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segunda-feira, 24 de abril de 2023

"Desvendando a Hérnia Umbilical: Tudo que Você Precisa Saber Para Evitar Complicações”

Especialista Explica Tudo o que Você Precisa Saber

 

Apesar de ser um problema comum, a hérnia umbilical é uma saliência que aparece dentro ou ao redor do umbigo, formada por parte do intestino ou outro órgão abdominal que conseguiu atravessar os músculos abdominais, se acumulando entre os músculos e pele desta região, causando na maioria dos casos, uma espécie de "estufamento" na região do umbigo e em outros, tal saliência só é percebida ao tossir ou fazer algum esforço.

 

Apesar de ser mais frequente em crianças, ela pode afetar adultos, especialmente mulheres. Embora o sinal mais facilmente identificável seja o umbigo saliente, a hérnia costuma ser indolor tanto em crianças quanto em adultos. Os sintomas são os mesmos.

 

No entanto, quando a hérnia aumenta ou fica presa na parede abdominal, pode causar dores intensas e até mesmo um estrangulamento com necrose da alça intestinal, alerta o Dr. Ernesto Alarcon. Já em crianças o que se sabe é que a hérnia se desenvolve pelo não fechamento do anel umbilical, local por onde passa o cordão umbilical, logo após o parto. Por esse local pode-se passar parte do tecido de gordura ou mesmo parte do intestino.

 

Segundo o Dr. Ernesto Alarcon, médico cirurgião especialista em cirurgia geral e videolaparoscopia, "a hérnia umbilical é uma condição que precisa ser tratada com atenção, especialmente quando há ocorrência de sintomas como dor e inchaço na região afetada. É importante procurar um médico assim que os primeiros sinais surgirem, para que o diagnóstico e tratamento adequados sejam realizados." 

O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na anamnese e principalmente no exame físico. O exame é feito observando e palpando a região abdominal. A hérnia é identificada em quase todos os pacientes.

 

Em casos de dúvida diagnóstica e grandes obesos, exames de imagem como a ultrassonagrafia e tomografia de abdome podem auxiliar.

 

 

Em bebês e crianças, a hérnia umbilical pode desaparecer naturalmente até os 2 anos ou um pouco mais tarde, mas, raramente após os 3 anos. Nos pequenos, o diagnóstico geralmente é feito pelo pediatra.

 

Já em adultos, a suspeita e o diagnóstico são feitos pelo médico que ouve a queixa e examina o paciente, geralmente o clínico, que encaminha o paciente ao cirurgião, explica o Dr. Ernesto Alarcon.

 

Embora muitas pessoas não conheçam a hérnia umbilical, é importante falar sobre essa condição e conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.


 

Além disso, é interessante destacar algumas curiosidades sobre a hérnia umbilical, como por exemplo:


·       A hérnia umbilical é mais comum em bebês prematuros, pois seus músculos abdominais ainda não estão completamente desenvolvidos;

·      Em alguns casos, a hérnia umbilical pode desaparecer naturalmente até os 2 anos de idade, mas em outros casos pode ser necessária uma intervenção cirúrgica;

·     Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver hérnia umbilical em adultos, como obesidade, esforço excessivo, alto número de gestações, tabagismo, ascite (barriga d’água) e outras causas.

·    Exercícios físicos regulares podem ajudar a prevenir o surgimento de hérnia umbilical em adultos. - lembra o especialista.

 

Lembre-se sempre de que cuidar da saúde é fundamental para prevenir e tratar diversas condições, inclusive a hérnia umbilical. 

E se você ou alguém que conhece apresenta sintomas dessa condição, não hesite em procurar um médico especialista, para realizar o diagnóstico e tratamento adequados.

 

Dr. Ernesto Alarcon - Médico Cirurgião , Especialista em Videolaparoscopia e Cirurgia Geral.
@drernestoalarcon
www.drernestoalarcom.com.br


Projeto realiza a maior pesquisa em genética psiquiátrica do Brasil e seleciona pacientes voluntários; saiba como participar

Serão 120 mil pacientes com diagnóstico de transtorno bipolar ou esquizofrenia, sendo 10 mil deles apenas no Brasil.


O projeto PUMAS, que investiga a diversidade das bases genéticas da esquizofrenia e do transtorno bipolar em mais de oito países, está recrutando brasileiros para realizar o sequenciamento genético e entender como a diversidade étnica pode impactar os transtornos mentais graves. Serão 120 mil pacientes com diagnóstico de transtorno bipolar ou esquizofrenia, sendo 10 mil deles apenas no Brasil. Até agora, o projeto atingiu a marca de seis mil pacientes entre casos e controles.

O PUMAS é multicêntrico, fruto de uma colaboração entre Estados Unidos, México, Colômbia, Quênia, Nigéria, África do Sul, Etiópia, Uganda e Brasil. Financiada pelo National Institute of Mental Health (NIMH), esta é a maior pesquisa em genética psiquiátrica já realizada no Brasil e uma das maiores do mundo. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é a instituição-sede do projeto no País.

O professor da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) Ary Gadelha, pesquisador principal no Brasil, diz que o objetivo do estudo é auxiliar no entendimento dos mecanismos genéticos e moleculares relacionados à esquizofrenia e ao transtorno bipolar.

