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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

59 anos sem Marilyn Monroe


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Quem diria que aquela loira simpática da pintinha no rosto seria lembrada por tanto tempo? Marilyn é memorável, nunca ganhou um Prêmio Nobel, nem foi uma estrela do rock, mas é lembrada por sua beleza, sensualidade e carisma. Já se passaram 59 anos sem Marilyn, e ainda vemos sua foto em marquises, lojas de decoração, outdoors e até comerciais. 

O que Marilyn diria se pudesse ver como sua imagem repercutiu depois de tantos anos? Ficaria orgulhosa de saber que seus cabelos loiros e seu incrível sorriso fazem sucesso até hoje? Ou ficaria decepcionada que a lembrança de seu intelecto e talento nato para atuar acabou apagada por sua própria sensualidade?

Bem, o fato é que a diva sempre quis ser eterna, e sentia que não era lembrada o suficiente. Se elogiavam seu lado sexual, é porque não levavam a sério seu talento como atriz dramática. Por outro lado, ao atuar em um drama, Marilyn não podia deixar de transparecer seu lado lânguido e quente.

Poucos sabem é que a loira ingênua e sexy que aparece nas telas trabalhou duro por muitos anos para criar uma personagem que ganhasse a paixão do público. Frequentou aulas de atuação, leu muitos livros, cursou Literatura Mundial em um intensivo de dez semanas... E de fato conseguiu se tornar uma excelente atriz dramática, e não há exagero nessa afirmação. Duvida? Repare em filmes como “Almas Desesperadas", "Torrentes de Paixão” e “Os Desajustados”. Marilyn entrega uma performance excelente em todos eles, mostrando conseguir ser uma atriz séria quando preciso.

Porém... uma atriz séria não era bem o que Hollywood queria dela. Queriam ver seu vestido levantando sobre a saída de ventilação do metrô, queriam vê-la chamando um mordomo de garçom, queriam vê-la como uma secretária bonita e ingênua chegando atrasada e se desculpando ao chefe por não ter uma boa “pontuação”.

Ser Marilyn Monroe às vezes era tão cansativo que ela por vezes pensava em desistir de tudo e simplesmente se ater às suas tarefas de esposa – sim, Marilyn amava a ideia de cuidar da casa, de ter filhos, esperar seu marido chegar do trabalho e recebê-lo com um abraço e um beijo. Ela deixou isso claro em muitas cartas e páginas de diário, afinal, amava escrever. Apesar de tudo isso, acabou cedendo aos caprichos da mídia e dos diretores e decidindo dar tudo de si como a loira gostosona que todos queriam.

Marilyn morreu aos 36.

Estava cansada. Todas as tentativas de ter filhos haviam falhado. Não tinha mais marido. Nenhum dos parceiros que tivera soube dividi-la com o mundo. Podemos dizer que, ao menos em um aspecto, ela conseguiu enfim atingir seu objetivo, talvez em um nível que jamais poderia sonhar: ter seu nome, seu sorriso, suas curvas, seu cabelo, sua pintinha e seu glamour lembrados por muitas décadas.

Para todos os efeitos, Marilyn Monroe se esforçou tanto para dar seu melhor – não para seus maridos, nem para os chefões de Hollywood, nem para o presidente – mas para seu público. Desejava o mundo tanto quanto nós a desejamos. E por todos esses 59 anos, e com certeza por pelo menos mais 59, ela foi e será... nossa.

 


Lucas Martini - professor de inglês há mais de dez anos. Descendente de italianos, viajou para a Europa em 2015 e pôde aprender bastante sobre a cultura inglesa. Amante de filmes dos anos 1940 e 1950, adora escrever contos e romances ficcionais com grandes personalidades do mundo real. O pai de Marilyn Monroe é seu primeiro livro.


Mães com Covid-19 podem amamentar seus filhos


Neste Agosto Dourado, Stephânia Laudares salienta que bebês com Covid-19 também podem ser amamentados
Getty Images


Neste Agosto Dourado, pediatra explica que a amamentação só será interrompida em casos específicos. Aleitamento materno é sempre prioridade


“O questionamento que mais recebo atualmente no consultório é se quando a mãe está com suspeita ou foi diagnosticada com Covid-19, ela pode amamentar”, conta a pediatra Stephânia Laudares (CRM 18708). A dúvida comum em seu consultório vai ao encontro da discussão proposta pelo Agosto Dourado, mês em que intensificam as campanhas para o aleitamento materno. E a resposta da médica é sempre “sim”. A mãe pode amamentar até o momento que se sentir confortável, mas é preciso tomar cuidados com a manipulação do bebê, higienização das mãos e seios além, de claro, uso de máscara.  

