar se a oferta exibida na rede social é real, abra o navegador, navegue até o site do varejista e busque o produto anunciado;

• Não clique em links: principalmente os recebidos de desconhecidos, nem em links suspeitos enviados por seus amigos via redes sociais ou e-mail. Eles podem ser maliciosos, criados para baixar malware em seu dispositivo ou para direcioná-lo a páginas de phishing que coletam dados do usuário;

• Mantenha sempre atualizado sua solução de segurança para não cair nesse ou em outros golpes de cibercriminosos.

Esse ataque já está sendo bloqueado por todos os produtos da Kaspersky Lab, como o Kaspersky Total Security para multidispositivos. Até o momento, a campanha só foi vista no Brasil.





Kaspersky Lab


Lei da Proteção de Dados garante segurança aos clientes



Empresas tem 18 meses para se adequarem a lei


Muito se questionou sobre o controle de informações nos tempos em que tudo está online e a disposição de todos, em qualquer lugar. Nunca o controle de informações foi tão debatido e ao mesmo tempo tão frágil, e é exatamente por isso que a nova Lei de Proteção de Dados foi sancionada. O que irá mudar nos próximos 18 meses? Como os empresários devem estar atentos para estas mudanças? Como as empresas devem se portar diante deste novo cenário? Conversamos com a advogada especialista em direito empresarial, Carolina Di Lullo, da Giugliani Advogados, sobre estas consequências. Confira abaixo:


O que muda com a nova lei diante do que é prático hoje?

O que mudará é o tratamento conferido a todas as informações que sirvam para identificação de pessoas, ou seja, seus dados. Entre eles estão inseridos: nome, RG, CPF, raça, etnia, religião etc. A partir de fevereiro de 2020, as empresas que coletarem dados terão o dever legal de informar os usuários de seus serviços, offline ou online, sobre qual o tratamento que será conferido aos informações prestadas quando do cadastro. Haverá a necessidade de comprovar o legítimo interesse da empresa na coleta dos dados, bem como a autorização, ou seja o consentimento do usuário, para que a coleta de dados e sua utilização seja legal. As informações muitas vezes eram compartilhadas entre empresas e/ou vendidas e utilizadas para fins de marketing direcionado. Com o advento da nova lei, essas práticas ficam proibidas. Uma novidade também é o dever de informação ao usuário em caso de vazamento de dados.


Como as empresas devem agir a partir de agora? Quais cuidados básicos deverão ser tomados?

As empresas deverão modificar toda a sua estrutura de coleta de dados e criar mecanismos de segurança contra vazamentos; deverão também informar seus consumidores sobre o porque seus dados estão sendo utilizados e onde serão aplicados; os usuários deverão consentir quanto a coleta de dados, sendo que este consentimento poderá ser revogado no futuro ou requerer a portabilidade de seus dados, então as empresas deverão se preparar para estas situações também; o dever de transparência perante o usuário traz a necessidade de modificação dos termos de adesão que muitas empresas apresentavam anteriormente, sendo que as informações deverão ser claras e precisas.


18 meses foi o tempo dado para adaptação. É o suficiente para qualquer empresa conseguir se organizar judicialmente juridicamente?

É uma corrida contra o tempo. As alterações para promoção de segurança e tratamento/classificação de dados, bem como a entrega final deste serviço não é rápida e depende de investimento financeiro. Assim, quanto antes a empresa se preocupar com esta regularização, menor o risco de não adaptação às normas e, consequentemente, de eventual punibilidade.

O próprio Google e Facebook são casos conhecidos de aproveitarem as informações pessoais para manipularem o que elas veem na internet, de acordo com os seus perfis. Esse tipo de coisa se enquadra na Lei de Proteção de Dados Pessoais? No caso, como as empresas devem tomar cuidado com esse tipo de informação?

Sim, estes casos se enquadram na nova Lei. Empresas multinacionais já tiveram que se adaptar as novas regras quanto a proteção de dados em vista do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados [RGPD] que entrou em vigor em maio de 2018 e criou regras sobre este tema para Europa. Assim, já é possível identificar as medidas que foram tomadas pelo Google e Facebook através de acesso as suas páginas. O cuidado que deverá ser tomado é informar exatamente a extensão do que será realizado com os dados coletados e promover atos para segurança dos mesmos, eis que a manipulação de dados e utilização para fins diversos dos informados aos usuários serão punidos.


