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Brasil, mais de 40% da população não conhece os sintomas da doença, que pode
levar à morte em estágio mais avançado
Uma pesquisa realizada pela International Society on
Thrombosis and Haemostasis (ISTH) em parceria com a Bayer, mostrou que a
trombose venosa profunda mata uma em cada quatro pessoas no mundo. O
resultado serve de alerta para a população, especialmente para quem fica longos
períodos sem se locomover, fator que pode levar ao desenvolvimento de problemas
na coagulação sanguínea.
A trombose venosa profunda é uma doença
vascular que se caracteriza pela formação de um coágulo (trombo) em uma ou mais
veias na parte inferior do corpo, impedindo que a circulação flua de maneira
correta, o que pode causar sensação de queimação, dor e inchaço na região
afetada. A conscientização sobre os riscos de desenvolver a doença se mostra
mais necessária ao constatar que, segundo o Ministério da Saúde, mais de
40% da população brasileira não conhece os sintomas.
Para quem trabalha sentado por muito
tempo, movimentar-se mais é essencial. Atividades simples como levantar para
pegar uma água, esticar as pernas, ir até a mesa do colega de trabalho,
substituir o elevador pelas escadas e andar por alguns minutos no horário do
almoço são pequenos hábitos que ajudam na prevenção contra a trombose. A adesão
a essas atividades pode ajudar a prevenir a doença que causa uma morte a
cada 37 segundos, segundo aponta a ISTH.
Como identificar a trombose?
Além de longos períodos sem
movimentar-se, outros fatores como histórico familiar, insuficiência
cardíaca e obesidade podem representar um alerta para o surgimento da
doença.
E as grávidas devem ficar atentas. "As
gestantes possuem seis vezes mais chances de apresentar complicações
trombóticas do que as demais mulheres. É preciso atentar para o excesso de peso
e as alterações hormonais, que representa alguns dos principais causadores de
varizes, que também favorecem tromboflebites que podem evoluir para uma
trombose venosa profunda. Todas as faixas etárias precisam ficar atentas, mas
as mulheres em fase gestacional requerem cuidados especiais", explica
a Dra. Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista da FCM Unicamp.
Como a maioria dos pacientes não detecta
o problema em sua fase inicial, a recomendação é sempre procurar um
especialista ao perceber anormalidades, e para aqueles que já tiveram algum
caso na família de pessoas com trombose, fazer um acompanhamento é
indispensável.
Tratamento
Após diagnosticado por um especialista, o
tratamento deve ser realizado com o acompanhamento do médico e a utilização de
anticoagulantes para evitar a formação de novos trombos nos vasos sanguíneos e
deter o crescimento dos já existentes. Esse procedimento dura normalmente de
três a seis meses, dependendo da localização, além da evolução do tratamento.
"Durante esse período, alguns tratamentos exigem que sejam feitos
exames de sangue regularmente, para avaliar se o tratamento está adequado e
evitar intercorrências", completa a especialista. As meias de
compressão também contribuem para melhorar os sintomas do membro afetado, e nos
casos mais graves, a dissolução dos trombos com um medicamento ou uma cirurgia
são a opção recomendada.
Dentre as terapias disponíveis no Brasil
está a rivaroxabana (Xarelto®), um anticoagulante oral que além de
tratar e prevenir a trombose é indicado na prevenção do AVC, embolia pulmonar,
tromboembolismo venoso (TEV) em artroplastia total de quadril (ATQ) e
artroplastia total de joelho (ATJ) eletivas.