A especialista, que atende no Espaço Médico Ana Márcia Guimarães, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, orienta também uma consulta ao pediatra que poderá levantar as opções, como por exemplo a ordenha do leite materno. “A mãe deve lavar bem as mãos antes de qualquer procedimento com o bebê, usar a máscara em todo momento com o filho e, sempre que possível, ficar com o distanciamento de dois metros”, detalha. De acordo com ela, “estudos já foram feitos e concluíram que não há transmissão do coronavírus pelo leite materno. Assim, a amamentação deve ser estimulada sempre”.  

O tema divide muitas opiniões, principalmente entre os leigos. Recentemente, Pamella Holanda, entrevistada no programa Encontro com Fátima, disse que uma das vezes em que foi agredida pelo marido, o músico DJ Ivis, foi porque ela estava com Covid-19 e ele não queria que ela amamentasse a bebê de menos de um mês. “Todos os médicos me aconselhavam a amamentar. Ele não queria", contou na época.

 

Em progresso

Menos da metade das crianças brasileiras menores de seis meses de vida (45,7%) foram amamentadas exclusivamente com leite materno. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado pelo Ministério da Saúde, entre fevereiro de 2019 e março de 2020.Apesar do baixo índice, o Brasil registrou aumento no número de crianças de até seis meses que receberam amamentação exclusiva, já que, em 2006, esse percentual era de 37%. Após avaliação de 14.505 crianças, foi constatado que mais da metade (53%) delas continua sendo amamentada no primeiro ano. Já entre os bebês menores de quatro meses a amamentação é de 60%.  

Segundo a pesquisa, na comparação com os últimos 34 anos, houve aumento de quase 13 vezes no índice de amamentação exclusiva em crianças menores de quatro meses e de cerca de 16 vezes entre crianças menores de seis meses. O levantamento é percebido na prática. “A taxa de desmame precoce era maior antes, mas vem melhorando. Em Goiânia vejo muito a retomada da conscientização do aleitamento materno e pedido de orientação das mães sobre como amamentar por mais tempo, já que a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que é nos primeiros meses a alimentação seja exclusiva com o leite materno e até dois anos ela seja acompanhada da introdução de outros alimentos”, diz a pediatra.

 

Situação inversa

Com as novas cepas, o coronavírus tem infectado mais pessoas jovens, inclusive crianças de diversas idades e bebês. Stephânia Laudares explica que se a situação for inversa e a criança se contaminar, a amamentação também não pode parar. “Elas devem ser amamentadas e os cuidados com uma criança com Covid-19 são os mesmos de outras infecções por vírus. É preciso verificar a febre e, se for o caso, fazer uso de antitérmico, manter a hidratação e realizar lavagem nasal abundante com soro fisiológico, além do acompanhamento com pediatra”, salienta a pediatra. 

Outro ponto que reforça a importância da amamentação é a possibilidade de transmissão de anticorpos das mães vacinadas para os filhos. Uma pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo com lactantes que tomaram a Coronavac indicou a presença de anticorpos para Covid-19 no leite materno até quatro meses depois da vacinação. Já nos Estados Unidos, estudo com gestantes e lactantes que receberam as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech ou da Moderna apontou a presença de anticorpos no sangue do cordão umbilical e no leite materno das participantes.  

“Existem várias pesquisas apontando que as mães que tomaram determinadas vacinas transmitem anticorpos contra o coronavírus para os bebês, bem como alguns estudos com mães que tiveram a Covid-19 e também passaram os anticorpos aos filhos. Sendo assim, a amamentação deve ser mantida sempre, ela só será suspensa se a mãe ou a criança que estiver infectada não possuir condições clínicas para realizar o aleitamento materno”, destaca a pediatra do Órion Complex, Stephânia Laudares.


Cresce o uso de plataformas digitais para desospitalizar pacientes com Covid-19

Com a alta procura da população pelos serviços hospitalares, do pronto atendimento à internação em UTI, para tratar a Covid-19, a Dasa, maior rede de saúde integrada do país, aposta em serviços e plataformas digitais para engajar os pacientes nos cuidados de saúde para além da fronteira hospitalar.

PA Digital - Desde abril de 2020, o monitoramento dos pacientes com diagnóstico positivo para o coronavírus, mas sem indicação de internação, e que procuraram o pronto atendimento dos sete hospitais da rede Dasa (Santa Paula e 9 de Julho (SP), São Lucas e CHN (RJ), e Hospital Brasília, Águas Claras e Maternidade Brasília (DF), é feito pelo pronto atendimento digital (PA Digital). A ferramenta acompanhou um grupo com mais de 13 mil pacientes e 75% deles foi mantido em atendimento domiciliar e monitoramento digital, via telemedicina, com a equipe de coordenação de cuidados para monitoramento de sintomas e engajamento no tratamento domiciliar.

As equipes multidisciplinares do PA Digital (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros profissionais) realizam cerca de 60 mil atendimentos ao mês, via telemedicina, e essa coordenação de cuidados permite manter os pacientes em casa, sem necessidade de assistência hospitalar e de exposição a ambientes de risco para a Covid-19.

