Pesquisar no Blog

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Programação MAM São Paulo: conheça as exposições em cartaz

Agenda de mostras exibidas no MAM inclui George Love: além do tempo, Santídio Pereira: paisagens férteis, Emmanuel Nassar: Lataria Espacial, e Rodrigo Sassi: Rizoma. Além das exposições temporárias, o público pode conhecer obras da coleção do MAM expostas no Jardim de Esculturas


Vista da exposição Santídio Pereira: paisagens férteis, na Sala Paulo Figueiredo. Foto: Ding Musa
Mais fotos em: 
https://flic.kr/s/aHBqjBqk5o


A programação de exposições do Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta até 1 de setembro quatro exposições inéditas. Na Sala Milú Villela, está George Love: além do tempo, primeira retrospectiva do artista, que reúne mais de 500 fotografias. A Sala Paulo Figueiredo exibe a individual Santídio Pereira: paisagens férteis, com uma seleção de gravuras, xilogravuras e pinturas do artista piauiense. A Sala de Vidro apresenta a instalação Lataria Espacial, do artista paraense Emmanuel Nassar. No Projeto Parede, o público pode ver a obra Rizoma, trabalho de Rodrigo Sassi comissionado pelo MAM.

Confira a seguir mais detalhes de cada mostra:

George Love: além do tempo

George Leary Love
(1937-1995), fotógrafo afro-americano que desenvolveu uma trajetória extremamente prolífica no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, tem sua obra celebrada nesta que é sua primeira exposição retrospectiva. Com curadoria de José De Boni, a mostra George Love: além do tempo  traz para as vistas do público uma seleção do arquivo deixado por George Love (1937 - 1995) – e conservado pelo curador, que também foi seu amigo -, além de objetos relevantes de sua história, como diários, cartas e câmeras fotográficas.

Vista da exposição George Love: além do tempo. Foto: Luan Santos
Acesse mais fotos da exposição em 
https://flic.kr/s/aHBqjB9gfu


Reunindo um conjunto de mais de 500 fotografias, em novas impressões e originais de época, a exposição traça uma linha do tempo que remonta a um período desde antes do artista vir para o Brasil, até sua morte em 1995. O curador explica que optou por dividir a mostra em 20 núcleos, como se o espaço expositivo sediasse 20 individuais de Love, cada uma se debruçando sobre uma temática ou uma época. Os setores consideram também os lugares onde George Love viveu no decorrer de sua carreira: primeiro em Nova York, depois São Paulo, onde (se instalou) chegou em 1966, uma escapada ao Rio de Janeiro, o retiro em Nova York depois de 20 anos no Brasil, e a volta São Paulo nos seus últimos anos de vida.



Santídio Pereira: paisagens férteis


Vista da exposição Santídio Pereira: paisagens férteis no MAM. Foto: Ding Musa
Mais fotos em: 
https://flic.kr/s/aHBqjBqk5o


Com uma trajetória profícua em instituições brasileiras e mundo afora, Santídio Pereira traz à individual Paisagens férteis sua pesquisa em torno das imagens de biomas brasileiros, do Cerrado à Mata Atlântica, passando por paisagens que fizeram parte de suas vivências e carregando especialmente as observações que faz em meio à natureza.

Com curadoria de Cauê Alves, curador-chefe do MAM, a exposição reúne gravuras, objetos e pinturas de Santídio que trazem imagens de paisagens montanhosas e de plantas como bromélias e mandacarus. Esses motivos nas obras do artista derivam de suas experiências imersivas nos biomas brasileiros, durante viagens em que se dispõe a observar a geografia e a vegetação com atenção. Parte delas também são fruto das memórias da infância no Piauí que ele carrega consigo.



Emmanuel Nassar: Lataria Espacial

 

Emmanuel Nassar, Lataria Espacial, 2022. Coleção do artista. Sala de Vidro do MAM. Foto: Ding Musa

 

Aberta à interação do público, a obra remete aos trabalhos que o artista desenvolve desde os anos 1980, usando a geometria e cores de tons fortes.

Desde Recepcôr (1981), Nassar foi se afastando da pintura figurativa e passou a trazer para seus trabalhos uma discussão sobre a precariedade e sobre o sonho de novas tecnologias. O trabalho que inaugura essa pesquisa é uma espécie de aparelho de alta tecnologia que receberia tudo aquilo que rondava a cabeça do artista. Recepcôr é uma obra que não tinha apenas uma solução estética, mas também era funcional.

Em Lataria Espacial, Emmanuel Nassar constrói um jatinho particular inspirado no Phenom 300, um avião nacional de alta performance, um dos mais vendidos do mundo, desenvolvido e fabricado pela Embraer. Na obra, toda essa modernização representada por esse avião é contrastada pela precariedade de uma instalação construída em pedaços, ligando chapas de zinco galvanizadas que são pintadas com esmalte sintético.



