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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Agosto é o mês que lembra sobre a importância da prevenção, tratamento e diagnóstico precoce dos linfomas


Pesquisa do INCA indica que no País, estimam-se 5.370 novos casos em homens e 4.810 em mulheres


A campanha do mês de agosto para a luta contra o linfoma remete à cor do laço verde-claro. O linfoma é o termo usado para designar vários tipos de câncer com origem nos linfonodos, que são os gânglios do sistema linfático. Os gânglios linfáticos estão espalhados por todo o corpo, e possuem a importante função na defesa do organismo contra infecções. Os linfomas podem ser divididos em não-Hodgkin e de Hodgkin. A distinção entre eles é feita através de biópsia.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, estimam-se 5.370 novos casos de linfoma não-Hodgkin para o sexo masculino e 4.810 para o sexo feminino, a cada ano do biênio 2018/2019. Para ambos os sexos, é a 11ª neoplasia mais frequente entre todos os cânceres, que correspondem a um risco estimado de 5,19 casos novos a cada 100 mil homens, e 4,55 para cada 100 mil mulheres.

Segundo o hematologista do hospital Felício Rocho, Guilherme Muzzi, esta doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre 50 e 65 anos, para o linfoma não-Hodgkin. Já no linfoma de Hodgkin, existem 2 picos de incidência maior, sendo o primeiro de 20 a 30 anos e o segundo entre 50 e 60 anos.

A perda de peso e do apetite, sudorese noturna, aumento dos gânglios linfáticos, fadiga, fraqueza são alguns dos sintomas mais comuns da doença. O aumento dos gânglios linfáticos (íngua) pode ser facilmente observado pelas pessoas, pois se localizam frequentemente no pescoço, axilas, clavícula ou virilha. Entretanto, na maior parte das vezes essa alteração está mais relacionada a infecções do que com o linfoma, propriamente dito.

Além de exames periódicos e acompanhamento médico, é importante que todas as pessoas mantenham hábitos de vida saudáveis, para diminuir ao máximo a chance de chegar a desenvolver um câncer.

O médico Guilherme Muzzi ressalta que a prevenção do câncer é fundamental, não apenas para diminuir os riscos de uma pessoa chegar a desenvolvê-lo, mas também para que a doença possa ser diagnosticada em fase precoce, aumentando as chances de cura e sobrevida do paciente.


Dispositivos médicos: Como garantir a saúde e segurança dos pacientes?


Quando o assunto é a segurança e a saúde dos pacientes, existem infinitos parâmetros, normas, regras e processos que precisam ser seguidos, afinal de contas estamos lidando com vidas. Claro que essa rigorosidade e atenção também precisa ser levada a sério em toda cadeia de produção dos dispositivos médicos e, para tanto, existe a ISO 13.485, que certifica indústrias e empresas fornecedoras da cadeia médica.

A norma é uma certificação internacional criada pela ISO - International Organization for Standardization, que fica sediada em Genebra, na Suíça. A ISO 13.485 é derivada da famosa ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade, e surgiu como uma forma de adaptar os modelos de processos de qualidade específicos para as demandas encontradas na fabricação dos instrumentos médicos. Essa norma é utilizada em toda a cadeia, desde o fornecimento de insumos, passando pela fabricação, armazenagem e transporte dos dispositivos que podem ser seringas, suturas, cateteres, agulhas, próteses, próteses dentárias, aparelhos de raio-x, desfibriladores, respiradores, e muitos outros.

A 13.485 surgiu como uma maneira de garantir o processo produtivo e os altos padrões de qualidade dos produtos e/ou serviços prestados para a área médica. Um dos requisitos básicos dessa norma refere-se à durabilidade dos instrumentos. O ciclo de vida do produto deve ser especificado sem margem de erro e sua inspeção, troca e manutenção são recomendações de primeira ordem. Outras especificações dão conta do armazenamento, manuseio e manutenção de todos os dispositivos. Além disso, diferente da ISO 9001, essa certificação estipula o processo de produção e testes rigorosos para garantir a qualidade.