Leito Virtual – De olho na síndrome pós-Covid, a Dasa lançou em março desse ano o Leito Virtual, um serviço de monitoramento domiciliar. O programa acompanhou 320 pacientes com coronavírus internados nos Hospitais 9 de Julho e Santa Paula, ambos na capital paulista, e que foram de alta hospitalar com o monitoramento digital, que manteve 98,5% deles em atenção domiciliar, sem necessidade de reinternação. O índice de readmissão em internação hospitalar em até 30 dias, um importante indicador de qualidade e desfecho clínico, nas duas instituições caiu cerca de 50%. Até o momento, o Leito virtual liberou 224 diárias nos dois hospitais, ampliando a capacidade de atendimento à população com necessidade de internação.

Além da desospitalização, outro desafio da pandemia é ampliar a capacidade de atendimento à população. Nesse contexto, a Dasa criou um command center e usa os dados gerados pelo serviço para avaliar a evolução de cada paciente e otimizar os desfechos clínicos. A ferramenta permitiu estabelecer protocolos entre as equipes multidisciplinares (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, entre outros) para não faltar medicamentos em tempos de escassez global de insumos e, com isso, diminuir o tempo de intubação o que gerou uma economia de até 50% do uso de sedativos e anestésicos, com os mesmos resultados de sucesso de tratamento.

Monitoramento pós-Covid – Em abril, a revista científica Nature publicou um estudo conduzido pela Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, sobre as sequelas causadas pela Covid-19. Os sobreviventes apresentaram um risco 59% maior de morrer no intervalo de seis meses após a infecção e, entre os pacientes hospitalizados à época da doença, a estimativa foi maior: 29 pessoas a cada mil foram a óbito. A pesquisa avaliou dados de mais de 87 mil pacientes que tiveram a doença e 5 milhões de indivíduos saudáveis. “Estamos falando de problemas crônicos de saúde que podem durar meses e devem ser acompanhados de perto por especialistas em reabilitação e uma abordagem multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e demais profissionais”, diz Ana Elisa.

Telemedicina para acompanhar crônicos – A pandemia colocou ainda mais luz à importância de se operar por meio de um modelo de cuidado mais amplo e digital. Em média, por meio do NAV, plataforma de navegação inteligente da Dasa, são realizados cerca de 14 mil teleconsultas/mês. Dentre as especialidades, o NAV disponibiliza 14 especialidades para o acompanhamento e monitoramento de problemas como diabetes, cardiopatias e câncer, sem precisar expor os pacientes portadores de doenças crônicas a ambientes de risco para a Covid. A plataforma consolida os dados de saúde e atua com foco na prevenção.

De acordo com a médica Ana Elisa de Siqueira, diretora geral de Cuidados Integrados e Inovação Assistencial da Dasa, os resultados endossam a importância da assistência integral e da eficiência do monitoramento digital aos danos causados à saúde pelo Sars-CoV-2, que vão além do sistema respiratório e podem se tornar crônicos com distúrbios neurocognitivos, cardiovasculares, gastrointestinais e metabólicos, mal-estar generalizado, fadiga, dores musculoesqueléticas, anemia, entre outros. A especialista está à disposição para entrevistas.


Saúde mental, o tema que não quer calar, mas gritar!

Durante a pandemia, ouvimos o termo modismo quando se tratava de saúde mental, que era algo que estava sendo tratado e abordado pela experiência do momento.

Alguns chegaram até a dizer que já estava cansativo ouvir falar sobre, até por conta da comercialização que houve em cima disso.

No entanto, cada vez mais a temática “Saúde Mental” vem ocupando o seu devido lugar e vem mostrando que veio para ficar e não se trata de moda e muito menos de assunto do momento.

Saúde Mental é sobre ser humano em meio a um mundo em transformação, no qual a inteligência artificial vem ocupando seu espaço também.

E o Universo é muito sábio quando se trata de cada um ocupar o seu devido lugar para o movimento e evolução que se requer no tempo.

Então, surge, Simone Biles, ginasta quatro vezes medalhista de ouro nas Olímpiadas, e que depois de deixar a final da ginástica feminina por equipes, nas Olímpiadas de Tóquio, traz a temática Saúde Mental à tona e ainda deixa uma reflexão de presente para todos nós: “Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos e não sair e fazer o que mundo quer que façamos.”

Com esta frase e atitude dela, representou uma enorme contribuição não somente para o mundo do esporte, que lida tanto com alta performance como também para todas as realidades humanas e esferas de atuação.

Ela se colocou no lugar de humana e não de máquina. E este olhar se tornará cada vez mais importante nestes novos cenários que estamos vivenciando.

Cada vez mais estamos dizendo um basta para a síndrome do super homem ou da mulher maravilha, que pode, inclusive, nos levar a transtornos como burnout.

