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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Experimento feito no Inpe identifica locais com maior risco de inundação em cidades


Pesquisa combina modelos de previsão de expansão urbana,
 de mudança do uso do solo e hidrodinâmicos; resultados foram validados
com dados reais de São Caetano do Sul, município da Região Metropolitana de São Paulo
(
fotos: Water/reprodução)

Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) propõem combinar modelos de previsão de expansão urbana, de mudança do uso do solo e também hidrodinâmicos para criar uma metodologia capaz de fornecer informações geográficas que identifiquem os locais com maior risco de inundações em cidades, inclusive as provocadas por chuvas extremas.

O trabalho pioneiro é feito com base em dados de São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo. Pode vir a ser usado por outros municípios na construção de políticas públicas e na tomada de decisões para enfrentar os impactos desses fenômenos, podendo evitar, além da destruição de edificações e de infraestrutura, a morte de moradores.

Os resultados preliminares da pesquisa, financiada pela FAPESP por meio de dois projetos (20/09215-3 e 21/11435-4), foram publicados na revista Water. São parte do trabalho do doutorando Elton Vicente Escobar Silva, do Inpe, primeiro autor do artigo.

Em parceria com as universidades federais da Paraíba (UFPB) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) e órgãos locais, os pesquisadores “testaram” o modelo com os dados da Defesa Civil do município referentes à enchente registrada em 10 de março de 2019, quando três pessoas morreram afogadas e diversas ruas em São Caetano do Sul ficaram com quase 2 metros (m) de altura de água.

“Trabalho há anos com modelagem, tendo foco em mudanças de uso e cobertura da terra em áreas urbanas. Queria conjugar com simulação de enchentes. A oportunidade chegou com o projeto do Elton”, diz à Agência FAPESP Cláudia Maria de Almeida, orientadora de Silva e pesquisadora do Inpe, onde coordena o Laboratório Cities, voltado a pesquisas teóricas e de aplicação em sensoriamento remoto urbano.

E completa: “Um diferencial do estudo é, além de aliar modelagem hidrodinâmica para área urbana à complexidade da rede de drenagem subterrânea pluvial, usar dados reais para parametrizar e validar o modelo. Conjugamos imagens de altíssima resolução espacial e deep learning [aprendizado profundo]. Tudo isso está ligado à big data e às smart cities [cidades inteligentes]”.

As discussões em torno do conceito de smart cities começaram em meados dos anos 2010 envolvendo questões tecnológicas, como semáforos integrados ou paradas de ônibus com wi-fi. Recentemente, passaram a incluir temas voltados à sustentabilidade e à qualidade de vida dos moradores.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial atingiu 8 bilhões de pessoas no ano passado, sendo que 56% vivem em áreas urbanas. Estima-se que até 2050 a população crescerá para 9,7 bilhões de pessoas, das quais 6,6 bilhões estarão em cidades (cerca de 68% do total).

Já a atual taxa de expansão dos municípios é duas vezes mais rápida do que o crescimento populacional. Com isso, a área global coberta por assentamentos urbanos deve subir para mais de 3 milhões de quilômetros quadrados (km2) nas próximas três décadas, o que seria equivalente ao território da Índia.

O planejamento das cidades, porém, não caminha na mesma velocidade. Com a urbanização desenfreada há, por exemplo, mudanças no uso e cobertura do solo, aumento da área impermeável da superfície e alterações da hidrologia. Esse cenário, aliado à maior frequência de eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas, expõe os municípios a vulnerabilidades, como alagamentos, enchentes e deslizamentos em épocas de chuvas.

Cruzamento de dados

Para a modelagem hidrodinâmica, o grupo de pesquisadores utilizou o software HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center's River Analysis System, na sigla em inglês). É um programa de computador que consegue simular o fluxo e a elevação da superfície da água, além do transporte de sedimentos.

Na análise da extensão de áreas inundáveis foram adotados dois modelos digitais de terreno (DTM, na sigla em inglês) com diferentes resoluções espaciais – de 0,5 m e 5 m. O DTM é uma representação matemática da superfície do solo, que pode ser manipulada por programas de computador e é geralmente representada em forma de grade retangular, na qual um valor de elevação é atribuído a cada pixel. Vegetação, edifícios e outras características são removidos digitalmente. Além disso, quatro diferentes intervalos de computação (1, 15, 30 e 60 segundos) foram adotados com o objetivo de avaliar o desempenho das saídas das simulações.

Os melhores resultados foram obtidos com as simulações de resolução espacial de 5 m, que mostraram os mapas de inundação com maior cobertura dos pontos alagados (278 em um total de 286 pontos, ou seja, 97,2%) nos menores tempos de cálculo. Chegaram a mapear pontos de inundação que não foram observados pela Defesa Civil nem por cidadãos de São Caetano do Sul durante a inundação.

“A nossa ideia foi criar uma metodologia de suporte para os tomadores de decisão. Simulamos como será a mudança no uso do solo nos próximos anos e também o que isso impacta na rede de escoamento fluvial. A partir daí, é possível fazer simulações com cenários. Um exemplo é cruzar os milímetros de chuva em um determinado intervalo de tempo para projetar o que pode ocasionar em uma área do município. Com isso, os gestores poderiam tomar decisões visando evitar danos tanto econômicos quanto de vidas perdidas”, afirma Silva.

Os pesquisadores destacam a necessidade de os municípios contarem com bases de dados atualizadas para esse tipo de trabalho, como é o caso de São Caetano do Sul. “O modelo funciona e é alimentado por dados. É importante que as cidades consigam ter bancos de informação atualizados, incluindo registros referentes a casos extremos, como grandes enchentes e inundações”, avalia Almeida.

Intensamente conurbado com a capital e com os vizinhos Santo André e São Bernardo do Campo, o município de São Caetano do Sul tem um histórico de inundações: foram 29 ocorrências entre 2000 e 2022, segundo os pesquisadores.

Por outro lado, é a cidade mais sustentável entre as 5.570 do Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC). E, com uma população estimada em cerca de 162 mil moradores, apresenta 100% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 95,4% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 37% em vias com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O artigo Assessing the Extent of Flood-Prone Areas in a South-American Megacity Using Different High Resolution DTMs pode ser lido em: www.mdpi.com/2073-4441/15/6/1127.

  

Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/experimento-feito-no-inpe-identifica-locais-com-maior-risco-de-inundacao-em-cidades/41143/


O que podemos esperar da economia em 2023

Para economistas, inflação e juros altos devem frear os negócios, especialmente os mais dependentes de crédito, como as concessionárias de carros e as lojas de eletroeletrônicos

 

Com a enxurrada de más notícias envolvendo gigantes do comércio, não é difícil de adivinhar qual é o assunto mais comentado nas rodas de conversas de empresários neste ano.

