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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Período eleitoral pode afetar confiança do consumidor nos próximos meses


Especialista do Mackenzie explica como a confiança dos empresários podem afetar indiretamente as decisões do consumidor


Com o início das campanhas eleitorais é comum que alguns setores do governo fiquem paralisados devido ao envolvimento dos líderes na corrida a cargos políticos. Em um cenário de recuperação econômica, isso pode ser prejudicial na medida em que pode impactar negativamente alguns índices importantes para o ciclo econômico, como por exemplo na confiança do consumidor, que é crucial para o funcionamento da economia. De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, nem sempre o consumidor comum tem acesso à toda informação sobre o mercado, mas ele pode ser afetado indiretamente, na medida em que o empresário observa um cenário político de incertezas, travando contratações e investimentos.

Gamboa explica que os dados divulgados recentemente no Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), que registrou 101,6 pontos em julho, um crescimento de 3,4% na comparação com o mês anterior, são resultados da recuperação das greves dos caminhoneiros, que deixou as pessoas assustadas com o desabastecimento, mas a situação econômica e financeira continua sendo ruim. “Podemos dizer que continuamos em um momento delicado da economia, o índicie de confiança histórico continua em um campo pessimista, devido a situação do desemprego elevado, salário crescendo pouco e condições de crédito apertadas, levando à disposição do consumidor para um patamar baixo. Nos próximos meses, aposta-se em uma certa estabilidade porque as condições econômicas continuam sem muitas alterações. Ao mesmo tempo, isso pode fazer com que os consumidores fiquem contidos em suas compras, ou seja, os resultados podem ser difíceis de prever”, analisa. 

O especialista ressalta que o mais importante é lembrar que ao final do segundo semestre a economia terá uma movimentação maior no consumo com os pagamentos do 13º salário e liberação do FGTS. Porém, o custo de vida continua alto, o endividamento e aumento da inflação podem desviar o direcionamento destes recursos, que geralmente são gastos com consumo.



Saiba como fazer a inclusão dos avós como dependentes


 A advogada especialista em direito familiar explica como fazer esse processo de inclusão dos avós como dependentes familiar


No cenário de direito familiar atualmente, muita pessoa tem muita dificuldade em saber se os avós podem ser incluídos como pais das crianças na certidão de nascimento e também serem incluídos como dependentes em planos de saúde. A advogada Elizabeth Lannes, especializada em direito familiar, vai explicar como fazer esse procedimento.

Como é possível comprovar paternidade socioafetiva?

Através de investigação socioafetiva, vínculo afetivo em relação ao filho, existe o chamado “posse de estado de filho” que significa que o filho e o pai se apresentam para toda a sociedade, onde todos os reconhecem assim. Isso acontece quando o pai biológico não manifesta sua vontade de registar o filho e abre uma investigação socioafetiva para o registro ir para os avós, porém na maioria das vezes eles podem estar passando por uma doença e com isso não conseguem manifestar sua vontade de registrá-lo.

Ela só é reconhecida via Judiciário?

O reconhecimento da paternidade não precisa só do judiciário, recentemente saiu uma lei que fala que não precisa do judiciário para reconhecimento de paternidade.

O Provimento 63, de 14 de novembro de 2017, do CNJ, publicado em 17 de novembro de 2017 (Diário da Justiça - CNJ - Edição no 191/2017) disciplina o RECONHECIMENTO DO FILHO SOCIOAFETIVO diretamente em Cartório, ou seja, independentemente de sentença judicial.

Essa decisão do TJ-DF gera jurisprudência? Essa decisão já era jurisprudência.
Existe outra forma de um neto criado pelos avós incluí-los como dependentes em IR e plano de saúde, por exemplo?

Os avós podem ser incluídos no plano de saúde, demonstrando vínculo socioafetivo, que foram eles os pais que o registraram e assim como os pais biológicos tem esse direito, os de socioafetivo também possuem.