"Para aumentar a capacidade de compreensão das bases genéticas dos transtornos mentais, o campo necessita expandir consideravelmente o tamanho amostral e a
diversidade de populações dos estudos genéticos. Apesar de existirem evidências sobre as influências genéticas na etiologia dos transtornos mentais, a maioria desses
achados referem-se a populações majoritariamente caucasianas", comentou.

Além do professor Ary Gadelha, o projeto conta com suporte de uma equipe multidisciplinar composta por bolsistas e pesquisadores. Os professores Sintia I. Belangero, do Departamento de Morfologia e Genética, e Marcos Santoro, do Departamento de Bioquímica, ambos da EPM/Unifesp, também fazem parte do estudo.


Como participar

No Brasil, o recrutamento está sendo liderado pelos pesquisadores da Unifesp e será realizado com o apoio de cinco instituições para captação de indivíduos: Centro de
Atenção Integrada à Saúde Mental (São Paulo), Hospital Professor Frota Pinto (Fortaleza), Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Salvador), Pax Clínica (Goiânia) e Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (Belém).

Podem participar pessoas de 18 a 60 anos, com diagnóstico de esquizofrenia e transtorno bipolar que moram em uma dessas cidades. A participação é livre de custos. As despesas com transporte e alimentação no dia da coleta serão cobertas pela pesquisa.

Para participar ou ter mais informações, é só enviar um e-mail para pesquisapumasbrasil@gmail.com ou por meio de uma mensagem pelo WhatsApp para (11) 97874-3183.


Sobre o PUMAS

PUMAS – Populations Underrepresented in Mental illness Association Studies (em português, populações sub-representadas em estudos de associação sobre as doenças mentais). O projeto visa contribuir para o maior entendimento das bases genéticas dos transtornos psicóticos, bem como para a investigação de novas variantes genéticas associadas aos transtornos psicóticos em amostras brasileiras, além de possibilitar o desenvolvimento de novas ferramentas e algoritmos para o diagnóstico desses transtornos.

 

Uso do celular e postura: confira dicas para minimizar os impactos

Posição do corpo ao usarmos o aparelho afeta negativamente a postura e pode provocar problemas de saúde. Saiba como evitar que isso aconteça


Você está lendo esse texto no celular? Se sim, um pedido: observe a posição em que está o seu corpo. A tendência é que sua cabeça esteja inclinada para frente, o que faz com que o peso dela sobre pescoço, ombros e coluna aumente, ampliando também a força necessária para que ela seja sustentada. Com o tempo, o corpo “cede” a essa pressão, o que impacta nossa saúde.

“O uso prolongado do celular pode prejudicar a postura devido à posição inadequada do corpo”, afirma o profissional de educação física e influenciador Aurélio Alfieri. “Quando usamos excessivamente os celulares, estamos expostos a uma série de problemas de saúde, incluindo dores de cabeça, tensão muscular, dor no pescoço e nas costas, fadiga ocular e problemas de sono. A longo prazo, o hábito pode levar a problemas de saúde graves, como desvios na coluna vertebral e hérnia de disco”, completa.

Entre as consequências deste mau hábito está o “pescoço de texto” (text neck), uma lesão por esforço repetitivo que se origina a partir da curvatura do pescoço por longos períodos, assim como a síndrome do túnel do carpo, que causa dor e formigamento na mão e nos dedos a partir da compressão de um nervo das mãos.

O impacto é ainda maior para quem tem uma vida sedentária. Isso porque, além de ampliar o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, doenças ósseas e problemas de saúde mental, o sedentarismo aumenta a tensão muscular e a fadiga. “Combinado com o uso prolongado do celular, o sedentarismo pode agravar os problemas de postura e aumentar o risco de lesões e dores no corpo. Por isso, é importante equilibrar o tempo de uso do celular com atividades físicas regulares e uma postura adequada”, diz Alfieri.


Minimizando os impactos

Conciliar o uso do celular com a saúde física é possível, mas depende de estabelecer algumas “normas” para o hábito. “É importante fazer pausas regulares e alongar o corpo. Também é recomendado manter uma postura adequada ao usar o celular, mantendo as costas retas e a cabeça erguida, e limitar o tempo do uso do equipamento e intercalá-lo com outras atividades, como ler ou caminhar, para descansar o corpo”, orienta Alfieri.

Optar por uma vida ativa, com a prática regular de exercícios físicos, também contribui para reduzir os efeitos, principalmente devido ao fortalecimento muscular e do alívio da tensão gerado a partir da movimentação do corpo. 



Aurélio Alfieri - profissional de educação física e autor do livro Manual Prático para ser Jovem por Mais Tempo – A Roda da Juventude (Ed. Appris), que configurou entre os mais vendidos da Amazon em 2022. Possui especialização em Psicologia Corporal e já ministrou mais de 50 cursos e palestras no Brasil e no exterior. Desde 2016, produz vídeos semanais em seu canal no YouTube, que conquistou mais de 1,5 milhão de inscritos, com treinos para o público com mais de 50 anos e para pessoas que precisam se exercitar sem impacto.