Se as grandes empresas, como Americanas, Marisa, Tok & Stok, enfrentam toda essa crise financeira, o que será de redes pequenas e médias e de quem tem uma loja só.

O copo está meio cheio ou meio vazio, perguntam, considerando indicadores econômicos, como inflação, taxa de juros, inadimplência, disponibilidade de crédito, emprego e renda.

Economistas ouvidos pelo Diário do Comércio falam em “perspectivas não muito favoráveis ao consumo”, principalmente por conta da dobradinha inflação e juros em patamares elevados.

“A economia está estruturalmente lenta, com pouca força de arranque, depois de tanto tempo com juros na estratosfera”, afirma Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores.

“Parece que a inflação se cristalizou próxima de 6%, e não acredito que ficará abaixo disso ao final deste ano”, diz Fabio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

“O país, que cresceu 2,9% em 2022, deve crescer perto de 1% neste ano. O ano deve ser apertado para o varejo”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

“Setores que dependem de crédito, como concessionárias de carros e lojas de móveis, devem sofrer mais neste ano”, diz Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio SP.


INFLAÇÃO

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março, de 0,71%, foi menor do que o de fevereiro, de 0,84%, reduzindo a inflação acumulada para 4,65% em 12 meses.

Em meio a tantas notícias ruins para o setor, os empresários ficaram animados com esses números, que sugerem até uma redução da taxa básica de juros, a Selic, mais para a frente.

Para Bentes, porém, a inflação deve voltar a ficar próxima de 6% até o final do ano por conta da elevação dos preços dos combustíveis, com grande peso no orçamento das famílias.

“Os Estados tiveram de abrir mão da receita do ICMS para permitir os descontos nas bombas, e não sabemos até que ponto isso será mantido”, diz o economista da CNC.

Os preços de referência usados para cálculo do imposto voltaram a ser alterados neste ano, pois estavam congelados desde o período mais crítico da pandemia, em 2021.

“Os preços dos combustíveis têm efeito multiplicador, contaminam a economia como um todo. Se tivermos nova rodada de aumentos, um cenário de inflação de 6% já era”, diz.

Para Dietze, a redução da inflação em março pode até indicar para o BC (Banco Central) uma taxa de juros menor, hoje de 13,75% ao ano, mas ainda elevada, terminando o ano a 12,5%.

“Se o ciclo de expansão monetária continuar em 2024, com taxas de juros menores do que 10%, aí já pode ser bom para as empresas”, afirma.

O que favorece esse cenário, diz, é o efeito estatístico na taxa anualizada da inflação, ao sair os meses de abril, maio e junho de 2022, quando teve a explosão dos preços dos combustíveis.

“O cenário está mais favorável do que há um ano, sobretudo para os setores de bens essenciais. Agora, uma alavancagem de consumo se espera mais para 2024”, diz.


CRÉDITO

Um dos indicadores que vai na contramão de um aumento de consumo, na avaliação de Silveira, é a redução na velocidade de crescimento da oferta de crédito.

A expansão do crédito girava em torno de 24%, 25% no primeiro semestre do ano passado. O crescimento neste ano está ao redor de 15%.

Para Silveira, isso quer dizer que o sistema financeiro está perdendo a confiança na economia. Outro indicador que preocupa, diz, é o atraso acima de 90 dias no pagamento das prestações.


INADIMPLÊNCIA

A taxa de inadimplência, de 3,2% sobre a carteira de empréstimos para crédito pessoal no primeiro semestre de 2022, subiu para 3,8% no segundo semestre, de acordo com o BC.

O número de consumidores inadimplentes chegou a 70,1 milhões em janeiro deste ano, 10,8 milhões de pessoas a mais do que em 2018, de acordo com Serasa Experian.

Na cidade de São Paulo, de cada 100 famílias, 23 estão com as contas em atraso, de acordo com a Fecomercio-SP. Este número já foi maior, chegando a 25 famílias em janeiro deste ano.

Antes da pandemia, no entanto, o percentual de famílias nesta situação era menor do que 20%. “Os desafios continuam, já que a inadimplência continua em patamar alto”, diz Dietze.

Para Silveira, 2023 já tem um desenho mais ou menos elaborado, com pouco espaço para mudanças de cenário.

“O efeito benéfico de uma redução de juros só aconteceria no final do ano. Não há meio de acelerar a economia brasileira neste ano. Deve ser um ano chocho”, diz.


EMPREGO E RENDA

O mercado de trabalho, na avaliação de Bentes, também não deve ajudar.

“Ainda há geração de vagas, mas numa velocidade menor. Diante das perspectivas de baixo crescimento, o mercado de trabalho tende a não aquecer”, afirma.

A massa real de rendimento do brasileiro aponta para um crescimento de 2,5% neste ano, de acordo com projeções da MacroSector.

No ano passado, o crescimento foi mais do que o dobro, de 6,6%.

“Mesmo que o governo atual mantenha os recursos do Bolsa Família de anos anteriores, o efeito na economia será pequeno”, diz Bentes.

DESORGANIZAÇÃO FINANCEIRA 

Para Dietze, é bom destacar que problemas enfrentados por grandes redes do varejo podem estar mais relacionados com gestão, com desorganização financeira do que com a economia.

“Muitos comerciantes deixam os negócios nas mãos dos gerentes, não veem os erros cometidos no dia a dia, têm problemas de gestão que desencadeiam resultados ruins”, diz.

Alguns números mostram que o comércio do estado de São Paulo teve bom desempenho no ano passado.

De nove setores do varejo paulista, apenas o de móveis e decoração registrou queda no faturamento, de 1,6%, em 2022 sobre 2021. Os dados são da Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo).

O comércio de vestuário, tecidos e calçados está no topo do ranking, com alta de 19,7%.

Em seguida estão os setores de autopeças e acessórios (14,7%), farmácias e perfumaria (12,6%), concessionárias de veículos (10,8%) e supermercados (7,6%).

Na média, o faturamento do comércio paulista cresceu 8,1% em 2022 sobre 2021. “O melhor resultado deste 2015”, diz.

Esses dados revelam, de acordo com o assessor econômico da Fecomercio-SP, que a economia paulista pode estar mais pujante do que a do restante do país.

“O agronegócio foi bem em regiões do interior, como Ribeirão Preto, Araraquara, São José do Rio Preto. Na região de Campinas e Jundiai, o setor de logística tem puxado a economia”, diz.

Para Ruiz de Gamboa, diante deste cenário, os lojistas precisam prestar muita atenção na política de preços, já que o consumidor faz cada vez mais pesquisa antes de comprar.

