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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Porto Seguro Saúde e Porto Seguro Saúde Ocupacional explicam sintomas, diagnóstico e tratamento da dengue



Doença, assim como a zika e a chikungunya, é mais propícia para alta de casos durante o verão 


O verão chegou e com ele a preocupação sobre o aumento dos casos de dengue, zika e chikungunya aumenta. Em janeiro do ano passado, por exemplo, o país registrou aumento de 149% nos casos de dengue (quase 55 mil casos confirmados), de acordo com dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. 

Com o objetivo de alertar a população e esclarecer eventuais dúvidas sobre a doença, a Dra. Tatiana Borna Trigo, médica do Porto Seguro Saúde Ocupacional, explica o que é, quais são os sintomas, diagnósticos e tratamento da dengue.


O que é?

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti, que possui hábito diurno e se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. A doença não é contagiosa.      
                                             

Quais são os sintomas?

Muitas pessoas confundem os sintomas com a da gripe. Por isso é importante comparar e notar se os sintomas se assemelham com os descritos abaixo:

- Febre alta (39° a 40°C) de início abrupto e duração em média de 2 a 7 dias;

- Dor de cabeça;

- Dores no corpo e articulações;

- Cansaço e fraqueza;

- Dor atrás dos olhos;

- Manchas avermelhadas e coceira na pele;

- Náuseas, vômitos, perda de peso, dor abdominal, sangramento de mucosas.

Atenção para as situações de hemorragias (sangramento nasal, gengival, vaginal), manchas arroxeadas na pele. Procurar atendimento médico.


Como é diagnosticada a dengue?

A dengue é diagnosticada por meio de sintomas clínicos, exames laboratoriais (sorologia) e Prova do Laço (caso de suspeita), que se trata de um exame rápido realizado para avaliar o quadro clínico e se existe a possibilidade de a doença se tornar hemorrágica, o tipo mais perigoso da doença.


Qual é o tratamento?

Não existe um tratamento específico para a dengue. As recomendações básicas são tomar bastante líquido para a hidratação e utilizar remédios para combater a febre e a dor. Mesmo se coincidir os sintomas com os descritos acima, é de extrema importância procurar atendimento médico e não realizar automedicação. 

Outro ponto importante é não fazer uso de ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, Melhoral, etc.) e anti-inflamatórios (Diclofenaco, Voltaren, etc.), pois eles são naturalmente anticoagulantes, o que aumenta a chance de uma hemorragia.


Como é a prevenção?

Para a prevenção da dengue não existe nenhuma vacina que combate a doença. Por conta disso, é importante ficar atento a limpeza dos locais (casas, etc), utilizar roupas mais fechadas, utilizar repelentes e inseticidas, mosquiteiros e por último, mas não menos importante, evitar deixar água parada em residências, vasos, pneus, o que contribui para a proliferação do Aedes. Fique atento e previna-se contra a dengue.

Queimaduras: tipos, causas e tratamentos


A dermatologista Dra. Bárbara Carneiro fala sobre o tema

A queimadura é uma lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. Já em adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15%.

As queimaduras térmicas acontecem por fontes de calor: fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol. Já queimaduras químicas são provocadas por substância química em contato com a pele ou por meio de roupas. As queimaduras por eletricidade ocorrem ao contato com descargas elétricas.

As queimaduras podem ser classificadas como:

- 1º grau: atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local suportável, sem a formação de bolhas;

- 2º grau: atingem as camadas mais profundas da pele. Apresentam bolhas, pele avermelhada, manchada ou com coloração variável, dor, inchaço, despreendimento de camadas da pele e possível estado de choque.

Queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes.

- 3º grau: atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos ossos. Apresentam pouca ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada.


Segundo a dermatologista Dra. Bárbara Carneiro, quando ocorre uma queimadura a primeira atitude a tomar é colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, com jato suave, por, aproximadamente, dez minutos. “Compressas úmidas e frias também são indicadas. Se houver poeira ou insetos no local, mantenha a queimadura coberta com pano limpo e úmido”, fala a médica.

No caso de queimaduras em grandes extensões do corpo, por substâncias químicas ou eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos urgentes. Não toque a queimadura com as mãos, não fure as bolhas, não tente descolar tecidos grudados na pele queimada, não retire corpos estranhos ou graxa do local queimado, não coloque manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a queimadura. Somente o médico é capaz de avaliar a gravidade e determinar o tratamento adequado. 