Silenciosa, "Pressão Alta" é uma das principais causas de morte no Brasil

Doença crônica leva a complicações graves como infarto, derrame cerebral e insuficiência renal e tem na prevenção sua principal forma de combate

 

Hábitos comportamentais estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial ou "pressão alta", como a doença é popularmente conhecida. Por ser silenciosa e ter graves consequências, a data de 26 de abril foi instituída como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial para mobilizar e alertar a população sobre a importância de manter um estilo de vida saudável e realizar exames periódicos para detectar a hipertensão arterial.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que mais de 30% da população brasileira é acometida pela hipertensão arterial. A doença é considerada um problema de saúde pública e de acordo com o Ministério da Saúde, via Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas, sendo 292.339 em mulheres e 258.871 em homens.

Um outro relatório do Ministério da Saúde também revelou que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021. O relatório mostra ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.

Os estados com maiores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, são: Rio de Janeiro (28,1%), Minas Gerais (27,7%) e Rio Grande do Sul (26,6%). Os Estados com menores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial são: Pará (15,3%), Roraima (15,7%) e Amazonas (16%). O indicador se refere à população brasileira com mais de 18 anos que referiu ter diagnóstico médico de hipertensão arterial, exceto mulheres que tiveram diagnóstico durante a gravidez.


Prevenção

A Hipertensão arterial integra um grupo de doenças passíveis de serem evitadas por meio de hábitos modificáveis relacionados ao consumo de álcool, tabaco, alimentação inadequada e sedentarismo, considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

“O estilo de vida tem grande influência no desenvolvimento da hipertensão arterial. Procurar equilíbrio entre o trabalho e a convivência com a família, somado a hábitos saudáveis como não abusar do sal, utilizando temperos que ressaltam o sabor dos alimentos, praticar atividade física regular, aproveitar momentos de lazer, abandonar o cigarro e, se consumir bebida alcoólica, fazê-lo com moderação, será determinante na prevenção desta doença que pode desencadear o surgimento de vários problemas cardiovasculares”, explica a Dra Sueli Vieiras, cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. A especialista enfatiza ainda que a aferição periódica dos níveis pressóricos propicia o diagnóstico precoce da doença, o controle da pressão arterial e dos fatores de risco associados.


A “Pressão Alta”

Considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), mais conhecida como “pressão alta”, quando não controlada, leva a complicações como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e acidente vascular cerebral, contribuindo de forma expressiva para a perda de anos de vida saudável na população.

A hipertensão arterial faz parte do grupo das Doenças Crônicas não Transmissíveis e pode ser primária, quando geneticamente determinada, ou secundária, quando decorrente de outros problemas de saúde, como doenças renais, da tireóide ou das suprarrenais.

Caracteriza-se pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa. Em crianças e adolescentes, serão considerados valores acima de 120/80 mmHg.


Doença silenciosa

Em geral, tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão podem ser os sinais de alerta, entretanto, a hipertensão geralmente é silenciosa, sendo importante medir regularmente a pressão arterial.


Principais causas

Na grande maioria dos casos, a hipertensão arterial é de origem multifatorial, estando associada aos fatores de risco modificáveis e não modificáveis, os quais interferem no curso da doença. Estão associados ao surgimento da hipertensão: obesidade, sedentarismo, alimentação, glicemia elevada, colesterol e/ou triglicérides elevados e estresse. 

O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. O consumo exagerado de sal associado a hábitos alimentares não adequados também são fatores destacados. São reconhecidos como fatores não modificáveis para a hipertensão arterial: sexo, idade, etnia e história familiar. Há uma associação direta entre envelhecimento e prevalência da doença. 


Complicações

As principais complicações da hipertensão são derrame cerebral, também conhecido como AVC, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica. Além disso, a hipertensão pode levar a uma hipertrofia do músculo do coração, causando arritmia cardíaca. Os olhos podem sofrer problemas na retina e as pernas podem ter “entupimentos” dos vasos que levam o sangue (pelas artérias), com dores principalmente na panturrilha devido aos esforços.


Tratamento e cuidados após o diagnóstico

A hipertensão, na grande maioria dos casos, não tem cura, mas pode ser controlada. Nem sempre o tratamento significa o uso de medicamentos, sendo imprescindível a adoção de um estilo de vida mais saudável, com mudança de hábitos alimentares, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar, moderar o consumo de álcool, entre outros. É fundamental consultar um médico e diagnosticar a origem do problema, para que seja introduzido o tratamento adequado.

 

Rede de Hospitais São Camilo
@hospitalsaocamilosp


Coalizão Vozes do Advocacy realiza capacitação em diabetes de agentes comunitários de saúde em Cambuí - MG

Com o panorama de mais 16 milhões de brasileiros com diabetes no país*, sendo que cerca de 8 milhões deles desconhecem o diagnóstico, a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade, em parceria com: a Associação de Diabetes de Cambuí-MG (ADCMG),  a ADJ Birigui, a Associação Doentes Crônicos do Brasil e a Associação Cearense de Diabéticos e Hipertensos promovem o Projeto Diabetes em Ação.

A segunda edição será na Câmara Municipal de Cambuí-MG (interior do sul de Minas Gerais), no dia 5 de maio, das 13h às 17h. A iniciativa tem o intuito de capacitar agentes comunitários de saúde a respeito de diabetes. A terceira e quarta edições acontecerão em Fortaleza e Nova Friburgo (no interior do Rio de Janeiro). A primeira edição ocorreu em Birigui, no dia 27 de março, na sede da ADJ Birigui-SP.

