Pesquisar no Blog

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Surdez em idosos: um desafio multidisciplinar e os impactos físicos e sociais

Com o envelhecimento da população brasileira, as condições de saúde típicas da terceira idade, como a perda auditiva, vêm se tornando um tema de preocupação crescente. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 1,5 milhão de pessoas idosas no país apresentam algum grau de deficiência auditiva, o que pode afetar significativamente sua saúde física, mental e social.

De acordo com Pauliana Lamounier, otorrinolaringologista especialista em audição que faz parte da equipe do Hospital Mater Dei Goiânia, as causas da perda auditiva em idosos são variadas. A médica destaca que condições genéticas e hereditárias, como a otosclerose, doenças infecciosas, como meningite, e infecções crônicas do ouvido podem causar perda auditiva em adultos. Além disso, há a presbiacusia, a perda auditiva gradual ligada ao envelhecimento, que afeta as células do ouvido interno.

"Independentemente da causa, o mais importante é que a perda auditiva seja tratada", enfatiza a especialista. Dra. Pauliana destaca que a perda auditiva não tratada é um fator de risco significativo para o declínio cognitivo em idosos, com estudos recentes sugerindo uma ligação entre a deficiência auditiva e a demência, incluindo o Alzheimer. Além disso, o isolamento social, resultado da dificuldade em entender a fala alheia, pode agravar sintomas de ansiedade e depressão entre os afetados.


Impactos da perda auditiva

A perda auditiva acarreta consequências que vão além da dificuldade de ouvir. A médica explica que um dos maiores desafios enfrentados pelos idosos com deficiência auditiva é o isolamento social. Esse quadro ocorre devido à dificuldade em acompanhar conversas em ambientes ruidosos ou em situações de interação social, o que pode levar o indivíduo a evitar esses momentos. Como resultado, idosos com perda auditiva apresentam maiores índices de isolamento, o que está relacionado ao declínio na saúde mental.

"Quando o idoso se afasta do convívio social, ocorre uma diminuição dos estímulos ao cérebro, o que, segundo pesquisas, acelera o declínio cognitivo", afirma a especialista. Essa falta de estímulo neurológico, acrescenta, é uma das causas do aumento dos casos de demência em idosos com deficiência auditiva não tratada.

Além do impacto mental, a saúde física dos idosos também é afetada. O ouvido interno, explica Pauliana, funciona como um "sensor" do corpo, essencial para o equilíbrio. Por isso, sintomas como tontura e zumbido estão frequentemente associados a problemas de audição. Esses sintomas podem ser agravados por condições de saúde como hipertensão, colesterol alto e diabetes, que também comprometem a circulação e o funcionamento do sistema auditivo.


Tratamento e opções de intervenção

Dra. Pauliana ressalta que o tratamento da perda auditiva deve ser adequado à condição de cada paciente. A primeira linha de tratamento para perda auditiva neurossensorial — um tipo de perda auditiva que afeta o ouvido interno — são os aparelhos auditivos, também conhecidos como aparelhos de amplificação sonora individual (AASI). Esses dispositivos ajudam a amplificar sons e melhorar a compreensão das palavras, o que pode reduzir o isolamento social e melhorar a qualidade de vida.

Em casos de perda auditiva profunda ou quando os aparelhos auditivos não são eficazes, o implante coclear é uma alternativa viável. O implante consiste em um dispositivo que estimula diretamente os neurônios auditivos, por meio de eletrodos no ouvido interno. "A cirurgia do implante coclear é rápida e segura, sendo indicada para pacientes de todas as idades, que tenham condições de saúde para o procedimento", comenta a otorrino. A especialista acrescenta que o implante coclear tem mostrado resultados excelentes, permitindo que muitos idosos recuperem a capacidade de interagir e participar ativamente da vida social.


Prevenção e cuidados para a saúde auditiva

Além das intervenções cirúrgicas e do uso de aparelhos auditivos, a prevenção desempenha um papel importante no cuidado da audição. A especialista recomenda que, a partir dos 50 anos, a avaliação auditiva faça parte do check-up de rotina. "Sintomas como tontura, zumbido e sensação de ouvido tampado são sinais que devem ser avaliados por um especialista", reforça Pauliana, salientando a importância de um diagnóstico precoce e preciso.

A médica também destaca que um estilo de vida saudável, com prática de exercícios físicos regulares e uma alimentação equilibrada, contribui para a saúde auditiva. O tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o sedentarismo são fatores que podem agravar a perda auditiva e os sintomas associados, como o zumbido. "Atividades físicas ajudam no equilíbrio e na circulação, o que é fundamental para uma audição saudável na terceira idade", comenta.

Além disso, campanhas como o Novembro Laranja, que conscientizam sobre a importância da saúde auditiva, desempenham um papel importante ao alertar a população sobre a necessidade de exames regulares e do cuidado preventivo.


A importância do acompanhamento especializado

A perda auditiva em idosos exige uma abordagem multidisciplinar que envolva tanto os aspectos médicos quanto o apoio psicológico e social. "Todo paciente com perda auditiva deve ser tratado por um otorrinolaringologista especialista em audição", afirma Dra. Pauliana. O acompanhamento especializado permite não só o diagnóstico adequado, mas também uma orientação sobre as opções de tratamento mais indicadas, desde o uso de aparelhos auditivos até possíveis intervenções cirúrgicas.

