Os estudos mostram que há uma forte ligação de
fatores emocionais com a doença que atinge a pele.
O Melasma se
caracteriza por manchas castanho-escuras na pele, sobretudo do rosto,
e é mais frequente em mulheres morenas e jovens. De acordo com os
pesquisadores, os impactos emocionais ativam o gene propriomelanocortrin, que
por sua vez estimula a pele para produzir mais pigmento. Por este motivo,
ansiedade e cansaço em excesso podem piorar ainda mais os sintomas da
doença.
“O
melanócito -- célula que produz a melanina -- é bastante complexo e
sensível. Por isso, a qualquer sinal de irritação ou desequilíbrio, pode
reagir, produzindo mais pigmento no local”, explica a dermatologista Denise
Steiner, coordenadora do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de
Dermatologia.
Além
do estresse, outros fatores estão relacionados com o aparecimento do melasma, como:
exposição ao sol e à luz em geral, hormônios, medicações, doenças, traumas,
queimaduras, entre outros. Um estudo recente, realizado na Argentina,
também relacionou o Melasma a
problemas na tireóide.
"Aparentemente,
existe uma grande influência genética para o aparecimento do Melasma. Em alguns
estudos epidemiológicos, a ocorrência familiar varia de 15% a 60%. Além disso,
outras avaliações demonstraram que as peles mais morenas, como as das
latino-americanas, são mais suscetíveis às manchas", afirma a Dra. Denise.
As
mulheres têm mais incidência de Melasma em relação aos homens,
principalmente por conta de fatores hormonais, pois hoje sabe-se que a pele
manchada tem mais receptores para o hormônio feminino estradiol (estrogênio) do
que aquela sem mancha.
"Quanto
às grávidas, além desse fator, também há aumento da produção do hormônio
melanócito estimulante", acrescenta a médica.
Tratamentos
Protetor
solar - O
tratamento do Melasma inclui
o uso de filtros solares físicos ou orgânicos associados a protetores com
pigmentos. Existem dois tipos de filtro solar: aquele que tem moléculas que
reagem com o sol e transformam a luz em calor; e aqueles que formam uma
barreira onde o sol bate e reflete. No caso do tratamento do melasma, o ideal é
que seja utilizado um filtro físico para rebater a luz, em vez de transformá-la
em calor, o que pode inclusive piorar o melasma. O pigmento associado ao filtro também é
importante, pois ele protege da luz visível que é encontrada em lâmpadas e
computadores.
Clareadores
- O
tratamento do Melasma inclui
o uso de clareadores como hidroquinona, arbutin, ácido azelaico, ácido
retinóico, ácido glicólico, entre outros.
Fitoterápicos
e vitaminas - Uma
novidade é o Polypodium
Leucotomas, que é um ativo de uma planta da Costa Rica, muito
eficaz em proteger a pele dos raios ultravioleta. O Polypodium Leucotomas é
um agente antiinflamatório e imunomodulador, que protege do dano celular e tem
propriedades calmantes. Utiliza-se cerca de 4 cápsulas ao dia para tratamento
do Melasma durante
3 ou 4 meses seguidos.
Ácido - Outra novidade muito
interessante é o uso do ácido tranexâmico por via oral com dose de 500 a
750mg/dia, que age na plasmina, evitando a formação de agentes inflamatórios
que causam estímulo negativo ao melanócito. Esta substância também é usada em
injeções intradérmicas e em cremes na concentração de 3% a 5%.
Pellings e laser –
O Melasma também
pode ser tratado com a ajuda de peelings e lasers. A tecnologia mais
indicada hoje é a ND Yag -- um laser de baixa energia e pulso curto que
consegue clarear sem causar irritação. Os estudos mostraram que em média de 12
a 15 sessões são necessárias para um clareamento de cerca de 70%. O laser
não agride nem queima a pele, ela apenas permanecerá ligeiramente rosada após a
aplicação.
Dra. Denise Steiner médica
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em
Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da qual foi
presidente entre os anos de 2013 e 2014. Atualmente, a dermatologista é
Coordenadora Científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Dra. Denise
Steiner também é especialista em Hansenologia, em Saúde Pública e em Medicina
do Trabalho, além de ser Doutora em Dermatologia pela Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP). Também é autora de várias publicações de reconhecimento
nacional e internacional, entre elas: “Calvície – Um assunto que não sai da
cabeça”, “Beleza sem Mistério” e “Envelhecimento Cutâneo”.
www.denisesteiner.com.br