Doença de Huntington afeta células cerebrais



Uma doença hereditária, rara, que causa a morte das células do cérebro e afeta em média uma a cada 10 mil pessoas. Essa é a Huntington, que leva o nome do primeiro médico a descrever a doença, em meados do século 19.

Sem nenhum tipo de cura, apenas tratamentos para diminuir os sintomas da doença, o cérebro é, aos poucos, degenerado devido a uma anomalia cromossômica. As decorrências desse fato são as disfunções dos movimentos, do comportamento, da capacidade de se comunicar, além de tremulações, sintomas muito parecidos com a Doença de Parkinson.

A primeira manifestação da enfermidade é a coreia, movimentos involuntários repetitivos. Mas sintomas psiquiátricos também são comuns na fase inicial, muitas vezes sendo percebidos antes do início dos sintomas motores. A porcentagem de doentes com sinais psiquiátricos, tais como baixa autoestima, sentimentos de culpa, ansiedade e apatia são relevantes. 

O gene que causa a enfermidade é de característica dominante, ou seja, a chance de um casal ter um filho afetado, mesmo que apenas um dos pais seja portador, é alta. Mas ser um portador de Huntington não significa que a pessoa automaticamente desenvolverá a enfermidade, visto que ela só passa a ter a patologia assim que demonstra os sintomas.

Apenas em 10% dos portadores do gene os sintomas são observados na juventude ou na velhice. Na grande maioria dos casos, eles aparecem entre os 25 e 45 anos. E, por ser uma doença autossômica, não tem diferenciação de ocorrência para homens e mulheres.

Porém, mesmo podendo ocorrer em qualquer pessoa, a anomalia é mais decorrente em países de predominância europeia, sendo menos comum em regiões de prevalência asiática e africana, onde sua frequência tem estimativa de 1 em cada 1 milhão de pessoas.

Pessoas que manifestam a enfermidade normalmente falecem devido a complicações que surgem por conta da doença, sendo a pneumonia a principal causa de óbito seguida do suicídio.

Em dezembro de 2017, foi feito um estudo no Centro de Doença de Huntington, da University College London (UCL), na capital inglesa. A pesquisa se resume a uma droga experimental que se mostrou capaz de retardar a progressão da doença. Porém não foi feita nenhuma publicação em revistas científicas sobre o tema, pois o processo da pesquisa ainda está em fases de testes.

O profissional indicado para o tratamento é o neurologista por atuar diretamente na região afetada pela doença, o cérebro. “Para muitas dessas doenças neurogenéticas, como a Huntington, até cinco anos atrás não havia tratamento específico. Com o avanço da ciência, alguns tratamentos já são possíveis. Isso não significa a cura, mas já é um grande passo para melhora na qualidade de vida desses pacientes”, explica o neurologista José Luiz Pedroso, coordenador do Departamento Científico de Neurogenética da Associação Paulista de Neurologia (APAN).

Os prós e contras do parto domiciliar



O número de partos domiciliares no Brasil aumentou em seis Estados brasileiros e no Distrito Federal de 2007 para 2016, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde. Embora o total de casos ainda seja pequeno – a alta mais expressiva se concentra em São Paulo, onde o número de partos foi de 1.070 para 1.960.

Segundo a Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa, e especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO; o parto domiciliar deixou de ser rotina frequente no século XX, mais expressivamente depois da Segunda Guerra Mundial. Houve uma mudança de padrões e ideias juntamente com o processo de medicalização que foi consolidado nessa época.

“Por ser o parto considerado um evento de risco potencialmente patológico e com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de mortalidade materna e infantil, preconizou-se que os partos passassem do ambiente domiciliar para o hospital. Anteriormente a isso, os partos eram realizados em casa, assistidos por parteiras que desenvolviam suas práticas com base em um saber empírico e sem fundamentos científicos, passados de geração para geração”, explica a ginecologista.



Benefícios

“O parto domiciliar tem como objetivo principal promover um nascimento mais natural e humano, em ambiente familiar, evitando intervenções que muitos julgam desnecessárias e resgatando o conceito de que o parto é um evento fisiológico. Dentre as vantagens estão a autonomia e o protagonismo da mulher, estando ela em um ambiente seguro e confiável do ponto de vista emocional, rodeada por familiares e amigos”.