Desde janeiro deste ano, as profissões de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias são reconhecidas como profissionais de saúde e cada vez mais se ampliam suas atuações junto à comunidade, pois são responsáveis por: identificar áreas e situações de risco individual e coletivo; encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário; orientar as pessoas, de acordo com as instruções da equipe de saúde; acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a conseguir bons resultados.

Além disso, desde 2018, estes profissionais podem aferir a pressão e a glicemia da população e encaminhar as pessoas aos serviços de saúde, caso haja alteração em algum dos índices, tendo um papel relevante no diagnóstico precoce de diabetes e hipertensão. Mas para que estas tarefas possam ser executadas com êxito, os profissionais precisam ser treinados e autorizados legalmente.

“A nossa expectativa é que possamos capacitar estes profissionais para que possam orientar melhor as pessoas sobre a importância da alimentação saudável, prática regular de atividade física, o uso correto de medicamentos e de insumos para que as pessoas possam aderir ao tratamento, evitando assim o surgimento de complicações de diabetes (neuropatia, nefropatia, doenças cardíacas, retinopatia, entre outras) e internações, que causam enormes danos às pessoas e familiares que convivem com diabetes, além de facilitar e agilizar a tomada de condutas assertivas e o encaminhamento de pessoas com sintomas facilmente observados (infecções frequentes, sobrepeso ou obesidade, entre outros), a fim de diminuir o subdiagnóstico geral de diabetes na população brasileira”, esclarece Hianka Reis, biomédica e educadora em diabetes, da ADCMG.

Gastos relacionados com diabetes no Brasil chegaram a 42,9 bilhões de dólares em 2021*. Os custos diretos atribuíveis à hipertensão arterial, ao diabetes e à obesidade no Brasil totalizaram R$ 3,45 bilhões, ou seja, US$ 890 milhões, considerando gastos do SUS com hospitalizações, procedimentos ambulatoriais e medicamentos***.

Nesta edição, o projeto conta com o apoio da Prefeitura de Cambuí-MG e da empresa Novo Nordisk.

Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais: Instagram: vozesdoadvocacy e no Facebook: vozesdoadvocacy.


Sobre a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade

Com a participação de 22 associações e de 2 institutos de diabetes, o projeto promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas as doenças, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado destas doenças no país.

 

 

Referências:

*Federação Internacional de Diabetes: https://diabetesatlas.org/

**Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf

*** Custos atribuíveis à obesidade, hipertensão e diabetes no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2018: https://scielosp.org/article/rpsp/2020.v44/e32/#:~:text=Os%20custos%20diretos%20atribu%C3%ADveis%20a,e%20medicamentos%20(tabela%202).

 

Elétrica ou manual? Descubra a diferença entre as escovas de dente

Entenda os diferentes métodos de escovação. Rotina é fundamental para saúde bucal


O que antes só assistíamos nos filmes, agora passam a ser encontradas nas rotinas de autocuidado e higiene dos brasileiros também. Sim, as escovas de dente elétricas estão ganhando espaço nos lares do País. Com vários modelos, este tipo de escovação ainda gera diversos questionamentos por parte dos usuários. 

A principal dúvida é se, de fato, elas são eficientes na higiene bucal e se podem ser consideradas melhores para essa rotina do que as escovas manuais. “Cada modelo tem a sua proposta, mas os dois podem ser efetivos na escovação, basta saber qual deles lhe causa mais conforto e se, dentro das particularidades, encaixa com a sua necessidade”, esclarece o dentista e especialista em saúde coletiva da Neodent, João Piscinini. 


Prós x Contras

Uma pesquisa da unidade de periodontologia da Universidade Médica de Greifswald, na Alemanha, monitorou mais de 3 mil pessoas por 11 anos para analisar cáries, doenças nas gengivas e taxas de perda dentária. O objetivo era justamente avaliar o impacto ao longo prazo do uso de escovas de dente elétricas e manuais. E o que os pesquisadores levantaram no estudo foi que os participantes que usavam escovas elétricas tinham menos problemas bucais, como cáries, periodontite e perda de dentes. A justificativa parece estar em algo possível de alcançar independentemente do equipamento usado: a técnica. 

“O foco de uma boa escovação precisa ser a remoção da placa bacteriana que é a principal responsável por grande parte das doenças bucais. Então, a atenção aos detalhes nesse momento da rotina diária é essencial. É preciso cuidar da intensidade, da amplitude dos movimentos e do tempo que você dedica à escovação”, explica o especialista João Piscinini.

A escova de dentes elétrica, além de efetiva na higiene bucal, também é prática e conta com pontos positivos da modernidade, como a cronometragem da escovação, que permite uma higienização no tempo indicado pelos dentistas. O modelo também auxilia na limpeza de locais mais difíceis de serem alcançados por contar com movimentos mais abrangentes e específicos, que as pessoas podem não conseguir realizar manualmente. 

Já as escovas tradicionais têm como pontos positivos a praticidade de não precisar conectá-las na tomada, a eficácia na limpeza quando se tem uma boa técnica e a acessibilidade, pois é possível encontrá-las nos mais variados valores e locais. Como pontos negativos estão o uso inadequado, como a força utilizada na escovação, que pode acarretar problemas nas gengivas, e a escovação rápida demais, uma vez que não há um contador de tempo nela. 