Um transtorno que acomete a maioria das pessoas que tem um nível de exigência e perfeição acima da média.

Talvez em outros momentos da vida ou da história, este movimento da Simone Biles fosse visto como sinal de fraqueza ou imaturidade.

No entanto, cada vez mais temos visto que o desafio de dar voz a este ser humano que possui limites, que é gente, que possui fraquezas e que busca uma forma de vida mais leve e longe de modelos e padrões que levam a pilotos automáticos exaustivos e irreais, vem ganhando espaço nesta nova era que se abre.

Além disso, há um movimento de se criar um novo mindset de que está tudo bem não dar conta de tudo e não ser o melhor em tudo, revisitando as definições de sucesso que viemos construindo nos últimos anos.

Saúde Mental tem sido a temática, no entanto, poderíamos trazer outras aqui que fazem um chamado para: não esqueçam a humanidade!

 


Daniele Costa - especialista em gestão de pessoas é mentora, palestrante e facilitadora em desenvolvimento integral humano.  Também é idealizadora da Plataforma da Vida, um portal de conteúdo e serviços voltados para autoconhecimento e gestão emocional. Formada em letras, passou pelo serviço público de Brasília e atuou 13 anos como bancária, nove deles como gestora. Além do portal, Daniele também criou o coletivo Brazilinas, que em um ano de existência desenvolveu, entre outras ações, a capacitação profissional de diversas mulheres em situação de vulnerabilidade social, trabalhando também a autoestima e incentivando a independência dessas mulheres.

https://plataformadavida.com/

Instagram: @plataformada.vida e @dani.costa.oficial


72% das brasileiras não têm acesso a um banco de leite humano em sua localidade, diz estudo

Mesmo o Brasil tendo uma das maiores redes de Banco de Leite Humano do mundo.


 

Começou ontem, 1º de agosto, a semana mundial de aleitamento materno, que vai até dia 7, e que este ano tem como tema “proteger a amamentação: uma responsabilidade compartilhada.” Além disso, o Banco de Leite Humano (BLH), tem como função promover o aleitamento materno todos os dias. E segundo a Rede Global de Bancos de Leite Humano Brasil (rBLH Brasil), o país possui a maior e mais complexa rBLH do mundo.

Porém, conforme constatou a Famivita em seu mais recente estudo, 72% das brasileiras não têm acesso a um banco de leite humano em sua proximidade. Sendo que o Distrito Federal é o estado em que mais mulheres possuem acesso a um banco de leite, com 54% das participantes. Em São Paulo, somente 30% têm acesso, e no Rio de Janeiro, o percentual cai para 28%. Já o Piauí é o estado com menor acesso a um banco de leite do país, com 16% das participantes.

Ademais, um dos objetivos desta semana tão importante, é manter a amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses de vida, conforme recomendam a OMS - Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde. Porém, 31% das brasileiras não conseguiram atingir o objetivo de amamentar seus filhos, exclusivamente por seis meses. 

E os dados por estado demonstram que o Tocantins é o estado em que mais mulheres amamentaram exclusivamente, sendo que somente 10% não conseguiram. No Rio de Janeiro, 30% das entrevistadas não atingiram esse objetivo, e em São Paulo 35%. Já o Rio Grande do Sul é o estado em que menos mulheres amamentaram exclusivamente por seis meses, com 41% das participantes.

A falta de orientação adequada na hora de amamentar pode causar alguns transtornos para as mamães, podendo causar dor, e dificultando a pega pelo bebê. Porém, é muito importante que elas não desistam, pois o leite materno tem tudo que o bebê precisa para crescer saudável. É por isso que uma consultoria de amamentação, pode fazer toda a diferença. Com ela, as mamães têm acesso a profissionais especializados e experientes, consultoria 100% online e suporte pós-consulta durante 15 dias. Tudo isso, através de um processo muito rápido, e por um custo muito mais baixo do que as fórmulas e leites especiais.


Medicamentos para tratar doenças reumáticas autoimunes diminuem a resposta de vacina contra a COVID-19

Estudo divulgado na Nature Medicine avaliou indivíduos imunizados com a CoronaVac. Com base nos resultados, pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP estão testando novas estratégias, entre elas suspender o tratamento desses pacientes uma ou duas semanas antes da vacinação (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) constataram que alguns tipos de medicamentos usados no tratamento de pacientes com doenças reumáticas autoimunes, como artrite reumatoide, são capazes de diminuir a resposta imunológica de vacinas contra a COVID-19.

No estudo, cujos resultados foram divulgados na revista Nature Medicine, foram avaliados pacientes imunizados com a CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Ainda é preciso testar se o mesmo efeito ocorre com vacinas de outros laboratórios.

Conduzida com apoio da FAPESP e da B3 – Bolsa de Valores, a pesquisa teve o objetivo de avaliar a segurança e a eficácia da CoronaVac em pacientes com nove tipos de doenças reumáticas autoimunes.

