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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Covid-19: Idosos são as maiores vítimas letais no Brasil


No próximo domingo, dia 26/07, é comemorado Dia do Avós. Cardiologista do Hospital Materdei reitera: "Não é hora de relaxar com os cuidados com nossos idosos"


No país, pessoas com mais de 60 anos representam 71,4% das mortes por Covid-19. Os que tinham pelo menos 1 fator de risco são de todas as vítimas. As estatísticas de casos escondem grande subnotificação, como já reconheceu o Ministério da Saúde. Os riscos são maiores, sobretudo, se tiverem diabetes, hipertensão ou problemas respiratórios, cardiológicos, renais ou neurológicos, além de indivíduos em tratamento de câncer.

De acordo com o membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e médico do Departamento de cardiologia da Rede MaterDei e do Hospital Belo Horizonte, Dr. Augusto Vilela, já são quatro meses de distanciamento social e é natural que as pessoas estejam cansadas, mas não é hora de relaxar: “Nesse sentido é preciso que toda a família faça a sua parte. Especialmente aqueles que precisam se expor ao risco de trazer da rua o vírus para os idosos que estão em casa”, orienta.

O médico ressalta os cuidados que precisam ser redobrados, para os idosos e as pessoas que estão em contato com eles. Confira abaixo: 

- Disponibilizar dispensadores com álcool em casa, para ser usado por quem chega da rua;

- Reforçar a etiqueta respiratória - Para quem chega, usar máscara e manter o distanciamento, mesmo dentro de casa. 

- Sempre que possível, manter os ambientes ventilados naturalmente (portas e/ou janelas abertas);

- Reforçar os procedimentos de higiene e desinfecção de utensílios, equipamentos e ambientes de convivência;

- Atualizar a situação vacinal para influenza e doença pneumocócica conforme indicação do médico

- Restringir o uso de utensílios compartilhados como: copos, xícaras, garrafas de água, etc;

- Restringir o contato de visitantes com febre e sintomas respiratórios



Em tempos de pandemia, é preciso redobrar a atenção para evitar acidentes e traumas oculares em casa



Com a volta às aulas ainda indefinida e as crianças passando muito tempo em casa, é muito importante ter alguns cuidados e a certeza que o ambiente está seguro e adequado para a garotada. Afinal, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a maior parte dos acidentes com crianças acontece no próprio lar. Introdução de objetos pontiagudos nos olhos, arranhões de animais domésticos e queimadura por produtos químicos são alguns dos riscos que podem causar traumas oculares em crianças. E agora, com a pandemia e o uso frequente do álcool em gel, normalmente sempre à mão na casa para a rápida higienização, é mais um produto que merece atenção.


Conheça os principais cuidados para prevenir acidentes capazes de causar traumas oculares:
  • Manter produtos de limpeza, perfumes, tintas e outras substâncias químicas longe do alcance das crianças. O mesmo vale para o álcool em gel, muito usado atualmente. E ao acionar a válvula dos produtos, assegure que seu rosto ou das crianças não esteja próximo ao frasco do produto, sob o risco de “espirrar” a substância nos olhos.
  • Deixar o cabo da panela virado para dentro do fogão, evitando o fácil acesso de crianças e, consequentemente, de queimaduras térmicas oculares.
  • Não presentear as crianças com brinquedos ou objetos pontiagudos: estilingues, canivetes ou acessórios com pontas. Essa medida reduz o risco de perfuração ocular.
  • Antes de comprar uma planta nova, verifique se ela não é venenosa e apresenta perigo para os pequenos em caso de ingestão ou contato com os olhos.
  • As crianças devem ser orientadas a tomar cuidado com aves e animais domésticos, que podem bicar, arranhar e morder.
  • Sempre que possível, supervisionar as crianças durante os jogos e brincadeiras. Ensinar as crianças a brincar e jogar com segurança, e ainda a ter consciência da possibilidade de lesões oculares.
  • As crianças devem ser orientadas a não coçar os olhos repetidamente, pois coçar muito pode facilitar o aparecimento de infecções e do ceratocone, doença degenerativa da córnea. Isso causa um astigmatismo irregular, levando a graves dificuldades de visão, sem cura.
  • Em casa ou na escola, os responsáveis devem ficar atentos a objetos pontiagudos, como lápis e tesoura, mesmo sem pontas, pois têm grande potencial de acidentes.

Conscientização

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que cerca de 55 milhões de traumas oculares ocorrem a cada ano e restringem as atividades dos pacientes por mais de um dia. Cerca de 40% desses casos ocorrem na infância, sendo a maioria deles registrados em meninos. “De acordo com a literatura mundial sobre o tema, a maioria dos acidentes ocorre dentro de casa. A conscientização dos pais e a supervisão do adulto são as medidas mais importantes para evitar a exposição de crianças a objetos, produtos e situações que possam representar algum problema à saúde”, afirma o Dr. Alan Barreira, oftalmologista do HCLOE, empresa do Grupo Opty em São Paulo.