O quanto você acredita que esta nova lei será eficiente no controle de dados?

Foi um grande passo para o Brasil adotar medidas que se alinhem com àquelas tomadas por grandes potências como Europa, podendo, inclusive, facilitar o comércio internacional. Por derradeiro, criou mecanismos para proteção de direitos constitucionais – como da privacidade, assegurando ao usuário seu protagonismo eis que estabeleceu padrões a serem adotados para coleta e utilização de banco de dados e a possibilidade do usuário em controlar até quando seus dados ficarão disponíveis para acesso. Ao meu ver, transformou a coleta de dados em uma coleta mais consciente e com propósito específico, fazendo com que o coletor assuma responsabilidades e tenha que adotar medidas de proteção mais incisivas, não podendo assim "lucrar" com os dados alheios.



Como minimizar o impacto eleitoral nos negócios?


Períodos eleitorais são sempre conturbados economicamente. Há uma tensão que se espalha do âmbito político para o empresarial. Isso porque o mercado funciona, em grande parte, em cima das expectativas geradas pelos planos de governo de um candidato ou de outro. Esses planos refletem mais ou menos o que as empresas buscam como cenário para seu desenvolvimento, segurança para investimentos, etc. Assim, enquanto não se decide que caminho irá vigorar, há uma inação, uma inércia gerada pelo medo de colocar sua empresa em um cenário pouco favorável ao que cada empresário entende como ideal.

Esse histórico de incertezas é grande no Brasil, e nas eleições desse ano a dúvida tem aumentado, sobretudo pela grande polarização dos eleitores. Há uma impressão de que, independentemente de quem ganhar, metade da população ficará desagradada, e isso criará mais tensão econômica. O problema, entretanto, está nas empresas e não na política. Um negócio não pode ser tão dependente de fatores externos. E, colocar a culpa da inação na política, é apenas a prova de que há uma má gestão acontecendo dentro da empresa.

O impacto eleitoral não pode afetar a continuidade de negócios. Uma empresa precisa ser comandada independente dos resultados, e até mesmo da insatisfação dos potenciais clientes com o cenário político. Há de se criar uma independência entre fatores - que não é muito comum aqui no Brasil, mas é completamente possível.

Para realizar essa tarefa, as empresas precisam buscar as diretrizes corretas para embasar suas estratégias de negócios. As duas principais para esse caso específico, são normas que podem ser implementadas para guiar todos os processos da empresa: a norma de Continuidade de Negócios (ISO 22301), e a norma de Gestão de Riscos (ISO 31000). Essas normas trabalham com a criação de regras de contingência para todos os cenários e ocorrências que possam ser considerados riscos para a empresa, ou seja, que atrapalham seus objetivos estratégicos.

No caso da norma de Continuidade de Negócios, a atenção é às situações que representam um risco da empresa falir, ou seja, ela aborda tudo que pode ser uma crise para a empresa, podendo impactar diretamente na sua saúde financeira, enquanto que a norma de Gestão de  Riscos é mais abrangente e cotidiana. As diretrizes preveem mudanças de mercado, e o impacto externo, permitindo que se saia na frente do problema, já estando preparado para lidar com ele. Uma empresa bem mapeada possui contingências para mais de 15 a 20 mil riscos, mesmo que a maioria deles seja bem difícil de acontecer, e ela só precise lidar com algo em torno de 50 a 200 deles de forma mais constante.

Essas normas são suportes ao sistema de gestão atual da empresa, mas também precisam acompanhar as atualizações de mercado. Um exemplo recente foi o da greve dos caminhoneiros que ocorreu no país todo. Esse risco existia? Sim. Era provável? Não. Porém, quem tinha um plano de contingência, mesmo que achando que nunca o usaria, se saiu melhor do que quem nem pensou nisso - algo até óbvio se sua empresa é uma transportadora, por exemplo. A partir de então, esse risco passa a ter mais destaque, e se torna uma realidade mais provável de se repetir, e por isso vale nova atenção.

No caso eleitoral, pode haver poucos riscos que sejam institucionais, que ameacem as empresas de fechar, mas com certeza há muitos que afetam lucro, crescimento, processos, funcionários, etc. A alta do dólar talvez seja o mais evidente, pois afeta diretamente o mercado, com a alta nos preços de matéria prima, por exemplo. O mesmo se aplica a variações no preço do combustível, que é diretamente influenciado pelo dólar. Outro aspecto interessante é o da tarifação de serviços básicos devido à privatização ou não privatização de alguns setores. Para ambos os lados, há quem se beneficia e quem perde. Propostas que envolvam processos burocráticos ou impostos, agem da mesma forma.

