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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Detran.SP faz mutirão no Poupatempo e alerta que 121 mil condutores precisam renovar CNH

 Motorista que não regularizou o documento vencido em maio e junho de 2021 tem no próximo sábado (30) mais uma oportunidade para ficar em dia

 

Atenção! Condutores que tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida nos meses de maio e junho de 2021 e ainda não renovaram o documento, terão uma nova oportunidade no próximo sábado, dia 30 de julho. Em parceria com o Poupatempo, o Detran.SP realiza novo mutirão para a renovação da habilitação.


Foram abertas 9,2 mil vagas em todas as unidades do Detran.SP integradas ao Poupatempo. No estado de São Paulo, 121.536 condutores estão com o documento vencido e precisam regularizar a situação até o final deste mês.

 

Vale relembrar que os novos prazos para renovação da CNH foram estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que definiu um calendário para os condutores paulistas regularizarem o documento, conforme o mês de vencimento. Assim, todas as habilitações vencidas nos meses de maio e junho de 2021, deverão ser renovadas até 31 de julho de 2022. 


Para o condutor ser atendido no mutirão, o agendamento é obrigatório, e deve ser feito previamente pelos canais eletrônicos de forma gratuita – portal www.poupatempo.sp.gov.br, aplicativo Poupatempo Digital e totens de autoatendimento. 

De forma fácil e prática, o Detran.SP disponibiliza o serviço de renovação da CNH de forma online pelos portais do Departamento Estadual de Trânsito (www.detran.sp.gov.br), Poupatempo (www.poupatempo.sp.gov.br) ou pelo aplicativo do Poupatempo digital. 

Para realizar o serviço, a pessoa não pode ter nenhum bloqueio no prontuário como suspensão ou cassação do documento. Se a pessoa optar por fazer o processo de forma presencial, deve ser feito agendamento no portal do Poupatempo no posto que deseja ser atendido.

 

A punição em caso de fiscalização de trânsito para quem não regularizar o documento no prazo correto é de sete pontos na carteira, além de multa no valor de R$ 293,47.

 

"De forma segura e sem burocracia, o motorista pode regularizar a sua habilitação tanto digitalmente quanto presencialmente. O Detran.SP reforça que é fundamental que todos os condutores renovem a CNH no prazo correto. Respeitar a legislação de trânsito é uma questão de cidadania", alerta Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

  


Renovação digital: veja o passo a passo

 

A renovação da CNH pode ser feita de forma online pelo portal do Detran (www.detran.sp.gov.br), pelo portal do poupatempo.sp.gov.br ou pelo app ou do Poupatempo digital.

 

Para realizar o serviço, a pessoa não pode ter nenhum bloqueio no prontuário como suspensão ou cassação do documento. Se a pessoa optar por fazer o processo de forma presencial, deve ser feito agendamento da data no portal do Poupatempo – www.poupatempo.sp.gov.br no posto que deseja ser atendido.

Renovação das categorias C, D ou E: o primeiro passo é marcar exame toxicológico em uma das clínicas credenciadas.

 

Para o condutor que vai renovar as carteiras de habilitação categorias A e B, selecione a data e hora para exame médico com um profissional credenciado pelo Detran. No caso de profissionais que exercem atividade remunerada é necessário que se faça também o exame psicológico.

Pague a taxa de emissão do documento no valor de R$ 116,50 (que inclui o envio pelos Correios (Banco do Brasil, Bradesco, Santander e casas lotéricas).

 

A CNH no formato digital, que é válido em todo o país, é disponibilizada por meio do aplicativo da CDT (Carteira Digital de Trânsito), da Serpro (Empresa de Tecnologia da Informação do Governo Federal) disponível nos sistemas operacionais Android e iOS.

 

Serviço: 

Mutirão para renovação de CNH: acontecerá em todas as unidades do Detran.SP integradas ao Poupatempo, com 9,2 mil vagas.

Data: sábado, 30 de julho.

Horários de atendimento: habitual, de acordo com unidade escolhida e mediante agendamento prévio. Os locais e endereços podem ser consultados no portal www.poupatempo.sp.gov.br.



Eleições 2022: como o setor da economia deve olhar para os candidatos à presidência?

Muito além de promessas e discursos, é preciso analisar quais são os planos reais que vão auxiliar o Brasil a superar de vez a crise econômica


Em uma das eleições mais acirradas do Brasil e após uma crise mundial aprofundada pela pandemia e guerra na Ucrânia, o eleitor se vê dividido e o empreendedor busca alternativas para a melhora econômica. Pensando nisso, o CEO da Vallus Capital e analista econômico Caio Mastrodomenico fala sobre a importância de observar o histórico dos candidatos em relação ao que já fizeram para o país e também os planos de governo para o próximo período, de maneira fria e cuidadosa, sem se render a discursos.

“É de conhecimento de todos que o desempenho das empresas no Brasil acompanha as políticas econômicas ditadas pelo governo e, sendo assim, o empreendedor sobe e desce na montanha-russa denominada economia brasileira de maneira frequente. Digo isso porque não há um dia sequer que o empreendedor viva uma constância na arte de fazer negócios. São novas legislações, interpretações, complexos tributários infinitos e por aí vai. Mas, ainda que tenha cunho político, toda instabilidade é passiva de superação. E é nesse cenário que o empreendedor deve manter sua atenção”, comenta o especialista.

Caio explica que é preciso ter em mente as máximas já conhecidas do mercado, como manter o estoque saudável, acompanhar o fluxo de caixa e trabalhar com margem de lucro. São pilares que servem para o pequeno e médio empreendedor, mas também para a administração do país. Além disso, o empresário deve estar atento aos segmentos com quem costuma fazer negócio e mensurar os impactos que eventuais mudanças na gestão pública podem ocasionar nessas negociações. “Geralmente, empresas que prestam serviço ou fazem vendas a órgãos públicos ficam mais vulneráveis a eventuais mudanças políticas e, sendo assim, o risco dessas negociações deve ser evitado”, explica.