A maior parte dos traumas oculares acontecem com crianças entre 2 a 6 anos, consequência do sistema motor ainda em desenvolvimento, do senso de risco limitado e da curiosidade infantil natural mais aparente nessa faixa etária, de acordo com o oftalmologista. Por outro lado, as lesões com maior perda visual são mais frequentemente relatadas após os 6 anos de idade. A abrasão corneana causada por madeira, pedra, bola, chave, lápis e caneta é a causa de trauma ocular mais comum na infância, segundo estudos publicados no País.

Conforme observa o especialista do HCLOE, as implicações dos traumas oculares vão desde dor e olho vermelho por uma abrasão corneana, até a formação de úlcera de córnea, catarata e a necessidade de evisceração do globo ocular, ou seja, a extração do conteúdo do globo ocular (íris, humor vítreo), em casos de perfuração do olho, o que demonstra a importância da prevenção.


O que fazer em caso de acidente?

Após um acidente ocular, de acordo com o oftalmologista do Grupo Opty, a primeira e mais importante medida de socorro é lavar os olhos com água limpa em abundância, antes de procurar um oftalmologista para assegurar que está tudo bem com a visão. A única exceção ao procedimento é quando há perfuração ocular: nesse caso, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro mais próximo. Evite a compressão do globo ocular até a avaliação da lesão provocada pelo acidente. Por isso, é recomendável levar a criança para ser avaliada por um oftalmologista que possui os equipamentos e os recursos necessários para um adequado exame dos olhos em casos de emergência.



Opty


De olho nas mitocôndrias: o que elas podem dizer sobre o futuro da sua saúde


Prevenção de doenças degenerativas e do envelhecimento precoce está intimamente ligada ao DNA mitocondrial


A palavra “mitocôndria” não é muito familiar no dia a dia de quem não trabalha na área da saúde, e costuma remeter às aulas de Biologia, nos tempos de escola, quando estudamos as células de diversos seres vivos. Mas a verdade é que cuidar da saúde dessas pequenas estruturas celulares pode ser a chave para ter uma vida longa, com mais disposição e livre de doenças degenerativas. “A mitocôndria é a principal organela no interior de nossas células e atua como uma espécie de usina, gerando energia para todo o corpo”, explica o endocrinologista Guilherme Renke, consultor da Via Farma. De acordo com o especialista, há algo de curioso sobre essa organela – e isso a tornou alvo de inúmeros estudos nos últimos anos. “As mitocôndrias possuem um DNA próprio, herdado apenas da mãe e totalmente diferente do nosso DNA propriamente dito”, diz.

Acredita-se que essa independência entre o DNA mitocondrial e aquele encontrado no núcleo celular seja fruto de uma evolução que começou há milhões de anos, quando as células de mamíferos se combinaram a uma bactéria marinha capaz de gerar energia por meio do oxigênio. Essas bactérias, antes chamadas de bioblastos, hoje são as mitocôndrias que conhecemos. Elas são encarregadas de gerar mais de 90% de toda a energia gasta no organismo e estão presentes em grande quantidade nas partes do corpo que mais precisam de combustível para funcionar: cérebro, músculos e coração.

Na prática, quanto mais mitocôndrias saudáveis no organismo, melhor. Quando os músculos dispõem de grande quantidade de mitocôndrias funcionais, por exemplo, maior é a potência metabólica e também o gasto de energia durante os exercícios físicos. Mas não é só isso: mitocôndrias saudáveis significam mais disposição e chances menores de envelhecer precocemente e sofrer de doenças degenerativas, como o câncer, Alzheimer e Parkinson, entre outros distúrbios. “Um dos fenômenos mais estudados nos últimos tempos é justamente o declínio da função mitocondrial com o avanço da idade, o que leva à diminuição da vitalidade celular, com menor produção de energia”, explica Renke.  


Como cuidar das mitocôndrias?

Além da idade, fatores ambientais também têm um papel significativo no declínio da saúde mitocondrial. “O estresse crônico e a exposição à poluição, além da má alimentação, alcoolismo e tabagismo, por exemplo, estão entre os hábitos mais prejudiciais à saúde das mitocôndrias”, afirma a nutricionista Claudia Luz, do Departamento de Inovação da Via Farma. De acordo com a especialista, é possível prevenir o desgaste precoce dessas organelas por meio da alimentação. “É importante que a dieta seja o mais natural possível, com baixa ingestão de açúcar e rica em gorduras boas, que ajudam a potencializar a função mitocondrial. As proteínas de qualidade, minerais (especialmente o magnésio) e Vitaminas A e D também são importantes nesse sentido”, elenca Claudia.

Mas não é apenas a alimentação que conta para deixar as mitocôndrias “tinindo”. A nutricionista ainda destaca a importância de uma boa noite de sono, já que é enquanto dormimos que as células ativam mecanismos restauradores, por meio da secreção do hormônio do crescimento. “Também é essencial manter uma rotina regular de exercícios físicos, já que a prática beneficia a saúde como um todo e também contribui para o aumento de mitocôndrias no organismo”, pontua. Essas são medidas que devem ser adotadas como hábitos de vida – e que podem ser determinantes na prevenção de doenças e do envelhecimento precoce, proporcionando energia para aproveitar todas as fases da vida com disposição e vitalidade.