Na questão das intervenções, não há episiotomia (incisão na região do períneo - área muscular entre a vagina e o ânus - para ampliar o canal de parto), analgesia, uso de medicações para indução do parto, cesariana e parto instrumental (uso de fórceps), já que são procedimentos médicos e realizados somente no hospital.



Riscos

Os riscos do parto domiciliar estão relacionados à mãe e ao bebê em caso de emergências. Quando o parto ocorre bem, sem intercorrências, o bebê pode até nascer sozinho, sem ajuda. “O problema é que nunca sabemos como irá se desenrolar um trabalho de parto. Mesmo em uma gestação de baixo risco, cujo pré-natal foi adequado, há situações imprevisíveis durante o parto que podem ser fatais”.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) defendem o parto em ambiente hospitalar, justamente por oferecer mais segurança à mãe e ao recém-nascido. Isso porque o parto domiciliar está associado a um risco duas a três vezes maior de morte neonatal quando comparado com o parto hospitalar planejado.

“Lembrando que a realidade no Brasil é bem diferente de outros países, já que o SUS não disponibiliza profissionais para realização do parto em casa, o que aumenta as chances de envolver pessoas não habilitadas”, alerta a ginecologista.



Quem pode fazer

O parto deve ser realizado por profissionais experientes e habilitados, e são indicados somente em gestações de baixo risco (quando não há patologias maternas ou fetais). A ginecologista afirma que as gestantes que optam por parto domiciliar devem ser informadas sobre os seus riscos e benefícios, e garantir transporte seguro e rápido para os hospitais mais próximos, caso seja necessário. O ideal, segundo Karina, é contar com um médico obstetra durante o trabalho de parto domiciliar, caso haja complicações.

“Há uma ampla discussão sobre esse assunto, visando estabelecer um consenso que garanta o respeito às escolhas da mulher (em acordo com as recomendações médicas) e a implementação de estratégias que melhorem e humanizem a atenção hospitalar de partos assistidos em maternidades ou centros de parto normal, garantindo uma experiência gratificante e saudável para as mulheres. É preciso também estabelecer diretrizes para a seleção adequada das candidatas ao parto domiciliar, com atendimento obstétrico seguro e de qualidade”, finaliza Karina Tafner.

Demência: Alzheimer é a causa mais frequente



Segundo o Instituto Alzheimer Brasil (IAB), há cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo. Este número praticamente irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050. Estima-se que a cada 3,2 segundos, um novo caso de demência é detectado no mundo, e a previsão é de que em 2050 haverá um novo caso a cada segundo.

Embora não seja propriamente uma causa, a idade é um fator relevante. A medida que aumenta a expectativa de vida da população, aumenta também o número de pessoas que desenvolve algum tipo de demência. A frequência varia conforme a faixa etária. Dos 65 aos 74 anos, é cerca de 3%; dos 75 aos 84, 18%; e acima de 85 anos, 47%.

“É importante lembrar que no ‘envelhecimento normal’ há perdas cognitivas progressivas, numa escala pequena e de modo muito lento, não comprometendo o cotidiano da pessoa. Há também um quadro denominado ‘transtorno cognitivo leve’ ou ‘transtorno neurocognitivo menor’ que se caracteriza por perdas cognitivas mais significativas do que o ‘envelhecimento normal’, porém, leves e graduais, não chegando a configurar um quadro de demência”, explica Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica; e Terapia Cognitivo Comportamental, ambas pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

A principal causa de demência é a doença de Alzheimer. Cerca de 50-60% dos casos decorrem do Alzheimer. Em seguida, vem a demência vascular e a demência por corpúsculos de Lewy. Menos frequentes são as demências frontotemporais e as demências causadas por traumatismo cranioencefálico, infecções e alcoolismo. Há também as demências mistas (em geral, a associação de Alzheimer e demência vascular).


Sintomas

As demências se caracterizam por uma perda da capacidade cognitiva. Segundo Elaine, há diferenças entre as manifestações clínicas, mas, de modo geral, ocorre uma perda da capacidade de raciocínio, falhas de memória de curta duração (a pessoa se lembra de fatos antigos, mas não lembra o que fez há poucas horas), e dificuldade para organizar e executar tarefas cotidianas.