A fórmula mágica para lidar com períodos de instabilidade pode não existir, mas há maneiras de prever os desafios e estar preparado para eles. Princípios como austeridade, buscando reduzir gastos e expandir margens de lucro; fazer provisão financeira para possíveis perdas e aprofundar o conhecimento na gestão financeira corporativa são quase que uma obrigação para o momento em que o Brasil está passando.

Hoje, o país e o mundo passam por uma crise econômica e inflação de alimentos. Tudo isso acrescido de aumentos exponenciais nos preços dos combustíveis. Toda essa cascata de acontecimentos é também consequência de decisões tomadas durante a pandemia, em momentos emergenciais, como paralisação de produção ou auxílio em dinheiro. Qual dos dois candidatos possui um melhor plano e alinhamento político para lidar com a situação decorrente? Essa deve ser a pergunta a se fazer, com análise profunda de seus históricos de atuação e promessas para o novo período de governo.

“A opção do brasileiro é carente de nomes que poderiam engrandecer os debates e discussões durante o processo eleitoral na busca de soluções macroeconômicas para o nosso país, mas nem por isso devemos focar em escolhas puramente ideológicas e nos eximir da busca do bem maior, que é o desenvolvimento do nosso país e do nosso povo. A eleição de 2022 será um grande desafio para o desenvolvimento na nação brasileira, a manutenção da democracia e dos direitos às liberdades individuais do nosso povo”, finaliza.

 

Caio Mastrodomenico - CEO da Vallus Capital. Pós-graduado em mercado financeiro e de capitais e analista político e econômico.

 

Geração prateada e o consumo online: por que o seu e-commerce deve olhar para o público 50+?

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Especialista no desenvolvimento de tecnologias e estratégias para o segmento destaca iniciativas para potencializar a experiência do usuário e alavancar vendas entre a geração longeva


Maior expectativa de vida, mais tempo dentro das empresas, maior poder de consumo. Esses são apenas alguns fatores que tornaram os 40 os novos 20 e fizeram do público 50+, chamado de geração prateada, um dos mais importantes para as empresas. Afinal, com carreiras estabelecidas e melhor condição financeira, o público longevo tem se tornado um alvo em potencial, e começa a chegar ao e-commerce.

Em 2021, segundo pesquisa da Neotrust, o consumo dessa faixa etária nas lojas virtuais mais do que dobrou, representando um faturamento de R$ 49,5 milhões de compras online e uma participação de mercado de 18,57%.

Thais Silva, estrategista de Branding da Híbrido, consultoria especializada em tecnologias, estratégias de mídia e experiência do cliente no e-commerce, explica que alguns fatores podem potencializar as vendas das lojas virtuais junto a este público. “Quando desenvolvemos um projeto de estruturação ou potencialização do e-commerce olhamos para alguns fatores cruciais para o sucesso do empreendimento. Desenvolver uma comunicação eficiente entre redes sociais e a loja virtual e criar uma estrutura que seja amigável ao cliente, que proporcione uma experiência de navegação intuitiva é fundamental”, diz.

A Híbrido, que já realizou projetos para marcas como Queensberry, Grande Adega, Concha y Toro, Midea, Via Inox e Havan, fomenta a necessidade do e-commerce data driven para potencializar os resultados junto à geração 50+. “É fundamental entender o comportamento do seu público-alvo e, analisar os dados através de uma ferramenta de business intelligence, dará ao e-commerce mais segurança para a tomada de decisão. Através de uma gestão data-driven é possível, por exemplo, entender de que forma o consumidor se comporta, quais campos dentro da loja virtual mais o atraem e de onde o acesso originou, o que permite analisar se a estratégia de mídia tem sido assertiva”, avalia a especialista.


Por que a geração prateada tem potencial para crescimento do e-commerce?

Um estudo recente da Hype 50+ apontou que 52% das pessoas com mais de 50 anos estão dispostas a pagar mais caro por causa da qualidade do produto/serviço. Além disso, 64% são as únicas responsáveis pela tomada de decisão na hora da compra. “Temos, portanto, um público com poder aquisitivo e de decisão que impacta diretamente no resultado das empresas. Olhar para essa geração e criar oportunidades que sejam voltadas à experiência dela pode significar um alto crescimento para quem está disposto a tornar seu e-commerce mais estratégico”, finaliza a executiva da Híbrido.

 

Híbrido

www.hibrido.com.br

 

GREEN CARD – UM SONHO POSSÍVEL DE RESIDÊNCIA PERMANENTE

Conheça os diferentes tipos de vistos e como pleitear um dos 300 mil green cards disponíveis.  

 

Brasileiros que optam por continuar nos Estados Unidos após o término da validade do visto de estudante precisam se atentar a algumas regras para não ficar na mira da embaixada americana, correndo o risco de serem deportados. 

Para a brasileira Arleth Bandera, fundadora de uma agência de intercâmbio e consultora especializada em processos migratórios, a busca pelo visto permanente tem sido uma constante. “A maioria das pessoas viaja com a ideia de estudar e juntar dinheiro para retornar ao Brasil, mas acaba encontrando oportunidades que vão desde a valorização do dólar frente ao real até oportunidades de trabalho (ainda que sejam os famosos “subempregos”), e não quer mais ir embora” – revela.

Por conta disso, neste ano, o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) colocou à disposição mais de 300 mil green cards. A quantidade recorde de documentos de residência tem como principal objetivo atrair mais imigrantes qualificados para carreiras bem-sucedidas, oportunidades de emprego e investimentos no país.

Mas, se a ideia é se tornar um cidadão americano, é importante conhecer seus direitos e se atentar a alguns pontos, para não cair em uma furada. O primeiro deles é entender que há diferentes tipos de visto para entrar nos Estados Unidos. Se um brasileiro vai viajar com o visto F1 (estudante), ele não poderá trabalhar em momento nenhum, nem em trabalhos informais -  se optar por fazer isso poderá perder a permissão de permanecer e estudar nos Estados Unidos e, com isso, o sonho de se tornar um cidadão americano acaba. Apenas o visto J1 permite que o brasileiro estude e trabalhe legalmente nos EUA. 