Como escolher o modelo ideal

A escova elétrica é geralmente mais indicada para quem tem algum tipo de limitação de mobilidade, além de crianças que ainda não conseguem realizar a movimentação correta para a escovação sozinhas. Pessoas que sofrem de problemas na gengiva também se beneficiam desse modelo, pois com a automatização dos movimentos, não é necessário fazer força ao escovar. 

Mas, com dedicação e uma boa técnica, o importante é escolher o melhor modelo de acordo com suas particularidades e possibilidades. “O ideal é sempre consultar um dentista para que ele indique a escova ideal, baseado na avaliação da rotina e necessidades de cada paciente”, ressalta Piscinini. 

 

Neodent 

 

Jovens adiam ter filhos e buscam no congelamento de gametas uma alternativa para o futuro

Diante dos desafios profissionais cada vez mais instigantes, as possibilidades de viajar mundo afora e trabalhar em home office, a saída tardia da casa dos pais, a pandemia que retirou as pessoas do seu círculo social por quase três anos. São muitas as razões na atualidade para que jovens – homens e mulheres - adiem cada vez mais a decisão de ter filhos. E existe uma outra situação ocorrendo no mundo: há pessoas que não querem ter filhos. Uma pesquisa global da farmacêutica Bayer, com apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e do Think about Needs in Contraception (Tanco), indicou que o índice de pessoas que afirmam não querer ter filhos chega a 72%; no Brasil, 37% das mulheres ouvidas disseram não querer ser mães. 

Na prática clínica, no entanto, assistimos a outra realidade: um cenário de muitas certezas e incertezas perante o início da vida adulta, e muitos casais já mais velhos querendo ter filhos. Nesse cenário, tem crescido a procura pelo processo de congelamento de óvulos e espermatozoides. Na clínica Origen BH, os procedimentos tiveram aumento entre 25% e 30% desde 2018 sendo que no ano 2022 esta demanda apresentou-se superior. E acredito que essa seja uma tendência global. 

Porque homens e mulheres mais jovens, além de estarem em busca de vivenciar experiências de vida e navegar pelas oportunidades profissionais antes de ter filhos, ainda querem ter a certeza de que o(a) parceiro(a) escolhido(a) para ter filhos terá condições de compartilhar a jornada da educação, do dia a dia. Com isso, o tempo vai passando e o congelamento de óvulos e espermatozoides se torna uma alternativa interessante para mantê-los criopreservados de forma saudável.

O congelamento de óvulos e espermatozoides foi criado nos idos de 1980, mas ganhou notoriedade na transição dos séculos 20 e 21, quando um bebê britânico foi gerado graças ao congelamento do óvulo de sua mãe, realizado seis meses antes da fertilização. Essa experiência abriu novas possibilidades para esse adiamento da decisão de ter filhos. Importante lembrar que diferentemente do homem, que mantém uma carga de espermatozoides aptos à fecundação por mais tempo, a mulher nasce com seu ‘estoque’ de óvulos já predeterminado e, ao longo da vida, pode apresentar doenças nos ovários, como a menopausa precoce, a Síndrome dos Ovários Policísticos ou a Endometriose, que podem trazer maior dificuldade na capacidade de engravidar.

Com os avanços da medicina reprodutiva, hoje as técnicas de congelamento estão bem mais eficazes e consegue-se taxas de gravidez elevadas, até 30%, com a criopreservação dos óvulos. A técnica mais empregada atualmente e que apresenta a maior taxa de sucesso é conhecida como vitrificação (congelamento ultrarrápido). Após o congelamento de espermatozoides e óvulos, homem e mulher poderão decidir quando gostariam de descongelá-los para uma futura fertilização in vitro. Assim, mesmo ao envelhecer, ambos terão seus materiais preservados, com a ‘idade’ em que foram congelados.

Muitos pacientes quando vão a clínicas de reprodução assistida buscam informações sobre qual a idade ideal para o congelamento de óvulos e espermatozoides. A resposta é: quanto mais jovem, melhor. Os espermatozoides também ‘envelhecem’ e merecem cuidado. Então, sempre digo que o ideal para o congelamento de gametas é até os 35 anos. A partir dessa idade, o congelamento pode ser feito, mas as taxas de gravidez começam a diminuir para as mulheres, e a qualidade dos seus óvulos também.

Na minha visão como médico e especialista da reprodução humana, jovens devem pensar sobre seus anseios e sonhos e, caso tenham alguma vontade de ter filhos no futuro, procurar seus médicos de rotina para uma orientação e, depois, uma clínica de reprodução assistida, para entenderem um pouco mais sobre esse universo e as possibilidades que a medicina reprodutiva oferece hoje. Vivemos uma vida fugaz, na atualidade, com a sensação de que é tudo aqui e agora, mas, no caso do tempo biológico, principalmente das mulheres, os óvulos têm tempo de vida e esse tempo passa muito rápido, afinal, nossa ampulheta vira a cada dia.

 

Marcos Sampaio - médico ginecologista, especialista em reprodução assistida e diretor da clínica Origen BH


Meningite: saiba identificar e como agir preventivamente


Em sua forma mais grave, a doença pode levar a convulsões, confusão mental, tremores e coma


A meningite é uma doença que sempre gera preocupação. Isso porque a inflamação na membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal pode deixar sequelas, levando à incapacidade permanente, e até mesmo a morte, caso seja tratada incorretamente, ou de forma tardia.