A certificação é recomendada para todo tipo de empresa - independente do porte - que fornece dispositivos médicos ou que de alguma forma se relaciona com esse setor. Ela é implementada com o objetivo de demonstrar a capacidade de produção, garantir a qualidade técnica e validar os requisitos regulatório e expectativas do setor. Algumas empresas que se beneficiam com a ISO 13.485 são a indústria de produção dos dispositivos, transportadoras que deslocam os instrumentos, laboratórios de análises clinicas e de imagem, empresas de armazenagem, consultórios médicos e odontológicos, entre outros.

Por ser uma norma dedicada ao mercado de saúde, sua implementação deve ser feita por consultores que conheçam o mercado e as especificações minuciosas dos requisitos. Desde que se detenha conhecimento especifico, pode ser feita tanto por uma equipe interna de gestão quanto por uma consultoria terceirizada. Depois do diagnóstico na empresa, são identificados os ajustes necessários bem como um cronograma para implementação dos requisitos da norma - esse varia caso a caso e leva em consideração os recursos financeiros e as adequações que precisam ser feitas com mais urgência. De modo geral, a implantação de todos os itens demora entre oito e doze meses. Após esse período, a empresa passa pelo processo de acreditação junto a uma certificadora.

Além de melhoria nos processos, empresas certificadas conquistam muitos outros benefícios. Melhora nos processos da organização, aumento da eficiência e da performance, atendimento aos requisitos legais e normas das Agências de Vigilância Sanitária (ANVISA/VISA), segurança e qualidade do produtos e serviços que fornece são alguns deles. Há ainda uma significativa redução nos desperdícios, os chamados savings, além de uma grande melhoria na imagem perante o mercado. Cabe destacar ainda que boa parte das empresas de grande porte e multinacionais só costumam aceitar fornecedores certificados. Sendo assim, a certificação aumenta o market share da empresa, abrindo inclusive as portas para mercado globais.







Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.

 

PAÍSES ASSINAM CARTA DE COMPROMISSOS PARA ENFRENTAR O AVC NA AMÉRICA LATINA


Em Encontro Ministerial realizado em Gramado (RS), Brasil e mais 10 países latino-americanos assinaram carta para unir esforços e estabelecer parcerias contra o avanço da doença na região


Mais de 800 participantes - entre especialistas e gestores de saúde pública, estudantes e residentes, de 20 países e de 23 dos 26 estados brasileiros -, estiveram reunidos de 2 a 4 de agosto no 21° Congresso Ibero-americano de Doenças Cerebrovasculares, realizado em Gramado, Rio Grande do Sul.

O principal marco do congresso foi a realização, pela primeira vez em sua história, do Encontro Ministerial Latino-americano do AVC. Cerca de 52 representantes dos Ministérios de Saúde de 11 países da América Latina (Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai) reuniram-se no dia 2 de agosto para debater propostas e iniciativas para a redução do impacto do AVC na região. O encontro também contou com cinco convidados internacionais de entidades como World Stroke Organization, American Heart Association e American Stroke Association, e um total de 105 ouvintes.

O resultado do encontro foi a assinatura da “Carta de Gramado”, com intenções de cooperação internacional entre os países participantes. “Se as estratégias firmadas na Carta forem implementadas irão alterar positivamente o cenário do impacto do AVC em nossa região”, explica Dra. Sheila Martins, neurologista e presidente do XXI Congresso Ibero-americano de Doenças Cerebrovasculares, fundadora da Rede Brasil AVC e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares.

O próximo passo em relação ao encontro ministerial será encaminhar a “Carta de Gramado’’ para todos os países que a assinaram para que possam implementar as decisões estabelecidas e os tratamentos baseados em evidência. Haverá uma coordenação da Organização Pan-americana de Saúde que irá intermediar a cooperação internacional para oficialmente vincular os países no trabalho de combate ao avanço do AVC. O encontro contou com a presença do secretário Francisco Assis Figueiredo, da Secretária de Assistência à Saúde, que representou o Ministério da Saúde do Brasil, na assinatura da carta e no comprometimento de uma nova reunião para discutir as melhorias na assistência aos pacientes com AVC e aos poucos incluir as pendências existentes em procedimentos e afins para disponibilizar à população.