“A medida que o quadro evolui, os sintomas se tornam mais intensos, havendo perda progressiva da memória, desorientação, dificuldade nas atividades cotidianas e problemas de linguagem. Esta é a evolução típica da demência na doença de Alzheimer, a mais frequente das demências”, reforça a psicóloga.


Tratamentos

Os tratamentos para as demências, especialmente Alzheimer, incluem medicamentos e abordagens de reabilitação cognitiva. “Tanto os medicamentos quanto à reabilitação têm o objetivo de retardar a progressão da demência. Não há tratamentos que possam reverter as perdas que já ocorreram. Por isso, aos primeiros sinais de prejuízo cognitivo, é fundamental buscar rapidamente o diagnóstico. Quanto antes o tratamento tiver início, melhores serão os resultados”, orienta Elaine Di Sarno.


Prevenção

Há vários fatores de risco para as demências que são imutáveis (genética ou idade, por exemplo). Outros fatores podem ser corrigidos para reduzir a chance de desenvolvimento de demência: hipertensão arterial, obesidade, perdas sensoriais (especialmente auditiva), diabetes, tabagismo, depressão, isolamento social e falta de atividade física.

Segundo a psicóloga, pessoas com maior nível educacional têm um risco menor de desenvolver demência. “Pelo fato de terem estudado mais e manterem uma estimulação intelectual ao longo da vida, desenvolvem uma ‘reserva cognitiva’, deixando o cérebro mais resiliente às perdas naturais que ocorrem com a idade. Da mesma forma que o corpo precisa de atividade para se manter bem, o cérebro precisa de estimulação para se manter ativo, com sua melhor capacidade possível”, finaliza Elaine Di Sarno.

Dor nas costas: qual é a origem?


 Neurocirurgião explica de onde surgem os incômodos e como trata-los


A possibilidade de você já ter sentido pelo menos uma vez uma dor nas costas é alta, mas uma grande parcela da população é obrigada a conviver com esse desconforto pela vida toda. Um estudo recente do Hospital das Clínicas de São Paulo apontou que um a cada quatro brasileiros tem dor nas costas regularmente.

Entender a origem dos problemas é o primeiro passo para se livrar das dores. Em geral, a dor surge na parte muscular, óssea ou articular da coluna, podendo ser de causa degenerativa, traumática ou congênita em alguns casos, mas raramente será neurológica.

O Dr. Mariano Ebram Fiore, neurocirurgião com fellowship pela Ohio State University, explica que quando um paciente tem hérnias de discos, por exemplo, ele tem então um problema que é uma degeneração na articulação da coluna. “O disco, que é um instrumento de amortecimento da articulação, pode se desgastar, sobressaindo de sua estrutura, e comprimindo um nervo próximo a ele”.

As dores ósseas podem ser causadas por traumas e as dores musculares surgem de má postura, excesso de atividades, ações exercidas com sobrepeso e ou mal executadas. “Precisamos ter muita sensibilidade para lidar com dores nas costas, pois uma ação que você executa sem ter cuidado, como levantar objetos pesados, pode acarretar num problema muscular, e a repetição disso com certeza vai causar um desgaste articular”, explica o especialista.

  
Após descobrir a origem, como seguir com os tratamentos?

Para definir um ou alguns tratamentos para dor nas costas é preciso uma análise individual, principalmente porque são muitas alternativas e variam de acordo com o caso e o paciente. “Quando fazemos o diagnóstico, não podemos olhar apenas qual é o problema e qual a sua origem e ignorar todo o resto, precisamos analisar o histórico do paciente e como o problema afeta a vida dele", esclarece Fiore.

Mas ainda assim, o médico destaca alguns métodos como o medicamentoso e o terapêutico, com o objetivo de impactar o mínimo possível a rotina do enfermo e aumentar a qualidade de vida, uma vez que muitos problemas podem ser revertidos quando descobertos em estágio inicial.

“Como a postura ou a rotina causam muitos problemas, podemos indicar fisioterapias para que sejam corrigidos antes que se torne algo mais grave e, além disso, alguns remédios podem aliviar as dores por algum tempo. Só optamos por cirurgias, imobilizações ou outros métodos mais invasivos quando entendemos que a situação atinge certo nível de gravidade”, conclui o médico.