Booster mitocondrial

De acordo com o endocrinologista Guilherme Renke, estudos mostram que quando a mitocôndria está “doente”, não consegue utilizar o oxigênio de forma satisfatória, causando um processo conhecido como hipóxia mitocondrial – uma espécie de “sufocamento” da célula, que estaria ligado ao surgimento de diversas doenças. “Outro fenômeno ligado ao envelhecimento é a redução dos níveis de NAD+, um substrato celular fundamental para o funcionamento mitocondrial. Segundo estudos, a reposição de NAD+ poderia, portanto, retardar a progressão de doenças e o próprio processo de envelhecimento”, destaca o médico.

Assim, quando aliada a medidas de estilo de vida, a suplementação também pode desempenhar um papel importante na manutenção da vitalidade ao longo da vida, trazendo mais longevidade. Já é possível aumentar os níveis de NAD+ no organismo por meio de ativos personalizados, que podem ser manipulados de acordo com as necessidades individuais. “Um exemplo é o ribosídeo de nicotinamida, também conhecido como Niagen. Ele faz parte da família da vitamina B3 e age diretamente no aumento dos níveis de NAD+ sem causar efeitos colaterais”, aponta Claudia. “É um opção segura para promover um envelhecimento ativo e saudável. Com o acompanhamento de um profissional da saúde, o ribosídeo de nicotinamida melhora a saúde mitocondrial e desempenha um importante papel neuroprotetor, essencial para chegar bem à terceira idade”, finaliza Claudia.



O Câncer Não Espera: Campanha alerta sobre os riscos do adiamento de diagnósticos de tumores malignos em meio à pandemia de Covid-19


 Movimento liderado pelo Instituto Oncoclínicas orienta sobre a importância do diagnóstico precoce e da manutenção da rotina de tratamento no combate ao câncer


Nos últimos dias, diferentes cidades do Brasil adotaram a flexibilização das medidas restritivas para conter o avanço da pandemia pelo Covid-19, permitindo a abertura de diversos estabelecimentos. As novas regras de circulação incluem a obrigatoriedade do uso de máscaras por todos nas ruas e ambientes de trabalho, além da restrição de horários de funcionamento de lojas e centros de compras. Ainda assim, o país ainda está longe de ver o risco de contaminação pelo novo coronavírus desaparecer e, em muitas localidades, governos ainda não descartam por completo a adoção do chamado ‘lockdown’ (bloqueio total), caso os índices de contaminação pelo novo vírus atinjam patamares mais elevados.

Nesse cenário, quem depende de tratamento médico continuado para doenças diversas tem vivido momentos de apreensão e dúvidas. É o caso de quem enfrenta o câncer, doença que, de acordo com o Centro Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC) - agência especializada da Organização Mundial de Saúde (OMS) -, afeta 1,3 milhão de brasileiros e corresponde à realidade de 43,8 milhões de pessoas pelo mundo.

Uma estimativa das Sociedades Brasileiras de Patologia (SBP) e de Cirurgia Oncológica (SBCO) aponta que, apenas no mês de abril, 70% das cirurgias oncológicas foram adiadas. Além disso, ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer devido a não realização de exames essenciais para identificar a doença.

Mesmo tendo o Ministério da Saúde incluído o câncer no rol de doenças cujo tratamento não pode ser considerado eletivo, desde o início da pandemia, há registros que mostram índices preocupantes de adiamento de cirurgias e de exames diagnósticos da condição, o que pode afetar diretamente as chances de cura.

Para alertar os pacientes oncológicos e a população em geral sobre como a demora em buscar cuidados médicos adequados pode comprometer, até irreversivelmente, o sucesso na luta contra o câncer, o Instituto Oncoclínicas – iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa –, em parceria com sociedades de especialidades médicas e entidades não governamentais de suporte a pacientes oncológicos, lança a campanha “O Câncer Não Espera. Cuide-se Já” (http://www.ocancernaoespera.com.br).

Aberto à participação de empresas, entidades ligadas à área médica ou qualquer cidadão engajado na luta em favor da vida e da saúde dos brasileiros, o movimento tem por objetivo alertar a sociedade brasileira para os riscos do adiamento de diagnósticos, exames, cirurgias e tratamentos contra o câncer em função do temor relacionado ao COVID-19.

“O tempo é decisivo em muitas condutas. Na pandemia que parou o mundo, a evolução da curva epidemiológica da Covid-19 impactará nossas vidas por um tempo indeterminado. O câncer é uma doença grave, e que antes da pandemia já ocupava o segundo lugar no ranking das principais causas de morte no Brasil. Assim como há serviços essenciais que precisam continuar, existem tratamentos essenciais que devem prosseguir, sob risco de perdermos vidas que podem ser salvas”, afirma um dos idealizadores da campanha, o oncologista Bruno Ferrari.

Para ele, que é também fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, é imperativo que o combate ao câncer não fique em segundo plano. “A OMS afirmou que, mesmo durante a pandemia, o câncer é considerado uma doença de emergência. O câncer não negocia prazos”, alerta.