“Para trabalhar nos EUA com um visto do tipo F uma autorização da imigração é necessária, e se trata de um processo longo, demorado e bastante complicado. Em alguns casos, a lei permite a um estudante que esteja passando por dificuldades financeiras (encontradas após a emissão do visto e o início dos estudos no país) trabalhar por meio período durante as aulas e por período integral durante as férias de verão” – alerta.

O segundo ponto é que o estudante não terá um Green Card apenas por ter estudado por um período nos Estados Unidos. “O que você pode é encontrar uma empresa que queira te contratar, por meio do seu reconhecimento acadêmico ou de contatos, e trocar o seu visto F por um do tipo H (de trabalho). Somente após essa contratação e de um tempo específico de trabalho legal no país, você poderá pensar em pleitear o seu green card” – afirma.

Além disso, existem outras maneiras de ficar legalmente nos Estados Unidos, por exemplo: o brasileiro que foi viajar com visto de turista e encontrou uma oportunidade de emprego pode solicitar a alteração de B1/B2 para H1-B. “Esse é um visto temporário e permitirá que a pessoa more e trabalhe no país enquanto ele estiver válido. Mas, se o novo emprego ainda não surgiu e a ideia é continuar nos EUA para estudar, primeiro o brasileiro deverá pedir a extensão do visto de turista (B2) enquanto a autorização e a alteração para o visto de estudante (F1) não é concluída” – revela. 

Por fim, Arleth comenta a respeito da troca de visto de trabalho para visto turismo ou estudo. “Quem viaja aos EUA a trabalho para exercer a função de Au Pair, por exemplo, entra no país com o visto J1. Ao concluir esse período, o viajante pode se matricular em um colégio ou universidade, provando que tem condições financeiras de se manter no país por mais tempo e dar início a jornada estudantil, ou então simplesmente solicitar um visto de turista para aproveitar mais um período nos Estados Unidos, viajando e curtindo” – finaliza. 

Hoje em dia, há muitas formas de permanecer nos Estados Unidos sem correr o risco de ser pego pela imigração ou deportado, deixando toda uma história para trás, de um dia para o outro. 

 

Eagle intercâmbio - startup localizada no Vale do Silício (Califórnia), sendo a primeira agência de intercâmbio feita totalmente por brasileiros na região.

www.eagleintercambio.com


Mudança da nova rotulagem nutricional começa a valer em outubro de 2022; conheça as principais alterações

Pixabay

Tecnologia garante preenchimento automático

 

As empresas do ramo alimentício têm menos três meses para se adaptar às novas regras para rotulagem nutricional que entram em vigor no dia 9 de outubro de 2022.

Na prática, foram dois anos para o ajuste, após a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 429, de 8 de outubro de 2020, que trata da rotulagem nutricional dos alimentos embalados; e da Instrução Normativa nº 75, da mesma data, que estabeleceu os requisitos técnicos para padronização desses rótulos.

Quem não estiver adaptado, ou seja, as empresas que estiverem com as informações da rotulagem incoerentes com o alimento oferecido pela marca, ou com dados enganosos, poderão ser multadas, a princípio entre R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Tais valores podem aumentar dependendo do porte da empresa, do tamanho da gravidade e da vantagem obtida com a infração.

Além da multa, quem não atender aos preceitos da medida, cuja finalidade é permitir que os consumidores possam fazer escolhas mais conscientes do que estão comprando, tornando a rotulagem nutricional de mais fácil entendimento e usabilidade, corre o risco de ter os produtos recolhidos em pontos de vendas ou até mesmo o cancelamento do registro da mercadoria.

Contudo, um grande impasse é o fato de que a mudança dos rótulos não pode ser feita antes de 9 de outubro, porque ainda prevalece a legislação atual. Então, as indústrias podem continuar disponibilizando seus produtos com a embalagem atual, e os que forem sendo produzidos devem adotar as novas regras. 

As empresas que têm a tabela nutricional fixa na embalagem também têm obstáculos pela frente. Neste caso, elas terão que fabricar novas formas de acondicionamento do alimento, o que requer tempo e dificulta a transição.

“Tudo isto demanda um planejamento de estoques, de modo a se manter uma reserva com a rotulagem antiga para os próximos três meses, e quando o prazo das novas regras estiverem se aproximando, é fundamental começar a produção com as novas etiquetas”, explica Áureo Bordignon, CEO da Golden IT, empresa de Curitiba (PR) especializada em softwares para a indústria alimentícia. “Imagino que haverá um tempo de transição até que se consuma o estoque das etiquetas antigas, mas, em casos de fiscalização, se a empresa continuar com as etiquetas fora de conformidade, sem dúvida ela será multada”.

Para atender a este dilema, na Golden IT, por exemplo, o sistema já está adequado para a geração automática das etiquetas de acordo com os novos padrões. “Os clientes estão sendo informados das mudanças e orientados sobre o planejamento da produção. Apesar de existir uma certa padronização, é exigido um ajuste fino devido às especificidades de cada cliente ou produto. Mas isto não é problema, porque nosso sistema é padronizado e permite customizações de maneira fácil e rápida”, explicou Áureo. “Para cada empresa, será desenvolvida uma nova etiqueta que entrará em produção com um simples comando do operador, quando este desejar. Com isso, além do nosso cliente expor um serviço de qualidade, ele cumpre a lei e mostra ao mercado que está capacitado. E o melhor: evita multas e problemas com os órgãos de fiscalização. Tudo isso graças às soluções tecnológicas, que otimizam o tempo e permitem que haja um investimento maior em atividades e ações que realmente agregam valor à companhia”, observa o CEO.