Dr. Mariano Ebram Fiore - neurocirurgião, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), com Fellowship em Neurocirurgia pelo Hospital Beneficência Portuguesa e Fellowship em Cirurgia Craniana Minimamente Invasiva pela Ohio State University, atua em alguns dos principais hospitais de São Paulo, como o Hospital Sírio Libanês, Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Oswaldo Cruz e também nos principais Hospitais do Vale do Paraíba.
 @drmarianoebramfiore

Viagens longas podem prejudicar saúde das pernas



Confira dicas para evitar a trombose, uma das principais doenças durante essa época do ano


Após as comemorações de fim de ano, janeiro é época de descanso para boa parte dos brasileiros. Com isso, diversas pessoas pegam estrada ou viajam de avião para curtir as férias longe de casa. O problema é que esse momento também pode se tornar um vilão quando negligenciado. O longo período na mesma posição dentro de veículos é um risco para a saúde das pernas diante dos riscos de desenvolver a trombose.

Segundo o Ministério da Saúde, a cada mil brasileiros, 2 desenvolvem os sintomas mais leves da Trombose Venosa Profunda (TVP). Enquanto isso, de acordo com a Sociedade Internacional de Hemostasia e Trombose, cerca de 1 milhão de pessoas morrem todos os anos devido ao grau mais elevado do problema, conhecido como embolia.

O angiologista e cirurgião vascular, Guilherme Jonas, explica que o melhor caminho para se prevenir é através de hábitos saudáveis e vida longe do sedentarismo. “Nunca é demais repetir: bons hábitos alimentares e exercícios físicos salvam vidas. Estes são os principais aliados na prevenção de muitas doenças, entre elas, todos os transtornos ligados à saúde vascular”, destacou.


Férias

A principal causa da trombose é a falta de movimento. “Ficar parado por muito tempo faz com que o sangue não circule da maneira correta. Isso produz coágulos nas maiores veias da perna, conhecidos como trombos e causam dor e inchaço na região, podendo interferir no movimento das pernas e prejudicar, consideravelmente, a qualidade de vida do paciente”.

Exatamente por ser um período em que as pessoas ficam muito tempo paradas na mesma posição e em locais difíceis de mexer as pernas, como o assento de aviões, carros e etc, as férias são o período em que mais surgem casos de trombose. “A melhor forma de prevenir esse problema é com exercícios. Mesmo dentro do carro ou em outro veículo, faça o movimento de levantar e descer os pés a cada 20 minutos. Se possível, tente levantar um pouco. Caso esteja no avião, e se estiver viajando de carro ou ônibus, aproveite as paradas para se exercitar e fazer alongamentos”, indicou o médico.





Fonte: Guilherme Jonas, médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular). CRMMG 44020, RQE 28561, 37143. Diretor técnico da clínica Angiomais em Belo Horizonte MG.

Idosos sofrem com altas temperaturas


Com alterações naturais ocasionadas pela idade, a atenção com os idosos deve ser redobrada 
Crédito: Banco de Imagens/Pexels



Alterações corporais elevam risco de desidratação e mascaram sintomas


Com o registro de sensação térmica de até 54,8ºC em regiões do país, a atenção aos cuidados com a saúde durante o verão deve ser redobrada. Além disso, a população deve ficar de olho em quem mais sofre com as altas temperaturas: os idosos. Com alterações naturais ocasionadas pela idade, a atenção deve ser redobrada. Isso porque, de acordo com o cardiologista Luiz Antônio Bettini, professor de Medicina da Universidade Positivo, a percepção de calor após determinada idade fica alterada, o corpo desidrata, há menos suor e a temperatura corporal pode aumentar. “Idosos perdem, com o tempo, a adaptação ao calor devido a alterações dos pontos térmicos do corpo e, com isso, não percebem as grandes variações térmicas”, explica.

Outro fator importante para essa faixa etária é a perda de líquidos. “Com o passar dos anos, o sistema nervoso central diminui ou deixa de enviar para o corpo os estímulos nervosos responsáveis pela sensação de sede e pelo controle da urina – isso faz com que os idosos bebam pouca água, mesmo no verão, e urinem com bastante frequência, podendo desidratar-se sem sentir”, conta Bettini.