Assim como a continuidade do tratamento, o médico lembra que a atenção para que a doença seja detectada precocemente não pode ser descuidada. “É imprescindível garantir a segurança dos que precisam ir a laboratórios, clínicas e aos hospitais, com sistemas ainda mais rigorosos para evitar o contágio de Covid-19. Nossa intenção, a partir dessa campanha, é alertar o público sobre a necessidade de preservarmos os fluxos essenciais para a manutenção da linha de cuidado oncológico e propor uma reflexão para que a pandemia não gere outros reflexos negativos para a saúde dos brasileiros”, completa Bruno Ferrari.

Ao lado do Instituto Oncoclínicas, assinam a campanha “O Câncer Não Espera. Cuide-se Já.”, Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), Instituto Oncoguia  e Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). Interessados em aderir podem encontrar mais informações no www.cancernaoespera.com.br.


Na pandemia, pacientes com câncer enfrentam dificuldades

Um levantamento recém-divulgado pelo Instituto Oncoguia, realizado por meio de questionário online enviado a pacientes e familiares entre 15 de março e 10 de maio, buscou dimensionar alguns impactos da pandemia da Covid-19 no câncer. Ao todo, 566 pessoas responderam, sendo 429 pacientes atualmente em tratamento.

O resultado mostrou que 43% dessas pessoas teve o tratamento afetado no período, com procedimentos adiados, cancelados e dificuldade para marcar consultas. Dos pacientes afetados, 34% realizam quimioterapia, 31% hormonioterapia, 9% radioterapia e o restante imunoterapia e outros tratamentos. O percentual também foi maior entre pacientes do SUS (60%) em comparação aos do setor privado (33%). Questionados sobre os motivos para adiamento ou cancelamento, a maioria dos pacientes apontou que a decisão foi da instituição onde fazia o tratamento.

Para quem tem o diagnóstico de câncer, Bruno Ferrari lembra que é importante manter o tratamento e a população deve estar ciente de seus direitos com relação ao acesso às terapias de controle da doença. No caso daqueles que optaram diretamente por adiar suas condutas de cuidado oncológico, ele frisa que manter o contato com o médico responsável é sempre a melhor alternativa antes de qualquer definição.

“É essencial avaliar cada paciente oncológico de forma individualizada. Converse com o especialista responsável pelo cuidado para saber da real necessidade de ir ao hospital/clínica. Isso garantirá mais segurança na tomada de decisão sobre como proceder”, explica o médico.


Telemedicina e novas alternativas de tratamento podem assegurar fluxos

Diante das incertezas sobre o novo vírus, Bruno Ferrari acredita que a telemedicina pode ajudar muito em casos de pacientes que não necessitam de atendimento presencial, ou como pré-triagem até mesmo na avaliação de necessidade do deslocamento, sendo um suporte relevante. “Seguindo a legislação vigente, podemos proporcionar o acompanhamento de pacientes, tanto para um primeiro atendimento quanto para casos em seguimento, por meio dessa plataforma. Essa possibilidade de contato virtual segue, obviamente, critérios que o médico avaliará caso a caso”, diz.

Outra possibilidade que, adicionalmente, vem sendo discutida entre a comunidade médica e o poder público é a ampliação do uso de medicações orais em situações em substituição à quimioterapia endovenosa, que depende de deslocamentos até um hospital ou clínica para ser realizada.  A proposta, já aprovada pelo Senado Federal, segue em debate e aguarda a votação pela Câmara dos Deputados. Ainda sem data certa para ser transformada em Lei, essa linha de medicamentos, quando aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passará também a constar automaticamente no rol  da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e permitindo que pacientes com plano de saúde tenham acesso a esses remédios avançados de controle do câncer.

“Demos um passo importante para facilitar o acesso dos pacientes oncológicos às melhores terapias disponíveis no mercado. Agora é essencial que seja dada celeridade à votação na Câmara dos Deputados para que este projeto seja sancionado como lei pelo Governo Federal. Essa disponibilidade deveria se estender ao sistema público de saúde. É um direito de todos os pacientes. É um tema que precisa ser tratado em caráter de emergência”, pontua o fundador do Grupo Oncoclínicas.


Em tempos de Covid-19, ele reforça que é essencial entender as especificidades da linha de cuidado oncológico e conferir o olhar humanizado. “Os pacientes precisam se sentir, acima de tudo, assistidos em suas individualidades”, finaliza Bruno Ferrari.




Grupo Oncoclínicas


Sanofi destaca o benefício que o autocuidado pode trazer para indivíduos e sistemas de saúde


Farmacêutica apoia movimento da Federação Global de Autocuidado e reforça a importância dos hábitos de saúde em meio à pandemia



Em 24 de Julho é celebrado o Dia Mundial do Autocuidado, uma data essencial para fortalecer a importância do cuidado periódico com a saúde do corpo e da mente. O movimento, criado pela Federação Global de Autocuidado em 2011, torna-se ainda mais necessário em meio à pandemia da COVID-19. A Sanofi – maior farmacêutica multinacional do país – apoia a causa e destaca o benefício que uma atitude proativa e responsável em relação à própria saúde pode trazer para toda a sociedade.