Na Carta, os países se comprometem em: promover um ambiente saudável, com o estímulo à prática da atividade física e alimentação balanceada, políticas de combate ao tabagismo e de redução de consumo de sal e bebida alcóolica; campanhas de conscientização da população para que reconheçam os sinais e saibam fazer prevenção; estruturação de unidades de AVC com implementação de tratamentos de fase aguda baseados em evidências, utilização de telemedicina para ampliar o acesso a especialistas, promoção do acesso a reabilitação; capacitação dos profissionais de saúde;  destino de recursos humanos e financeiros para a estruturação da linha de cuidado; além de um intercâmbio entre os países.

Também foi discutida a inclusão de novos tratamentos baseados em evidências, como a trombectomia, como procedimento padrão nos sistemas públicos de saúde, uma vez que a doença é uma das principais causas de morte e de incapacidade entre adultos. “O procedimento já está sendo avaliado em um estudo do Ministério da Saúde para verificar a viabilidade do tratamento nos hospitais públicos. A modificação no atendimento do AVC em nosso país poderá aumentar a qualidade de vida do paciente e reduzir custos hospitalares de internações e reabilitações, por exemplo”, ressalta a especialista.


Sobre o XXI Congresso Ibero-americano de Doenças Cerebrovasculares

O Congresso Ibero-americano de Doenças Cerebrovasculares acontece uma vez ao ano e a sua 21ª edição aconteceu entre os dias 02 e 04 de agosto, na cidade de Gramado (RS), com a reunião de especialistas em doenças cerebrovasculares de 11 países da região ibero-americana (Portugal, Espanha e Américas) em uma programação científica que trouxe experiências, técnicas e tecnologias e as maiores inovações na área, a fim de discutir prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação das doenças cerebrovasculares.

O evento tem a organização local da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e da Rede Brasil AVC. 


O AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um problema de saúde que cresce em todo o mundo e também uma das principais causas de mortalidade e incapacidade. Estima-se que a cada ano, 17 milhões de pessoas sofram da doença e a cada seis segundos, uma pessoa morra por conta de um AVC, o que significa mais de 6 milhões de mortes por ano em todo o planeta.  

No Brasil, os números também são alarmantes. Por aqui, são mais de 400 mil novos casos todos os anos e a cada cinco minutos, uma pessoa morre, totalizando mais de 100 mil mortes/ano. A doença é a principal causa de incapacidade em adultos e já foi a principal causa de morte no país, passando ser a segunda causa de morte desde 2011. O número, no entanto, poderia ser ainda maior se levarmos em conta que até 30% dos AVCs ocorrem em pessoas com outras doenças ou fatores de risco, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas. 


AVC em números no Brasil

·         Segunda maior causa de morte e principal causa de incapacidade; 

·         1 minuto sem socorro pode causar a perda de 1,9 milhão de neurônios;

·         400 mil novos casos de AVC por ano;

·         Mais de 100 mil mortes por ano;

·         Mais de 50% dos pacientes necessitam de cuidados ao longo da vida devido a sequelas incapacitantes;


APP AVC Brasil

A Rede AVC Brasil desenvolveu o aplicativo AVC Brasil para ajudar a população brasileira a encontrar informações importantes e indispensáveis sobre a doença e também para buscar socorro especializado em caso de AVC.

No aplicativo encontram-se orientações sobre práticas saudáveis que podem prevenir em até 90% a doença, há também uma relação de unidades especializadas para atendimento em casos de AVC, cadastradas em um raio de 200 km em que a pessoa se encontra (para isso a função localização deve estar ativada no celular). Além dessas funções, o aplicativo também disponibiliza três opções de ligação telefônica emergencial, sendo uma para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 192 e outras duas opções que podem ser cadastradas pelo usuário, pois o atendimento em uma unidade de saúde estruturada para atender os casos de AVC é fundamental para salvar vidas. 




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