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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Um mundo de oportunidades ainda longe


Internet das Coisas (IoT) é a definição para o uso de sensores, atuadores, controladores e tecnologia de comunicação de dados montados em objetos físicos que permitem serem monitorados, coordenados ou controlados por meio da interligação de uma rede de dados ou da própria internet. Desde que os sistemas automáticos começaram a ser desenvolvidos, ainda no século XIX, já existe essa filosofia de funcionamento - ou seja, há mais de 100 anos esse conceito é praticado; a grande diferença do que se discute agora é o volume de pontos envolvidos, a velocidade de comunicação entre os dispositivos e a capacidade de processamento desses dados.

Para o conceito ser implantado, existem pré-requisitos. Entre eles, a comunicação de dados que, basicamente, pode ser classificada com relação ao volume de dados em banda larga e banda estreita. A maior parte dos dispositivos que farão parte da rede de IoT do futuro farão comunicação com requisitos de banda estreita, poucos Kbps. No entanto, o volume de dados de milhões ou bilhões de dispositivos se comunicando é apontado como um dos maiores potenciais de negócio no âmbito das telecomunicações.

Hoje, existem mais de 9 bilhões de dispositivos conectados desempenhando papel de sensores dentro do conceito de IoT. O crescimento tem sido exponencial, além de computadores, smartphones e smartwatches, smart TV, as utilities de energia, água e gás - e os veículos com conectividade já têm ocupado um número significativo de demanda por conectividade e suas aplicações. Existem previsões de mais de 20 bilhões de conexões até 2020, no qual a massificação, principalmente das cidades inteligentes, e de sensores na área da saúde, incrementarão muito essa base de cálculo.

Diante de todo esse potencial mercado, no Brasil, novamente temos dificuldade acima da média. O trabalho mais consistente sendo realizado é o da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que está fazendo o mapeamento de toda a cadeia de tecnologia, fornecedores e possíveis gargalos. Os principais já são possíveis serem identificados. O primeiro é a padronização: quais protocolos, padrões de rede e de sistemas computacionais serão utilizados para atender todos os segmentos? Quando se fala em normatização e suas respectivas normas técnicas, ainda temos um grande caminho para percorrer, tendo em vista que muitas tecnologias ainda são proprietárias e não permitem nenhum grau de interoperabilidade entre os dispositivos e segmentos de tecnologia distintos. O ideal seria que todos os dispositivos possam ter um código IP (Internet Protocol), pois a gerência por meio da tecnologia IPV6 já está disponível com uma quantidade de códigos IP que atendem nosso desenvolvimento por meio desta classificação ainda por décadas. No entanto, não é um consenso.

A segunda questão importante é a segurança das informações, pois ainda temos um grau de desenvolvimento considerado incipiente. Como existirá um número elevado de dispositivos que podem realimentar a tomada de decisão errada, essa poderá ser decisiva se for manipulada - principalmente se não for utilizada para o bem comum dos usuários. A questão de interoperabilidade, utilização da rede IP de fim a fim e a segurança são pontos que necessitam de mobilização da comunidade técnica, planejamento e políticas públicas. Deve ser considerado que a questão de custos atrelados a estas características pode ser o maior dos desafios. Não se pode conceber a massificação dos dispositivos de IoT sem que o custo unitário seja minimizado. O fato de não temos essas discussões ainda maduras deve retardar ainda mais a nossa entrada nesse mundo de oportunidades.




Julio Omori - superintendente da Copel Distribuição. É mestre em Engenharia Elétrica e Informática Industrial e professor nos cursos de Engenharia da Universidade Positivo (UP).  



O QUE TIRA O SONO DO BRASILEIRO?


Pesquisa revela que saúde é a maior preocupação nacional em 2018


A SEMrush, líder global em marketing digital, analisou as palavras-chave mais pesquisadas pelo brasileiro no mês de abril, em plataformas de pesquisa como Google e Bing, para tentar revelar as principais preocupações nacionais. O estudo, que envolveu a pré-listagem de 15 termos que ilustram temas que tiram o sono das pessoas, como "desemprego", "política" e "corrupção", também considerou, a título de comparação, as inquietações da Argentina, Chile, Colômbia e México, além de alguns países europeus.