O autocuidado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), consiste na capacidade dos indivíduos, famílias e comunidades em promover a saúde, prevenir doenças, manter uma vida saudável e lidar com enfermidades – com ou sem o apoio de um profissional de saúde¹. No dia a dia, trata-se de cultivar bons hábitos que estejam relacionados à prática de exercícios físicos, alimentação e consumo consciente de medicamentos.

Neste momento, pelo impacto da COVID-19, seja para quem está atuando home office e em funções essenciais em ambiente externo, é fundamental a criação de práticas regulares de autocuidado que garantam uma boa higiene diária, mantendo as mãos, superfícies e roupas limpas, além do corpo ativo e a alimentação balanceada. Outro pilar importante para promover o autocuidado é ter atenção a saúde mental, por isso, criar uma rotina diária, com horários para trabalho e lazer, avaliar as emoções e solicitar ajuda profissional se necessário, são caminhos vitais para minimizar impactos que a pandemia gerou no dia a dia.

Atenta sobre a importância imediata da orientação em prol do autocuidado, a Sanofi endossa a necessidade de um movimento que fortaleça práticas simples, mas assertivas na busca por mais saúde e qualidade de vida, sendo uma parceria na jornada de saúde das pessoas.


Autocuidado na Sanofi

Em sua operação, a Sanofi adotou medidas especiais para que seus colaboradores tenham todo o suporte e segurança necessária, não só na prevenção da COVID-19, mas em uma rotina de autocuidado em meio à pandemia, focando em ações para a saúde emocional, social e intelectual.

Frente a essa realidade, a empresa intensificou a oferta de conhecimento aos times, promovendo edições especiais da Arena do Saber, rede de aprendizagem colaborativa para a troca de conhecimento entre funcionários de todas as áreas da empresa. Com uma programação variada e especial para o período de isolamento, com dicas para a produtividade no home office, meditação, gestão do tempo, diversidade e maternidade, todos podem interagir e compartilhar dicas e boas práticas para o período. Já na Quarentena Fun, os funcionários participam de aulas especiais de atividades físicas e lúdicas para aproveitar com toda a família.

Também há para todos os colaboradores o canal Psicologia Viva, para atendimento psicológico especializado e terapia virtual. A companhia disponibilizou ainda para 100% dos funcionários um sistema de telemedicina do hospital Albert Einstein, sem custo para os colaboradores, de forma que todos possam realizar atendimentos remotos e acelerar eventuais acolhimentos. 





Sanofi





Referências
1.     O que queremos dizer com autocuidado? Organização Mundial da Saúde. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/self-care-interventions/definitions/en/. Acesso em 23 de julho de 2020.
2.     Dia Internacional do Autocuidado. Federação Global de Autocuidado. Disponível em: https://www.selfcarefederation.org/news-events/international-self-care-day. Acesso em 22 de julho de 2020.
3.     Metade da população mundial não tem acesso a serviços de saúde essenciais, diz relatório. Nações Unidas Brasil. Disponível em: https://nacoesunidas.org/metade-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-a-servicos-de-saude-essenciais-diz-relatorio/. Acesso em 22 de julho de 2020.


ESPECIALISTA EXPLICA POR QUE É PRECISO ATENÇÃO AO ESCOLHER COSMÉTICOS PARA USO NA GESTAÇÃO


A gestação é uma fase especial na vida da mulher. Porém, diversos cuidados são fundamentais para não comprometer a saúde da mãe e do bebê, por exemplo, a escolha de cosméticos. A dermatologista parceira da Souvie, Luciana Garbelini, explica por que o assunto merece atenção.

“Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por várias mudanças, entre elas o aumento da capacidade de absorção da pele. Componentes do que a mãe passa na pele podem parar na corrente sanguínea que, neste período, pode sofrer um aumento de até 50% no volume devido a gestação. Por isso, a partir da descoberta da gravidez, várias substâncias que antes eram usadas rotineiramente pela mãe, passam a ser vetadas para preservar a saúde da mãe e do bebê”, explica a especialista.

A escolha correta dos cosméticos também pode evitar possíveis reações alérgicas na gravidez. “É comum que a pele da mãe fique mais sensível, respondendo de maneira negativa aos cosméticos comuns, inclusive os que eram usados rotineiramente antes da gestação”, explica Garbelini.


Cosméticos orgânicos para a saúde da mãe e do bebê

Por serem livres de substâncias que prejudicam a saúde do corpo e da pele, cosméticos orgânicos certificados acabam sendo os mais recomendados para gestantes. “Para um cosmético ser orgânico ele precisa ser livre de substâncias como: silicones, ftalatos, sulfatos, corantes, petrolatos, parabenos, óleo mineral e fragrância sintética. Por não terem esses componentes, eles acabam sendo bem recomendados para uso durante a gestação e amamentação porque não colocam em risco a saúde da mãe e do bebê” diz a especialista.