“Com inflação alta e juros altos, a política de preços é fundamental, principalmente no caso de produtos mais básicos, que serão mais demandados neste ano”, afirma.

 

Fátima Fernandes
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/o-que-podemos-esperar-da-economia-em-2023


ChatGPT pode ser ferramenta na mão do cibercrime?

Clique nos links para visualizar as fotos em alta resolução de Flávio Silva, gerente e especialista de Segurança da Informação da Trend Micro Brasil - Foto 1 - Foto 2

Desde que o ChatGPT tomou conta das rodas de conversa quem trabalha com segurança cibernética tem sido questionado sobre os riscos da aplicação de inteligência artificial desenvolvida pela OpenAI. Principalmente depois que a equipe vencedora da maratona tecnológica realizada em Miami, no mês passado, admitiu ter usado o ChatGPT para desenvolver um ataque de execução remota de código.

Mas calma! O bot de Inteligência Artificial (IA) não ganhou sozinho a competição, muito menos encontrou a vulnerabilidade ou escreveu um código para explorar uma falha específica. A abordagem dos pesquisadores demonstrou que a ferramenta pode complementar o know-how dos hackers, ou seja, ser um assistente útil para quando este se deparar com um pedaço de código com o qual não está familiarizado ou com uma defesa inesperada.

No evento de três dias, conhecido como Pwn2Own, os competidores tinham que interromper, invadir e assumir a Internet das Coisas e os sistemas industriais, localizando vulnerabilidades. Após mapear um bug num aplicativo de código aberto utilizado na comunicação máquina a máquina, a dupla de pesquisadores recorreu ao ChatGPT para acelerar o trabalho de codificação.

Entretanto, a equipe admitiu que foi necessário fornecer informações à IA e realizar algumas rodadas de correções e alterações "menores" até chegar a um módulo de servidor de back-end viável. Ou seja, foi preciso fazer as perguntas certas, e ignorar as respostas erradas.

Isso demonstra que diferente de um buscador “padrão” da internet, o ChatGPT tem a capacidade não só de trazer respostas a algumas perguntas, mas também de criar e solucionar problemas. Ao executar uma tarefa que a pessoa não está tão familiarizada, a ferramenta consegue preencher as lacunas de conhecimento, automatizando e agilizando os processos.

Vale destacar que o usuário precisa conduzir o bot, já que a ferramenta possui filtros que a impede de criar coisas potencialmente maliciosas, como um ransomware, por exemplo. Desta forma, ela não é uma ameaça por si só, mas bem orientada pode juntar os pontos, criando um script específico que será utilizado em uma fase do ataque na qual o criminoso não tinha domínio pleno da linguagem de programação.

Acredito que o ChatGPT é o início do acesso do Machine Learning e da Inteligência Artificial a uma parte maior da população. O acesso a esse tipo de tecnologia que sempre foi mais fechado e com fins específicos agora está cada vez mais presente no nosso dia a dia, embarcada em smartphones, assistentes de voz, smart TVs e carros, entre outros objetos.

Mas pela sua grande capacidade de absorver conhecimento e por ser facilmente treinada pode se tornar um primeiro passo para algo mais. Temos que acompanhar de perto as aplicações da ferramenta de IA. O ChatGPT de hoje ainda é muito imprevisível e suscetível a erros para ser uma arma confiável para o cibercrime. Mas certamente será agregada ao arsenal de ameaças de segurança.


A colaboração humano x inteligência artificial está ganhando impulso e os líderes precisam estar atentos a evolução dessas tecnologias. Mais do que nunca é preciso entender a importância de ter visibilidade da superfície de ataque das empresas e adotar um plano estratégico contra as velhas e novas ameaças.

 

Flávio Silva - gerente e especialista de Segurança da Informação da Trend Micro Brasil.


Esgwashing ou um programa de ESG efetivo para a realidade de múltiplas empresas

ESG ou ASG (sigla em português) são fatores ambientais, sociais e de governança que estão, cada vez mais, sendo utilizados como critérios de análise para investimentos, mas que também gera reflexo na imagem da empresa, na aceitação do consumidor e nos negócios que celebra. Ou seja, vai além da questão econômico-financeira, a preocupação é avaliar, além do risco e retorno, o impacto que causa na sociedade, e se esse impacto é positivo. 

Em uma comparação simplória, pense em ESG como os parâmetros do seu rotineiro exame de sangue: para estar saudável a glicose, a creatinina, o colesterol, entre outros, devem estar entre valores de referência; se algum parâmetro ultrapassar ou estiver abaixo dos limites, alguma medida, medicamento, exercícios, deve ser adotada. Assim é com o ESG, em linhas muito simplificadas e gerais: avalie os temas materiais da sua empresa, verifique a linha de base, estabeleça metas, factíveis e mensuráveis, e como serão atingidas.

Eis a teoria e uma comparação para trazer a sigla para nosso cotidiano. Mas como desenvolver uma política ou programa de ESG que seja consistente na prática, em empresas dos mais diversos tamanhos e setores de atuação, com realidades tão distintas, como são as realidades dos quatro cantos de um país com dimensões continentais como o Brasil? 

Apenas a experiência prática, com a característica persistência, criatividade e adaptabilidade do povo brasileiro, determinará o sucesso ou fracasso dessa sigla, que veio para ficar, mas corre grande risco de se refletir em mais um “greenwashing” , ou então um esgwashing, quando a realidade da empresa, de suas atividades na prática, não corresponde ao que ela divulga ao mercado, gerando ainda mais risco financeiro, jurídico e reputacional. A preocupação é genuína, pois é a sustentabilidade que está em jogo.

ESG é um caminho de muitas rotas, mas o destino é a sustentabilidade e a perenidade das empresas. No artigo intitulado Towards the Sustainable Corporation: Win-Win-Win Business Strategies for Sustainable Development, de 1994, John Elkington apresenta um conceito que prega a gestão empresarial com foco, além dos resultados, no impacto causado pela empresa no planeta. A proposta é desenvolver a empresa e mensurar seus resultados a partir de 3 pilares básicos, que ficaram conhecidos como 3PL, People, Planet and Profit, ou Pessoas, Planeta e Lucros. Não é muito difícil entender que talvez o lucro seja a parte mais simples de conduzir, afinal, empresas existem para isso. No entanto, a responsabilidade de gestão deve ir além disso.

Estamos em constante evolução, aprimoramos conceitos, estabelecemos objetivos e metas, os diversos setores da economia passaram a, pelo menos, entender que a variável ambiental e social impacta os negócios, e assim surgiu o conceito ESG (environmental, social e governance). 