Conforme envelhecem, muitos idosos acabam enfrentando desafios sensoriais que afetam diretamente a sua autonomia e qualidade de vida. O tratamento precoce e o acompanhamento contínuo da saúde auditiva são fundamentais para que o idoso possa manter o convívio social e preservar o bem-estar mental.

 

5 dicas para mães de prematuros lidarem com a culpa e fortalecerem o vínculo com o bebê

Freepik
No Novembro Roxo, psicóloga perinatal explica como enfrentar os desafios emocionais da prematuridade e cuidar da conexão com o filho

 

Novembro Roxo, mês de conscientização sobre a prematuridade, destaca a realidade de milhares de famílias no Brasil. A cada ano, 12% dos bebês nascem antes das 37 semanas de gestação, o que representa cerca de 340 mil casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para muitas mães, além dos cuidados com o bebê, surgem sentimentos como medo, ansiedade e culpa.

“Muitas mães se questionam se poderiam ter feito algo diferente, mas é importante lembrar que a prematuridade envolve fatores multifatoriais, muitas vezes fora de controle”, explica Rafaela Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline. 

Ela também reforça que acolher as próprias emoções é fundamental para enfrentar esse período. “Cuidar da saúde mental reflete diretamente no bem-estar do bebê. Informação, rede de apoio e atenção às próprias necessidades ajudam as mães a atravessarem esse momento com mais equilíbrio”.

Para ajudar as mães a enfrentar esse momento, a psicóloga reuniu cinco dicas. 

1) Procure informações confiáveis
Entender as necessidades do bebê prematuro ajuda a reduzir a ansiedade. Converse com a equipe médica sobre os cuidados essenciais e evite fontes não confiáveis, que podem gerar mais insegurança.

2) Busque ajuda para aliviar a sobrecarga
Os cuidados diários e o período de internação podem ser exaustivos. Divida tarefas com a sua rede de apoio, como familiares ou amigos. Pedir ajuda é importante para preservar o seu equilíbrio físico e emocional. 

3) Pratique o método canguru
Sempre que possível, mantenha o bebê em contato direto com sua pele. O método canguru fortalece o vínculo, contribui para o desenvolvimento do bebê e ajuda na regulação térmica, sendo uma prática muito valiosa para mães de prematuros.

4) Cuide da sua saúde emocional
A culpa é um sentimento comum, mas precisa ser acolhido. A sociedade impõe à mãe a ideia de controle total, mas essa visão não reflete a realidade. Buscar suporte psicológico ajuda a lidar com essas emoções e evita que elas se tornem um peso excessivo.

5) Confie no seu instinto materno
Além de seguir as orientações médicas, a intuição da mãe é uma aliada importante. Cada bebê é único, e a percepção materna sobre as necessidades do filho é um recurso valioso para fortalecer o vínculo.


Pioneiro, registro brasileiro mapeia o cenário da anafilaxia, considerada a reação alérgica mais grave

Alimentos foram responsáveis por 42,1% das reações 

Caneta autoinjetora de adrenalina ainda é subutilizada 

Dispositivo nacional está em desenvolvimento 

         21/11 – Dia Mundial da Anafilaxia

 

A anafilaxia é uma reação alérgica multissistêmica grave, de início agudo e potencialmente fatal, vem apresentando um aumento considerável em sua incidência nos últimos anos. Entretanto, ainda há uma escassez de dados no Brasil. Para minimizar essa lacuna, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) criou o Registro Brasileiro de Anafilaxia (RBA-ASBAI), uma iniciativa pioneira para coletar e analisar dados nacionais sobre essa condição médica.

O Registro Brasileiro de Anafilaxia foi desenvolvido com o intuito de ampliar o conhecimento sobre o perfil da doença entre os brasileiros para que políticas públicas possam ser implementadas no que diz respeito à prevenção e ao tratamento da anafilaxia, considerada a reação alérgica mais grave e que pode levar à morte.

 

Estudo – O registro incluiu 318 pacientes, dos quais 163 eram mulheres. A média de idade foi de 27 anos, abrangendo faixas etárias de 2 a 81 anos. Pacientes de 20 dos 27 estados brasileiros participaram, com maior incidência nos estados do Sul e Sudeste: São Paulo (22%), Minas Gerais (17,6%), Paraná (14,5%) e Rio de Janeiro (13,5%).

“Os alimentos foram responsáveis por 42,1% das reações, com leite de vaca (12,9%), mariscos (6,9%), ovo (5,6%), trigo (3,1%) e amendoim (3,1%) sendo os mais comuns”, conta Dra. Mara Morelo, coordenadora do estudo ao lado do Dr. Dirceu Solé.

Já 32,4% dos casos estavam relacionados a medicamentos, incluindo agentes biológicos (10,4%), anti-inflamatórios (7,2%) e antibióticos (3,8%). Anafilaxia por insetos representou 23,9% das anafilaxias, destacando-se a formiga com 8,4% dos casos. Anafilaxia ao látex foi identificado em 11 casos.