Rodrigo Sassi: Rizoma

Vista da obra. Rodrigo Sassi: Rizoma. Projeto Parede do MAM.
Foto: Ding Musa


Rizoma é uma instalação a qual o artista se refere como um “não mural”. A obra, inspirada em murais modernistas, é composta por relevos de alvenaria fixados sobre a parede do museu e, conectados uns aos outros, atingem uma escala que conflita com o recuo disponível para sua visualização, de certa forma indo contra propósitos e características de sua própria referência. Para isso, Rodrigo Sassi idealizou uma nova pesquisa, propondo-se a realizar um trabalho diferente do que já é conhecido de sua produção, pensando nas especificidades do espaço onde ele será montado. “Esta é uma proposta que foge dos padrões do meu trabalho, que deixa um caminho em aberto para novos desdobramentos, inclusive”, ele comenta.

Para esta instalação, Rodrigo Sassi agrega referências arquitetônicas muralistas à sua poética e prática de trabalho. O artista traz a ideia de azulejos de Bulcão que têm continuações, apesar de serem diferentes um do outro, onde até nas rupturas existem composições que funcionam entre si. O projeto é desdobramento de uma intervenção que o artista realizou no o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), instituição que é parceira do MAM nesta mostra.



Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, peças de teatro, sessões de filmes  e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.

Serviço:
George Love: além do tempo
Curadoria: Zé De Boni
Período expositivo: até 1 de setembro de 2024
Local: Sala Milú Villela, Museu de Arte Moderna de São Paulo

Rodrigo Sassi: Rizoma
Curadoria: Cauê Alves
Período expositivo: até 1 de setembro de 2024
Local: Projeto Parede, Museu de Arte Moderna de São Paulo

Santídio Pereira: paisagens férteis
Curadoria: Cauê Alves
Período expositivo: até 1 de setembro de 2024
Local: Sala Paulo Figueiredo, Museu de Arte Moderna de São Paulo

Emmanuel Nassar: Lataria Espacial
Período expositivo: até 1 de setembro de 2024
Local: Sala de Vidro, Museu de Arte Moderna de São Paulo
Local:  Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1, 2 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser.

*Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de São Paulo, com identificação; amigos e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.

Telefone: (11) 5085-1300
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado
Mais informações:

MAM São Paulo
Mais informações:
www.mam.org.br

www.instagram.com/mamsaopaulo

lwww.facebook.com/mamsaopaulo

www.youtube.com/@mamsaopaulo

www.twitter.com/mamsaopaulo


“Sentar, guardar, dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em diálogo” reúne móveis criados nos últimos quatrocentos anos com soluções criativas para três ações cotidianas

 


Com abertura no dia 11 de junho (terça), às 10h, exposição temporária do Museu do Ipiranga revela a evolução de diferentes tipos de mobiliário ao longo do tempo 

A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Paulo César Garcez Marins e Maria Aparecida de Menezes Borrego, e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira

 

Bancos, cadeiras, sofás, caixas, cômodas, escrivaninhas, guarda-roupas, redes, esteiras e camas. Todos esses itens fazem parte do nosso dia a dia e revelam como atendemos três necessidades básicas: sentar, guardar e dormir. 

Com foco nessas três ações humanas e nas soluções criativas adotadas em diferentes épocas, o Museu do Ipiranga realiza a exposição “Sentar, guardar, dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em diálogo”. Com abertura no dia 11/6, às 10h, a mostra apresenta móveis produzidos entre os séculos 16 e 21, com as peças criadas de acordo com as demandas de cada período. 

As 164 peças escolhidas estabelecem um diálogo entre os acervos do Museu da Casa Brasileira (MCB), com 118 móveis, e do Museu Paulista, com 46 peças, expondo a complementaridade dos acervos das duas instituições estaduais paulistas. Os itens evidenciam a diversidade cultural e social brasileiras, abordando as heranças indígena, portuguesa e afro-brasileira, além daquelas ligadas às diversas imigrações e migrações que marcaram nossa sociedade. 

Para facilitar o diálogo com o público, a exposição foi organizada por tipos de móveis, permitindo uma comparação clara entre as formas de desenvolvimento do mobiliário, seja por métodos artesanais ou industriais. 

A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Maria Aparecida de Menezes Borrego, e Paulo César Garcez Marins e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Também colaboraram na curadoria os assistentes Rogério Ricciluca Matiello Félix e Wilton Guerra, pela primeira vez juntos.  

O MCB foi criado em 1970 para registrar e expor as diferentes formas de morar, tornando-se o único museu brasileiro especializado em design. O acervo abarca muitos itens produzidos a partir da segunda metade do século XX, abrangendo peças assinadas ou produzidas pela indústria ou por camadas populares. Já o Museu Paulista da USP, do qual faz parte o Museu do Ipiranga, é voltado ao estudo de objetos e imagens que documentam a sociedade brasileira e tem móveis em sua maioria produzidos entre o século XVII e os anos 1920. 