As soluções tecnológicas, na verdade, agilizam todo o processo de adaptação, visto que, ao passo que o tempo de ajuste é curto, as novidades são várias. Entre elas, destaque para a declaração de nutrientes que deverá conter a descrição dos açúcares totais” e “açúcares adicionados”. Além disso, também deverá ser informado na tabela nutricional o número de porções contidas na embalagem. A famosa frase “Valores diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal…” não constará mais nas tabelas nutricionais, dando lugar para a frase *Percentual de valores diários fornecidos pela porção”.

Outra mudança diz respeito à localização da tabela nutricional, bem como suas informações. Ou seja: a moda de colocá-la onde convém está com os dias contados. A partir de outubro, ela deverá ser declarada nos rótulos tanto da embalagem quanto de cada unidade de alimento nela contida. E os dados – como proteínas, gorduras totais, lactose, fibras etc. – deverão ser especificados em uma determinada ordem, através de regras de formatação intrínsecas, contando com uma padronização de cor, espessura de linha, altura, tipo de letras etc.

Contudo, na visão de Áureo Bordignon, uma das principais dificuldades no processo de ajustamento à Rotulagem Nutricional Frontal está justamente na compreensão do tal rótulo, visto que “será necessária uma avaliação cautelosa sobre os produtos comercializados, principalmente no que tange aos ingredientes que estão relacionados com as doenças crônicas não transmissíveis e aumento excessivo de peso, como açúcar, gorduras saturadas e sódio”.

De acordo com o CEO da Golden IT, como não há muito tempo para as empresas se prepararem, visto que, muitas vezes, será necessário o desenvolvimento de uma nova embalagem e a elaboração dela, a aposta certa está na tecnologia, que tem capacidade para criar os rótulos com os padrões exigidos pela legislação e com bem mais agilidade quando comparados ao sistema de papeis, à calculadora e às planilhas.

 

Novas formas de como ganhar dinheiro pela internet

Empreendedor apaixonado por inovação e tecnologia, Carlos Augusto Paiva pontua as características e vantagens dos produtos digitais mais consumidos na web

 

Com o desenvolvimento da tecnologia, transmitir conhecimento de forma organizada se tornou uma nova oportunidade de mercado, fazendo com que os infoprodutos (ou produtos digitais) ganhem ainda mais força e espaço na internet.

São formas de transmitir conhecimentos através de soluções digitais, sejam ebooks, podcasts, webinários, cursos online e até mesmo revistas digitais, gerando engajamento para a resolução de diversas carências que possam existir na sociedade.

Para Carlos Augusto Paiva, CEO da Transformar, agência de lançamento especializada em infoprodutos, os ebooks podem ser uma ótima alternativa para a captação inicial de clientes. “Por ser um livro digital, o leitor tem a possibilidade de personalizar a sua experiência com diversos ajustes de cores e tamanhos para adequar o texto a um formato que ofereça uma leitura mais confortável. Além disso, são mais baratos que uma versão física por não exigirem custos de impressão e logística, mais duráveis e o estoque é infinito”, pontua.

Quando se pensa em produtos digitais com foco em áudio, os podcasts rapidamente vem à cabeça. Eles podem trazer informações relevantes sobre determinado tema e se assemelham aos programas de rádio, mas podem ser ouvidos a qualquer momento do dia e em diferentes plataformas. “No podcast há uma liberdade maior para se discutir uma variedade de temas, já que a proposta é de que cada episódio seja dedicado a oferecer informações de grande interesse para as pessoas sobre determinados assuntos. Uma das grandes vantagens deste formato é a relação que ele consegue criar com o ouvinte em uma linguagem mais descontraída e informal. Por conta da proximidade, o público se sente mais disposto a fixar uma marca ou produto na cabeça”, relata o empresário.

Para Paiva, os webinários ou videoconferências aproximam ainda mais essa relação com os consumidores. “A interação é a palavra chave nesse tipo de abordagem, e dedicar um tempo para responder os questionamentos feitos por quem o assiste é uma ótima forma de conquistar a atenção do público. Esses formatos são fáceis de organizar e não há limitações de audiência, cuidados assim fazem com que o infoprodutor consiga alcançar mais pessoas, gerando mais leads em um tempo menor”, revela.

Por possuírem a capacidade de integrar vários atributos de outros formatos em apenas um lugar, os cursos online são um dos produtos digitais mais amplos que existem. Mas é preciso atenção para formular aulas coerentes e de fácil compreensão. “É preciso planejar bem a estrutura das aulas e as ferramentas de apoio ao aprendizado do aluno para que o conteúdo seja absorvido de forma clara. Além disso, é essencial que se crie uma comunidade ativa de pessoas que querem aprender, melhorando a experiência dos alunos e estimulando outras pessoas a buscarem esses conhecimentos”, declara o CEO da Transformar.

Pensando novamente nos leitores, as revistas eletrônicas ou as e-magazines estão cada vez mais populares. “A vantagem de se ter esse produto no meio digital é que ele tem a capacidade de atingir qualquer tipo de público, pois existe uma quantidade gigantesca de segmentos e assuntos que uma revista pode abordar”, relata.

Paiva acredita que, se desenvolvidos corretamente, os infoprodutos têm o poder de conectar as pessoas. “Quando alguém tem algo para ensinar, que possa solucionar as necessidades ou até mesmo facilitar a vida de outras pessoas, é válido transformar este conhecimento em um produto digital, passando esses conhecimentos ou valores para outros membros da sociedade”, finaliza.

 

 

Carlos Paiva - empresário e empreendedor apaixonado por inovação, tecnologia e educação. Com uma experiência de 20 anos de mercado, é especialista em gestão empresarial e CEO de duas empresas além da Transformar: a Local Datacenter, empresa especializada em serviços de internet no Rio de Janeiro e a Holding imobiliária Carlos Paiva, responsável pela compra, venda e aluguel de imóveis também na região do Vale do Aço.  Para mais informações, acesse https://agtransformar.com.br/ ou pelas redes @agtransformar

 

5 coisas que os investidores anjo querem saber antes de investir em sua startup


Nós falamos com um investidor anjo profissional sobre quais principais pontos observados na hora de investir em uma empresa nova

 

Os investidores-anjo são indivíduos com patrimônio pessoal bem estruturado que investem seu dinheiro em startups e empresas em estágio inicial para lucrar no futuro. Ao contrário dos investidores de risco, os investidores anjos financiam startups em um estágio inicial, portanto, esses investimentos não testados são mais arriscados e potencialmente mais lucrativos quando dão certo. Muitos investidores-anjo também oferecem aconselhamento e orientação, além de participações financeiras.