Para os idosos que apresentam quadros de diabetes e hipertensão, o alerta é ainda maior, já que a medicação para esses casos pode influenciar na eliminação dos líquidos. "Os idosos que sofrem de tais doenças devem procurar seus médicos nesta época do ano para remanejar o tratamento. Não dá para ingerir as mesmas doses de diuréticos e insulina que usam durante o resto do ano”, explica Bettini. 

O especialista dá algumas dicas para garantir um verão saudável:

  • Beba grande quantidade de água durante todo o dia, mesmo sem sede;
  • Procure abrigo em lugares cobertos ou em áreas que possuam ar condicionado;
  • Vista-se com roupas leves e de cor clara;
  • Evite atividades físicas e ao ar livre na parte mais quente do dia (entre 10h e 16h);
  • Use protetor solar, chapéu ou boné ao ar livre;
  • Evite ingerir cafeína e álcool, pois são bebidas que contribuem para a desidratação;
  • Se sentir cansaço, náuseas, tonturas, ou desenvolver dores de cabeça, saia imediatamente debaixo do sol, procurando abrigar-se numa sombra, local arejado e beba água.

Suplementos vitamínicos podem prejudicar o tratamento de pacientes com câncer



Estudos recentes sugerem que nenhum suplemento nutricional melhora o prognóstico ou a sobrevida do paciente oncológico. Pelo contrário, o uso de alguns deles levantou a suspeita que poderiam aumentar o risco de recorrência da doença


Muitas pessoas acreditam que o uso de suplementos faz bem ou “pelo menos mal não faz”. Errado! Principalmente, para quem trata um câncer de mama. Segundo André Dekee Sasse, oncologista CEO do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, esse é um tema recorrente na área da oncologia. “As pessoas buscam a esperança de melhora dos sintomas, da qualidade de vida e até de chances de cura do câncer em suplementos vitamínicos. E a orientação geral é contra o uso sem indicação médica, não só pelo gasto financeiro desnecessário, mas por receio de possíveis efeitos adversos ainda não identificados de forma definitiva pelos cientistas”, afirma.

De acordo com o oncologista, um estudo publicado no mês passado pelo Journal of Clinical Oncology sugere atenção no uso desenfreado desse tipo de medicação.  “Uma das teorias científicas que justificam a cautela de muitos médicos e nutricionistas em indicar a suplementação indiscriminada é a possibilidade de que os efeitos citotóxicos dos tratamentos oncológicos, como quimioterapia, por exemplo, possam ser reduzidos pela ação dos antioxidantes (ferro, vitamina B12 e ácidos graxos ômega)”, explica.  
             
O estudo em questão é um adendo a outro que testava esquemas de quimioterapia em pacientes com câncer de mama. O período de testes foi do tipo prospectivo e não-randomizado e consistia na aplicação de um questionário sobre uso de suplementos diversos antes, durante e depois do uso da quimioterapia. O objetivo era avaliar se havia relação entre o consumo de suplementos nutricionais e chance de recorrência da doença e/ou morte.

Dos 2.014 pacientes elegíveis, 1.134 completaram todos os questionários. Os pesquisadores descobriram que pacientes que tomaram suplementos no início e durante a quimioterapia tiveram 41% mais chances de ter o câncer de mama retornado do que aqueles que não tomaram.  Em relação às substâncias avaliadas, a vitamina B12 e suplementos de ferro levavam ao maior risco de retornar o câncer, disseram os pesquisadores. “As mulheres que tomavam vitamina B12 tinham 83% mais chances de sofrer um retorno da doença e 22% mais chances de morrer por causa dela do que as que não tomavam esses suplementos. Essa porcentagem subiu para 79 para aqueles que tomam suplementos de ferro. Em relação ao Ômega-3, apesar de ter havido uma relação com aumento da recidiva, a pergunta do questionário se referia a óleo de peixe, fígado de bacalhau e outros compostos que continham a substância, portanto, conclusões não puderam ser feitas com relação ao seu uso. Por fim, o uso de multivitamínicos não mostrou relação com desfechos de sobrevida”, explica Rafael Luís, também médico oncologista do Grupo SOnHe, que avaliou o estudo.