A exposição está instalada no salão de exposições temporárias, um espaço moderno, acessível e climatizado, com 900m2, localizado no piso jardim, o novo pavimento do Museu do Ipiranga. Os ingressos para a mostra são gratuitos. 

 

Módulos da exposição 


SENTAR 

Apresenta móveis populares, cadeiras e poltronas feitas por designers dos séculos 20 e 21 e conjuntos de sofás e cadeiras dos séculos 18 e 19. Um conjunto de tipologias que remetem ao uso recorrente ao longo do tempo, incluindo, cadeiras de balanço, cadeiras para criança, sofás, poltronas, poltronas de braço, canapés, bancos, mochos, cadeiras de costura e cadeiras de escritório giratórias. . Entre os destaques, figuram, peças elaboradas para o trabalho como uma cadeira de barbeiro e um raro exemplar de cadeira de dentista portátil, além de bancos e esteiras indígenas. 

 

GUARDAR

São apresentados diversos tipos de móveis que foram utilizados para armazenar roupas, cartas, documentos e valores. Caixas, canastras, cofres, cômodas, armários, guarda-roupas, contadores, papeleiras e escrivaninhas revelam, por um lado, os modos de dar segurança ao que se quer preservar ou transportar e, por outro, a proteção dos testemunhos da nossa intimidade e das roupas e acessórios que usamos. 

Entre os destaques, estão a cômoda papeleira com seus sistemas de segredo, guarda-roupas de Alberto Santos Dumont e cangalhas utilizadas em mulas para o transporte de cargas. 

 

DORMIR 

São exibidos móveis que evidenciam diversas formas de deitar e descansar praticadas no Brasil ao longo de séculos. Da rede de origem indígena às camas de casal ou de solteiro, estes móveis foram utilizados tanto em espaços compartilhados, como em ambientes cada vez mais íntimos ou individuais. 

Pelos vários materiais usados em sua confecção – como fibras naturais, madeiras, couro, metais para encaixes e molas, plásticos e tecidos – pode-se trilhar o caminho entre fatura artesanal, muitas vezes feitas por indígenas e negros, e a linha de produção em série, como é o caso das Camas Patente. 

Muitas camas foram ofertadas às coleções dos museus por terem pertencido a membros das elites, como a família imperial, nobres que receberam seus títulos dos imperadores, como a Marquesa de Santos; ou de personalidades da política no regime republicano.  

O módulo também apresenta um conjunto de móveis que pertenceu ao quarto de dona Violeta Jafet, doado em 2017 ao Museu Paulista. Ele é composto por cama, mesas de cabeceiras, penteadeira, sapateira, banqueta, cadeiras e mesa circular e um divã estofado. Dormir, sentar e guardar estavam, assim, reunidos em um mesmo ambiente de elite, por meio dos móveis feitos pelo Liceu de Artes e Ofícios, que foi o mais famoso fabricante de móveis da cidade de São Paulo. 

 

SERVIÇO

Exposição temporária “Sentar, guardar, dormir:

Museu da Casa Brasileira e do Museu Paulista em diálogo”

Abertura: 11/6 (terça), às 10h

Encerramento: 29/9

Sala de exposições temporárias, ala oeste do piso Jardim

Entrada gratuita

 

Acesso ao edifício Monumento

O acesso ao edifício monumento, no qual estão abertas as exposições de longa-duração, se dá por meio de ingressos vendidos por agendamento em nosso site ou diretamente na bilheteria. Mais informações: Link 

 

Museu do Ipiranga

Endereço: Rua dos Patriotas, 100

Funcionamento: Terça a domingo (incluindo feriados), das 10h às 17h (última entrada às 16h)

Bilheteria a partir das 9h

Ingressos para as exposições de longa-duração: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

Gratuidades: Quartas-feiras e primeiro domingo do mês, além de entrada franca para públicos específicos. Confira mais informações: Link

 

 

Como chegar: 

Transporte público: De metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).

Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura – Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela – Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã – Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera – Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã – metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior – Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo – São Paulo).  

Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°. Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim. 

Para quem usa bicicleta, há paraciclos próximos aos portões da R. Xavier de Almeida e R. dos Patriotas.

 

 

Museu do Ipiranga – USP 

O Museu do Ipiranga é sede do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, e seguiu em atividade com eventos, cursos, palestras e oficinas em diversos espaços da cidade. As obras de restauro, ampliação e modernização do Museu são financiadas via Lei Federal de Incentivo à Cultura. A gestão do Projeto Novo Museu do Ipiranga é feita de forma compartilhada pelo Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, pela direção do Museu Paulista e pela Fundação de Apoio à USP (FUSP).  