 

Causada principalmente por vírus e bactérias, a doença é bastante contagiosa. Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2007 e 2020, foram confirmados 265.644 casos de meningite, entre os quatro tipos da doença, sendo a viral mais frequente, com 121.955 casos.

 

A fim de destacar a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, foi criado o Dia Mundial de Combate à Meningite, lembrado em 24 de abril.

 

Os principais sinais de alerta são febre, dor de cabeça e rigidez na nuca. Entre crianças e adolescentes, a meningite pode evoluir rapidamente, causando perda dos sentidos, gangrena dos pés, pernas, braços e mãos. 


 

Casos no litoral paulista

 

Segundo a médica Gisele Abud, que atua como diretora Técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, em Santos, apesar de poucos atendimentos na unidade, a doença merece atenção e deve ser prevenida.

 

“De janeiro de 2022 a março de 2023, foram atendidos cinco casos de meningite na UPA, sendo a maioria viral. Apesar disso, é importante estar alerta aos sintomas para que o diagnóstico seja realizado com rapidez”, alerta a médica.

 

Em sua forma mais grave, a doença pode levar a convulsões, delírio, tremores e coma. Quando tratado adequadamente, o paciente pode evitar problemas permanentes como a surdez, dificuldade de aprendizagem, crises de epilepsia e comprometimento cerebral. 

 

“Ao dar entrada com sinais e sintomas compatíveis com a meningite, o paciente fica em observação no leito de isolamento realizando exames laboratoriais e coleta de líquor para confirmação diagnóstica. Após uso de antibióticos, o paciente é transferido para hospital de referência", completa a profissional.


 

Vacinar é prevenir

 

A vacinação é a forma mais segura e eficaz de evitar a meningite. A proteção a partir da imunização evita o adoecimento e surtos pela doença. Atualmente, há sete vacinas recomendadas e disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS):

 

• BCG: dose única ao nascer. 

• Pentavalente: a primeira dose é aplicada aos 2 meses de idade, a segunda aos 4 meses e terceira aos 6 meses.

• Pneumocócica 10-valente: primeira dose aos 2 meses de idade, segunda dose aos 4 meses e reforço com um ano.

• Pneumocócica 23-valente: uma dose é suficiente para proteção. Para a pessoas a partir de 60 anos a revacinação é indicada uma vez, sendo realizada 5 anos após a dose inicial.

• Pneumocócica 13-valente: indicada para indivíduos a partir de 5 anos, incluindo adultos que são soropositivos (HIV/Aids), paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas.

• Meningocócica C: primeira dose aos 3 meses de idade, segunda aos 5 meses e reforço ao primeiro ano.

• Meningocócica ACWY: recomendada para crianças de 3, 5 e 7 meses de vida. Com dose de reforço indicadas em duas situações, sendo a primeira entre 4 e 6 anos, e aos 11 anos.  

Além da imunização, é possível evitar o contágio através de medidas simples de higiene, como lavar as mãos com frequência, usar máscaras de proteção, evitar aglomerações e ambientes com pouca ventilação.

 

ANS abre consulta pública para inclusão de nova opção de tratamento para a próstata aumentada em planos de saúde

Tratamento minimamente invasivo é mais seguro para pacientes de maior risco cirúrgico e ainda geraria benefícios econômicos ao sistema de saúde

 
Está aberta para consulta pública, até 24 de abril, a possível incorporação de mais uma opção de tratamento cirúrgico de próstata aumentada - a hiperplasia prostática benigna (HPB). Trata-se de um procedimento pouco invasivo chamado fotovaporização prostática a laser, conhecido pela sigla FVP. 


A HPB pode causar dificuldade para urinar, sangue na urina e infecção urinária, o que pode levar a complicações nos rins e formação de pedras na bexiga que aumentam ainda mais o desconforto para urinar. Segundo dados de 2021 do IBGE, a população masculina com 60 anos ou mais no Brasil era de aproximadamente 16,2 milhões de pessoas, e cerca de 40% delas serão afetadas pela HBP. Com o aumento da expectativa de vida, muitos desses pacientes necessitarão de tratamento em idades mais avançadas, quando o uso contínuo de anticoagulantes é mais comum e o risco cirúrgico inerente ao envelhecimento é maior. Com a inclusão deste procedimento no rol dos planos de saúde, pelo menos 3 milhões de pessoas poderão se beneficiar. 


O tratamento cirúrgico mais utilizado atualmente é a ressecção transuretral da próstata (RTU), que pode ser realizada com a introdução de instrumentos endoscópicos através da uretra, que permitem a ressecção e cauterização da próstata com o uso de energia elétrica, ou com a nova tecnologia com o uso da energia do laser. “A nova tecnologia do laser traz vantagens para a população mais idosa, principalmente aos que usam medicações anticoagulantes, e aos pacientes que têm alguma doença que dificulta a coagulação como os hemofílicos. Além da menor possibilidade de sangramento, sem a necessidade de suspender os anticoagulantes naqueles que necessitam usar esse tipo de medicação de forma contínua, a recuperação pós-operatória é mais rápida, com menor tempo de internação hospitalar, por vezes com alta no dia seguinte da cirurgia, ou até mesmo no mesmo dia”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Alfredo Canalini.