O Registro Brasileiro de Anafilaxia mostrou que 55,5% das crianças do sexo masculino são maioria com casos de anafilaxia. Já em adultos, 59,2% dos casos foram em mulheres.

 

A carência da adrenalina autoinjetável no tratamento imediato

O Registro Brasileiro de Anafilaxia mostrou que apenas 8,2% dos pacientes possuíam o kit de emergência, ou seja, 43 pacientes tinham a caneta de adrenalina autoinjetável. Atualmente, a apresentação da adrenalina autoinjetora só pode ser adquirida por importação, a um custo alto. O Brasil ainda não tem esse dispositivo, que está em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já 96,2% dos pacientes com anafilaxia receberam algum tipo de tratamento, com uso de adrenalina em 50,3% dos casos, porém, com a administração do medicamento feita por profissionais em 42,1% dos casos, ou seja, em âmbito hospitalar.

Quinze pacientes necessitaram de intubação (11 adultos, 2 idosos, 2 crianças) e 10 foram reanimados (6 adultos, 3 idosos, 1 criança).

“A adrenalina autoinjetável é o medicamento de urgência, precisa ser aplicado assim que os sinais da anafilaxia começam. A demora na medicação pode levar a pessoa a óbito, sem tempo mesmo para chegar ao pronto-atendimento”, explica Dra. Mara Morelo. 



ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Site: www.asbai.org.br
Spotify: https://bit.ly/ASBAI_Podcast
Instagram: https://bit.ly/ASBAI_Instagram
Facebook: https://www.facebook.com/asbai.alergia/
Twitter: https://twitter.com/ASBAI_alergia
YouTube: http://www.youtube.com/c/ASBAIAlergia


Estrabismo: Como o Desalinhamento Ocular Afeta a Visão e a Qualidade de Vida

O desalinhamento ocular nem sempre é perceptível, mas pode trazer impactos para a visão e a qualidade de vida. Conheça os sinais do estrabismo e a importância do diagnóstico precoce.


Você sabia que fechar um olho ao sol, girar a cabeça para enxergar melhor ou apresentar visão dupla podem ser indícios de estrabismo? Mais comum do que se imagina, o estrabismo pode afetar crianças e adultos, muitas vezes sem sintomas óbvios além do desalinhamento ocular.

De acordo com a Dra. Claudia Faria, oftalmologista especialista em estrabismo do Hospital Albert Einstein, o estrabismo é caracterizado pela perda do paralelismo entre os olhos. Em crianças, suas causas podem incluir prematuridade, distúrbios neurológicos e condições genéticas, como síndrome de Down. Já em adultos, o problema pode surgir devido a traumatismos cranianos, diabetes ou alterações vasculares, como aneurismas e tumores cerebrais.


A importância do diagnóstico precoce

Nas crianças, o diagnóstico precoce é essencial para prevenir a ambliopia, também conhecida como "olho preguiçoso". "Embora muitas crianças com estrabismo tenham comportamentos aparentemente normais, mesmo enxergando bem com apenas um dos olhos, a avaliação oftalmológica antes dos 8 anos pode fazer toda a diferença para o desenvolvimento da visão binocular e a percepção de profundidade", alerta a especialista.


Tratamentos personalizados

Existem diversos tipos de estrabismo, e o tratamento é personalizado de acordo com a gravidade e as características de cada caso. Entre as opções estão:

  • Óculos: especialmente eficazes em casos de esotropia acomodativa.
  • Oclusão (tampão): utilizado principalmente para tratar a ambliopia.
  • Cirurgia: indicada para corrigir o alinhamento ocular em casos específicos.
  • Toxina botulínica: opção menos invasiva para determinados tipos de estrabismo.

Nos adultos, o tratamento geralmente foca no realinhamento ocular, com benefícios significativos não apenas para a visão, mas também para a autoestima e a qualidade de vida.


Mitos que dificultam o tratamento

Mitos como "o estrabismo desaparece sozinho" ou "é apenas uma questão estética" podem atrasar a busca por tratamento. "O estrabismo afeta não só a aparência, mas também a funcionalidade visual, podendo causar perda de percepção de profundidade, visão dupla e problemas sociais ou profissionais", explica a Dra. Claudia.


Cuidado integral e resultados positivos

Com tratamentos acessíveis e seguros, como a cirurgia realizada com sucesso em adultos como o criador de conteúdo e falecido PC Siqueira, o estrabismo pode ser corrigido em qualquer idade, proporcionando benefícios funcionais e estéticos.

"Observar comportamentos simples, como desvio ocular ou dificuldade para focar, é o primeiro passo para garantir uma visão saudável. E, para os pais, o mais importante é sempre consultar um oftalmologista ao perceber algo diferente", conclui a especialista.
 

Dra. Claudia Faria Oftalmologista - CRM 104.991 | RQE 120756. Formada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA); Residência Médica em Oftalmologia na mesma instituição; Título de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em 2005; Curso de Oftalmologia “Dr Guillermo Pico Santiago” em Porto Rico (E.U.A.), pela Associação Panamericana de Oftalmologia em 2005; Estágio de plástica ocular na Universidade Federal de São Paulo / UNIFESP em 2006 e 2007; Fellow em Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo pela Wright Foundation / Cedars Sinai Medical Center em 2008, em Los Angeles, Estados Unidos. O Dr Wright é um dos mais importantes e respeitados especialistas em estrabismo de todo o mundo. A Dra. Claudia é a única médica Brasileira que foi treinada pelo Dr Wright. Foi médica colaboradora do Setor de Estrabismo do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP / Hospital São Paulo e orientava ambulatórios naquela instituição de maneira voluntária. Esteve por 6 meses no ano de 2016 acompanhando o setor de plástica ocular do Rigshospitalet, em Copenhague na Dinamarca.