A dimensão econômica do tripé da sustentabilidade passou a abrigar, por exigência de investidores e acionistas, outros temas além das finanças, como ética, compliance e transparência, que influenciam diretamente os negócios e a reputação da empresa. 

Já é realidade que não só o público consumidor, mas os próprios investidores, estão exigindo que as companhias nas quais aplicam seus recursos financeiros sejam reconhecidas como empresas sustentáveis e com propósito. Diversos indicadores nas bolsas de valores pelo mundo apontam as corporações mais comprometidas com o desenvolvimento sustentável, como a bolsa de Nova York, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, a bolsa oficial do Brasil. Apesar de todo este esforço ainda falta um regramento, ou standard global, para avaliar os programas de ESG, pois quando existem muitas formas de avaliar estabelecidas, não temos uma visão comparativa realística entre os programas.

 

Karen Machado - advogada, especialista em Direito Ambiental e em Compliance Certificada CPC-A (FGV/LEC), professora da LEC, professora convidada de Cursos de Especialização e Capacitação em Direito e Compliance Ambiental, e ESG, membro da União Brasileira de Advocacia Ambiental, Diretora Executiva do Instituto Piracema. Atua como consultora jurídica em Meio Ambiente há mais de 15 anos, com sólida experiência em Estudos Ambientais, Licenciamento Ambiental, Contencioso Ambiental, desenvolvimento e implementação de Programas de Compliance Ambiental e ESG, bem como em Due Diligence Ambiental. www.karenmachado.com.br


Patricia Punder - advogada e compliance officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020. Com sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil). www.punder.adv.br


4 Erros que você deve evitar no seu linkedin

Diariamente sou abordada por várias pessoas - me perguntando sobre como usar essa rede de maneira assertiva, seja para buscar um emprego, transição de carreira, usar como fonte de captação de leads e até como usá-la para propagar a marca empregadora ou pessoal, para cobrir essa pauta de maneira direta e pontual resolvi escrever alguns conteúdos com todas as dúvidas que já recebi. 

 

Vamos começar com os “erros” que você precisa evitar!  

O LinkedIn não é uma rede social só para procurar emprego - Há benefícios como fazer contatos, encontrar novos clientes, se conectar com pessoas que você admira para consumir conteúdos de alta qualidade, ter acesso a informações e dicas sobre todo o universo do trabalho e também mostrar a sua cara, competências, habilidades, etc.

 

Então, o que dificulta o seu sucesso na rede?   

Perfil Incompleto: Um perfil bem estruturado é essencial. Não ignore nenhum campo, desde o SOBRE, uma foto bem iluminada e recente, até a descrição do que faz ou fez nas experiências, ative o modo de criação, deixe as suas informações de contato disponíveis e atenção: se você tem o campo [endereço] preenchido, retire imediatamente por questões de segurança, ninguém precisa ter acesso ao seu local de trabalho ou residência. 

No campo: [Editar introdução] que fica logo embaixo da sua foto de capa, existe uma opção chamada [TÍTULO], lá você vai colocar uma série de palavras chave para que o seu perfil seja melhor rankeado. Evite colocar apenas o seu cargo, sem o nome da empresa. Ou frases motivacionais e até mesmo o: "Buscando Recolocação" - essa frase sozinha, não te ajuda em nada.

 

Experiências de trabalho desatualizadas: Mais especificamente para quem está em busca de trabalho ou em transição de carreira, já perdi as contas de quantas vezes abordei alguém e recebi a seguinte resposta: - "Poxa, não trabalho mais nessa empresa e nem tenho mais esse cargo e o OPEN TO WORK gritando no perfil".  

Atualize este campo, descreva as atividades desenvolvidas da maneira mais clara possível, lembre-se, Linkedin é uma rede social de palavras chave, quanto mais você escreve, mais ele vai aparecer nas buscas sejam por recrutadores ou pessoas interessadas no seus serviços.  


Linkedin parado não gera resultado: quanto mais você postar, mais movimento e alcance você tem. Nesse ponto, existe também o receio da Autopromoção, Celso Grecco, que dizia assim: “Se não usarmos o nosso potencial e os nossos privilégios ao máximo, o risco é o de diminuirmos o potencial dos outros". A grande vantagem sobre postar por aqui, é que o LinkedIn ainda é uma rede social que sobrevive da produção de conteúdos escritos, o ideal é um post por dia, fotos e imagens são bem vindas, mas não determinam muita coisa, se o seu conteúdo é bom, não importa o seu cargo, ele será evidenciado de alguma maneira. 

 

Sobre o que postar: sempre sugiro que você fale do que realmente domina, começando pela sua área de atuação, tendências, matérias, pesquisas, evite falar sobre o que você não sabe ou vive, além de ser difícil desenvolver um conteúdo nessa condição, você pode correr o risco de entrar em alguma polêmica e não conseguir sustentar o seu discurso.

 

Não segmentar a sua base de contatos: Não adianta ter um perfil bem estruturado, publicar conteúdos se você não sabe pra quem! Qual a sua área de atuação? Você vende pra quem? Quer atingir qual público? Veja o LinkedIn como um grande CRM da vida.

Com uma visão mais estratégica, você pode sim, conseguir muitos resultados e até falar com pessoas importantes que você jamais conseguiria em uma ligação. 

O LinkedIn recomenda que você tenha de 300 a 500 conexões para uma rede meramente sólida. Então, uma sugestão, é começar a se conectar com as pessoas do seu trabalho e em seguida com pessoas do seu segmento, não importando a empresa, apenas se conecte e acompanhe os conteúdos que estão sendo publicados. 

 


Jéssica Simões - estrategista de LinkedIn, LinkedIn Creator, especialista em reputação de marca pessoal para lideranças, Inteligência e Gestão de Carreira, Employer Branding, Marketing de Comunidade e GhostWriter.  Também é Co-Fundadora e Diretora de Relacionamento na Aster, uma empresa especializada em vendas B2B, Captação de Leads e Produção de Conteúdo, responsável por atender grandes marcas do setor da Educação e Tecnologia, com foco em fortalecimento de Cultura Organizacional. 


Vestibulinho das Etecs oferece 2,6 mil vagas para Sorocaba e região

Escolas Técnicas Estaduais oferecem cursos técnicos, especializações técnicas e vagas remanescentes de segundo módulo; inscrições devem ser feitas pela internet, até as 15 horas do dia 8 de maio



O Vestibulinho das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) é a porta de entrada para quem deseja cursar o ensino profissionalizante de forma gratuita e conquistar mais chances no mercado de trabalho. As inscrições do processo seletivo para o segundo semestre de 2023 devem ser feitas pelo site www.vestibulinhoetec.com.br, até as 15 horas do dia 8 de maio.