Uma pesquisa realizada pela Associação de Investidores Anjos do Brasil apontou que o volume de investimento-anjo no Brasil aumentou 17% em 2021, em comparação com o ano anterior, retornando aos níveis pré-pandemia. No período, os investidores-anjo brasileiros aportaram mais de R$ 1 bilhão. Atualmente, são cerca de 7,8 mil investidores desse tipo atuando no país.

 Esses investidores são frequentemente os primeiros investidores das startups que recebem estes aportes e os valores dos investimentos variam de R $50.000 até algumas dezenas de milhares e até milhões de reais dependendo do negócio em questão. Existem casos de investidores que lucraram muito dinheiro com essa modalidade. Claro que também existem casos em que as empresas não dão certo e o dinheiro é perdido, no entanto para este tipo de investidor esse tipo de perda pode acontecer e por isso costumam investir em mais de uma empresa ao mesmo tempo, como por exemplo o investidor anjo brasileiro Jonathas Freitas, que tem mais de 40 startups investidas por ele, entre elas algumas de destaque no cenário atual de tecnologia como Manycontent, Bltizpay e TouroClass. Jonathas nos ajudou a criar uma lista com cinco coisas que investidores querem saber antes de investirem em uma empresa. Veja: 

 

1. Fundador / Equipe multi-disciplinar

A equipe que trabalha por trás de uma startup é muitas vezes considerada mais importante do que a ideia ou o produto. Os investidores querem saber se a equipe tem as habilidades complementares entre si, motivação e experiência necessária para fazer o negócio crescer, mesmo sob extrema pressão em um cenário cheio de incertezas. O investidor deve decidir se será uma boa parceria trabalhar com o fundador e a equipe. Quão confiante está o investidor conhecendo toda a equipe? O CEO tem experiência e está disposto a ouvir e executar os conselhos? Quão confiável é o CEO, qual o seu track record no mercado? Envolver consultores parceiros experientes também pode ser muito benéfico nos estágios iniciais para ajudar a mostrar metodologias de performance e desenvolvimento além de unir uma equipe em estágio inicial que ainda está crescendo, mostrando os desafios normais da rotina de uma startup.

Isso demonstra comprometimento com a empresa e capacidade de agregar valor, os investidores desejam uma interação sem muitas surpresas entre os membros da equipe da startup, para garantir o sucesso a longo prazo .

 

2. Potencial de negócios e retorno

Os investidores-anjo estão à procura de negócios que sejam escaláveis, que tenham uma margem alta, com processos estruturados onde qualquer pessoa consegue trabalhar tendo performance ​​com capacidade de multiplicar seu faturamento ano após ano. Certifique-se de explicar antecipadamente por que sua empresa tem potencial para ser significativa. Evite pequenas ideias. Os investidores vão querer saber quanto do mercado você planeja capturar ao longo do tempo. O investidor deve acreditar que a oportunidade tem uma proposta de valor clara, existe um mercado grande e em crescimento e que sua solução é única e que realmente resolve uma dor do mercado! Ele deve sentir que a hora de construí-la é agora, que você e sua equipe são os únicos quem pode construí-lo, e que ele vai ganhar muito dinheiro fazendo isso. 

 

3. O que torna seu produto/serviço excelente?

Os investidores-anjo não têm medo de investir em empreendimentos de alto risco, desde que acreditem que a ideia é excelente. Primeiro, demonstre a singularidade do seu produto. Ter um Produto Mínimo Viável é importante ao lançar para os investidores anjos – ou pelo menos uma estrutura muito boa de como será quando você usar o financiamento para construir o futuro da startup.

Descreva os problemas exclusivos que o dinheiro resolve e como isso vai acontecer. 

 

4. Momento inicial positivo

Os investidores-anjo estão procurando por sinais precoces de atração do público, mídia ou clientes. As empresas que obtiverem isso provavelmente poderão obter melhores condições com os investidores. Além disso, os investidores provavelmente perguntarão como esses objetivos podem ser alcançados de forma acelerada. 

 

5. Uma estratégia de saída viável

Garanta que você tenha uma variedade de estratégias de saída sólidas pode ajudar a minimizar seus riscos e prever como eles serão pagos em eventuais problemas. Independentemente do sucesso ou fracasso do empreendimento, uma estratégia de saída oferece segurança ao investidor. Eles devem ser informados de quando podem esperar retornos e, mais importante, como podem minimizar suas perdas. Os anjos não querem investir em empresas que não podem garantir retornos.


Líder ou Gestor, entenda a diferença


Quando se fala em engajar pessoas e gerar resultados por meio delas, o que te parece mais atraente: focar em processos e indicadores a serem seguidos ou focar em relacionamentos? 

Antes de tomar uma decisão, deixe-me esclarecer as consequências da falta de cada um deles. Sem processos e indicadores, a maior chance é a de que os resultados sejam dúbios ou inexistentes ou até mesmo que a produtividade geral da equipe seja inferior ao potencial dela. Sem bons relacionamentos, não há lealdade entre o líder e o liderado, além do fenômeno global de desengajamento, em que as pessoas simplesmente não tem vontade de trabalhar. 

Dito isto, pare e reflita sobre a pergunta inicial: qual te parece mais interessante: processos ou relacionamentos? 

Caso você não tenha respondido, com firmeza, ambos, sugiro que leia este artigo com extrema atenção. 

Existe uma grande diferença entre um gestor e um líder. Um gestor é, em geral, alguém responsável por determinado resultado ou processo em uma empresa. Ao passo que um líder não necessariamente possui um título específico, mas tem seguidores e o engajamento deles. 