De acordo com Dr. Rafael, é importante reconhecer que o estudo, apesar de bem conduzido, tem várias limitações. “Há um pequeno número eventos, a significância estatística limitada com largos intervalos de confiança, vieses de seleção (pacientes que usam suplementos são mais velhos e têm menor adesão ao tratamento do câncer), de recordação, presença de diversos confundidores, além da possibilidade de ter havido subnotificação. Mas de qualquer forma, o tema não deve ser um alarme e sim uma sugestão para que os profissionais de saúde e os pacientes tomam cuidado com uso indiscriminado de suplementos durante o tratamento oncológico. A orientação é de sempre seguir a indicação médica e nutricional”, conclui.





André Deeke Sasse - oncologista, professor de pós-graduação na FCM-Unicamp, membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO). Fundador do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, que atua na oncologia do Hospital Vera Cruz, do Instituto do Radium e do Hospital Santa Tereza.



Rafael Luís - graduado em medicina pela Unicamp. Residência em Clínica Médica e Oncologia pela Unicamp. É mestre em Oncologia na FCM-Unicamp. Rafael faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia e atua no Hospital Vera Cruz, no Instituto Radium de Campinas e no Hospital Santa Tereza.



Grupo SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia
 www.sonhe.med.br  e nas Redes Sociais @gruposonhe.

Janeiro é dedicado a Campanha Nacional de Hanseníase





A Hanseníase ainda é carregada de estigmas. Não leva à morte, mas pode causar deformidades e incapacidades físicas irreversíveis. Ela, como muitas doenças que atingem a pele, expõe o paciente ao preconceito. 

Na Idade Média, os portadores de Hanseníase eram obrigados a carregar um sino para anunciar a própria presença. Até pouco tempo atrás, o isolamento compulsório para separar os pacientes do restante da população era prática comum no Brasil. Familiares eram separados e ficavam anos sem se ver por conta dessa política pública. 

Apesar do preconceito persistir, essas imagens não correspondem mais a abordagem atual da doença, pois o tratamento é eficaz e está disponível no SUS. Ao contrário da crença popular, ela é de baixo adoecimento, porque aproximadamente 90% da população possui resistência natural à enfermidade. A sua transmissão se dá por contato respiratório muito próximo e frequente com doentes transmissores, sem tratamento.

Diante desse cenário, era de se esperar que a doença estivesse praticamente erradicada do país, correto? A realidade, porém, é que a Hanseníase ainda faz muitas vítimas no Brasil: cerca de 30 mil casos anuais, ficando atrás somente da Índia.

Múltiplos fatores estão envolvidos nessa questão, entre eles a dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde, principalmente no Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país, levando ao diagnóstico tardio. Dessa maneira, muitos pacientes estão doentes sem saber e podem estar transmitindo a doença que, com diagnóstico e tratamento precoces, pode ser vencida.


Hanseníase: O que é Mito? O que é Verdade?

Brasil é o 2º país com maior número de casos no mundo, atrás somente da Índia, alerta a Sociedade Brasileira de Dermatologia


Janeiro é o mês dedicado a conscientização, combate e prevenção da Hanseníase. Popularmente, referida como uma enfermidade bíblica, a mais antiga da humanidade, a Hanseníase tem cura, mas ainda hoje representa um problema de saúde pública no Brasil.

Doença tropical negligenciada, infectocontagiosa de evolução crônica, se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos como dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés. É transmitida por um bacilo por meio do contato respiratório próximo e prolongado entre as pessoas. Seu diagnóstico, tratamento e cura dependem de exames clínicos minuciosos e, principalmente, da capacitação do médico. No entanto, fica o alerta: quando descoberta e tratada tardiamente, a Hanseníase pode trazer deformidades e incapacidades físicas.

No Brasil, o tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes podem se tratar em casa, com supervisão periódica nas unidades básicas de saúde. 

Para esclarecer as dúvidas sobre o assunto, a dermatologista Sandra Durães, Coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, destaca o que “MITO” e o que “VERDADE” sobre a doença:


- Hanseníase: doença tão antiga que já foi eliminada! É MITO

A Hanseníase ainda possui grande ocorrência grande no mundo e, principalmente, no Brasil.


- Pessoa de qualquer sexo, idade e classe social pode “pegar” a Hanseníase! É VERDADE

Apesar de qualquer um estar sujeito a adquirir a bactéria, 90% da população tem resistência para adoecer.


- Apenas a população de baixa renda tem Hanseníase. É MITO

Qualquer um pode ter a doença. Locais de moradia aglomerada facilitam a sua transmissão.


