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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Fortalecer a mastigação infantil está diretamente ligada ao processo de fala




 Especialista em Saúde Bucal e Estomatologia, Dr. Sérgio Kignel, explica que os órgãos estimulados na mastigação são os mesmos utilizados no ato da comunicação

  Cirurgião-dentista também dá dicas dos alimentos ideais para cada fase do processo de mastigação

O primeiro alimento da vida de um bebê é o leite, mas logo nascem os dentinhos, juntamente com o desejo de comer tudo o que veem pela frente. Aí se inicia o processo de fortalecimento da mastigação, na qual os pais são extremamente importantes para educar a criança neste período. Mais do que aprender a mastigar novos alimentos, o fortalecimento da mastigação está diretamente ligado à fala do bebê.

Segundo o especialista em Saúde Bucal e Estomatologia Sérgio Kignel, os órgãos estimulados na mastigação são os mesmos utilizados no ato da fala e, desta maneira, se exercitados de forma e por tempo adequados, estarão prontos para a nova função. “Tudo isso exige um trabalho muscular preparatório ao desenvolvimento da fala. Essa evolução contínua tanto estrutural quanto funcional permite a vocalização dos primeiros sons inicialmente sem qualquer significado, mas com o passar do tempo agregam um valor significativo, e o bebê inicia o processo de balbucio e vocalização como forma de comunicação”, explica Kignel.

O fortalecimento da mastigação infantil se torna, portanto, um importante processo para a vida da criança. Neste período, os pais podem ajudar seus filhos, oferecendo os alimentos corretos para cada etapa, mas sempre com muita paciência. “Os primeiros alimentos a ser introduzidos devem ser pastosos e, progressivamente, os familiares poderão acrescentar osmais consistentes até chegar aos sólidos. O ideal é preparar esses alimentos na peneira, com o garfo e espremedor, para que não fiquem totalmente líquidos, evitando o uso do liquidificador”, recomenda o especialista.

Kignel esclarece ainda que, após os seis meses, os alimentos sólidos (mas nunca duros) ajudam a massagear a gengiva da criança e fortalecer a musculatura orofacial. Ou seja, não é preciso esperar o nascimento dos dentes para oferecê-los. Embora se deva respeitar o ritmo da criança, o ideal é que com um ano ela consiga alimentar-se como seus familiares, consumindo os alimentos em pequenos pedaços, separados no prato.

“Pode-se começar reduzindo um pouco da quantidade do purê e ir complementando com algum alimento que tenha sido preparado para os adultos e que sejam fáceis de comer: refogados com batatas, peixe, omelete ou banana. Deve-se evitar alimentos que possam causar asfixia pela sua dureza ou porque se esmigalham facilmente”, indica. Outros alimentos que devem ser evitados neste processo são os doces, embutidos e industrializados. “A ingestão destes alimentos pode deixar as crianças pequenas irritadas e dispersivas, além de provocar maior concentração de insulina no sangue. Balas e pirulitos (e outros doces com açúcar), também aumentam a quantidade de adrenalina”, alerta o dentista.

Sérgio Kignel ressalta também a importância da higiene bucal do bebê neste processo. O especialista indica a limpeza suave das gengivas, bochechas e língua da criança duas vezes ao dia, procurando remover os restos de leite ou alimentos acumulados. A dica é utilizar para a limpeza uma gaze ou a ponta de uma fralda envolta no dedo indicador e embebida em água filtrada e fervida. Pode-se também usar as dedeiras, que são dispositivos especiais de borracha ou silicone com pequenas elevações imitando as cerdas de uma escova de dente. 



Dr. Sérgio Kignel - especialista em Estomatologia, professor titular de Semiologia da UNIARARAS e Mestre e Doutor em diagnóstico bucal pela FOUSP-SP, sendo considerado uma das mais respeitadas referências em diagnóstico oral no Brasil. À frente da tradicional Clínica Kignel, em São Paulo, o Dr. Sérgio é uma autoridade em neoplastias bucais, congressista nacional e internacional e autor de livros como “Diagnóstico Bucal” e “Estomatologia, base do diagnóstico para o clinico geral”, única obra de Odontologia a receber o 1º lugar do concurso Jabuti, em ciências da saúde.  

Abaixo os tabus: precisamos falar sobre sexo durante o tratamento do câncer




Pouco explorada, a sexualidade deve ser debatida e estimulada durante ​a ​ quimioterapia, radioterapia e outros tratamentos contra o câncer
Pessoas com câncer passam por diversos tipos de tratamento. Muitas vezes dolorosos, outro​s nem tanto. O fato é que durante o processo de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, o corpo das mulheres sofre inúmeros efeitos colaterais.