Com base nos resultados, os autores estão elaborando novas estratégias de vacinação para esses pacientes, que incluem suspender o tratamento uma ou duas semanas antes da aplicação da CoronaVac e retomá-lo após a vacinação, com o objetivo de melhorar a resposta imune.

“Observamos que algumas medicações, como glicocorticoides, além de imunossupressores, como o metotrexato e o micofenolato mofetil, e alguns biológicos diminuem a resposta imune nesses pacientes”, diz à Agência FAPESP Eloísa Bonfá, professora da FM-USP e coordenadora do estudo.

“Baseados nessa observação, começamos a estudar algumas estratégias de vacinação, como suspender a medicação com mofetil uma semana e a de metotrexato duas semanas antes da aplicação da vacina”, afirma Bonfá.

De acordo com a pesquisadora, em razão da imunidade deficiente, os pacientes imunossuprimidos – que compreendem não só os com doenças autoimunes, mas também em tratamento contra o câncer, transplantados e os que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), entre outros – apresentam alto risco de ter uma resposta diminuída às vacinas. Além disso, as doenças autoimunes reumáticas podem aumentar a propensão a tromboses.

A fim de avaliar se as vacinas contra a COVID-19 eram eficientes e seguras para essas pessoas, os pesquisadores da FM-USP acompanharam 910 pacientes adultos, atendidos no laboratório de reumatologia do Hospital das Clínicas da FM-USP, até 40 dias após receberem a segunda dose da CoronaVac.

“Os pacientes são acompanhados em centro terciário e, portanto, apresentam quadros mais graves de artrites reumatoide e psoriásica, além de espondiloartrite axial e outras doenças reumáticas autoimunes sistêmicas, como lúpus eritematoso, vasculite, síndrome de Sjögren, esclerose sistêmica, miopatias inflamatórias idiopáticas e síndrome antifosfolípide”, explica Bonfá.

As amostras de sangue dos pacientes para identificação de anticorpos contra o SARS-CoV-2 foram analisadas antes, depois de 28 dias e de seis semanas da vacinação completa com a CoronaVac. Os resultados foram comparados com os de 182 pessoas sem doenças autoimunes ou que não tomavam imunossupressores, que formaram um grupo-controle.

Os resultados das análises indicaram que o imunizante foi capaz de induzir a soroconversão para anticorpos do tipo IgG de 70,4% nos pacientes com doenças reumáticas autoimunes contra 95,5% no grupo-controle.

“Vimos uma redução da resposta imunológica nesses pacientes em comparação com o grupo-controle que consideramos moderada e está dentro dos padrões estabelecidos pela OMS [Organização Mundial de Saúde]”, afirma Bonfá.

“Uma taxa de 70,4% de resposta sorológica já é muito importante para pessoas que têm a imunidade diminuída ou que tomam medicamentos que diminuem a imunidade”, avalia.

Até dez dias após a primeira dose da imunização, quando a resposta da vacina ainda não está completa, 33 dos participantes do estudo tiveram COVID-19. E 40 dias após esse período, quando a resposta imune da vacinação já estava formada, apenas seis pacientes tiveram a doença. Somente quatro indivíduos necessitaram ser internados e não foram registrados óbitos.

Essa redução de casos de infecção entre os participantes, de 33 para apenas seis, ocorreu de forma inversa ao pico de registros de novas infecções pelo SARS-CoV-2 em São Paulo, que no mesmo período teve um aumento de 45%, ressaltou Bonfá.

“A observação de que dez dias após a segunda dose ocorreu uma redução importante de casos mostra que a vacina parece ter uma efetividade muito boa mesmo nessa população de pacientes imunossuprimidos, que é mais propensa a ter infecção”, diz a pesquisadora.

“Isso reforça a recomendação para que esses pacientes sejam vacinados”, sublinha.


Grupo prioritário

Segundo a pesquisadora, além de apresentar maior risco de contrair doenças infecciosas e evoluir para um quadro grave, os pacientes imunossuprimidos têm incidência mais elevada de comorbidades, como hipertensão e obesidade, que são fatores de risco para a COVID-19. Por isso, deveriam ter sido priorizados desde o início da campanha de vacinação contra a doença.

Além disso, os pacientes imunossuprimidos têm maior dificuldade de “limpar” o vírus do organismo em comparação com pessoas saudáveis, o que favorece o desenvolvimento de mutações.

“Priorizar a vacinação desse grupo é importante não só para eles, mas também para a população em geral, porque dessa forma é possível reduzir o risco de surgirem mutações”, afirma.