Agora sim, respondendo à pergunta inicial, afirmo categoricamente que ser apenas um bom líder ou um bom gestor é um tremendo erro e desperdício de potencial. 

Um gestor sem habilidades de liderança não consegue extrair o melhor de cada colaborador, pois não é capaz de engajado o time a trabalhar da melhor forma. Um líder sem habilidades de gestão, apesar de ter pessoas que se esforçam por ele, não consegue os melhores resultados, pois é incapaz de planejar, organizar e medir resultados. Portanto, idealmente, esforce-se para ser um excelente gestor e um líder cada dia melhor. 

Dito disto, não é trivial se desenvolver essas duas áreas. Existe uma infinidade de conteúdos e metodologias sobre o assunto, de forma que se torna difícil até saber por onde começar. Nesse sentido, reflita sobre os seguintes pontos, principais, sobre como alcançar a excelência na gestão e liderança.

 

Gestão:

Quando se fala em gerir, tenha em mente que estamos tratando de gerenciar processos ou projetos. Isso significa acompanhar resultados e indicadores. Isso ocorre através de ciclos sucessivos de planejamento, execução, medição de resultados e ajustes.

 

Liderança:

Liderar é a arte de engajar pessoas a fazer algo ou atingir determinado resultado.

Engajar nesse sentido está relacionado a despertar a vontade e motivação para que o time faça o que tem de ser feito por vontade própria, não somente por que foram mandados. 

Entendeu como existe uma grande diferença entre liderar e gerir? De toda forma, como você já deve ter percebido, uma boa liderança favorece uma boa gestão e vise versa. Focar somente em resultados e indicadores pode causar quebras de relacionamento no time, ao passo que focar somente em relacionamentos pode tornar a equipe acomodada e sem direção.

Ao se tornar um excelente gestor e líder, você será capaz de tracionar resultados incríveis através de seus times e será extremamente valorizado por isso. 

Engajar e gerir pessoas é uma das habilidades mais relevantes para o desenvolvimento de carreiras e negócios, torço para que, ao ler até aqui, você tenha despertado insights poderosos para acelerar sua trajetória pessoal e empresarial.

 

Valdez Monterazo - Coach Executivo, especializado em negócios, liderança e psicologia positiva. Tem cases de sucesso e promove resultados em diversos segmentos de pequenas e médias empresas. https://valdezmonterazo.com.br


FMI revisa para cima projeção de crescimento da economia brasileira

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O Fundo elevou de 0,8% para 1,7% a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas prevê desempenho mais fraco para 2023

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou de forma expressiva a estimativa para o crescimento da atividade brasileira, neste ano, apesar das dificuldades enfrentadas pela economia global. Entretanto, passou a ver desempenho mais fraco em 2023.

Na revisão das estimativas em seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira, 26/07, o FMI passou a estimar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano em 1,7%, bem acima da taxa de 0,8% calculada em abril.

Para 2023, o relatório do FMI indica que a expansão da atividade será de 1,1%, 0,3 ponto percentual a menos do que o previsto em abril.

A estimativa do FMI, no entanto, ainda está um pouco abaixo da do governo, que calcula que o PIB brasileiro deve crescer 2%, neste ano. A previsão do Ministério da Economia para 2023 é de 2,5%.

A melhora do cenário para o Brasil ajudou a impulsionar a projeção para o crescimento da América Latina e Caribe, com o FMI vendo agora aumento do PIB da região de 3% este ano, 0,5 ponto a mais do que no relatório anterior.

Mas da mesma forma, a estimativa para a América Latina e Caribe no ano que vem piorou em 0,5 ponto, para 2%.


ECONOMIA MUNDIAL

De acordo com as previsões do FMI, o crescimento do PIB global desacelerará para 3,2% em 2022, ante uma previsão de 3,6%, divulgada em abril.

O crescimento mundial se recuperou em 2021 para 6,1% depois que a pandemia da covid-19 esmagou a produção global em 2020 com contração de 3,1%.

"A perspectiva piorou significativamente desde abril. O mundo poderá em breve estar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última", disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em comunicado.

Entre os motivos que levaram o FMI a reduzir a projeção para o PIB mundial em 2022 em 0,4 ponto estão a inflação mais elevada em todo o mundo, desaceleração mais forte do que o esperado na China devido a novos surtos de covid-19 e repercussões negativas da guerra na Ucrânia.

Para a China, o fundo cortou as perspectivas de crescimento em 1,1 ponto para 2022 e em 0,5 ponto para 2023, indo respectivamente a 3,3% e 4,6%.

"Os riscos para o cenário são predominantemente negativos. A guerra na Ucrânia pode levar a uma interrupção repentina das importações de gás da Rússia pela Europa; pode ser mais difícil reduzir a inflação do que o esperado se os mercados de trabalhos estiverem mais apertados ou se as expectativas de inflação desancorarem", destacou o FMI.

  

Agência Brasil

https://dcomercio.com.br/publicacao/s/fmi-revisa-para-cima-projecao-de-crescimento-da-economia-brasileira

 

Resiliência da Floresta Amazônica cria janelas de oportunidades para regeneração passiva

Avanço da regeneração em zona ripária, com a presença de um tronco grande residual atuando na formação de poços (foto: Felipe Rossetti de Paula)

 

Em um intervalo de aproximadamente 32 anos, de 1988 a 2020, 457.474 km2 foram desmatados na Amazônia Brasileira – uma área bem maior do que a da Itália e quase igual à da Espanha. E o ritmo do desmatamento, que havia diminuído, voltou a crescer nos últimos quatro anos – principalmente em 2022.

Um dado auspicioso nesse cenário é que 120.000 km² de área desmatada, destinados principalmente à formação de pastagens e depois abandonados, voltaram a se regenerar passivamente, por meio de processos naturais.