Nesta edição, são oferecidos cursos técnicos, especializações técnicas e vagas remanescentes de segundo módulo. Os candidatos de Sorocaba e região contam com 2.670 vagas, distribuídas entres as seguintes cidades: Alambari (35), Anhembi (40), Areiópolis (40), Avaré (70), Barão de Antonina (40), Boituva (40), Botucatu (70), Cerqueira César (35), Cerquilho (120), Ibiúna (35), Itapetininga (220), Itaporanga (40), Itu (70), Mairinque (105), Pereiras (40), Piedade (40), Pilar do Sul (40), Porangaba (40), Porto Feliz (70), Ribeira (40), Salto de Pirapora (40), São Manuel (40), São Miguel Arcanjo (35), São Roque (30), Sorocaba (895), Tatuí (200), Tietê (40) e Votorantim (160). O número total de vagas do processo seletivo para o Estado é de 44.087 vagas.


Novidades

Para o próximo semestre, o Centro Paula Souza (CPS) apresenta uma nova especialização técnica para a região: Higiene Ocupacional. O curso é ofertado na Etec Darcy Pereira de Moraes, em Itapetininga. São 40 vagas, no período noturno.


Inscrições

O interessado em participar do Vestibulinho deve preencher a ficha de inscrição disponível no menu “Área do candidato” e responder ao questionário socioeconômico. Também é necessário pagar a taxa de R$ 33 em qualquer agência bancária, via internet, por meio de aplicativo bancário ou ainda por meio da ferramenta disponível no site oficial do processo seletivo, com cartão de crédito, até o dia 8 de maio.

O preenchimento das informações é de responsabilidade do candidato ou de seu representante legal, quando menor de 16 anos. Outras informações sobre a documentação necessária e a disponibilidade de cursos e vagas de cada unidade podem ser conferidas na Portaria do Vestibulinho e no Manual do Candidato, disponíveis no site.

As Etecs disponibilizam computadores e acesso à internet aos candidatos interessados em fazer inscrição. O interessado deve entrar em contato com a unidade para saber datas e horários disponíveis para essa finalidade.


Inclusão social

O candidato com deficiência, que necessite de condições especiais para fazer a prova, deve indicá-las na ficha de inscrição eletrônica e encaminhar o laudo médico, emitido por especialista, descrevendo o tipo e o grau da necessidade, no link específico que se encontra na “Área do Candidato”, impreterivelmente, até as 15 horas do dia 8 de maio.

O candidato transgênero que deseja ser tratado pelo nome social deve informar o nome social completo no ato da inscrição, no campo específico. Caso não forneça a informação nesse momento, não será possível solicitar a inclusão posteriormente. Também é preciso enviar durante o preenchimento da ficha, via upload, imagem do RG (frente e verso) e uma foto 3×4 recente.

O Sistema de Pontuação Acrescida do Centro Paula Souza concede acréscimo de pontos à nota final obtida no exame, sendo 3% a estudantes afrodescendentes e 10% a quem tenha estudado integralmente na rede pública, da quinta à oitava série ou do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental. Quem estiver nas duas situações recebe 13% de bônus.

Cabe ao candidato verificar na portaria se tem direito à pontuação acrescida, porque a matrícula não poderá ser realizada e a vaga será perdida se as informações não atenderem às condições estabelecidas em sua totalidade.

Outras informações pelos telefones (11) 3471-4071 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades) ou pela internet


Centro Paula Souza


Quatro fatores que estão transformando os benefícios em saúde nas empresas

 

A oferta de benefícios não é uma estratégia nova das empresas. Pelo contrário, é uma prática antiga que ajuda a reter e contratar talentos para a equipe. Esse recurso também passa por inúmeras transformações a partir da evolução da tecnologia e da digitalização dos processos. Assim, é fundamental que gestores de RH, diretores e executivos estejam atentos às tendências e, claro, saibam incluí-las em suas rotinas. 

Quando se fala em saúde, esse cuidado deve ser redobrado. Afinal, praticamente todas as empresas brasileiras oferecem alguma vantagem relacionada à medicina e ao bem-estar, segundo a 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos, elaborada pela Mercer Marsh Benefícios. Dessa forma, é necessário saber o que move a área e quais são as demandas passadas pelos colaboradores a fim de entregar sempre a melhor solução para todos. 

Confira quatro fatores que contribuem para essa transformação: 

1 – Saúde, mais do que nunca, em primeiro lugar 

Uma das mudanças significativas que a pandemia de covid-19 trouxe para a sociedade é a maior preocupação com a saúde. Uma parcela considerável da população aproveitou os últimos dois anos para realizar check-ups e até fazer pequenas intervenções cirúrgicas em alguns casos. Isso, evidentemente, exigiu mais da oferta de benefícios em saúde que as empresas costumam oferecer a seus colaboradores. 

Esse movimento não deve ser passageiro. A adoção de hábitos mais saudáveis está em pauta em diferentes classes sociais – e isso inclui mais visitas a médicos, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros profissionais de saúde. Cabe às empresas, portanto, se adaptarem a essa realidade para suprir a demanda cada vez mais crescente por vantagens na área médica. 

2 – Foco na experiência e no desejo do colaborador 

A expressão “experiência do cliente” tornou-se um mantra no ambiente corporativo, mas também serve para designar a satisfação do colaborador, isto é, do público interno de uma empresa. Por causa disso, diversas medidas adotadas pelos setores de RH mundo afora colocam os desejos e as vontades dos profissionais em primeiro plano na elaboração das estratégias a serem realizadas em gestão de pessoas. 

Isso também vale para a oferta de benefícios na área da saúde. Por muito tempo, as organizações cediam o mesmo tipo de plano para todo o quadro de colaboradores – e não se importava se ele atenderia todos com qualidade. Hoje, porém, sabe-se que cada indivíduo tem uma necessidade diferente em relação aos cuidados com a saúde – e é dever do gestor identificar isso e encontrar alternativas para resolvê-los. 

3 – Flexibilidade é a bola da vez 

Se o planejamento estratégico da empresa destaca a experiência e demanda de cada colaborador, é evidente que as iniciativas a serem tomadas daí por diante devem ser flexíveis. Ou seja, se adaptar à realidade das pessoas, permitindo que possam tirar proveito da melhor forma possível. Demonstrar flexibilidade é a nova regra entre líderes e gestores. 

No caso dos benefícios em saúde, o melhor caminho é oferecer um leque de opções para que cada colaborador faça suas escolhas dentro do que ele propõe como vida saudável. Se deseja uma cobertura completa, que assim seja. Se prefere optar por uma assistência ou plano específico, que seja atendido. O importante é o poder e a liberdade de escolha da pessoa. 