Segundo a advogada Elizabeth Lannes, desde novembro de 2017, é possível que esse processo se dê também de forma extrajudicial, com registro em cartório. Os efeitos serão os mesmos de uma adoção, em que o adotante se compromete a prover alimentação, educação e lazer, entre outros.



Setembro: 80% das empresas irão perder certificações ISO 9001 e 14001


No mês de setembro, a versão 2008 da norma ISO 9001 (qualidade) e a versão 2004 da norma ISO 14001 (ambiental) simplesmente perderão a validade. Segundo dados obtidos no site do Inmetro, responsável pela acreditação das normas no Brasil, cerca de 80% das empresas brasileiras certificadas - mais de 19 mil - ainda não efetuaram a migração para a nova versão da norma, que está em vigor desde 2015. As empresas que não fizerem a atualização, perderão a certificação por completo. Entre os motivos para o atraso, estão os cortes advindos da crise, a falta de conhecimento dos empresários quanto à necessidade de atualização e o velho hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora.

De tempos em tempos as normas são revistas, a fim de garantir que os requisitos avaliados estejam em conformidade com as transformações pelas quais o mercado atravessa. O objetivo é mantê-las atualizadas, garantindo sempre as melhores práticas. A grande novidade da versão 2015 é a inclusão de metodologias para a gestão de riscos, garantindo mais qualidade aos produtos, redução dos impactos ambientais e dos problemas financeiros. As normas dão garantias ao mercado de que suas organizações possuem altos padrões de qualidade dos produtos e/ou serviços prestados (ISO 9001), além que cumprem rigorosamente as legislações ambientais do país (ISO 14001).

O Brasil já foi o 10° país do mundo em número de certificações, sendo o maior da América Latina. No total, 19.274 empresas brasileiras conquistaram a ISO 9001 na versão 2008. No entanto, apenas 3.184 possuem a versão 2015. No caso da ISO 14001, 2.226 possuem a versão 2004. Na 2015, apenas 401. De acordo com o mesmo levantamento, as indústrias, o mercado de construção civil e automobilístico são os que estão mais atrasados na atualização da norma. Caso as empresas realmente deixem de fazer a migração, passaremos então ao menor número de empresas certificadas no continente latino-americano. Dessa forma, o Brasil irá perder competitividade com empresas estrangerias e uma parcela significativa da sua participação no mercado exterior.

Além de melhoria nos processos, empresas certificadas conquistam muitos outros benefícios. Há significativa redução nos desperdícios, os chamados savings, e ainda uma grande melhoria na imagem perante o perante a sociedade, visto que várias ações de marketing valorizam esse tipo de reconhecimento. Cabe destacar ainda que boa parte das empresas de grande porte e multinacionais só costumam aceitar fornecedores certificados, reduzindo drasticamente a participação de mercado das não certificadas. Isso reduz o market share e, consequentemente, as possibilidades de receita das empresas.

O custo de ficar de fora das oportunidades certamente é muito mais alto do que os investimentos envolvidos para a conquista das certificações. As empresas de pequeno e médio porte, cujo faturamento não justifica a manutenção de um departamento interno de qualidade, devem recorrer às consultorias. Além de contar com auditores especializados, que conhecem cada detalhe dos requisitos, essas empresas cuidam de todo o processo, desde a análise da organização, passando pela apresentação da solução até o acompanhamento junto às certificadoras, que farão apenas a avaliação dos itens da norma. Normalmente, essas consultorias atrelam parte de sua remuneração ao sucesso da certificação. Sendo assim, a empresa tem garantia na qualidade do serviço prestado.

A grande questão é que, se as empresas ainda não iniciaram o processo de atualização no mês que vem elas perderam a certificação das normas. Afinal apesar de simples, o processo é um pouco demorado. Em média, leva-se em torno de 6 a 8 meses para concluir todas as etapas da certificação ou da recertificação. Portanto, veremos nos próximos anos o Brasil perdendo muita competitividade no mercado global. O fato pode agravar ainda mais a crise que assola o Brasil, inclusive influenciando negativamente o PIB. 








Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.


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