Um risco pouco observado, por exemplo, é o da evasão de mão de obra especializada. Com a infelicidade de uma parcela da população, grandes profissionais podem simplesmente buscar países diferentes para atuar. Aqui entra o fator humano ligado a ideais pessoais e não há como agradar a todos nesse aspecto. Não importa muito qual a política do vencedor, sempre há incertezas e fatores de risco para diversos cenários empresariais. Não existe meio de impedir que esses riscos existam e que alguns deles se tornem problemas reais. Entretanto, há como controlar isso, estando prevenido, pronto a agir de forma a se adequar, encontrar novos caminhos e lidar com os problemas, sem deixar o impacto eleitoral afetar sua empresa.

Aplicar essas diretrizes agora é começar a blindar sua empresa antes de qualquer choque. Prevenir não é só melhor do que remediar. Nesse caso, prevenir é remediar. É a única solução real para lidar com o que não se pode controlar externamente. O presente e futuro de sua empresa não pode depender dos outros, apenas da sua própria gestão. Assim, ganhe quem ganhar, sua empresa irá sobreviver e prosperar.






Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.


Feminicídio cresce 12% de janeiro a agosto deste ano em São Paulo


Especialista em Direito Penal explica o crime e defende maior rigor penal


A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os registros de homicídio com a agravante "feminicídio" aumentaram 12% de janeiro a agosto deste ano em todo o estado, não apenas na Grande São Paulo, sendo 75 em 2017 e 84 em 2018. Segundo a pasta, entre janeiro e agosto de 2018, houve 84 registros de homicídio com a agravante 'feminicídio'". Somente no último feriados, de Dia das Crianças, cinco mulheres foram assassinadas em São Paulo.

Nesse período os conflitos interpessoais entre casais representaram 8,1% dos homicídios dolosos, mesma proporção de 2017, segundo a SSP.

Feminicídio, ou homicídio de mulheres, acontece quando o crime envolve discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. Humilhação e menosprezo a simples condição de ser mulher.

A lei 13.104/2015 altera o art. 121 do Decreto Lei número 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. Primeiro da Lei número 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.

"A criação da Lei Maria da Penha, por exemplo, é bastante positiva à medida que traz luz e uma atenção especial acerca de uma problemática que, infelizmente, ainda é bastante comum, trazendo maior segurança e vigilância nos casos de violência doméstica e familiar. Evidente que ainda são necessários avanços e aprimoramentos. Mais do que física, a violência abrange abusos sexuais, psicológicos, morais e patrimoniais entre vítima e agressor – que não precisa, necessariamente, ser cônjuge, bastando que tenha algum tipo de relação afetiva", destaca o especialista em Direito e Processo Penal, sócio do escritório Cury & Cury Sociedade de Advogados, Rogério Cury.

O especialista destaca a importância da legislação e reforço na educação e conscientização para sua efetividade. "A violência contra a mulher é uma infeliz realidade, e o que vivemos hoje, infelizmente, são as consequências de um caráter cultural ultrapassado, onde tínhamos raízes que reforçavam a violência de gênero, a força masculina e a hierarquia patriarcal conservadora", afirma.

Em nota, a SSP informou que "vem adotando políticas públicas para o combate da violência contra mulher, como o Protocolo Único de Atendimento, que desde o ano passado estabelece um padrão de atendimento nos casos de violência contra a mulher, seja física ou sexual, para melhor acolher as vítimas".


Feminicídio X Femicídio

O especialista Rogério Cury esclarece que o Feminicídio é um termo atual que qualifica o homicídio contra a mulher, em razão do gênero da vítima, em violência doméstica e familiar, além de menosprezo, ligado à condição de gênero. Ele alerta para as diferenças com o femicídio. "Essa definição de sexo feminino não é completamente adequada porque se confunde o que é feminicídio e femicídio. O primeiro trata do crime tendo como motivação o menosprezo, desrespeito à condição da mulher; já o segundo, também aborda o crime contra a mulher, sem, no entanto, a conexão direta ao fato de a vítima ser do sexo feminino".


Denúncias:

As denúncias podem ser feitas pelo telefone 180 ou diretamente em uma Delegacia da Mulher.


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