 

Bactérias resentes na boca podem agravar casos de artrite reumatoide

Dra. Sandra Chagas, especialista em saúde integrativa explica a relação boca-corpo

 

Em um estudo recente publicado no International Journal of Oral Science, cientistas de uma Universidade do Japão fizeram uma importante descoberta. Eles concluíram que infecções por uma bactéria periodontal chamada Aggregatibacter actinomycetemcomitans, aumentam a inflamação nas articulações de ratos, intensificando os sintomas de artrite reumatoide (AR). 

Apesar do experimento ter sido realizado em ratos, os pesquisadores induziram nos animais um modelo da doença, que muito se assemelha à AR em humanos. Segundo o autor principal da pesquisa, os resultados revelaram informações importantes sobre a relação há muito debatida entre a doença periodontal e as doenças sistêmicas. 

De acordo com a dentista biológica e especialista em saúde integrativa, Dra. Sandra Chagas, a nossa boca é o meio do caminho entre o cérebro e o restante do corpo. “Os nossos dentes estão ligados a todo o nosso organismo. Por isso, uma inflamação no dente é capaz de causar uma série de problemas, como a artrite reumatoide, desvendada pelo estudo”, diz a especialista.


getty images

 As bactérias da boca e as doenças 

De acordo com a especialista, a saúde bucal está diretamente ligada à prevenção de inflamações sistêmicas, uma vez que infecções e doenças gengivais podem liberar bactérias e substâncias inflamatórias na corrente sanguínea, desencadeando respostas imunológicas em outras partes do corpo. A periodontite, por exemplo, uma forma grave de doença gengival, tem sido associada a várias condições inflamatórias sistêmicas, incluindo doenças cardíacas, diabetes, artrite reumatoide e até problemas pulmonares. 

“As bactérias contidas na boca, facilmente podem ir para a corrente sanguínea, de forma a fazer com que as placas bacterianas sejam deslocadas para suas artérias e cheguem a várias partes do corpo. Se chegarem ao coração, podem causar aterosclerose; nos pulmões, pneumonia; no cérebro, demência; e nas articulações, a artrite reumatóide”, explica a especialista.
 

Genética e resposta imunológica 

De acordo com a especialista, as proteínas liberadas na boca por bactérias, como a Aggregatibacter actinomycetemcomitans, podem causar reações do sistema imunológico que "confundem" células e tecidos do próprio organismo, incluindo os das articulações. Isso pode levar ao desenvolvimento de uma resposta autoimune característica da AR. 

“Além disso, quem já possui predisposição genética para artrite pode ser mais suscetível a infecções periodontais. A inflamação crônica na boca pode desencadear ou agravar a inflamação nas articulações, intensificando a progressão da doença. Por isso, manter a saúde bucal é essencial para prevenir e controlar doenças como a artrite”, pontua Chagas.


Artrite reumatóide 

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune grave e crônica que causa inflamação nas articulações, levando a dor, inchaço, rigidez e, eventualmente, deformidade nas articulações afetadas. Em casos mais graves, ela pode afetar outros órgãos. A condição ocorre quando o sistema imunológico ataca erroneamente os tecidos saudáveis do corpo, principalmente o revestimento das articulações (sinóvia).

Apesar de sua causa exata ainda ser desconhecida, acredita-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais desempenham um papel na sua origem.


Infectologista explica: Por que é importante usar os antimicrobianos corretamente?

Dra. Michelle Zicker endossa a Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos com um alerta para o uso excessivo destes medicamentos 


De 18 a 24 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) promove a Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos. O objetivo dessa campanha é chamar atenção para o uso correto desses medicamentos e a importância de frear a resistência microbiana, que ameaça tornar ineficazes medicamentos fundamentais, como antibióticos e antifúngicos. A resistência microbiana é, hoje, uma das dez maiores ameaças à saúde pública global, afetando milhões de pessoas, elevando o tempo de internação e aumentando custos de saúde. 

A Dra. Michelle Zicker, infectologista do São Cristóvão Saúde, destaca a gravidade dessa questão. “A resistência aos antimicrobianos compromete o tratamento e pode ser fatal em muitos casos, uma vez que limita nossas opções terapêuticas. É uma situação que gera impacto em todo o sistema de saúde, tornando infecções que eram facilmente tratáveis em verdadeiros desafios, por aumentar a mortalidade e o tempo de internação”, explica.
 

Mas, afinal, o que são os antimicrobianos e como surgiram?

Os antimicrobianos englobam medicamentos como os antibióticos, que combatem infecções bacterianas, e os antifúngicos, usados contra infecções causadas por fungos. A descoberta dos antibióticos revolucionou a medicina. Em 1928, Alexander Fleming descobriu a penicilina, que salvou milhões de vidas, tornando-se um marco no combate a doenças que antes eram fatais, como pneumonia e tuberculose. Com o tempo, surgiram outros grupos de antibióticos, cada qual com ação específica contra diferentes infecções. 