Além da queda de todos os pelos do corpo, ocorre a secura das mucosas – o que dificulta a lubrificação da vagina – e também ​a ​ queda da​ ​ libido. Alguns medicamentos muito utilizados durante o tratamento de câncer, como o Tamoxifeno e Zoladex, também contribuem ​para​ esse quadro.

Outra questão problemática que as mulheres passam é a insegurança ​em​ relação ao próprio corpo, principalmente para as mastectomizadas, já que os seios são ​o símbolo de feminilidade da mulher e protagonista da sua sexualidade, então fica muito difícil tirar a roupa na hora da transa. A falta de cabelo também intimida as mulheres, mas isso são detalhes que, com os truques certos - como um sutiã próprio ou uma peruca bem colocada na cabeça ​- talvez resolva. Porém, muitas pacientes relatam que nem satisfazer-se sozinha elas sentem vontade. Por tudo isso, este é um assunto tabu e extremamente complexo de se tratar, tanto entre as mulheres quanto com os seus próprios companheiros.

Estar bem com a sexualidade é sinônimo de segurança pessoal, mas este não é um processo fácil, muito menos para as mulheres que sofrem com queda na libido e falta de lubrificação. Porém, há técnicas e produtos que funcionam bem para melhorar este quadro, como é o caso de massagens, lubrificantes e até vibradores. Mas atenção! Mulheres que estão passando pelo tratamento de câncer não podem utilizar produtos que tenham hormônios em sua fórmula, além de que precisam tomar cuidado em dobro com a higiene.

Há inúmeros benefícios ​em​  se estimular a sexualidade durante e depois do tratamento, principalmente como forma de elevar a autoestima da paciente, além de ​ajudar a fortalecer o relacionamento com o parceiro. “É realmente necessário lutar contra esse tabu, começar a tratar o sexo como algo que é possível (e recomendável) de ser praticado durante essa fase da ​V​ ida. Qualquer repressão e insegurança não são bem-vindas quando ainda há desejo”, explica Flávia Flores, autora do blog Quimioterapia & Beleza e co-fundadora do Instituto de mesmo nome, o IQeB (Instituto Quimioterapia e Beleza).

 
Autoconhecimento em primeiro lugar
Uma das dicas é o autoconhecimento, a mulher precisa conhecer o seu próprio corpo para poder ter prazer. Conhecer-nos​​ com ajuda do nosso parceiro é sempre mais gostoso, mas podemos fazer isso sozinha e o uso de vibradores é sempre bem-vindo. Mulheres que estão passando pelo tratamento de câncer não podem utilizar produtos que tenham hormônios em sua fórmula, além de precisa​rem  tomar cuidado em dobro com a higiene. Outra técnica que é recomendada para mulheres que estão em tratamento de câncer é o sexo anal. Por conta da falta de lubrificação na vagina, esta é uma prática que pode ser explorada – isso se a mulher se sentir confortável e quiser experimentar. E sempre utilizar camisinha.

Oficinas do Instituto Quimioterapia e Beleza
Pensando no problema de que sexo durante o tratamento não é um assunto abertamente discutido, o Instituto Quimioterapia e Beleza está promovendo oficinas intituladas “Cats Boas de Cama”. “Cat” é o apelido carinhoso com o qual Flávia se dirige a suas seguidoras nas redes sociais.

 “Nada como começar falando sobre isso e dividindo experiências”, diz Flávia Flores. “O sexo já é um tabu dentro de muitos relacionamentos sem o agravante de uma doença. Com o tratamento do câncer, isso fica ainda mais complexo. Queremos entender os medos, os anseios das pacientes e explicar o quanto o sexo faz bem, e como elas podem amenizar o problema da lubrificação e da libido”, diz Flávia, que conquistou milhares de seguidoras ao usar a beleza e a autoestima como aliadas na luta contra o câncer.

O objetivo principal dessa oficina, uma das ações do Instituto, foi estimular uma conversa sobre sexo com as pacientes que se inscreveram por e-mail, abordando questões ligadas ao autoconhecimento e prazer feminino. As pacientes que se inscreveram para a primeira aula aprenderam técnicas de massagem, sexo anal e muitas outras práticas ligadas ao assunto, todas pensadas para lidar melhor com os efeitos colaterais que a quimioterapia causa no organismo.

O primeiro encontro aconteceu dia 3 de junho, na Isla Sensual Boutique, e há previsão de que o segundo ocorra daqui dois meses. Essa é só uma das oficinas que o Instituto Quimioterapia e Beleza oferece. Palestras, amarrações de lenços, dicas de beleza, maquiagem e culinária são alguns dos outros temas de workshops promovidos pelo Instituto, todos voltados às pacientes de câncer, com o propósito de que, despertando a autoestima, é possível resgatar o brilho pessoal.

​Acompanhando as mídias do Instituto QeB, você fica sabendo das novas datas das oficinas e outras ações realizadas:



Luísa Fragão


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