4 – Eficiência com redução de custo 

Por fim, é preciso reconhecer que a oferta de benefícios em saúde não foge do lema empresarial. Isto é, alcançar a máxima eficiência (a satisfação dos colaboradores) com custos mínimos para o caixa da companhia. Quanto mais o gestor de RH conseguir condensar esse pacote em uma mesma plataforma, melhor para os cofres e para a operação do negócio. 

Felizmente já existem startups especializadas em resolver esse problema corporativo. Por meio de parcerias com empresas de saúde, essas companhias criam diferentes processos que facilitam a elaboração de planos sob medida. Assim, todos têm acesso a planos de saúde e demais produtos que melhoram a qualidade de vida como um todo – não importando se é funcionário de uma grande multinacional ou um microempreendedor individual. 


Matheus Moretti Rangel - CGO da Niky, startup de soluções em pagamentos, benefícios flexíveis e saúde – e-mail: niky@nbpress.com 


Google x Apple: a briga pelo mercado de mensageria

 Os sistemas de mensageria evoluem a passos rápidos a cada ano. Novas plataformas e canais de comunicação instantâneos ganham cada vez mais aderência no mercado, enriquecendo a experiência do usuário e sua relação com suas marcas prediletas. Os benefícios de adotá-los nas estratégias de crescimento são inegáveis – mas, nem todas as empresas parecem estar abertas a incorporar essas tendências.

Provocações intensas vem sendo trocadas, recentemente, entre o Google e a Apple no que diz respeito ao desinteresse desta segunda em adotar o protocolo de mensageria do RCS (Rich Communication Service) ao iMessage – alegando a inexistência de demanda de seus usuários pela implementação da tecnologia que, hoje, está apenas disponível para aparelhos Android. O motivo, contudo, não foi bem aceito pelo Google, que vem compartilhando “cutucadas” frequentes, ressaltando os benefícios que a gigante de tecnologia poderia adquirir com este protocolo que, nos últimos anos, ganhou imensa força.

Apesar de ainda ser relativamente novo no mercado quando comparado com outros sistemas de mensageria, o RCS é um protocolo de comunicação entre operadoras de telefonia móvel que oferece uma comunicação muito mais completa aos seus usuários. Com ele, empresas e pessoas podem se comunicar de forma mais simples e eficiente através de mensagens que permitem o envio de textos, imagens, gifs e carrosséis ao mesmo tempo. Tudo isso de maneira mais interativa e personalizada.

Considerando ainda as crescentes ondas de crimes virtuais envolvendo roubos e vazamentos de dados, o RCS eleva a segurança na comunicação entre as partes por meio de um selo de autenticidade assegurado pelo próprio Google. Assim, cada mensagem emitida contém a logo e nome da empresa com sua verificação ao lado, como garantia de segurança ao usuário ao receber esse conteúdo das marcas sem correr o risco de se comunicar com fraudadores e criminosos.

Quando comparamos essas características as do iMessage, o sistema da Apple deixa a desejar nesses e em outros quesitos. Apesar de a troca de mensagens diretas entre iPhones ser, de fato, segura e visivelmente agradável pelo reconhecimento dos usuários com os mesmos aparelhos pelos blue bumbles (bolhas azuis), qualquer envio de textos para Androids será exibida em green bumbles (bolhas verdes), o que pode levar muitos à confusão e gerar uma experiência desagradável.

Ainda, essa comunicação entre sistemas operacionais distintos não garante criptografia de ponta a ponta, o que eleva as chances de abertura de falhas em sua segurança. O próprio vice-presidente sênior das plataformas do Google, Hiroshi Lockheimer, defendeu que impedir que os usuários do iPhone tenham acesso a funcionalidades de segurança melhoradas é o mesmo que danificar a qualidade da oferta de seus serviços aos consumidores – fora a consequente perda em sua credibilidade.

Mesmo alegando a falta de demanda perante seu público, é nítido como as restrições de comunicação impostas entre os diferentes sistemas operacionais incomoda os consumidores, principalmente diante de uma possível solução que poderia melhorar a relação entre as partes, trazendo muito mais segurança na troca de mensagens e que, inclusive, já está sendo adotado por grandes players do mercado.

Muitos outros motivos podem estar por trás da recusa da Apple em seguir uma tendência que já conta com mais de 500 milhões de usuários ativos globalmente. Algo é certo: incorporar o RCS em seu sistema de mensageria elevaria não apenas a experiência dos usuários em trocas de mensagens entre ambos os sistemas operacionais como, principalmente, traria uma maior segurança em seus dados transmitidos. Algo que, hoje, se limita na comunicação entre estes modelos distintos.

O RCS tem se mostrado muito efetivo em diversas aplicações, com recursos que permitem uma melhor interação na troca de conversas diretas entre as pessoas e com suas marcas. Ele certamente é um protocolo de comunicação muito mais adequado aos novos tempos, e restará à Apple acompanhar ou não essa tendência em prol de melhores benefícios para seus consumidores. 

 

Igor Castro - Diretor de Produtos e Tecnologia na Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.

 

Brasil tem até o próximo ano para incluir nas creches cerca de 2,2 milhões de crianças

Pedagoga e diretora da Petit Kids Cultural Center, Fernanda King afirma que a primeiríssima infância, até os 3 anos, é a idade de ouro, a fase mais importante do desenvolvimento humano 

 

O Brasil tem até o próximo ano para incluir nas creches cerca de 2,2 milhões de crianças da primeiríssima infância, de 0 a 3 anos de idade. A meta, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), é de que metade dessa população, estimada em 11,8 milhões de brasileiros pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esteja estudando até 2024. De acordo com o Censo Escolar de 2020 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, apenas 31% dos bebês de até 3 anos de idade estavam matriculados em creches no país, o que representa 3,7 milhões de pequenos cidadãos, enquanto 8,1 milhões de crianças, 69% dessa população, permaneciam fora das escolas.  

A meta do PNL é de que metade dos bebês brasileiros dos 11,8 milhões de bebês brasileiros estejam matriculados em creches até 2024. Levando em conta as estatísticas recentes dessa população no país, 5,9 milhões precisam estar estudando no próximo ano. O Censo Escolar mostra que apenas 3,7 milhões delas estavam frequentando a escola em 2020, portanto, para atingir a meta, aproximadamente 2,2 milhões de crianças precisam ser incluídas no ensino infantil no próximo ano, desafio difícil de ser alcançado. 

A educação dos bebês não é apenas uma questão de conveniência familiar. Estudos apontam que a evolução do cérebro acontece a uma velocidade extremamente alta nos três primeiros anos de vida, com 1 milhão de novas conexões entre neurônios por segundo, a partir de estímulos da família e também externos, inclusive interação com outras crianças.  