Ao mesmo tempo que o desmatamento e a degradação das áreas remanescentes precisam ser urgentemente interrompidos, a floresta oferece janelas de resiliência que podem ser utilizadas com inteligência para promover a regeneração. O artigo “Seizing resilience windows to foster passive recovery in the forest-water interface in Amazonian lands”, recém-publicado no periódico Science of The Total Environment, forneceu informações substanciais nesse sentido.

“Existem atualmente muitas áreas sob regeneração passiva na Amazônia. E, na região que estudamos, localizada no município de Paragominas, no Estado do Pará, a floresta localizada em margens de riachos recuperou atributos estruturais [densidade de indivíduos e de dossel] a partir de 12 anos, enquanto a recuperação da área basal ocorreu em 18 anos”, diz à Agência FAPESP o pesquisador Felipe Rossetti de Paula, pós-doutorando da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e primeiro autor do estudo.

Rossetti de Paula ressalta que grande parte dessas áreas em regeneração localiza-se em beiras de corpos d’água, comumente conhecidas como zonas ciliares ou zonas ripárias. “A importância de haver florestas nas zonas ripárias se deve ao fato de os ecossistemas de riachos serem estreitos e, com isso, quase totalmente cobertos pelo dossel. Assim, os recursos alimentares que sustentam a base da cadeia alimentar nesses cursos d’água provêm de folhas, frutos e insetos que caem no meio líquido e são decompostos e utilizados por microrganismos, mais tarde consumidos por invertebrados aquáticos, que posteriormente servirão de alimentos para os peixes”, afirma.

Essa sequência caracteriza os riachos como sistemas predominantemente heterotróficos – isto é, que dependem de recursos externos. Quando as florestas ripárias são desmatadas, elimina-se o dossel, e, junto com ele, os aportes orgânicos que mantêm a heterotrofia do sistema. Este torna-se, então, autotrófico, tendo que gerar sua própria fonte de energia para a sustentação da cadeia alimentar.

Nesse ponto, o papel dos fungos decompositores na cadeia alimentar é substituído por organismos fotossintetizantes, como algas, microalgas e plantas aquáticas, que utilizam luz solar para produzir seu alimento e que depois serão consumidos por invertebrados aquáticos e assim por diante. Nesta condição, aumentos nos níveis de luz e temperaturas no sistema podem ocasionar também o crescimento exagerado de microalgas, aumentando a turbidez da água e tornando-a menos propícia para o consumo das populações locais. Além disso, estudos recentes mostraram que temperaturas elevadas da água diminuíram o crescimento de espécies nativas de peixes, menos tolerantes a esta condição.

“Com a regeneração da floresta ripária, recupera-se o dossel, e, com ele, o fornecimento de material orgânico e o controle da entrada de luz no ecossistema aquático. O sistema como um todo retorna ao status heterotrófico”, resume Rossetti de Paula.

O pesquisador enfatiza também que as grandes árvores que caem nos riachos possuem funções ecológicas altamente relevantes, como oferecer abrigos para peixes dentro de cavidades, fornecer alimentos e locais de fixação para invertebrados aquáticos e, o mais importante, represar o fluxo de água, criando pequenas piscinas naturais que são lugares de fluxo reduzido e retenção de material orgânico e nutrientes.

“Sem esses poços, a disponibilidade de recursos alimentares e nutrientes é reduzida, pois eles tendem a ser transportados mais rapidamente pelo fluxo de água. Tais piscinas também são importantes hábitats para peixes que utilizam a coluna d’água para nadar, como os lambaris”, informa Rossetti de Paula.

Portanto, o desmatamento em zonas ripárias também elimina o aporte de árvores nos riachos, e consequentemente, todas as suas funções dentro do ecossistema aquático. E, mesmo com o avanço da regeneração, a recuperação do fornecimento de árvores grandes para o riacho é mais demorada que a do fornecimento de folhas e controle da luz solar, pois as árvores demoram mais para crescer em diâmetro do que para desenvolver o dossel.

“Uma floresta jovem, com árvores de pequeno diâmetro, até irá fornecer árvores para o riacho, porém os poços formados serão pequenos e temporários, pois árvores pequenas são mais rapidamente decompostas ou mais facilmente carregadas pelo fluxo de água”, argumenta o pesquisador, que sublinha a importância de aproveitar as janelas de resiliência constituídas por riachos que ainda possuem grandes árvores tombadas em seu curso.

“A regeneração passiva possui um custo de implantação praticamente zero em comparação aos projetos de restauração convencionais, que necessitam de preparo, recuperação do solo, plantio de mudas e manejo da área para que as mudas não morram. Considerando a alta resiliência ainda presente na Amazônia, a chance de as florestas ripárias se recuperarem é muito grande”, explica Rossetti de Paula.

E afirma que muitos riachos ainda possuem árvores grandes caídas em seu interior, oferecendo abrigos e recursos para os organismos aquáticos, que constituem uma importante fonte de retenção de biodiversidade mesmo após o desmatamento. Essas oportunidades não devem ser desperdiçadas.

“Se não aproveitarmos as árvores ainda dentro do canal, estas serão decompostas e perdidas, e, quando a regeneração ripária começar, haverá uma lacuna enorme até as árvores crescerem em diâmetro e depois caírem no riacho. Nesse hiato, o riacho ficará sem muitas das funções exclusivamente providenciadas pelos troncos, o que acarretará extinções locais e perda de biodiversidade”, pondera o pesquisador.

Considerando a enorme diversidade de peixes nos riachos amazônicos, é imprescindível proteger estes ecossistemas altamente biodiversos e que também oferecem serviços ecossistêmicos para as populações locais. Nesse sentido, deve-se aproveitar ao máximo o enorme potencial de regeneração passiva destas florestas e os troncos grandes ainda presentes no riacho para acelerar a regeneração a um custo baixo e com muitos ganhos ambientais.

Rossetti de Paula destaca que em outras áreas, como as do Estado de São Paulo, a regeneração passiva pode não ser tão eficiente quanto a da Amazônia, devido ao longo histórico de desmatamento e degradação que possivelmente exauriu as fontes de regeneração natural da área.