Ele também destaca que o aumento da perspectiva de vida da população brasileira fez com que aumentasse o número de pacientes idosos com necessidade de tratamento cirúrgico da próstata, e que nessa população específica os cuidados médicos têm que ser redobrados, pois a maioria dos idosos são portadores de doenças crônicas que aumentam os riscos de qualquer cirurgia. 


Em relação ao tratamento cirúrgico da HBP, a fotovaporização diminui esses riscos e também evita a interrupção do uso de anticoagulantes, tornando-a mais adequada principalmente para os pacientes que usam esses medicamentos.


Canalini ainda pondera os benefícios econômicos. “Segundo estudos da SBU, a nova tecnologia, na análise de subgrupo com pacientes de alto risco cirúrgico, àqueles mais propensos a sangramentos graves, a economia pode chegar até R$ 20 mil aos planos de saúde por paciente tratado, conforme o quadro clínico”.


SOBRE CONSULTA PÚBLICA
Apesar dos benefícios a essa população e estudos que comprovam a efetividade e vantagens da fotovaporização ao paciente e ao sistema de saúde em termos de segurança e economia, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em sua recomendação preliminar foi contrária à inclusão do novo tratamento no rol dos planos de Saúde, por isso, a participação da sociedade é muito importante. 
Para ser a favor da incorporação da nova tecnologia, a  população deve acessar este link https://www.ans.gov.br/index.php/?option=com_cpgenerica&view=comentario&cp=85&n=108 e selecionar “discordar da decisão preliminar".


Leucemia Mieloide Aguda é responsável por 80% dos casos desse tipo de câncer: entenda sobre a doença

Apesar de agressiva, tipo de tumor hematológico  é considerada rara; Oncologista explica formas de prevenção e reforça importância do diagnóstico precoce

 

A Leucemia Mielóide Aguda - tipo mais comum de Leucemia e responsável por 80% dos casos deste tipo de câncer em adultos - atinge a medula óssea e é considerada uma das formas agressivas da doença. No entanto, apesar de provocar alterações rápidas no corpo, quanto antes for descoberta, maiores são as chances de sucesso no tratamento e cura. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é estimado 11.540 novos casos de leucemias a cada ano no Brasil. A ocorrência de LMA aumenta ainda com a faixa etária, uma vez que sua incidência é maior acima de 65 anos. No entanto, apesar de ser o tipo mais comum de leucemia, a doença ainda é rara - representando 1% de chance de alguém desenvolver a doença ao longo da vida. 

Um levantamento realizado pelo Observatório de Oncologia, feito no período de 2008 a 2017, mostrou que houveram 63 mil mortes causadas pela Leucemia. Destas, 36% estão relacionadas à Leucemia Mielóide Aguda. 


Fatores de risco

De acordo com a Dra. Mariana Oliveira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, é muito importante levar em consideração fatores de risco que aumentam as chances do desenvolvimento de Leucemia. "Alguns fatores de risco podem colaborar para o surgimento do câncer. Ou seja, exposição a agentes químicos (como o benzeno), doenças do sangue (mielodisplasia), doenças genéticas (Anemia de Fanconi, síndrome de Down, entre outras) e radioterapia ou quimioterapia prévios", explica. 

Segundo a especialista, não se trata de uma condição hereditária, mas sim de uma doença que ocorre devido a alterações genéticas adquiridas e que acabam por desencadear o surgimento do câncer. "Não há como apontar causas exatas que permitam a prevenção para todos os indivíduos", destaca a Dra. Mariana.


De olho nos sintomas

Justamente pela medula apresentar células com mutações genéticas, que começam a se multiplicar de maneira descontrolada e não deixam as células saudáveis se desenvolverem de maneira natural, o paciente pode apresentar anemia. 

"O corpo passa a dar sinais de que algo não vai bem e a baixa produção de células sanguíneas saudáveis faz com que haja anemia e infecções, por exemplo. A partir disso, o paciente pode apresentar fadiga, cansaço, palidez, dor de cabeça, falta de ar, tonturas, febre, desmaios e infecções frequentes. Portanto, é muito importante buscar aconselhamento médico para o diagnóstico correto", comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

 Outros sintomas são:

  • Fígado e baço aumentados
  • Perda de apetite
  • Perda de peso sem motivo aparente


Quando há a baixa de plaquetas, o paciente pode perceber: 

  • Sangramentos
  • Manchas vermelhas na pele
  • Hematomas


Existem outros tipos de LMA?

Sim! A doença não é única e os tipos são diversos dentro da categoria. "Isso se dá justamente pelas mutações genéticas. A partir da identificação, o médico poderá recomendar o tratamento necessário para o paciente", explica a médica.

Dentre os subtipos, a doença é classificada através de sua alteração citogenética ou molecular. A classificação, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), possui revisão a cada oito anos e inclui novas informações relevantes dentre os grupos da neoplasia.


Como é feito o diagnóstico? 

A Leucemia Mieloide Aguda pode ser confirmada através de exame físico e também com exames laboratoriais. "O médico pode solicitar amostras de sangue e medula óssea, hemograma completo com diferencial, testes genéticos, mielograma, entre outros", explica a Dra. Mariana Oliveira. 

"No caso do hemograma completo com diferencial, é possível analisar a quantidade de glóbulos vermelhos, brancos e também de plaquetas na amostra colhida. O diferencial detalha ainda quais tipos de células brancas estão presentes", complementa. 


