De acordo com a pesquisa da Academia
Brasileira de Neurologia, das 2.318 pessoas entrevistadas, mais de 80% delas
sofrem com crises e dispensam o acompanhamento médico; conheça os sintomas
Divulgada recentemente, a pesquisa realizada pela
Academia Brasileira de Neurologia (ABN) aponta que a enxaqueca está cada vez
mais presente no dia a dia dos brasileiros. De acordo com o levantamento, entre
as 2.318 pessoas que foram entrevistadas, mais de 80% afirmam sofrer com crises
constantes de dores de cabeça e que, na tentativa de aliviá-las, ingerem
remédios por conta própria, sem prescrição médica.
A enxaqueca é apenas um dos diversos tipos de dores
de cabeça e, segundo a medicina, não há uma causa única para a dor, mas sim
diversos fatores que podem desencadear uma crise, desde hábitos alimentares até
exposição ao sol, por exemplo. As mulheres são as principais vítimas da doença,
principalmente na sua fase reprodutiva – neste público em particular, as causas
podem estar relacionadas às mudanças hormonais, período menstrual, uso de
anticoncepcional e gravidez.
Para a coordenadora de vendas, Rosália Meirelles, a
enxaqueca é uma antiga companheira. Desde criança sofre com fortes dores e
sempre teve sua rotina afetada pela doença, tendo que deixar de fazer atividades
comuns do dia a dia. “Ultimamente, ando tendo crises fortes, que me fazem
recusar convites de última hora, faltar no trabalho, sair mais cedo do
escritório e voltar pra casa de táxi por não conseguir dirigir, pois me falta
atenção visual e auditiva, nessas condições”, declara.
Diogo Aboud, médico neurocirurgião do Hapvida
Saúde, explica que é importante identificar se as dores correspondem realmente
a uma enxaqueca. Além disso, reforça a importância de um acompanhamento médico
para o tratamento eficiente da doença.
“Existem vários tipos de dores de cabeça e a
enxaqueca é apenas um deles. Ela é caracterizada por uma dor que lateja de um
lado do crânio, na frente ou atrás. Geralmente pode alternar. Nestes casos,
existe a aura, que é um aviso de que a enxaqueca está chegando. Ela pode ser
uma alteração visual, quando o paciente enxerga alguns ‘chuviscos’, dormência
ou fraqueza. É importante o acompanhamento médico, pois assim o médico poderá
receitar um medicamento adequado para conter a crise logo quando surgirem os
primeiros sintomas”, ressalta Aboud.
O especialista alerta que a automedicação pode
desencadear problemas sérios de saúde e, ainda, outros tipos mais graves de
dores de cabeça que são mais difíceis de tratar. “Toda medicação em longo prazo
pode trazer problemas. Se feita de modo incorreto, sem prescrição médica, é
ainda pior. A automedicação com analgésicos pode causar alterações do estômago
e do rim e, também, outro tipo de dor de cabeça causada por intoxicação de
analgésico, dificultando, desta forma, a eficácia de outros medicamentos para o
tratamento dessa segunda doença gerada”, explica.
Para a dor de cabeça constante, existem tratamentos
com o uso prolongado de remédios, como a medicação profilática, indicada para
quem sente dores mais que três vezes no mês. Terapias alternativas, como
acupuntura e o uso de toxina botulínica, também são alternativas quando os
medicamentos tradicionais indicados já não funcionam. “Mas todo e qualquer
tratamento sempre deve ser indicado e acompanhamento por um especialista”,
enfatiza Aboud.
Conheça mais sintomas da enxaqueca
- Crise de cefaleia durando de 4 a 72 horas, unilateral e pulsátil
- Náusea
- Vômitos
- Bocejos
- Irritabilidade
- Sensibilidade à luz
- Sensibilidade ao som
- Sensibilidade ao movimento do corpo ou do ambiente
- Tontura
- Fadiga
- Mudanças de apetite
- Problemas de concentração, dificuldade para encontrar as palavras