Até os 6 anos, as crianças vão desenvolver 90% das conexões cerebrais, as chamadas sinapses, que serão utilizadas ao longo de toda a vida, conforme aponta a Unicef. Depois dessa idade, a grande maioria das conexões cerebrais já está definida e o restante delas é formado em pequena quantidade ou não é mais formado. 

O documento da Unicef aponta que o vocabulário é determinado por palavras filtradas antes dos 3 anos e que, até os 4 anos, a criança desenvolve as bases neurológicas da matemática, da lógica e metade do potencial mental que terá na fase adulta. Pesquisadores chamam esse processo da primeiríssima infância de “janelas de oportunidades”, o período no qual, neurologicamente, os bebês estão mais propensos a desenvolver várias habilidades.

 

Afeto, estímulo e boa alimentação 

Todo o aprendizado para construir o cérebro da criança é baseado em afeto, estímulo e boa alimentação. “A primeiríssima infância é a idade de ouro da pessoa, a fase mais importante do desenvolvimento humano e precisa ser estimulada”, afirma a pedagoga e diretora da Petit Kids Cultural Center, Fernanda King, com pós-graduação em Desenvolvimento Infantil. Ela comenta que a meta do PNE, embora dificilmente seja alcançada no próximo ano, ainda é tímida para garantir o pleno desenvolvimento infantil dos brasileirinhos.  

“Tem gente que acha que as crianças de menos de 3 anos são muito pequenas para frequentar a escola, mas os pais precisam ser orientados de que é justamente nessa fase que elas estão mais propensas a aprender”, explica a pedagoga. Segundo ela, além de todo o potencial de desenvolvimento cerebral e cognitivo, nessa idade os bebês também começam a aprender a ser independentes, dividir, interagir e socializar. “Uma boa escola contribui para o desenvolvimento da criança e da família, é qualidade de vida para todo mundo. Expostas aos estímulos certos, a criança se desenvolve muito mais”, diz.  

Fernanda elenca seis marcos da primeiríssima infância: olhar, falar, interagir, movimentar, ler e alimentar. Segundo ela, o bebê olha no olho para estabelecer contato, acompanha tudo com o olhar e precisa sorrir. A pedagoga comenta que as crianças começam a formar palavras com 1 ano e frases com 2 anos. Desde pequena, precisa interagir, brincar, buscar outras crianças, dividir e até disputar brinquedos, e também socializar.  

Os movimentos de engatinhar e andar se desenvolvem nessa fase e os bebês devem estar andando até 1 ano e meio. O aprendizado da leitura começa desde muito cedo, através de sinapses, as conexões cerebrais, que se iniciam por volta de 1 ano de idade, diz Fernanda. A alimentação é outra descoberta importante dos bebês, que são introduzidos a novos alimentos a partir dos 6 meses. “A introdução alimentar deve ser baseada em hábitos saudáveis. É preciso insistir e não trocar alimentos para que a criança aprenda a comer bem, com ganhos cognitivos. Seletividade alimentar em excesso indica problema de saúde ou maus hábitos alimentares”, alega. 

 

Desenvolvimento socioemocional 

No próximo dia 6 de maio, a Petit Kids Cultural Center promove o encontro de três grandes mulheres, profissionais especializadas em primeira infância, para debater o tema “A importância do cuidado afetivo para o desenvolvimento socioemocional na primeira infância”. O evento acontece no Auditório da ACM Centro, na Rua Nestor Pestana, 147, às 9h30. O ingresso será um quilo de alimento não perecível.  

O encontro vai contar com a participação de Fernanda King, da professora doutora Ana Alexandra Caldas Osório, coordenadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, e de Lívia Branco Campos, mestre em Distúrbios do Desenvolvimento e doutoranda da disciplina.  

O evento é voltado para professores da rede básica de ensino, especialmente de creches e educação infantil, psicólogos, terapeutas especializados em primeira infância, cuidadores de bebês e profissionais da área infantil.

 

Petit Kids Cultural Center
Instagram: @escolapetitkids
contato@petitkidsculturalcenter.com.br


Aumenta preocupação com invasões de terras entre proprietários rurais

O número de invasões que ocorreram até abril de 2023, nos primeiros 100 dias do governo Lula, já superam o total de invasões em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. Proprietários podem se prevenir com ações simples. 

 

Proprietários rurais estão em estado de alerta com o crescente número de invasões de terras. Dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mostram que, em 2023, já aconteceram 13 invasões, sendo que em 2019 o total de invasões em todo o ano foram de 11. O comparativo é entre o primeiro ano do atual governo e o primeiro ano do governo anterior. Enquanto isso, parado no Congresso Nacional, um projeto de Lei garante a proteção da propriedade privada e estabelece medidas para a retirada de invasores de áreas rurais sem a necessidade de ação judicial.

Para buscar dar uma resposta aos produtores rurais, um pedido de urgência foi apresentado para que o Projeto de Lei 8262/2017 seja votado o quanto antes pela Câmara dos Deputados. O texto estabelece que, em caso de invasão ilegal de terras, o proprietário possa acionar as forças policiais para a retirada dos invasores, sem a necessidade de um mandado judicial.

“A aprovação desse projeto de lei irá garantir o respeito à propriedade privada, assim como fortalecer a economia rural, dando mais segurança jurídica para os produtores”, reforça o advogado Ivan Machiavelli, sócio fundador da MBT Advogados Associados.

Também buscando a proteção da propriedade privada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), protocolou no Supremo Tribunal Federal, pedido liminar para impedir invasões de propriedades rurais em todo o país.  Entre os pedidos está a atuação direta e imediata em caso de invasões ilegais de terras.

Segundo o advogado, em caso de claros riscos de invasão, a primeira atitude é preventiva de reforçar os meios lícitos de defesa da propriedade de modo a manter os invasores do lado de fora da porteira. Se consumada, o proprietário não deve agir por conta própria. “Deve ter em mãos a documentação da sua posse,  laudos comprovando ser área produtiva e que atende aos fins sociais a que se destina, registrar boletins policiais, atas notariais de constatação da situação no local e procurar um advogado para tratar da melhor medida para o caso (interdito, reintegração ou manutenção de posse)”, orienta. É importante também manter a propriedade bem protegida com cercas de boa qualidade que podem ser identificadas quando violadas. 

O proprietário também pode pedir o ressarcimento de danos em benfeitorias e infra estruturas, morte e sumiço de animais durante a invasão e o perdimento de plantio ou colheitas. 