O artigo Immunogenicity and safety of the CoronaVac inactivated vaccine in patients with autoimmune rheumatic diseases: A phase 4 trial, de Ana C. Medeiros-Ribeiro, Nadia E. Aikawa, Carla G. S. Saad, Emily F. N. Yuki, Tatiana Pedrosa, Solange R. G. Fusco, Priscila T. Rojo, Rosa M. R. Pereira, Samuel K. Shinjo, Danieli C. O. Andrade, Percival D. Sampaio-Barros, Carolina T. Ribeiro, Giordano B. H. Deveza, Victor A. O. Martins, Clovis A. Silva, Marta H. Lopes, Alberto J. S. Duarte, Leila Antonangelo, Ester C. Sabino, Esper G. Kallas, Sandra G. Pasoto e Eloisa Bonfa, pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41591-021-01469-5.

 

 

Elton Alisson

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/medicamentos-para-tratar-doencas-reumaticas-autoimunes-diminuem-a-resposta-de-vacina-contra-a-covid-19/36470/


Artigo publicado na The Lancet alerta sobre síndrome respiratória associada à COVID-19 e outras infecções virais

Especialistas destacam importância do diagnóstico por meio de raios-x e tomografias


A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é uma complicação respiratória associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. Segundo artigo publicado recentemente na revista científica The Lancet1, por especialistas dos Estados Unidos e da Alemanha, em decorrência da pandemia da COVID-19, o número de casos aumentou consideravelmente desde o ano passado, o que destacou os desafios associados a síndrome, incluindo a alta mortalidade.

Identificada nas radiografias de tórax por imagens opacas em ambos os pulmões, o artigo explica que a SDRA é mais comum do que se acreditava inicialmente. Em 2016, um estudo com 459 pacientes na unidade de terapia intensiva (UTI) de 50 países apontou que 10% desses pacientes e 23% dos pacientes em ventilação mecânica se encaixavam nos critérios da doença, além de terem apresentado alta taxa de mortalidade hospitalar (35%-45%).

Com a pandemia global da COVID-19, a SDRA começou a ser mais discutida, já que muitos centros clínicos ficaram sobrecarregados com pacientes diagnosticados com a forma grave doença, ou seja, associada a SDRA, afirmam os pesquisadores Nuala J Meyer, da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia (EUA), Luciano Gattinoni, do Centro Médico da Universidade de Göttingen (AL), e Carolyn S Calfee, da Universidade da Califórnia (EUA).

Ainda segundo artigo, relatórios apontaram características únicas da síndrome quando relacionada a COVID-19, embora existam dados que sugerem semelhança com a SDRA clássica. Os relatos revelam também uma alta prevalência de trombose venosa e coagulopatia na síndrome associada ao Sars-Cov-2.

Apesar de ter sido observada redução da mortalidade associada à SDRA nos últimos anos, devido à diminuição das lesões pulmonares induzidas por ventilação mecânica, a mortalidade ainda é alta, situando-se em torno de 40%. "Neste contexto, o reconhecimento precoce por meio dos critérios clínicos e radiológicos, bem como o tratamento correto da SDRA, são essenciais para preservar a saúde dos pacientes", explica Igor Santos, médico radiologista e Superintendente de Inovação e Dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), empresa responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem na rede pública de saúde.

Para a SDRA ser diagnosticada, os problemas respiratórios, assim como anormalidades radiográficas, devem estar presentes por até 7 dias. Com a suspeita baseada nos critérios clínicos, a radiografia de tórax é o método de imagem inicial para complementar o diagnóstico. Já a tomografia de tórax pode substituir ou adicionar mais informações aos achados radiográficos, também sendo útil para quantificar o edema e o potencial recrutamento de parênquima pulmonar.

"Nela, é possível observar opacidades bilaterais consistentes com edema pulmonar, além de melhor identificar as opacidades que podem ser confundidas com a SDRA na radiolografia de tórax, como derrames pleurais isolados, atelectasias ou tumores. ", pontua o médico.

Trata-se de uma doença grave e desafiadora, com diversos fatores de risco, como pneumonia e sepse de origem não-pulmonar, seguidos pela aspiração de conteúdo gástrico, sem contar o altíssimo índice de mortalidade. Porém, o tratamento pode ajudar a reparar os danos pulmonares ou limitar a resposta do organismo à lesão, por exemplo, ao reduzir qualquer excesso de líquido que possa se acumular em volta dos pulmões lesionados, segundo artigo publicado na The Lancet.

 


FIDI

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Referências Bibliográficas

1 Nuala J Meyer, Luciano Gattinoni, Carolyn S Calfee. Acute Respiratory Distress Syndrome. The Lancet; Julho de 2021.


O papel do ovo no sistema imunológico

O organismo possui uma estrutura complexa distribuída por todo o corpo que defende as células da ação de microrganismos, toxinas, poluentes e outros e é chamado sistema imune que é composto de barreiras como a pele, secreções produzidas pelo corpo, sistemas de defesa inata e aquelas adquiridas (1).

 

Fatores como idade, estilo de vida e a genética estão relacionados com o sistema imune. Assim, o desenvolvimento de doenças está associado a condição do corpo de responder as alterações orgânicas.

