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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Aposentadoria por tempo de contribuição pode entrar em extinção



 O trabalhador brasileiro e segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderá perder um direito conquistado há anos. A aprovação da versão integral ou desidratada da Reforma da Previdência extinguirá a aposentadoria por tempo de contribuição. Isso porqueestabelecerá a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres. Ou seja, passará a existir no Brasil, apenas, a aposentadoria por idade.

Este é um dos pontos mais preocupantes da reforma, pois com o fim da aposentadoria por tempo de contribuição muitos trabalhadores, principalmente das camadas mais pobres da população, vão contribuir por décadas, sem receber nada em contrapartida.

Recentes pesquisas comprovam que entre a população da periferia ou de área rural, a expectativa de vida não chega a 55 ou 60 anos. Já em bairros nobres de grandes cidades a expectativa de vida é de 80 anos. Ou seja, o Governo deixará os mais necessitados desamparados com essa reforma e a imposição de uma idade mínima elevada. Muitos, os que mais precisam, não conseguirão se aposentar caso esta reforma seja aprovada nestes moldes.

As pessoas que começam a trabalhar mais cedo, as mais humildes, provavelmente, não desfrutarão da aposentaria.

Por isso, é muito importante que os segurados do INSS que já podem se aposentar, seja por idade ou tempo de contribuição, realizem um planejamento de sua aposentadoria para não perder a oportunidade em tempos de mudanças. Destaco que o pedido de aposentadoria, sem prévio planejamento e a certeza do quanto tem direito é o maior motivo de arrependimento dentre os aposentados porque, ao receberem seu primeiro benefício, não entendem o motivo de ter vindo abaixo do esperado. Aí, é tarde. Não dá para voltar atrás. Portanto, repito, façam o planejamento com um especialista.

Este é o momento de todos aqueles que já atingiram a idade ou tempo de contribuição, calcularem se vale à pena se aposentar neste momento, haja vista ter ficado claro que as regras da reforma serão rígidas e a transição, apesar de resguardar o direito adquirido, fará com que o trabalhador fique mais tempo no mercado de trabalho.

Segundo as regras atuais da Previdência Social, o segurado do INSS pode se aposentar por tempo de contribuição: 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres). Já a aposentadoria por idade pode ser requerida quando os homens chegam aos 65 anos e as mulheres 60 anos. Para ter direito a este benefício, o trabalhador tem que ter contribuído com por pelo menos 180 meses, ou seja, 15 anos. A depender de quando completou a idade mínima, o segurado pode conseguir sua aposentadoria com 05 anos de contribuição e isso, poucos sabem. No INSS não é informado e desta forma, mais uma vez digo: sempre consulte um especialista que poderá orientá-lo, sempre, da melhor forma.

Nas aposentadorias por tempo de contribuição, o segurado do INSS receberá o benefício equivalente a 80% dos maiores salários de contribuição após julho de 1994, e na média aritmética deste valor se aplica o fator previdenciário (fórmula matemática que leva em conta a idade, expectativa de vida e o tempo de contribuição e tem a função de ser um redutor).

Está em vigor também a regra da Fórmula 85/95, pela qual não existe idade mínima. A soma da idade e do tempo de contribuição deve ser igual a 85 pontos para as mulheres e a 95 para os homens, para que tenham direito a receber a aposentadoria no valor integral e sem a incidência do fator previdenciário.

Entretanto, como repetidas vezes dito acima, o segurado que ainda não atingiu esses requisitos não deve dar entrada de forma precipitada. A orientação é de se informar, planejar, acompanhar as notícias e a possível efetivação das mudanças.

O ideal não é dar entrada no benefício previdenciário de forma precipitada, com a incidência do fator previdenciário. Faça os cálculos, um planejamento para nunca dar entrada na aposentadoria sem estar convicto, pois poderá se arrepender no futuro.




 Murilo Aith




Como transformar o emprego temporário em permanente



Especialista em treinamento e equipes dá dicas de como aproveitar a oportunidade através do relacionamento com colegas e gestores


O país, aos poucos, está se recuperando e, com isso, a economia criou o triplo de vagas esperadas para o mês de novembro e o que puxou esse índice, mais uma vez, foi o comércio, também devido aos empregos temporários. 