Porém, o uso indiscriminado desses medicamentos ao longo dos anos gerou consequências graves: hoje, muitos microrganismos se tornaram resistentes aos tratamentos, dificultando o combate a infecções. A Dra. Michelle alerta que o uso de antibióticos e antifúngicos deve sempre ser feito com cautela e orientação médica, evitando que as bactérias e fungos desenvolvam resistência. 

A resistência aos antimicrobianos ocorre quando um microrganismo – como uma bactéria ou fungo – adapta-se ao medicamento, tornando-se imune a ele. Isso significa que tratamentos que antes eram eficazes deixam de funcionar, fazendo com que os pacientes precisem de terapias alternativas, geralmente mais caras e com mais efeitos colaterais. 

De acordo com a OMS, infecções por bactérias resistentes aumentam em 50% o risco de morte em comparação com infecções tratáveis. Na América Latina e no Caribe, um estudo de 2024 estimou cerca de 80 mil mortes associadas a bactérias resistentes em 2021, evidenciando que a resistência antimicrobiana é uma crise real e urgente.
 

O que causa a resistência aos antimicrobianos?

A resistência microbiana é um fenômeno natural, mas que tem sido acelerado pelo uso incorreto desses medicamentos. Entre os principais fatores estão o uso inadequado de antibióticos – como o consumo para tratar gripes e resfriados, que são infecções virais e não respondem a antibióticos – e o uso de antimicrobianos em animais saudáveis para promover crescimento, prática comum na agropecuária. Esses usos inadequados promovem a seleção de microrganismos resistentes, que podem ser transmitidos para humanos e animais, agravando o problema. 

A Dra. Michelle enfatiza que o combate à resistência depende de ações coletivas, que vão desde o uso consciente de medicamentos pela população até práticas mais rigorosas entre profissionais de saúde. “A população pode fazer a sua parte ao usar medicamentos antimicrobianos com responsabilidade, sempre com orientação de um médico ou dentista, e seguir corretamente as instruções de uso”, afirma. Algumas dicas para o uso adequado incluem:

  • Jamais usar antimicrobianos sem prescrição médica;
  • Seguir corretamente a dose e a duração do tratamento, sem interrompê-lo antes do tempo prescrito;
  • Evitar armazenar sobras desses medicamentos e nunca compartilhar com outras pessoas.

Os profissionais de saúde também têm uma responsabilidade fundamental para minimizar a resistência. Entre as práticas recomendadas estão a prescrição de antimicrobianos apenas quando realmente necessário, evitando o uso para infecções virais e guiando-se por exames sempre que possível. 

“A Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos é um chamado para refletirmos sobre a importância desses medicamentos e como o uso responsável pode ajudar a preservar sua eficácia. A resistência microbiana é uma ameaça que requer um esforço global.” A Dra. Michelle reforça: “Cada um de nós tem um papel crucial neste combate. Ao nos conscientizarmos e adotarmos práticas responsáveis, estamos ajudando a garantir que esses medicamentos continuem eficazes para as próximas gerações.”
 

Grupo São Cristóvão Saúde


Especialista responde a 10 dúvidas sobre o Ozempic

Segurança está no uso do fármaco original

 

O endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo (SBEM-SP), Dr. Ricardo Barroso, explica abaixo as 10 principais dúvidas sobre o ozempic, medicamento utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, cujo princípio ativo, semaglutida, também tem sido utilizado para auxiliar na perda de peso, promovendo a redução do apetite e o controle do peso corporal. A semaglutida é indicada como parte de um plano de tratamento que inclui dieta e exercícios físicos.

 

1. O Ozempic pode interagir com outros medicamentos? 

O Ozempic causa retardo na identificação do esvaziamento gástrico, com isso, haveria a possibilidade de haver também esse retardo na absorção de alguns medicamentos. Entretanto, ainda não há essa relação de causalidade entre o uso da semaglutida e a piora da absorção de alguns medicamentos. O que se sabe é que o Ozempic pode interagir com medicamentos hipoglicemiantes, ou seja, aqueles que causam queda na glicemia; portanto, as doses desses medicamentos devem ser ajustadas.

 

2. O Ozempic é seguro para uso a longo prazo? 

O Ozempic é uma medicação segura para uso a longo prazo, em razão do próprio mecanismo de ação: foi criado para ser utilizado de forma prolongada, já que a obesidade e o diabetes são doenças crônicas, que não têm cura, mas têm controle.

 

3. Como armazenar o Ozempic? 

O Ozempic deve ser armazenado, de preferência, em refrigeração a uma temperatura de 2 a 8 graus Celsius, que é a temperatura normal da geladeira. Não deve ser congelado para não perder a eficácia. Pode ficar até 6 semanas fora da geladeira, em temperaturas abaixo de 25 a 30 graus Celsius, mas o ideal é a refrigeração.

 

4. Ozempic pode ser manipulado? 

Não existe Ozempic ou semaglutida manipulada. A única forma segura de se usar este medicamento disponível no Brasil é obtendo o fármaco original. E aqui fica um alerta para que observem bem a embalagem, para evitar medicamentos adulterados.