 

Nutrientes como vitaminas A, D, E, K, Zinco, selênio, magnésio, manganês e outros participam da manutenção do sistema imune e a alimentação pode influenciar neste equilíbrio. O ovo é um alimento muito interessante porque possui estes e outros nutrientes importantes que colaboram para a melhoria do sistema imune.

 

A vitamina A já é reconhecida pelo seu papel na visão, atua também na integridade da pele, atua na melhora da resposta imune, desenvolvimento ósseo e crescimento.

 

 A vitamina D é outro nutriente já reconhecido na função de mineralização óssea auxiliando na deposição de cálcio, crescimento, crescimento e diferenciação de células do sistema imune.

 

A vitamina E possui função antioxidante, preserva a integridade das membranas, preserva gorduras e atua na inibição da agregação plaquetária. A vitamina E é obtida através da alimentação. 

 

A vitamina K está relacionada a redução de processos inflamatórios pela ação antioxidante.  Estas Vitaminas A, D, E, K estão presentes no ovo e são facilmente absorvidas, pois circulam apenas na presença de gorduras e o ovo possui 4,5g de gordura por unidade. 

 

Em relação aos minerais, o Zinco é fundamental para organismo e possui função antioxidante, além de participar de crescimento celular, fertilidade e reprodução e participa da melhora da função imune. A deficiência de zinco em idosos está relacionada a redução da resposta imune. 

 

O selênio atua no sistema de defesa combatendo radicais livres. Participa do crescimento, tem ação na tireoide através da regulação e produção dos hormônios tireoidianos, enquanto o magnésio participa de inúmeras reações químicas no organismo que controlam todo o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, fundamental para a transmissão do impulso nervoso e batimento cardíaco e ainda ação antioxidante.

 

O manganês é outro mineral traço que participa de várias reações enzimáticas com ação antioxidante e está associado ao cálcio, vitamina D para a formação de células ósseas.  Estes minerais, além de ferro, cálcio, fosforo, potássio estão presentes no ovo.

 

A Glutamina é um aminoácido livre e está presente em grande quantidade no plasma e tecido muscular. Como pode ser produzido pelo organismo, é considerado um aminoácido não essencial; No entanto, existem alguns casos, como traumas e cirurgias em que a glutamina endógena parece não atender a demanda do organismo (2); 

 

Estudos mostram que a glutamina desempenha função importante na integridade da mucosa intestinal com a promoção da proliferação de células chamadas enterócitos e estas podem melhorar a função barreira, que vai atuar no sistema imune. Além disso, a glutamina participa de reações bioquímicas com manutenção do equilíbrio acido/ básico, transporte de amônia entre os tecidos. (3)

 

O ovo é um dos alimentos que contém ácido glutâmico, cerca de 133 mg e é convertido em glutamina; além disso, todos os aminoácidos essenciais fazem parte do ovo e por isso é considerado fonte de proteína e é considerado um alimento referência. A proteína tem uma participação efetiva na melhora do sistema imune e o ovo rico em proteínas, vitaminas, carotenoides e minerais é um ótimo alimento para ser consumido diariamente, afinal o ovo é um alimento pratico, saboroso e saudável.

 

 


Referencias:

1-      ILSI EUROPE CONCISE MONOGRAPH SERIES – nutrição e imunidade no homem

2-     Waitzberg,Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clinica/ 5º ed Rio de Janeiro: Atheneu,2017.

3-     Glutamina: Aspectos Bioquímicos, Metabólicos, Moleculares e Suplementação – Rev. Bras Med Esporte – Vol. 15, No 5.


Lei que torna o teste da orelhinha obrigatório completa 11 anos de prevenção a doenças auditivas em recém-nascidos

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Especialista do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia alerta para a importância do exame no desenvolvimento das crianças



Rápido, indolor e muito necessário. O exame de emissões otoacústicas ou "teste da orelhinha", como é popularmente conhecido, é uma triagem neonatal auditiva capaz de detectar problemas de audição em recém-nascidos e proteger este, que é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento e comunicação.

A otorrinolaringologista Dra. Renata Christofe Garrafa, do Hospital Paulista, celebra a importância da Lei Federal 12.303, de 2 de agosto de 2010, que completa 11 anos de existência em 2021 e torna obrigatória a realização do teste ainda na maternidade.

"Mesmo crianças sem risco conhecido podem apresentar algum grau de perda de audição. Por isso, o teste da orelhinha deve ser realizado em todos os recém-nascidos ainda no primeiro mês de vida, para, no caso de alguma deficiência, ela seja tratada o mais precocemente possível", explica.

De acordo com a médica, um teste alterado pode significar perdas auditivas de diferentes causas e intensidades, capazes de trazer prejuízos para o desenvolvimento da criança. "E a lei garante que todos tenham acesso ao exame. Isso é de extrema importância, visto a diversidade e a desigualdade existentes em nosso país", complementa a especialista.