A Souvie, marca de cosméticos orgânicos certificados para rosto, corpo, cabelos e barba, nasceu com a linha Materna, exclusivamente para atender mulheres durante o período de gestação. São nove produtos que cuidam da saúde da mamãe até o pós-parto, sem preocupações, sendo eles: sabonetes, desodorante, creme preventivo para estrias, shampoo e condicionador organic-poo, loção hidratante corporal, sérum facial clareador, óleo corporal, bálsamo protetor de mamas e loção para aliviar pernas e pés.

Entre os produtos mais procurados pelas grávidas está o creme preventivo de estrias. “As estrias surgem com o estiramento da pele. Na gestação isso é comum porque a pele do quadril, seios e barriga estica por causa do bebê. No entanto, em consultas, a maioria das pacientes pedem indicações de cremes para estrias porque é difícil encontrar no mercado esse produto sem os ingredientes perigosos para a saúde da mãe e do bebê”, relata a dermatologista.

Outro diferencial dos produtos da linha Materna Souvie são produtos sem fragrâncias. “As grávidas costumam enjoar facilmente, sem contar que são mais sensíveis a cheiros. Então é muito comum elas terem mais sensibilidade com algumas fragrâncias que antes faziam parte do dia a dia. Por conta disso é normal que optem por cosméticos sem cheiro para diminuírem as chances de enjoos”, finaliza.

Inclusive, a marca Souvie nasceu para suprir a necessidade da fundadora, Caroline Villar, durante a sua gestação. Ao engravidar dos trigêmeos, Caroline se viu desamparada por marcas de cosméticos brasileiras que oferecessem produtos para uso exclusivo da gestação. Com isso, surgiu a marca Souvie, que hoje atende não só as mães, como também recém-nascidos e bebês – com 100% dos produtos certificados pela Ecocert Greenlife, instituição que audita cosméticos orgânicos no Brasil e no mundo.


Quarentena pode contribuir para aumento de casos de laringite crônica



Exames em vídeo ajudam a diagnosticar corretamente a enfermidade, promovendo o tratamento adequado


O brasileiro tem consumido mais álcool e cigarro durante o período de isolamento imposto pela pandemia de Covid-19. Além dos problemas comumente associados aos vícios, fumar e beber em excesso podem gerar inflamação na laringe, resultando em um processo de laringite crônica nos pacientes.

De acordo com Nilson Maeda, otorrinolaringologista, médico do Voice Center no Hospital Paulista, o inverno já exigia atenção especial para as ocorrências na laringe, mas a extensa quarentena em algumas cidades brasileiras contribuiu involuntariamente para que outros hábitos danosos fossem ampliados.
“No inverno, as pessoas estão mais suscetíveis ao tempo seco, à poluição atmosférica e à ventilação deficitária em ambientes fechados, por conta do clima mais frio. Os últimos meses, no entanto, registraram aumento no consumo de álcool e tabaco, e a soma de todos esses fatores representa um risco ampliado à ocorrência de laringites crônicas”, explica.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), a venda de bebidas alcoólicas registrou aumento de 40% durante a quarentena. Já o consumo de cigarros teve alta de 19% durante o isolamento, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz.

Dentre os tipos de laringites, a crônica é a que mais preocupa os médicos em pacientes adultos. Seus principais sintomas são rouquidão, perda da voz, dor de garanta, pigarro, febre e dificuldade para respirar ou engolir. Como costuma estar associada a um problema subjacente, é muito importante que a laringite seja diagnosticada corretamente, até mesmo para determinar a extensão dos danos.

“No caso das laringites, são dois os principais exames de vídeo que podem ser feitos para ter um diagnóstico mais preciso: a videofaringolaringoscopia e a videolaringoestroboscopia. A videofaringolaringoscopia é indicada para fazer uma avaliação geral da faringe e laringe. Já a videolaringoestroboscopia, por ter um recurso tecnológico mais avançado, permite visualizar as cordas vocais em câmera lenta para detectar lesões como câncer, fibrose, pequenos cistos e outras, que nem sempre são identificadas através da videolaringoscopia tradicional”, afirma o médico.

Ambos os exames são realizados no Voice Center, centro de excelência no Hospital Paulista em Endoscopia Otorrinolaringológica. Além de identificar distúrbios da voz, a unidade atua também como centro de diagnóstico das patologias relacionadas à deglutição e ao refluxo faringo-laríngeo.

“O objetivo é promover um diagnóstico eficaz, de modo que o tratamento seja o mais adequado a cada paciente. O isolamento trouxe uma carga de ansiedade alta, mas a falta de cuidado com os vícios em tabaco e álcool pode ser determinante para a ocorrência de graves problemas futuros”, completa Maeda.





Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Vacinas: destrinchando as fases da produção



A história do processo de produção das vacinas remonta aos trabalhos realizados pelo naturalista e médico inglês Edward Jenner, no final do século XVIII. Jenner utilizou material obtido de lesões de animais infectados pela varíola bovina a fim de promover a imunização em humanos. Devido aos estudos iniciais terem sido feitos com bovinos, deu-se o nome de vacina, palavra derivada do latim vacca (vaca), ao produto atualmente tão conhecido.

Mas afinal, o que é uma vacina?