 

MBT Advogados Associados Fundado em 1985 por um dos advogados pioneiros em Rondônia, Ivan Machiavelli, o escritório é especialista em casos relacionados ao direito do agronegócio, direito cooperativo e recuperação judicial e falência. Os três sócios, Ivan Machiavelli, Deolamara Bonfá e Rodrigo Totino, têm o apoio de uma banca de 12 advogados e assistentes jurídicos que são referência de profissionalismo em Ji-Paraná e Porto Velho (RO).


Latino-americanos ampliam ocasiões de compra, mas com volumes menores a cada viagem

Estudo da Kantar aponta como inflação impactou o consumo na região em 2022 

Apesar de perderem 25% do poder de compra nos últimos dois anos, principalmente por conta da inflação, consumidores da América Latina conseguiram fechar 2022 estáveis na aquisição de bens de consumo massivos (FMCG). É o que aponta o mais novo relatório Consumer Insights da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria. 

Para entender como os países contribuem com este dado, a Kantar precisou separá-los em grupos, de acordo com a expectativa econômica de cada um. Isso porque o comportamento não é idêntico em todos. 

Brasil, México e Peru se mostraram os mais resilientes, uma vez que a inflação em 2022 não passou de 5% acima da média dos últimos cinco anos. O grupo que tem o Equador como maior representante, mas também conta com América Central e Bolívia, e que costuma registrar níveis mais baixos por conta da dolarização, por sua vez, teve taxas bastante disruptivas no último ano, chegando a 4%. Já Argentina, Colômbia e Chile apresentaram inflação 10% (ou até mais) acima das médias históricas, colocando os consumidores sob pressão. 

Desta forma, é possível notar que a estabilidade de volume vista na América Latina é explicada, sobretudo, pelo crescimento ocorrido no Brasil e no México (+2,7% e +1,9%, respectivamente), enquanto os demais países tiveram retração igual ou superior a 3% em relação a 2021. 


Entendendo o cenário local 

No Brasil, esse crescimento é puxado por todas as classes, mas principalmente pela classe DE, que cresce 5,2% em unidades de 2021 para 2022, contra 3,1% da classe AB e 1,8% da classe C. A Classe C é a única que ainda não recuperou os patamares pré-pandemia, e a que mais reduziu volume durante a pandemia. 

O relatório Consumer Insights 2022 contemplou nove regiões/países: América Central (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá), Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru. A pesquisa abordou 35 mil latino-americanos entre janeiro e dezembro de 2022.


Kantar
www.kantar.com/brazil


Carga tributária recorde faz crescer a demanda por bons profissionais tributários

 

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou recentemente a estimativa da carga tributária bruta (CTB) do Governo Geral (Governo Central, Estados e Municípios) para 2022. De acordo com o órgão, a carga tributária no último ano foi de 33,71% do PIB, contra 33,05% em 2021, ou seja, um aumento de 0,65 pontos percentuais. Foi o maior resultado na série histórica do Tesouro, iniciada em 2010. Esse fato nos faz refletir sobre o importante papel dos profissionais tributários para auxiliar as empresas a, dentro da estrita legalidade, reduzir, postergar ou evitar a incidência de tributos, bem como para detectar se houve recolhimentos de tributos indevidos ou a maior, recuperando valores essenciais à manutenção da sua competitividade.

De fato, em um cenário onde empreendedores convivem com uma das maiores cargas tributárias do mundo, é muito importante que um planejamento tributário seja realizado. São estratégias, ações e estudos, dentro do que permite a legislação, que as empresas adotam para evitar a incidência, reduzir os valores e retardar o pagamento de tributos. A diminuição da carga tributária torna a empresa mais competitiva, uma vez que a economia gerada pode ser revertida na melhoria do próprio negócio, na minimização de passivos ou até mesmo em uma política de preços mais agressiva.

É importante salientar que existe uma série de fatores a serem levados em consideração, como as diversas opções de regimes de tributação, os incentivos fiscais existentes, as particularidades das legislações federal, estaduais e municipais, o volume de negócios, o porte da empresa, a situação econômica e as diversas possibilidades para recuperar e/ou reduzir tributos.

Todo planejamento tributário começa com a realização de um diagnóstico preciso, revisando as opções tributárias da empresa e os procedimentos que ela adota. É preciso levantar dados mercadológicos, analisar o atual enquadramento tributário, mapear os fluxos operacionais, administrativos, contábeis e financeiros, bem como os produtos e serviços ofertados. Na fase de diagnóstico, o importante é coletar o máximo de informações que tenham impacto direto no pagamento de tributos, de modo a embasar todas as decisões futuras a serem tomadas.

A escolha do regime de tributação é uma etapa crucial, pois uma opção equivocada faz com que os empresários paguem mais tributos e/ou assumam mais obrigações. O objetivo então é definir, analisando diversos cenários, o regime mais vantajoso para a empresa. Cada regime (Lucro Presumido, Lucro Real ou Simples Nacional) tem suas características peculiares, vantagens e desvantagens. Necessário também analisar as possibilidades de redução da carga, buscando, dentro da legislação, as vantagens tributárias que podem ser utilizadas pelo negócio e os benefícios fiscais disponíveis, como isenções, reduções de base de cálculo/alíquotas, deduções, amortizações e outras medidas dessa natureza.

Além disso, realizar uma revisão fiscal permite auditar os procedimentos relacionados à emissão de notas fiscais, escrituração fiscal, cálculo de tributos e preenchimento de obrigações acessórias, verificando se as informações prestadas estão corretas e se houve equívocos fiscais que fizeram o contribuinte pagar mais tributos do que deveria. A correção dos procedimentos equivocados irá gerar economia futura e os tributos pagos indevidamente podem ser recuperados administrativamente, injetando novos recursos na empresa.

Por fim, é preciso examinar as teses tributárias existentes e analisar a viabilidade de ingressar em juízo buscando a ilegalidade ou a inconstitucionalidade de determinadas exigências, o que, em caso de êxito, poderá evitar, reduzir ou retardar o pagamento de tributos, além de recuperar tudo o que foi pago indevidamente nos últimos cinco anos.

Percebe-se que o planejamento tributário vai muito além da escolha do melhor regime de tributação. Ele avalia a empresa como um todo, propondo um caminho mais seguro para o crescimento do empreendimento. Profissionais tributários competentes são essenciais para a construção de empresas prósperas. Afinal, a alta carga tributária brasileira exerce forte impacto sobre o preço de venda das mercadorias e prestações de serviços, e o lucro de um negócio pode aumentar ou diminuir de acordo com os procedimentos tributários adotados.

 

 

Frederico Amaral - CEO da e-Auditoria, empresa de tecnologia especializada em auditoria digital.

e-Auditoria
https://www.e-auditoria.com.br/


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