 

5. Ozempic causa problemas cardiovasculares? 

A semaglutida não causa problemas cardiovasculares; pelo contrário, estudos mostram que reduziu em cerca de 20% as doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. Também melhorou a redução da doença do fígado e a progressão da doença renal. Então, Ozempic é uma medicação que não só não traz esses riscos, como traz benefícios.

 

6. Crianças e adolescentes podem usar Ozempic? 

A aprovação em bula do Ozempic é a partir dos 18 anos de idade, mas já existem estudos com adolescentes a partir dos 12 anos mostrando segurança com o uso da semaglutida para tratamento de obesidade.

 

7. Quais são as contraindicações do Ozempic? 

As contraindicações absolutas são casos de alergia a algum componente do Ozempic ou a própria semaglutida, o que é muito raro. Condições que precisam de cautela máxima na avaliação do custo-benefício para uso da semaglutida: pacientes com retinopatia diabética e pacientes que já tiveram pancreatite.

 

8. Ozempic pode causar perda de cabelo? 

A semaglutida pode causar uma perda de peso mais rápida, e essa perda de peso rápida pode causar queda de cabelo.

 

9. Posso tomar Ozempic e beber álcool? 

Estudos mostram uma redução de até 50% do consumo de bebidas alcoólicas em quem faz uso da semaglutida. Ou seja, não está contraindicado ingerir bebidas alcoólicas; pelo contrário, o fato de ter problemas com álcool e o excesso de peso seria até uma indicação de se usar o medicamento.

 

10. O Ozempic pode ser usado para tratar a acne? 

Não há indicação de usar o Ozempic para tratar a acne: ao perder peso, há uma melhora na saúde como um todo e no perfil hormonal. E isso pode levar à melhora da acne. Diminuir a ingestão de açúcar, massas e alimentos processados e gordurosos pode resultar em melhora da acne. Mas não há uma relação direta de Ozempic e melhora da acne. E sim uma relação secundária à melhora dos hábitos alimentares, da perda de peso e do tratamento da obesidade. 



SBEM-SP -Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
http://www.sbemsp.org.br


Doenças oculares também podem causar Fotofobia

https://br.freepik.com/
O oftalmologista Luiz Brito, do H.Olhos, fala da importância de investigar a causa da intolerância à claridade e adotar os cuidados necessários

 

Se você tem dificuldade para manter os olhos abertos em ambientes mais iluminados, o ideal é procurar um especialista para investigar a causa e saber que cuidados adotar. Conhecida como fotofobia, a sensibilidade exacerbada à luz natural ou artificial pode estar associada a várias condições, como enxaqueca, problemas oculares e certas doenças neurológicas.

“A intolerância pode variar de leve a intensa e causar muita dor de cabeça, lacrimejamento, visão borrada ou turva, mudança na percepção de cores, entre outros sintomas. E quanto mais tempo a pessoa permanecer no ambiente com maior claridade, a fotofobia pode piorar”, alerta o oftalmologista Dr. Luiz Brito, do H.Olhos, Hospital de Olhos, da rede Vision One.

“Os sintomas podem surgir durante um dia ensolarado, quando o paciente está ao ar livre exposto ao sol, ou em ambientes fechados que possuem lâmpadas muito fortes. Vale lembrar que quando a pessoa sai de um local mais escuro para outro mais iluminado, a visão pode levar até 20 minutos para se adaptar”, esclarece o médico.

De acordo com o Dr. Luiz Brito, “é muito importante descobrir a causa, pois a intolerância à luz intensa pode estar relacionada com problemas oculares como conjuntivite, ceratite, uveíte, catarata, glaucoma, ceratocone, doenças de retina, entre outras doenças, inclusive emergências médicas. Pessoas albinas ou que possuem olhos claros também podem ter uma maior sensibilidade à luminosidade”.

A fotofobia pode surgir em qualquer idade e nem sempre tem cura. Nos casos em que é possível tratar a causa, a intolerância à luminosidade pode desaparecer totalmente. Para quem sofre da condição, medidas como utilizar óculos escuros, lentes de contato fotossensíveis ou filtrantes ajudam a reduzir a intensidade da luz. Em alguns casos, o oftalmologista pode indicar o uso de colírios para lubrificação ocular.

Embora não exista uma estatística específica sobre o número de brasileiros que sofrem de fotofobia, a estimativa é que 30% da população apresentem sensibilidade intensa à claridade. Ao perceber os sintomas é importante procurar um especialista para obter um diagnóstico preciso e receber as orientações adequadas para garantir a saúde ocular.


Tecnologia com limite: 86% dos brasileiros apoiam restrições ao uso de celulares nas salas de aula e escolas buscam soluções

Foto de Chivalry Creative na Unsplash

Iniciativas como o projeto Porto Disconnect redefinem a convivência escolar e criam “revolução” nos intervalos

 

Em tempos de hiperconectividade e uso intenso de dispositivos eletrônicos, o debate sobre a restrição do uso de celulares nas escolas brasileiras tem ganhado espaço e relevância. Uma pesquisa recente da consultoria Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, com sede em Brasília, mostra que 86% dos brasileiros apoiam algum tipo de limitação quanto ao uso desses aparelhos nas instituições de ensino. Esse dado se desdobra em 54% da população defendendo a proibição total dos celulares, enquanto 32% acreditam que o uso deve ser permitido apenas em atividades pedagógicas, com autorização dos professores. Apenas 14% dos entrevistados são contrários a qualquer restrição. 