De acordo com Mohamed Gorayeb, criador de mais de mil técnicas de vendas voltadas para o universo da perfumaria, especialista em (fragrâncias) e autor do livro Receba Mais Sim e Menos Não pela editora Senac, a oportunidade do momento pode render um posto de trabalho permanente. "O trabalho temporário pode abrir as portas para infinitas possibilidades. Eu comecei a minha carreira como freelancer. Agarrei com todas as forças a chance de mudar a minha vida. Lembro que, a cada dia, eu dava o máximo e melhor de mim, focava apenas em ser o melhor. Hoje, sou referência em perfumaria e só no ano de 2017 ministrei cerca de 24 palestras por mês", destaca.
 
O colaborador temporário deve, segundo Mohamed, conquistar a confiança das pessoas com quem irá trabalhar todos os dias, mas sem ser invasivo. "Isso fará com que ganhe espaço e seja respeitado. Em relação a empresa, ele deve conhecer quais são as regras para a adaptação ao novo ambiente seja a melhor possível", avalia o especialista.
 
Entender o que o contratante espera, alinhar o estilo de trabalho e, de tempos em tempos, pedir feedback são pontos que serão avaliados em uma possível contratação permanente. "Pontualidade, horário, e não apenas focar no cargo demonstram uma preocupação com o todos da equipe", destaca Mohamed.
 
No caso de vendedores, além de todos os pontos citados pelo especialista em vendas, é preciso buscar cursos e ferramentas de negociação, fundamentais para auxiliar no dia a dia. "Infelizmente, quem atua nesta área não tem a cultura de investir em si mesmo, principalmente quem trabalha com produtos mais populares ou em lojas do comércio em geral, o que é um erro. Usam recursos amadores e, se não vendem, atribuem isto ao acaso.
 
Mohamed explica que não há desculpas para não se aperfeiçoar na área de vendas. "Quem não está aprendendo, está morrendo. Sempre falo isto em meus treinamentos porque hoje há infinitas possibilidades de estudar e as plataformas de EAD, vídeos no YouTube e até mesmo faculdades com valores mais acessíveis conseguem atender quem não dispõe de muitos recursos", aponta o escritor. 

Assim como a equipe que já está atuando na loja, quem acaba de chegar também recebe uma meta a ser cumprida. "Não se deve pensar no resultado financeiro da venda enquanto estiver realizando um atendimento. Se fizer isso, vai causar um certo agitamento na fala, falta de foco e pode transparecer desespero e muita etapa importante pode ser deixada de lado. E, por mais que tente mascarar, o cliente acaba sentindo isso o que fatalmente resultará em afastamento", aponta.
 
Mas Mohamed reforça que o gestor também possui papel na organização e cumprimento das metas. "Deve-se criar também um ambiente propício e disponibilizar uma quantidade em estoque alinhado ao que se pretende vender. O ideal para que a equipe fique mais engajada e unida é estipular um objetivo da loja, uma super meta. Assim, quem já atingiu a quantia necessária vai dar suporte aos demais vendedores", destaca.
 
O treinamento é muito bom para criar uma situação para que o vendedor alcance essa meta, porque boa parte das empresas fazem somente cobranças e falam frases como "Vai lá e vende! E dê o seu melhor", como se isso bastasse. Então, por mais que um vendedor tente alcançar a meta, segundo Gorayeb, ele não consegue porque falta informação técnica e embasamento. "É preciso fornecer meios para viabilizar essa conquista, munindo o profissional com treinamento e conteúdo", avalia.
 
Mas caso isso não ocorra, Mohamed separou algumas dicas para ajudar nessa missão 

1.Veja quanto é preciso vender no mês e conte os dias úteis 

2. Caso precise vender mil reais por dia, no dia primeiro se vender R$ 1.200 não foque em apenas R$ 800,00 no dia 2. É preciso sempre tentar bater a meta do dia 

3. Estar sempre x% acima da meta ajuda no final do mês a conquistar o valor esperado. Além disso, esse comportamento demonstra um lado empreendedor do profissional.






Mohamed Gorayeb -  especialista em vendas e atendimento, criador de mais de mil técnicas de vendas para o mercado de varejo e autor do livro "Receba mais SIM e menos NÃO" pela editora Senac. Atua no Mercado desde 2001, atendendo grandes empresas nacionais e internacionais. Ministrou mais de 10 mil horas de treinamentos para marcas como Beyonce, Calvin Klein, Dolce & Gabanna, Elizabeth Arden, Ferrari, Burberry, Gabriela Sabatini, Gucci, Hugo Boss, Issey Miyake, Jean Paul Gaultier, Jeniffer Lopez, Joop, Lacoste, Ted Lapidus, Antonio Banderas, Azzaro, Carolina Herrera, Chanel, Nina Ricci, Paco Rabanne, Prada, Shakira, Thierry Mugler, Swarovski, Avon. Nacionais, atendeu já o Boticário, Hinode, Up Perfumes, Lacqua di Fiori, Agua de Cheiro, Ares Perfumes, Top Internacional, Revlon entre outras. Também já atendeu e treino equipes da Net, Sebrae, Senac e Subway. Desde maio, todos os treinamentos do especialista são certificados pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) Para mais informações, acesse - http://mohamedgorayeb.com.br/index.php, mande e-mail para mohamed@mohamedgorayeb.com.br