Formada em torno do quinto mês de gestação, a audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento das crianças, já que, por meio deste sentido, elas ouvem a voz da mãe e os sons emitidos por ela.

Crianças que não passam pelo teste da orelhinha, e são portadoras de perda auditiva, podem ter seu desenvolvimento comprometido. Entre os danos que os problemas podem trazer, caso o tratamento não seja realizado precocemente, a médica destaca dificuldades de aprendizagem e compreensão, além de prejuízo na fala e na interação social.


Como é feito o teste da orelhinha?

Simples e prático, o teste da orelhinha pode ser realizado enquanto o bebê dorme, sem dor ou qualquer desconforto ao recém-nascido. O exame é realizado por meio da inserção de um minúsculo sensor dentro do canal auditivo, capaz de captar a resposta das células ciliadas externas da cóclea. Essas células participam da captação e da amplificação do som.

A realização do teste deve acontecer ainda nos primeiros 30 dias de vida e sua obrigatoriedade se deve ao fato de que, quanto antes for iniciado um tratamento, melhor será o desenvolvimento global da criança.

Caso o exame detecte a existência de algum problema ou perda auditiva, o bebê é encaminhado para um serviço de diagnóstico, onde são realizados avaliação otorrinolaringológica e exames complementares.


Teste falho

De acordo com a Dra. Renata, logo após o nascimento, a criança pode apresentar vérnix - líquido residual do parto - no conduto auditivo externo, o canal da orelha, prejudicando a leitura do exame. Nestas situações, o bebê deve realizar novo teste após 30 dias de vida.

A médica explica que crianças com risco conhecido de surdez ou que apresentem uma nova falha nas de emissões otoacústicas são encaminhadas para a realização de outro teste, o BERA, também conhecido como PEATE (Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico), que avalia de forma mais completa todo o sistema auditivo. Assim como o teste da orelhinha, ele também é completamente indolor.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


SUS disponibiliza nova opção de tratamento para hemofilia A

Alternativa é indicada para pacientes com inibidores do fator VIII refratários à terapia de imunotolerância

Um grupo de pacientes com hemofilia A, terá uma nova opção de tratamento na rede pública de saúde, a terapia emicizumabe. O Ministério da Saúde finalizará as tratativas para o fornecimento do medicamento, em continuidade à decisão de incorporar a indicação ao Sistema Único de Saúde, publicada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde no Diário Oficial da União.

A hemofilia A é uma doença que atinge cerca de 11 mil pessoas no Brasil, segundo dados de 2019 do Perfil das Coagulopatias Hereditárias no Brasil. Trata-se de uma doença rara e genética, caracterizada pela deficiência ou anormalidade do fator VIII da coagulação.

Até então, apenas os concentrados de fator VIII de origem plasmática e recombinante faziam parte das tecnologias ofertadas pelo SUS para o tratamento de pacientes com hemofilia A, juntamente com a indução de imunotolerância (ITI), terapia padrão recomendada para pacientes que apresentam inibidores ao fator na tentativa de dessensibilizar o paciente. Entretanto, 30% deles falham a ITI e alguns não possuem indicação para essa terapia por diversas razões, deixando-os sem alternativa terapêutica.

É esse cenário que a nova incorporação pretende mudar. O anticorpo terapêutico, que possui longa duração no organismo permite uma aplicação subcutânea a cada quatro semanas, recentemente incorporado reduz em 96% o índice de sangramento em pacientes sem inibidores e em 68% a taxa anual de sangramentos, por ser capaz de "imitar" a ação do fator de coagulação VIII sem ser bloqueado pelos inibidores, conforme publicado no estudo HAVEN 1.

O tratamento é indicado para aumentar a qualidade de vida de todas as pessoas com Hemofilia A. Vale ressaltar que o medicamento requer prescrição médica e que a relação de risco e benefício deve ser avaliada pelo profissional de saúde de acordo com o perfil e necessidade de cada paciente. É contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida a emicizumabe ou qualquer um de seus componentes.

 


Roche

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Referencial

• Emicizumabe para tratamento de indivíduos com hemofilia A e inibidores ao fator VIII refratários ao tratamento de imunotolerância: https://conitec.gov.br/images/Relatorios/2019/Relatorio_Emicizumabe_HemofiliaA_Inibidores.pdf

• Portaria STIE N. 62, de 26 de novembro de 2019: https://www.conass.org.br/conass-informa-n-185-publicada-a-portaria-sctie-n-62-que-torna-publica-a-decisao-de-incorporar-o-emicizumabe-para-tratamento-de-individuos-com-hemofilia-a-e-inibidores-ao-fator-viii-refrat/

• Remédio moderno para hemofilia agora pode ser aplicado em mais pacientes: https://saude.abril.com.br./medicina/remedio-moderno-para-hemofilia-agora-pode-ser-aplicado-em-mais-pacientes/

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