“Em algumas áreas que estudamos no Estado de São Paulo, como as da Bacia do Rio Corumbataí e da Estação Experimental de Ciências Florestais em Itatinga, encontramos florestas ripárias com aproximadamente 32 anos de idade, apresentando valores de diâmetro de árvores bem inferiores aos das florestas regeneradas mais antigas do nosso estudo na Amazônia”, afirma.

Vale destacar também que grande parte de florestas ripárias sob regeneração está localizada em propriedades rurais e circundada por atividades agrícolas. Estas podem atuar como fontes de distúrbios, que retardem ou eventualmente impeçam a regeneração.

Para a quantificação inicial da idade da regeneração, o estudo utilizou inicialmente um mapa de regeneração provido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a partir de imagens de satélite com 30 metros de resolução, correspondente ao período de 1988 a 2010. Posteriormente, a periodização foi expandida até 1984, com imagens disponíveis na plataforma Google Engine Timelapse. “Além de expandir a periodização, isso permitiu uma melhor quantificação da idade da regeneração e também do tempo em que a área permaneceu sob pastagens antes do início da regeneração”, conta Rossetti de Paula.

O estudo foi conduzido em Paragominas, no Estado do Pará, município que possui algumas peculiaridades importantes. Desde seu estabelecimento, na década de 1960, na esteira da construção da rodovia Belém-Brasília, ele foi palco de intenso desmatamento, principalmente para extração de madeira e implantação de pastagens. No entanto, muitas áreas se tornaram rapidamente improdutivas e acabaram sendo abandonadas, o que deu início ao processo de regeneração passiva. Além disso, Paragominas embarcou recentemente em iniciativas sustentáveis, como a dos Municípios Verdes, que também contribuíram para a regeneração natural.

“Um dado importante do nosso estudo foi que ele se concentrou em uma região mais distante da sede do município de Paragominas, dentro de uma enorme área florestal sob manejo sustentável, o que também auxiliou o processo de regeneração passiva, uma vez que a proximidade das florestas do entorno aumenta as fontes de regeneração”, ressalta o pesquisador.

Os dados foram coletados entre 2014 e 2016, durante o doutorado de Rossetti de Paula na The University of British Columbia, no Canadá, com apoio da FAPESP, sob a orientação de Silvio Frosini de Barros Ferraz. Em 2018, Rossetti de Paula prosseguiu o estudo com bolsa FAPESP de pós-doutorado.

O artigo “Seizing resilience windows to foster passive recovery in the forest-water interface in Amazonian lands” pode ser acessado em https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969722015182.

  


José Tadeu Arantes
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/resiliencia-da-floresta-amazonica-cria-janelas-de-oportunidades-para-regeneracao-passiva/39216/
 

terça-feira, 26 de julho de 2022

Cerca de 48% dos idosos do DF têm problema de visão

Problema é maior entre idosos de regiões de baixa renda e gera impacto na qualidade de vida dessa população


Cerca de 48,4% da população idosa do Distrito Federal tem problema de visão, é o que revela a pesquisa “Percepção dos idosos sobre viver no Distrito Federal”, estudo realizado pelo Observatório de Políticas Públicas do Distrito Federal (ObservaDF), projeto vinculado à Universidade de Brasília (UnB), sobre a qualidade de vida dos idosos. Os dados da pesquisa também mostram que, os idosos que moram em regiões de baixa renda, são os que têm maior dificuldade para enxergar.

O estudo do ObservaDF avaliou a situação do idoso no Distrito Federal, por meio de um questionário, com cerca de 900 pessoas, com idade superior a 60 anos. Os participantes consultados na pesquisa, incluiu moradores de todas as regiões administrativas do DF. O objetivo do estudo é conhecer as percepções dos idosos sobre o viver nesse território, e sobre o acesso e a qualidade de serviços públicos voltados à essa população.

Segundo a professora e pesquisadora da UnB, Andrea Felipe Cabello, um dos pontos que se destaca na pesquisa, é a desigualdade no âmbito da saúde. “Nos chamou bastante atenção algumas disparidades em relação à saúde. Em um relatório anterior, já havíamos enfatizado que, o acesso à saúde no Distrito Federal, não é igualmente distribuído entre todas as regiões administrativas, principalmente aquelas pessoas que moram em regiões administrativas de mais baixa renda, têm acesso a serviços de pior qualidade. E isso não é diferente com os dados desse questionário”, relata. 

Uma das questões mencionadas sobre saúde, e que deixam explícitas as diferenças sociais, é o problema de visão, conta Cabello. “Muitos deles relataram dificuldade de enxergar, mas os que mais relatam essa dificuldade, moram em regiões de baixa renda, o que pode estar relacionado com a qualidade do serviço prestado”, declara.

A médica oftalmologista do CBO- Hospital dos Olhos, Maria Regina Chalita, informa que a prevalência da deficiência visual na população idosa é grande e, entre as principais causas de baixa visão no idoso, estão doenças como o glaucoma, a retinopatia diabética e a degeneração macular relacionada à idade, sendo todas elas irreversíveis. Chalita destaca que a baixa na visão tem repercussões importantes na capacidade funcional dos idosos e na sua autonomia. “Sabe-se que os idosos que enxergam melhor, sofrem menos quedas, cometem menos erros ao ingerir medicações, apresentam menor isolamento social e menos quadros depressivos, são mais independentes e têm melhor qualidade de vida”, afirma.

A oftalmologista ressalta a importância do acompanhamento médico da população idosa para obter um diagnóstico precoce de doenças. “As doenças que causam perda da visão irreversível, como o glaucoma e a retinopatia diabética, têm controle, se diagnosticadas precocemente e se iniciado tratamento adequado com acompanhamento por um médico oftalmologista. Como causa de baixa de acuidade visual reversível no idoso, temos a catarata, a qual permite a recuperação da visão após seu tratamento cirúrgico. Nos casos de perda visual irreversível, a reabilitação visual tem papel importante na qualidade de vida desta população”, esclarece. 


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