Leucemias agudas e crônicas: qual a diferença?

  • Leucemia linfoide crônica (LLC): afeta células linfóides e se desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas com LLC tem mais de 55 anos, e ela raramente afeta crianças. É uma doença adquirida, e não hereditária;
  • Leucemia mieloide crônica (LMC): afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. Pode causar anemia, fadiga, infecções, sangramentos e outros problemas colaterais, mas alguns pacientes são totalmente assintomáticos;
  • Leucemia linfoide aguda (LLA): afeta células linfóides e agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos;
  • Leucemia mieloide aguda (LMA): afeta células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos quanto em crianças, mas a incidência aumenta à medida que a pessoa envelhece.


Tratamento

Apesar da LMA ser uma doença agressiva, o prognóstico é bastante positivo quando descoberta e tratada o quanto antes. "O tratamento recomendado irá depender da idade do paciente e também dos fatores de risco, envolvendo questões citogenéticas e moleculares. Dentre o processo, pode ser indicado a quimioterapia, terapias alvo e transplante de medula óssea", explica a oncologista. 

Vale lembrar ainda que na leucemia mielóide aguda, a etapa de manutenção do tratamento só é necessária para os casos de leucemia promielocítica aguda (um subtipo especial de LMA relacionado a hemorragias graves no diagnóstico). Nesses casos, existe uma mutação genética específica que pode ser detectada nos exames da medula óssea, e o tratamento com uma combinação de quimioterapia e comprimido oral (tretinoína) possibilita taxas de cura bastante elevadas.

"Justamente por ser uma doença heterogênea, cada paciente pode reagir de diferentes maneiras ao tratamento. Além disso, a boa notícia é que durante a fase inicial da quimioterapia, a remissão da neoplasia pode chegar entre 50% a 85%", finaliza. 

 

 Grupo Oncoclínicas


https://www.youtube.com/watch?v=hGGNxbOTHWM&t=34s


Humanos não precisam mais correr rápido e ter bacia larga (as mulheres) para sobreviver à seleção natural, mas a evolução continua, afirma especialista em vídeo do Conselho de Biologia

 

Os humanos não precisam mais correr rápido para fugir de predadores e, com o advento dos óculos, a miopia e outros problemas de visão deixaram de ser um fator determinante para a sobrevivência. Mas os avanços tecnológicos e mudanças no estilo de vida não interromperam os cerca de 300 mil de anos de evolução do Homo sapiens, apenas mudaram o seu rumo, afirma o Prof. Dr. Diogo Meyer, do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP.


Ele cita o caso de mulheres com pelve (bacia) estreita, que com frequência morriam no parto, antes da popularização das cesarianas. Os bebês muitas vezes também não sobreviviam, o que limitava a passagem das características genéticas dessas mulheres para as novas gerações.


“Repare que nesse exemplo a tecnologia – o uso de cesarianas – não freou a evolução, mas mudou o seu curso. Existem Biólogos evolutivos estudando, por exemplo, se o fato de que as cesáreas se tornaram uma intervenção cirúrgica cada vez mais comum pode ter uma influência evolutiva sobre o tamanho dos bebês”, destaca Diogo Meyer, que é doutor pela University of California.


Os casos da interação entre cultura e genética na evolução humana são inúmeros e datam desde muito antes do período recente de rápido desenvolvimento científico e tecnológico, ressalta o especialista.


A prática de criação de gado leiteiro, que se acredita ter começado na Europa há milhares de anos, permitiu às pessoas que tinham tolerância à lactose, que é uma mutação genética, uma vantagem sobre os intolerantes. Era mais uma fonte de nutrição para essas pessoas, o que favorecia a sua saúde. A mutação que permitia aos seres humanos digerir a lactose tornou-se vantajosa nesse contexto e acabou, conforme o tempo passou, se tornando comum na Europa. Em outros lugares do mundo, a porcentagem da população que é intolerante à lactose é bem maior.


Um exemplo atual de impacto da tecnologia de ponta na evolução humana é na área de reprodução assistida, destaca Diogo Meyer. A seleção genética de embriões, com o intuito de evitar que o bebê nasça com doenças hereditárias, estaria dessa forma potencialmente diminuindo o número de pessoas com doenças graves, e induzindo uma seleção que progressivamente excluiria esses genes da população.


Por outro lado, avanços científicos em terapia genética estão começando a permitir que pessoas portadoras dessas mesmas doenças vivam mais e melhor. Diogo Meyer conta que um estudo recente teve sucesso em tratar a anemia falciforme com a técnica de edição genética Crispr (sigla do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Espaçadas). Com a terapia genética, pacientes estão conseguindo viver sem a doença.


Alguns desses pacientes, que talvez nem chegassem a ter filhos, agora podem vir a tê-los no futuro, e seus genes continuariam a ser passados aos descendentes. Mas ao mesmo tempo, com as terapias, as doenças deixariam de ser um problema tão grave.


“A tecnologia influencia quais mutações têm mais chances de ficarem comuns e a intensidade da seleção natural. Não caiam na ideia de que a evolução da nossa espécie parou. A evolução mudou. Nós mudamos o seu rumo”, afirma Diogo Meyer.

Assista ao vídeo do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01) com a entrevista completa de Diogo Meyer: LINK



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