Preocupação com a saúde também impacta a hora das
refeições na região, segundo dados apurados pela Kantar Worldpanel
Os latino-americanos gastam 8% de seu tempo - pelo
menos duas horas por dia - preparando refeições para si e suas famílias, com as
pessoas passando mais tempo diante do fogão no Equador e na Bolívia. Os dados
foram apurados pela Kantar Worldpanel. Segundo o levantamento, os consumidores
da região fazem refeições em média 4 vezes ao dia, sendo o almoço a mais
importante para 54% dos domicílios, seguido pelo café da manhã, que aparece com
36% no ranking de relevância. Ainda de acordo com os dados, 82% da população
cozinha todos os dias em casa, sendo que 63% come algo entre as refeições,
sendo os argentinos e os peruanos os maiores adeptos da prática. Muitas pessoas
(58%) tanto almoçam quanto o jantam em casa todos os dias, comportamento comum
especialmente na Venezuela, América Central e Bolívia. Apenas um em cada 10
lares pedem entrega de comida - isto é mais comum quando as mães trabalham.
Ainda que os comportamentos tenham mudado bastante
nos últimos tempos, em 93% dos domicílios latino-americanos a mulher é a
responsável pela preparação das refeições. Os homens cozinham em 13% das
famílias da região - chegando a 23% na Argentina - enquanto as filhas e os
filhos participam ativamente da culinária em 15% das famílias. Nos lares onde a
mãe trabalha, 15% dos maridos e 19% das crianças cozinham. Nos lares com 3
gerações, as avós também ajudam na tarefa, sendo 16% na Venezuela e 8% no Peru
e na Colômbia.
Segundo o estudo da Kantar Worldpanel, os
latino-americanos se orgulham das refeições que preparam - 63% acham que
cozinhar é uma fonte de orgulho - e sentem que estão mostrando amor para suas
famílias, gastando tempo cozinhando para eles; 8 em cada 10 mulheres na
região (82%) dizem que cozinham em casa todos os dias e gostam de fazê-lo. No
entanto, duas em cada dez pessoas (18%) consideram a culinária uma tarefa que
não é nada agradável, na Argentina o índice chega a 25%. As mães
latino-americanas gostam de manter os pequenos felizes cozinhando os alimentos
que eles amam: 36% fazem as refeições que seus filhos lhes pedem. Apenas 15%
das crianças pequenas comem o mesmo que os adultos da família.
As pessoas na América Latina procuram por refeições
equilibradas, fáceis e rápidas de preparar: 40% consideram o equilíbrio
nutricional quando escolhem o que cozinhar, enquanto 40% querem alimentos
fáceis de fazer, enquanto 34% optam por aquilo que é mais fácil de preparar. Em
toda a região, 21% dos domicílios usam produtos que facilitam o cozimento – na
Argentina, o índice vai a 35%. Os consumidores ainda estão ansiosos para comer
as receitas da família que desfrutam por gerações, e a tradição é uma
prioridade para mais de um quarto das pessoas (28%), principalmente na América
Central, Equador e Brasil.
E por falar em equilíbrio, em toda a América
Latina, 10% das pessoas preparam refeições que são adaptadas para uma dieta
especial - tais como sem glúten, baixo teor de sal ou dietas sem açúcar. Este
valor é mais alto entre consumidores com 50 anos ou mais (15%). Reduzir a
quantidade de gordura também é importante para a população da região, com 7%
escolhendo as refeições porque são leves ou com pouca gordura. Por exemplo, na
França comer menos carne e menos produtos animais ganhou popularidade, com pelo
menos um membro em mais de um terço (34%) das famílias seguindo esta tendência.
Os latino-americanos exigem produtos frescos. A primeira coisa que eles olham
na etiqueta do produto é a data de validade: 59% verificam primeiro, enquanto
13% estão preocupados com a quantidade de açúcar, 11% com a quantidade de
gordura e 11% com a quantidade de sal.
Por causa da preocupação com a saúde, 30% dos
consumidores latino-americanos mudaram seus hábitos alimentares no ano passado.
Eles aumentaram o consumo de frutas e vegetais e reduziram o sal (20%), açúcar,
frituras e carne vermelha, sendo que 5% parou de comprar refrigerantes e 4%
parou de beber álcool. Enquanto 7% dos lares reduziram a quantidade de produtos
lácteos em sua dieta, 4% aumentaram para tirar partido dos benefícios de uma
dieta rica em cálcio.
Kantar