A pesquisa, realizada com 2.010 cidadãos em todas as 27 unidades da federação entre os dias 22 e 27 de outubro de 2024, apresenta uma visão abrangente sobre o que pensa a sociedade brasileira em relação ao uso de celulares em sala de aula. Com margem de erro de 2 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%, o levantamento evidencia que o apoio à proibição é ainda mais forte entre as faixas etárias mais velhas e entre pessoas de renda mais alta. Por exemplo, 67% dos brasileiros que ganham acima de cinco salários mínimos são a favor da proibição total dos aparelhos, contra 54% na média geral. 

Entre os jovens de 16 a 24 anos, a adesão à ideia de alguma forma de restrição também é significativa: 89% apoiam, em algum nível, a proibição, embora a proibição total tenha menor aceitação nessa faixa (46%) comparada à média geral. A possibilidade de uso parcial dos celulares, autorizada para atividades pedagógicas, tem maior apelo entre os mais jovens, com 43% favoráveis a essa solução. Tais dados revelam uma preocupação compartilhada pela sociedade e reforçam a necessidade de práticas que promovam o uso consciente e equilibrado da tecnologia.
 

Das telas para o olho no olho

A questão do uso de celulares em escolas não é apenas uma preocupação local. É um reflexo de um debate global sobre como equilibrar o acesso às tecnologias com a manutenção da atenção, do foco e das interações humanas. De acordo com especialistas, enquanto os dispositivos oferecem inegáveis benefícios pedagógicos, eles também podem trazer desafios, como a distração excessiva e a falta de interação social genuína. 

Joice Leite, diretora de Educação Digital do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo e Valinhos, defende uma abordagem equilibrada para a questão: “A tecnologia é uma ferramenta poderosa que, quando bem utilizada, pode enriquecer a aprendizagem e ampliar horizontes. No entanto, precisamos ensinar as crianças e os jovens a fazerem uso consciente dessas ferramentas, sabendo quando é hora de estar on-line e quando é hora de se desconectar e aproveitar a presença física”. 

Em meio a esse cenário desafiador, o Porto Seguro protagoniza uma iniciativa inovadora, chamada de Porto Disconnect. Criado em 2019, o projeto foi desenvolvido para incentivar os alunos a se desconectarem dos dispositivos eletrônicos durante os intervalos, participando de atividades recreativas, culturais e esportivas que promovem o bem-estar e a interação presencial. 

A diretora institucional educacional do Colégio, Meire Nocito, enfatiza a importância dessa desconexão intencional: “O Porto Disconnect nasceu da necessidade de oferecer aos nossos alunos uma alternativa ao uso constante de dispositivos eletrônicos. Queremos que eles aproveitem os intervalos para interagir com os colegas, fortalecendo a empatia, a amabilidade e a convivência saudável”. 

Em 2024, as ações do projeto passaram a ser realizadas com uma frequência ainda maior, incluindo atividades semanais. Os alunos participam de jogos, oficinas de arte, práticas esportivas e momentos de convivência que estimulam a interação e a formação de vínculos duradouros. Uma pesquisa realizada pelo próprio Colégio com estudantes do Ensino Fundamental II mostrou que 72,5% dos alunos já participam dos intervalos off-line, o que indica a importância desse momento para a construção de relações interpessoais. 

“Essas atividades não são apenas momentos de lazer; são oportunidades para que os alunos desenvolvam competências socioemocionais essenciais para a vida, como a empatia, a colaboração e o trabalho em equipe”, afirma Nocito. “A iniciativa reflete nosso compromisso em oferecer um ambiente escolar que prepare os estudantes para os desafios da vida moderna, fortalecendo sua capacidade de construir relacionamentos saudáveis e de se adaptar a diferentes contextos sociais”, completa.
 

Proibir ou orientar o uso?

O desafio para as instituições educacionais agora é criar soluções que abordam as preocupações levantadas pela pesquisa da Nexus e pelos debates no Congresso sobre a regulamentação do uso de celulares nas escolas. A proposta da Comissão de Educação da Câmara de proibir o uso para crianças até 10 anos e liberar para fins pedagógicos a partir dos 11 anos é um dos caminhos discutidos para estabelecer um equilíbrio. 

Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, observa que o alto índice de apoio às restrições revela uma preocupação coletiva com a preservação do processo de aprendizagem. “Há uma clara percepção de que algo deve ser feito para evitar o uso excessivo de celulares nas escolas. A aprovação da proibição total ou parcial é um reflexo da busca por ambientes de aprendizagem mais focados e menos dispersivos”, comenta. 


Colégio Visconde de Porto Seguro


61% dos brasileiros acima de 18 anos consomem cerveja, revela pesquisa

 Estudo da Brazil Panels aponta sabor como o principal fator para escolha da marca  


Um levantamento realizado pela Brazil Panels, empresa de pesquisa de mercado e marketing full service, em parceria com a Agência Conexão Vasques, revelou dados significativos sobre os hábitos de consumo de cerveja no Brasil. O estudo mostra que 61% dos brasileiros consomem cerveja.   