Brasil patinando na América Latina



Uma das primeiras viagens que fiz, quando ainda menino, nos anos 60, foi um trajeto elaborado pelo meu falecido pai, que tinha grande espírito aventureiro, além de ser um pouco excêntrico nos seus roteiros de viagens. 

Certa manhã, ele me chamou na sala, abriu diante de mim um grande mapa do Brasil e, com uma antiga caneta, deslizava sobre o mapa o trajeto que eu e ele iríamos fazer. Sairíamos da Estação da Luz de trem até Presidente Prudente e, de lá, iríamos até Presidente Epitácio, um porto fluvial do rio Paraná. Então desceríamos o rio num pequeno navio até a cidade de Guaíra e, depois, iríamos de Jeep até Foz do Iguaçu. De lá, nós nos dirigiríamos a uma cidade chamada Presidente Stroessner, no Paraguai, e então seguiríamos até Asunción. 

Que loucura!, pensei eu, com um olhar meio desafiador...

Enfim, fizemos a tal viagem, que foi maravilhosa! O navio que desceu o rio Paraná parecia um forno, de tão quente. O rio de águas barrentas exalava aventura. Chegamos a Foz do Iguaçu e atravessamos a fronteira, onde conheci um país chamado Paraguai, o qual, já naquela época, vendia todos aqueles produtos importados e em cujos restaurantes tocava-se harpa. Tudo muito diferente, uma terra vermelha, uma gente amável. Passaram-se os anos e aquela viagem ficou na minha memória. 

Eu sempre fui levado a imaginar a dependência do Paraguai com relação ao Brasil e à Argentina, via o Paraguai como um país pobre, paraíso dos muambeiros. Mas, como dizia meu avô: “O mundo dá muitas voltas...”. E hoje, após 50 anos, nós nos encontramos, sim, ao contrário, um pobre Brasil, corrupto, desvalorizado eticamente, com uma imensa população pobre e desempregada, vítima de governos corruptos, sem falar da violência e da impunidade.

 Acontece que aquele país pobre, chamado Paraguai, desde 2010 apresenta crescimento médio de 5,8%. Seu desempenho na América Latina ficou atrás apenas do Panamá, e, não obstante, foi quase 5 vezes maior que o vivenciado pelo Brasil (que ficou em míseros 1,2%). Já a inflação média no período foi de cerca de 4,4%, contra quase 7% em nosso país. Além disso, a carga tributária guarani gira em torno de 135% do PIB, contra mais de 333% no Brasil. Grandes empresas brasileiras já estão se transferindo para lá, principalmente para Ciudad del Este. 

O Paraguai investe pesado em educação, contando com boas faculdades, como é o caso da UPE, Universidad Privada Del Este, importante faculdade de Medicina, com uma infraestrutura de dar inveja a qualquer faculdade de Medicina pública ou privada do Brasil, excelente corpo docente, hospitais equipados e um custo de mensalidade bem mais acessível que no Brasil, o que atrai milhares de brasileiros a prestar um tipo de vestibular chamado “nivelação”. 

 É o Tigre Guarani formando médicos numa faculdade de alto nível. A que ponto chegamos no Brasil, um pobre país nas mãos de políticos bandidos, onde até na área de educação já ficamos para trás? E mais ainda agora, com o Programa Temer “Menos Médicos”. 

Do ponto de vista econômico, como diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, que já se instalou em Ciudad del Este, “produtos da China levam de três a seis meses para chegar”, “do Paraguai, as peças demoram 24 horas ou menos para chegar. É o melhor dos dois mundos”, conclui. Enfim, em vista de tudo isso, parece que naquela manhã, quando meu pai me apresentou o roteiro aventureiro, previa ele que o trajeto não era uma aventura. Hoje entendo que aventura é viver neste país da forma que está, de “cabeça pra baixo” sem ter porvir... Daqui a pouco, quem sabe, teremos que aprender guarani... 






Fernando Rizzolo - Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais




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