Com a volta às aulas ainda indefinida e as crianças
passando muito tempo em casa, é muito importante ter alguns cuidados e a
certeza que o ambiente está seguro e adequado para a garotada. Afinal, de
acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a maior parte dos acidentes com
crianças acontece no próprio lar. Introdução de objetos pontiagudos nos olhos,
arranhões de animais domésticos e queimadura por produtos químicos são alguns
dos riscos que podem causar traumas oculares em crianças. E agora, com a
pandemia e o uso frequente do álcool em gel, normalmente sempre à mão na casa
para a rápida higienização, é mais um produto que merece atenção.
Conheça os principais cuidados para prevenir
acidentes capazes de causar traumas oculares:
- Manter
produtos de limpeza, perfumes, tintas e outras substâncias químicas longe
do alcance das crianças. O mesmo vale para o álcool em gel, muito usado
atualmente. E ao acionar a válvula dos produtos, assegure que seu rosto ou
das crianças não esteja próximo ao frasco do produto, sob o risco de
“espirrar” a substância nos olhos.
- Deixar
o cabo da panela virado para dentro do fogão, evitando o fácil acesso de
crianças e, consequentemente, de queimaduras térmicas oculares.
- Não
presentear as crianças com brinquedos ou objetos pontiagudos: estilingues,
canivetes ou acessórios com pontas. Essa medida reduz o risco de
perfuração ocular.
- Antes
de comprar uma planta nova, verifique se ela não é venenosa e apresenta
perigo para os pequenos em caso de ingestão ou contato com os olhos.
- As
crianças devem ser orientadas a tomar cuidado com aves e animais
domésticos, que podem bicar, arranhar e morder.
- Sempre
que possível, supervisionar as crianças durante os jogos e brincadeiras.
Ensinar as crianças a brincar e jogar com segurança, e ainda a ter
consciência da possibilidade de lesões oculares.
- As crianças devem ser orientadas a não coçar os olhos repetidamente, pois coçar muito pode facilitar o aparecimento de infecções e do ceratocone, doença degenerativa da córnea. Isso causa um astigmatismo irregular, levando a graves dificuldades de visão, sem cura.
- Em
casa ou na escola, os responsáveis devem ficar atentos a objetos
pontiagudos, como lápis e tesoura, mesmo sem pontas, pois têm grande
potencial de acidentes.
Conscientização
Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que cerca
de 55 milhões de traumas oculares ocorrem a cada ano e restringem as atividades
dos pacientes por mais de um dia. Cerca de 40% desses casos ocorrem na
infância, sendo a maioria deles registrados em meninos. “De acordo com a
literatura mundial sobre o tema, a maioria dos acidentes ocorre dentro de casa.
A conscientização dos pais e a supervisão do adulto são as medidas mais
importantes para evitar a exposição de crianças a objetos, produtos e situações
que possam representar algum problema à saúde”, afirma o Dr. Alan Barreira,
oftalmologista do HCLOE, empresa do Grupo Opty em São Paulo.
A maior parte dos traumas oculares acontecem com
crianças entre 2 a 6 anos, consequência do sistema motor ainda em
desenvolvimento, do senso de risco limitado e da curiosidade infantil natural
mais aparente nessa faixa etária, de acordo com o oftalmologista. Por outro
lado, as lesões com maior perda visual são mais frequentemente relatadas após
os 6 anos de idade. A abrasão corneana causada por madeira, pedra, bola, chave,
lápis e caneta é a causa de trauma ocular mais comum na infância, segundo
estudos publicados no País.
Conforme observa o especialista do HCLOE, as
implicações dos traumas oculares vão desde dor e olho vermelho por uma abrasão
corneana, até a formação de úlcera de córnea, catarata e a necessidade de
evisceração do globo ocular, ou seja, a extração do conteúdo do globo ocular
(íris, humor vítreo), em casos de perfuração do olho, o que demonstra a
importância da prevenção.
O que fazer em caso de acidente?
Após um acidente ocular, de acordo com o
oftalmologista do Grupo Opty, a primeira e mais importante medida de socorro é
lavar os olhos com água limpa em abundância, antes de procurar um
oftalmologista para assegurar que está tudo bem com a visão. A única exceção ao
procedimento é quando há perfuração ocular: nesse caso, deve-se ir
imediatamente ao pronto-socorro mais próximo. Evite a compressão do globo
ocular até a avaliação da lesão provocada pelo acidente. Por isso, é
recomendável levar a criança para ser avaliada por um oftalmologista que possui
os equipamentos e os recursos necessários para um adequado exame dos olhos em
casos de emergência.
Opty
Nenhum comentário:
Postar um comentário