Entre os 1.715 respondentes de todas as regiões do país, 3,5% bebem diariamente, com uma concentração maior nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além disso, 13,1% consomem de duas a três vezes por semana, enquanto 16,15% bebem uma vez por semana. O estudo também aponta que 8,9% dos consumidores apreciam a bebida de uma a três vezes por mês, e 19,4% consome cerveja raramente.  

"A diversidade nos hábitos de consumo, variando do diário ao ocasional, assim como as diferenças sociodemográficas observadas, oferecem dados valiosos sobre o comportamento dos consumidores brasileiros em relação à cerveja", ressalta Claudio Vasques, CEO da Brasil Panels e Conexão Vasques.  


Marcas de cerveja mais consumidas  

As marcas de cerveja mais consumidas regularmente no Brasil incluem Brahma (43,1%), Heineken (40,6%), Skol (36,6%), Amstel (33,2%) e Budweiser (28,8%). Em seguida, aparecem Antarctica (27,6%), Itaipava (26,5%), Stella Artois (18%), Petra (16,7%), Original (16,4%) e outras marcas* (30%).   

No recorte por faixa etária, a Heineken é a cerveja mais consumida entre os jovens de 18 a 24 anos (68,8%) e de 25 a 34 anos (61,1%). Já a Brahma se destaca entre todas as outras faixas etárias: 44% dos consumidores entre 35 e 44 anos, 42,6% entre 45 e 54 anos, 44% entre 55 e 64 anos e 34,5% acima de 65 anos.   

Segundo a pesquisa, as classes A e B consomem mais Heineken, a classe C bebe mais Brahma e as classes D e E optam por Brahma e Skol. Regionalmente, o Nordeste e o Centro-Oeste lideram o consumo de Heineken, com 49,7% e 41%, respectivamente, enquanto o Norte consome mais Skol (51,2%), o Sudeste, Brahma (48,1%), e o Sul, Amstel (37,2%).  


Marcas de cerveja preferidas  

Ao questionar os consumidores sobre suas marcas de cerveja preferidas, ficou evidente que a preferida pode não ser a mesma mais consumida diariamente. As marcas favoritas incluem Heineken (16,7%), Brahma (16,2%), Skol (14,2%), Antarctica (7,4%), Budweiser (7,4%), Amstel (6,6%), Itaipava (5,4%), Original (3,5%), Stella Artois (3,2%) e Crystal (2,1%). No entanto, ao analisar os dados por região, foram observadas variações significativas.  

As três marcas que se destacam em todas as regiões do país são Heineken, Brahma e Skol. "A recorrência indica uma forte aceitação nacional, refletindo a popularidade dessas marcas entre os consumidores brasileiros, independentemente das diferenças regionais. Os resultados revelam as nuances das preferências regionais, e confirmam a forte presença de marcas tradicionais e consolidadas no paladar dos brasileiros", explica Vasques.  


Fator de escolha  

O estudo revelou que o sabor é o fator mais relevante na escolha de uma marca de cerveja, mencionado por 61,6% dos entrevistados. Outros aspectos importantes incluem preço (17,1%),  qualidade premium (11,1%), tradição da marca (7%), disponibilidade (2,5%) e outros motivos (0,8%).  

No recorte social, os principais fatores de escolha para a classe A são o sabor (48,6%) e a qualidade premium (27,9%), seguidos pelo preço (17,6%) e a tradição da marca (4,4%). Para a classe B, o sabor (62,8%) e o preço (16,4%) são os mais relevantes, assim como na classe C, onde 63,9% consideram o sabor como prioridade, seguido pelo preço (15,3%). Nas classes D/E, os fatores mais importantes também são sabor (58,8%) e preço (22,7%).  

"Com uma cultura de consumo que abrange desde as cervejas mais leves, apreciadas em ocasiões sociais e de lazer, até as artesanais, que proporcionam experiências únicas ao paladar, o gosto é o fator central na decisão de compra. Assim, o sabor se destaca em todos os segmentos de classe social, especialmente em um mercado que valoriza a diversidade de estilos e sabores", finaliza Vasques.  


Metodologia 

A pesquisa foi realizada entre 10 e 20 de setembro de 2024, com uma amostra de 1.1715 respondentes residentes no Brasil, com idades acima de 18 anos. A amostra é nacionalmente representativa, com cotas de idade, gênero e local de residência distribuídas pelas regiões da seguinte forma: Sudeste – 54,6%, Sul – 19,9%, Centro-Oeste – 6,6%, Nordeste – 14,9%, Norte – 6%.  

*Outras marcas englobam Eisenbahn, Spaten, Kaiser, Corona, Devassa, Crystal, Schin, Bavaria, Polar, Lokal, Proibida, Beck`s, Caracu, Baden Baden, Colonia, Glacial, Colorado, Cerpa, Cacildis e Tijuca, que tiveram menor número de votos na pesquisa nacional.  




Brazil Panels Consultoria
https://www.brazilpanels.com.br


Posts mais acessados