Vacina é composta por antígenos (toxinas, fragmentos proteicos, vírus e bactérias) mortos ou atenuados, que são incapazes de causar uma doença, porém são capazes de gerar uma resposta imunológica, prevenindo o indivíduo contra a doença provocada pelo agente presente na vacina. Em resumo, o processo de vacinação é uma medida preventiva contra diversas doenças.
As vacinas podem ser classificadas de acordo com o tipo de antígeno que utilizam para promover a imunização. Abaixo alguns exemplos:

- vírus atenuado (exemplos de vacinas: varíola, poliomielite, sarampo, 
caxumba, rubéola, gripe e febre amarela)

- vírus inativado (exemplos de vacinas: hepatite A, influenza e raiva)

- bactéria atenuada (exemplos de vacinas: tuberculose e febre tifoide)

- bactéria inativada (exemplos de vacinas: coqueluche)

Mas de que maneira as vacinas são produzidas?

Há diferentes formas para a produção de uma vacina. Tomemos como exemplo a da febre amarela:


1ª Etapa: os vírus causadores da doença são isolados e inativados através de processos de elevação e diminuição da temperatura.


2ª Etapa: os vírus atenuados são inoculados em ovos de galinha fertilizados.


3ª Etapa: após um período de incubação, os vírus são extraídos dos ovos e a solução em que se encontram é congelada a uma temperatura de -70 ºC.


4ª Etapa: após testes de qualidade, o produto é colocado dentro de ampolas e disponibilizado para hospitais e postos de saúde.

Para que uma vacina possa ser liberada para o mercado consumidor, ela precisa passar por diversos testes de segurança e eficácia. Todo esse processo pode demorar muitos anos e consumir muitos milhões de dólares.
Quais são as fases necessárias para a produção de uma vacina?

Fase pré-clínica: esta primeira fase envolve diversos experimentos laboratoriais, em células cultivadas in vitro e também testes em animais. Aproximadamente 90% dos compostos são reprovados nesta fase, não seguindo adiante.


Fase 1: o medicamento é testado em humanos. Pequenos grupos de 20 a 100 indivíduos são analisados, e verifica-se neste momento a dosagem e os efeitos colaterais. Cerca de 70% dos compostos aprovados na fase pré-clínica são reprovados na fase 1.


Fase 2: os testes agora são realizados em grupos de 100 a 300 pessoas. O objetivo desta fase é verificar a eficácia da futura vacina e os efeitos colaterais.


Fase 3: esta é a última fase dos testes clínicos, nos quais a vacina é testada em grupos de 300 a 3 mil pessoas. De cada 10 compostos que chegam até esta fase, 7 são reprovados.


Fase 4: com a vacina já em comercialização, ocorre um acompanhamento de grupos de pessoas que receberam doses do composto. Este procedimento visa verificar se a vacina está atingindo sua eficácia desejada.

Quais doenças podem ser prevenidas com o auxílio das vacinas?

Algumas das principais doenças que podem ser prevenidas são: gripe, febre amarela, catapora, sarampo, caxumba, rubéola, poliomielite, hepatite A, hepatite B, papilomavírus (HPV), tétano, meningite, tuberculose, entre outras.

Segundo o Ministério da Saúde, hoje, o Brasil disponibiliza anualmente mais de 300 milhões de doses de vacinas para a população, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Milhares de pesquisadores e centenas de instituições de pesquisa trabalham ininterruptamente para que novas vacinas sejam produzidas, garantindo a prevenção de doenças que desafiam a ciência, como a Covid-19.





Marcelo Perrenoud - Biólogo formado pela UNESP, Pós-graduado em Gestão Ambiental pela USP e Mestre em Ciências Ambientais. É professor e autor do material didático do Sistema Anglo de Ensino.





Estudo identifica enzima-chave para o desenvolvimento de doenças autoimunes


 Em artigo divulgado no Journal of Experimental Medicine, grupo do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias da USP revela que enzima relacionada à produção de energia celular também participa da diferenciação de células autoimunes envolvidas na inflamação exacerbada. Descoberta pode levar a tratamentos mais eficazes (imagem: acervo do pesquisador)


Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que uma enzima ligada a processos metabólicos também está envolvida na diferenciação de células imunes e, por consequência, no desenvolvimento de doenças autoimunes. O achado pode, no futuro, direcionar novos tratamentos e medicamentos mais efetivos e com melhor custo-benefício para esse tipo de doença.