No Brasil, o termo Saúde ficou na primeira posição, com média de 7,2 milhões de buscas. O resultado se relaciona com a precariedade do sistema de saúde brasileiro, devido à falta de recursos e aos recentes acontecimentos como o surto da febre amarela. Uma curiosidade mapeada pela SEMrush é que uma das principais perguntas, feitas por brasileiros no Google em relação ao termo "saúde" é "como emagrecer com saúde". O interesse é sem dúvida relacionado pela onda fitness que tem movimentado a economia do país.

Na segunda posição, o tema foi Educação, com 6,8 milhões de buscas. O dado faz bastante sentido, visto o impacto recente das políticas de Educação propostas pelo Michel Temer e as mudanças polêmicas que foram instituídas, como a nova grade curricular do Ensino Médio. No mundo, o tema também é preocupação de muita gente: na América Latina, o termo ficou entre os cinco mais pesquisados no México, Argentina e Chile. Já na Europa, o termo foi o mais pesquisado por espanhóis e finlandeses.

Emprego e Desemprego ocupam a terceira e quarta posições entre as principais aflições do brasileiro, com 6,4 e 2,3 milhões de pesquisas respectivamente. As buscas pelos termos podem estar relacionadas à atual taxa de desemprego do último trimestre: 13,1% segundo o IBGE - o que significam 13,7 milhões de brasileiros sem emprego em todo o país. Os destaques do recorte internacional sobre o assunto são os dados da França e da Colômbia, que trazem o tema como a principal preocupação da população, acima de todos os outros.

O termo Política foi o quinto tema mais pesquisado (1,3 milhão de buscas) entre os brasileiros, o que pode ser resultado do crescente interesse local pelo assunto nos últimos anos - além do inconstante cenário nacional que envolve diversas discussões como as Eleições (sexto termo mais procurado — 452 mil buscas) que acontecerão em outubro, a prisão do ex-presidente Lula e o próprio futuro do país. No mundo, o assunto também é visto como preocupante em 90% dos países da amostra, sendo que os três países que estão mais atentos a esta questão são México, Argentina e Colômbia.

Os outros 4 temas que mais preocupam os brasileiros são:

Corrupção — 267 mil buscas

Imigração — 146 mil buscas

Pobreza — 118 mil buscas

Feminicídio — 73 mil buscas



*A SEMrush reuniu dados coletados na Espanha, Reino Unido, Irlanda, Itália, Portugal, Alemanha, Áustria, França, Bélgica e Finlândia, México, Argentina,Chile, Colômbia e Brasil.



5 de maio – Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar


Doença pulmonar rara desafia médicos e leva pacientes à UTI antes mesmo do diagnóstico 

Com progressão rápida, a condição crônica incapacita os doentes, tornando-os dependentes da medicação para manter a qualidade de vida e sobreviver


Desempregada, aos 45 anos, Marion Boebel esperou 8 meses para receber um diagnóstico. A estudante de direito Emanuelly Bueno teve sérias complicações aos 17 anos durante o parto do seu primeiro filho. O que elas têm em comum? Ambas foram parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) antes de receber o diagnóstico de hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC), uma doença rara, de difícil reconhecimento e extremamente debilitante.

Caracterizada pela alta pressão sanguínea nos vasos do pulmão, a doença é causada pela presença de coágulos fixos de sangue que bloqueiam ou estreitam o fluxo sanguíneo, fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais para bombear sangue para o órgão. Como consequência, o paciente apresenta falta de ar progressiva, principalmente ao realizar esforço. Além disso, pode sofrer com possíveis sinais de insuficiência do lado direito do coração, fadiga, palpitações, síncope e inchaço.

Apesar de incapacitante em seu estágio avançado, a HPTEC é praticamente assintomática em seu início e por isso o paciente pode levar anos até ser diagnosticado, como explica o pneumologista e professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), doutor Caio Júlio Cesar dos Santos Fernandes. “Os primeiros sintomas da hipertensão pulmonar são parecidos com os de diversas doenças e isso, somado à raridade da doença, ajuda a postergar o diagnóstico”, comenta o especialista.