- A Hanseníase pode causar deformidades e incapacidades físicas! É VERDADE

Com diagnóstico e tratamentos tardios, há o risco de graves sequelas. Isso pode ser evitado com o tratamento rápido, que cura e é gratuito em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).


- É possível “pegar” Hanseníase de um animal! É MITO

A Hanseníase só é transmitida de uma pessoa que tenha a doença na forma infectante, e não tratada, para outra pessoa


A aglomeração de pessoas facilita a transmissão da Hanseníase! É VERDADE

Ambientes muito fechados e com pouca circulação de ar são locais propícios para a transmissão da doença.


Ao suspeitar dos sintomas, procure uma unidade de saúde da família mais próxima ou um dermatologista nas unidades de saúde do SUS e, também, no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Automedicação é um perigo para a saúde bucal



Uso autoprescrito de medicamentos dificulta tratamento e pode agravar doenças


Todos conhecemos, ou até mesmo somos, aqueles que montam uma farmácia particular em casa com uma variedade de remédios para dores musculares, dores de cabeça, coriza, febre, indigestão, entre outros sintomas que podem nos acometer no dia-a-dia. Mas, não atentamos para o fato de que a automedicação pode se tornar um problema sério quando vira rotina.

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), mostram que os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações em seres humanos e o segundo lugar nos registros de mortes por intoxicação. O Sistema também aponta que apenas 50% dos pacientes, em média, tomam seus remédios corretamente, ou seja, cumprem a duração e intervalo de uso de medicamentos estipulados por profissionais da saúde. 

Além de mascarar sintomas recorrentes que podem indicar alguma doença grave, o uso de medicamentos autoprescritos pode ser nocivo para a saúde bucal. De acordo com cirurgião-dentista Sidney das Neves, integrante da Câmara Técnica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), a utilização indiscriminada de antibióticos e antiinflamatórios é a mais preocupante.

Segundo ele, a automedicação para tratar uma infecção na região da boca pode resultar em graves consequências para a saúde geral. “Os processos infecciosos na região maxilofacial e cervical evoluem de maneira muito rápida, por isso, o tratamento sem um acompanhamento do cirurgião-dentista pode resultar em uma terapia ineficaz, podendo até mesmo contribuir para o agravo da condição”, informa Neves.

Usar esses medicamentos sem prescrição de um profissional qualificado também pode alterar os efeitos do uso de outro remédio que o paciente esteja utilizando, diminuindo ou anulando completamente o resultado terapêutico desejado. “Especificamente no caso dos antibióticos, o uso inadvertido, ao invés de combater de forma adequada o micro-organismo responsável pelo processo infeccioso bucal, por exemplo, poderá auxiliar na seleção de uma bactéria muito mais resistente, levando risco à pessoa”, afirma o cirurgião-dentista.

Não só a população, mas os próprios profissionais da saúde devem estar atentos ao receitar antimicrobianos. Cirurgiões-dentistas e médicos devem seguir as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselha a indicação de medicamentos que ofereçam o máximo de efeito terapêutico com o mínimo de toxicidade e de potencial de desenvolvimento de resistência microbiana.


Bisfosfonatos e os problemas maxilares

Outro tipo de medicamentos que podem vir a causar problemas para a saúde bucal são os bisfosfonatos. Os bisfosfonatos são uma classe de medicamentos que previnem a diminuição da densidade mineral óssea, geralmente usados no tratamento de osteoporose e outras doenças que causam fragilidade dos ossos, como alguns cânceres. 

Apesar de seus benefícios, esta classe de remédios coloca seus usuários em risco de uma doença dos maxilares chamada de osteonecrose bisfosfonada. A doença provoca a morte do osso pelo corte do suprimento de sangue, causando dor e dificuldade de movimento da mandíbula. 

O maior risco de desenvolvimento da osteonecrose no maxilar é a presença de focos infecciosos na gengiva ou dente de pacientes que recebem estas medicações. Por isso, é aconselhado as pessoas que realizam tratamentos com bisfosfonatos (alendronato, ibandronato, risedronato, pamidronato, clodronato e ácido zoledrônico), procurarem um cirurgião-dentista experiente ou um cirurgião bucomaxilofacial para acompanhamento e controle da saúde bucal. 





Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

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