Em artigo publicado no Journal of Experimental Medicine, pesquisadores descrevem o papel da enzima PKM2 (pytuvate kinase M2) – comumente envolvida na produção de energia celular (glicólise) – no desenvolvimento e na manutenção da inflamação exacerbada associada às doenças autoimunes.
“No estudo demonstramos que há uma conexão entre metabolismo celular e sistema imune. Está ficando muito claro que enzimas e outras moléculas metabólicas são importantes não apenas para o metabolismo celular, mas também para outras funções, como a resposta imune. Nesse caso específico, verificamos que a enzima PKM2 atua paralelamente na diferenciação do linfócito Th17. Esse subtipo de linfócito desencadeia a encefalomielite autoimune experimental, um modelo animal de esclerose múltipla”, explica José Carlos Farias Alves Filho, pesquisador do CRID, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).

estudo foi conduzido durante o mestrado de Luis Eduardo Alves Damasceno, bolsista da FAPESP e orientando de Alves Filho.
A jornada do linfócito T
Com o objetivo de neutralizar especificamente diferentes tipos de patógenos, as células imunes conhecidas como linfócitos T se diferenciam em uma variedade de subtipos, como, por exemplo, nas células T auxiliares ou “helpers” 17 (Th17). Esse subtipo, no entanto, está associado ao desenvolvimento e manutenção da inflamação comum a doenças autoimunes.
Por motivos ainda não totalmente compreendidos, nas doenças autoimunes como a esclerose múltipla, artrite e psoríase a resposta imune pode ocorrer de forma descontrolada, levando os linfócitos a reconhecer o próprio organismo como patógeno, passando a atacá-lo.
Damasceno desenvolveu seu projeto em modelos de encefalomielite autoimune experimental, uma condição autoimune, inflamatória e desmielinizante do sistema nervoso central. A condição causa a perda da bainha de mielina que recobre os neurônios e é importante para a transmissão de impulsos nervosos. Esse modelo experimental guarda semelhanças com o quadro observado em pacientes com esclerose múltipla.
Já é sabido que o linfócito Th17 tem papel importante na mediação tanto do desenvolvimento da doença autoimune quanto na progressão da neuroinflamação característica de algumas doenças desse tipo. Ao atuar na resposta autorreativa inicial da doença, o linfócito Th17 passa a identificar antígenos presentes no sistema nervoso central como uma ameaça, liberando então grandes quantidades de uma proteína com ação pró-inflamatória chamada interleucina 17 (IL7), tanto no fluido cérebro espinhal quanto em lesões ativas no tecido cerebral.
No estudo realizado em cultura celular e modelo animal, os pesquisadores do CRID observaram que a diferenciação celular para o Th17, assim como o desenvolvimento da doença, depende da reprogramação metabólica, induzindo inclusive mudanças para a glicólise. “A enzima glicolítica piruvato quinase M2 (PKM2) se mostrou um fator-chave que medeia a diferenciação celular Th17 e a inflamação autoimune. No estudo, demonstramos que ela é muito expressa durante a diferenciação do linfócito T para as células Th17”, diz Alves Filho.
Nos testes in vitro, ao excluir a PKM2 específica para células T houve prejuízo na diferenciação celular Th17 e os sintomas da doença foram amenizados, diminuindo a inflamação e a desmielinização mediadas pelo Th17. “Já nos testes realizados em camundongos que não expressam essa enzima, conseguimos reduzir o desenvolvimento da doença em mais de 50%. Também fizemos o estudo com drogas comerciais que inibem a PKM2”, afirma Alves Filho.
Os pesquisadores analisaram ainda o uso de drogas comerciais que inibem a enzima PKM2. “Utilizamos uma droga capaz de inibir a translocação nuclear da PKM2, fazendo com que a enzima não chegue até o núcleo celular. Portanto, mesmo que o linfócito expresse a enzima, ela não atua nesse processo de desenvolvimento da doença. Ocorre diminuição da diferenciação de linfócitos Th17, o que reduz sua evolução”, diz.
Custo-benefício no tratamento
Alves Filho ressalta que a descoberta do papel-chave da enzima PKM2 no desenvolvimento de doenças autoimunes abre caminho para o estabelecimento de novas estratégias de tratamento.
Atualmente, existem no mercado diferentes fármacos imunobiológicos para o tratamento de doenças autoimunes, que atuam inibindo citocinas envolvidas na ativação e diferenciação desses diferentes subtipos de linfócitos.
“Estima-se, porém, que cerca de 40% dos pacientes por algum motivo não respondem bem a esse tratamento. Para essa parcela da população existe outro tipo de tratamento com os medicamentos imunobiológicos, que têm um benefício muito grande, mas são extremamente caros e, portanto, não conseguem atingir toda a população”, acrescenta.
A enzima faz parte da plataforma de pesquisas de desenvolvimento de drogas do CRID. “No estudo, utilizamos uma droga comercial que atua em um sítio alostérico da enzima PKM2, bloqueando sua capacidade de se translocar para o núcleo do linfócito”, relata.
Dessa forma, os pesquisadores do CRID iniciaram um novo estudo, em colaboração com o Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBio-CNPEM), com o intuito de desenvolver novas drogas que atuem na translocação da enzima. “Isso abre uma perspectiva futura de tratamento para doenças autoimunes, ou para doenças inflamatórias que dependam dessa enzima. Nessa próxima etapa, estamos buscando o desenvolvimento de novas drogas que possam interagir com esse sitio de interação e que inibam a capacidade da enzima de translocar para o núcleo.”
O artigo PKM2 promotes Th17 cell differentiation and autoimmune inflammation by fine-tuning STAT3 activation pode ser lido em: https://rupress.org/jem/article/217/10/e20190613/151965/PKM2-promotes-Th17-cell-differentiation-and.






Maria Fernanda Ziegler


Agência FAPESP


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