“O tratamento para a HPTEC varia de paciente para paciente. É necessário avaliar o estágio da doença, o número de coágulos, a insuficiência respiratória e inclusive se a cirurgia é indicada”, explica Dr. Caio. 


Conheça a história das pacientes

Atualmente a HPTEC é considerada rara, porque não há dados disponíveis sobre o número de pessoas com a doença. A literatura médica estima uma incidência de 2 a 182 casos por milhão de habitantes adultos por ano, a prevalência é de 8 a 40 casos por milhão. Mas para as pacientes isso não quer dizer nada, já que sendo rara ou não, é uma questão de extrema importância e gravidade – Emanuelly, por exemplo, que nunca tinha ouvido falar na doença, aos 17 anos passou por um susto que a levou ao diagnóstico.

“Nessa idade engravidei do meu filho e durante toda a gestação sentia dores muito fortes nas costas, mas tudo o que me diziam era que se tratava de contrações, até que durante o parto eu tive duas paradas cardíacas e hemorragia. Na época, os médicos não contaram para os meus pais e minha cesárea levou em torno de 6 horas. Mesmo assim, ninguém investigou porque eu tinha tido tantos problemas e somente após retornar ao hospital muito debilitada que recebi o diagnóstico”, conta a estudante.

Já Marion, quando estava na UTI, recebeu inicialmente o diagnóstico de embolia pulmonar, que acabou evoluindo para uma HPTEC: “Por oito meses, mais ou menos, tudo o que eu sentia era cansaço e falta de ar, não conseguia fazer nada, até o ponto de não conseguir sequer sair da cama. Procurei um posto de saúde próximo à minha casa, mas ninguém conseguia descobrir o que era, diziam que eu tinha depressão, quando na verdade eu tinha vários coágulos no pulmão”, relata Marion. “No primeiro momento eu fiquei feliz, aliviada por finalmente ter um diagnóstico. O problema é que eu não tinha noção de que estava entre a vida e a morte”. Tanto Marion quanto Emanuelly estavam prestes a travar uma nova batalha em busca do tratamento mais adequado.

A estudante de direito tinha indicação para o procedimento cirúrgico e veio para São Paulo. Após aguardar na fila, conseguiu fazer a cirurgia, porém continuou com alguns trombos residuais. “Apesar dessa intervenção ter me ajudado muito e melhorado minha condição, hoje ainda preciso tomar o riociguate e dependo totalmente dele e de outros medicamentos para manter minha doença sob controle e preservar minha qualidade de vida”.

Já Marion aguarda a análise de seu caso para saber se pode ou não fazer a cirurgia e passou a depender de anticoagulantes, remédios para evitar o inchaço e inclusive para controlar a pressão do pulmão. “Hoje meu quadro é estável. O problema é que um dos meus remédios, fornecidos pelo SUS, não chega. Faz três meses que não recebo e isso é muito comum de acontecer, às vezes recebo um mês e passo outros sem”, pondera.


Inclusão do medicamento no SUS

Paula Menezes, presidente da Associação Brasileira de Amigos e Familiares de Portadores de Hipertensão Arterial Pulmonar (ABRAF), conta que a dependência do Sistema Único de Saúde (SUS) por grande parte dos pacientes é comum e por isso muitos deles sofrem com a falta de medicamentos, seja por problemas no abastecimento da rede de distribuição ou até pela falta de reconhecimento e oferta de tratamentos mais efetivos, principalmente para os casos mais graves como o da Emanuelly.

A empresária fundou a associação após perder sua mãe para a doença, e hoje luta na linha de frente para que todos os pacientes com diferentes graus de hipertensão pulmonar (HP) tenham acesso ao diagnóstico, tratamento e uma melhor qualidade de vida. “A ABRAF tem um papel bem amplo na vida dos pacientes, e atua junto ao governo promovendo abaixo-assinados e apoio de parlamentares”.






Bayer



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