O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.  

As obras do Novo Museu do Ipiranga foram financiadas via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Link
Link
Link
Link

 

Patrocinadores e parceiros:

Mantenedor: EDP, Shell, Vale

Patrocinador Master: Itaú

Parceiro Gold: Comgas, EMS, Sabesp, Santander

Patrocínio Silver: Caterpillar

Apoio: BNDES, Fundação BB

Empresas parceiras: Dimensional, Nortel, PWC, Too seguros

Parceria de mídia: Estadão, Revista Piauí, Uol, Instituto Bandeirantes

Apoio Institucional: MCB; Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo


Tesouros Ancestrais do Peru reúne peças raras no CCBB Brasília e revela o cotidiano de povos andinos

Escultura | Objeto constituía parte de um conjunto funerário.

Crédito: Museo Oro del Perú – Armas del Mundo | Fundación Miguel Mujica Gallo


 

Brasília pode conhecer de perto mais de 160 objetos elaborados em cerâmica, cobre, ouro, prata e têxteis que contam a história das antigas civilizações peruanas 

 

O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília recebe, desde 28 de maio, a exposição Tesouros Ancestrais do Peru. Sucesso no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, a exposição que chega ao CCBB é uma viagem no tempo e um convite para o público conhecer de perto a história e cultura das antigas civilizações andinas. São 162 peças datadas entre 900 a.C e 1600 d.C, a grande maioria em cerâmica, cobre, ouro, prata e têxteis. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados na bilheteria ou pelo site: http://bb.com.br/cultura.  

Divida por cinco blocos temáticos – Linha do Tempo, Mineração, Divindades e Rituais, Cerâmica e Têxteis e Colonização –, o conjunto raro de objetos descobertos em diversas expedições arqueológicas é reconhecido como patrimônio pelo Ministério da Cultura do Peru, pertence à Fundação Mujica Gallo, e faz parte do catálogo do Museo Oro del Perú y Armas del Mundo.

Em cartaz até 11 de agosto, a mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset Management, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A organização é da Arte A Produções.

 

Objetos milenares contam a história

Tumi ou faca cerimonial, com uma representação antropomórfica 

do deus Lambayeque chamado Naylamp.

Crédito: Museo Oro del Perú – Armas del Mundo | Fundación Miguel Mujica Gallo



Também conhecido como Tahuantinsuyo, ou “Terra de Quatro Regiões”, na língua quechua, o Império Inca foi a maior e mais importante reunião de culturas da América antiga. Com base em Cusco, sede política localizada no atual Peru, era formado por diversos povos e atingiu, em seu auge, cerca de 12 milhões de habitantes. Politeístas, os incas conseguiram, entre 1438 e 1532, unificar, seja pela força ou por alianças, sociedades da região costeira do Oceano Pacífico e da cordilheira dos Andes.

Espalhados por um território estimado em 4 mil quilômetros, que ia do sul da Colômbia até partes do Chile e da Argentina, passando por todo o Equador, Peru e Bolívia, os povos da região tinham em comum o domínio de técnicas sofisticadas de administração, mineração, irrigação, agricultura, cerâmica, produção têxtil e arquitetura. O mais conhecido e visitado desses territórios é Machu Picchu, um dos poucos não destruídos completamente durante o processo de colonização.

Na mostra, traços culturais dos povos andinos são revelados em utensílios como depiladores, bolsas, penachos, máscaras funerárias e coroas feitas de ouro. Há também módulos dedicados à cerâmica e aos objetos têxteis, como jaquetas, gorros e sapatos. No acervo estão ainda Tumis, espécies de facas ornamentais usadas durante cerimônias de sacrifícios de animais e, em casos excepcionais, de humanos.

“O desenvolvimento de todas essas culturas revela um acúmulo histórico notável de conhecimentos e a maestria em diversas técnicas e ofícios, refletidos na elegância e complexidade das peças apresentadas. A habilidade na mineração e na confecção de objetos feitos de ouro, prata, cobre e outros minerais atinge um nível de sofisticação excepcional, mesmo nas civilizações mais antigas”, explicam Patricia Arana e Rodolfo de Athayde, que assinam a curadoria da exposição.

 

Da agricultura à colonização

 

Taça cerimonial.

 Crédito: Museo Oro del Perú – Armas del Mundo | Fundación Miguel Mujica Gallo



No primeiro bloco, Linha do Tempo, são pontuados os momentos-chave de mais de 10 mil anos de história andina, desde os primeiros habitantes (pescadores e caçadores) até o surgimento da agricultura de irrigação. Essa evolução permitiu que essas populações desenvolvessem um alto nível tecnológico, dedicando-se à produção cerâmica, à metalurgia e têxteis, alcançando um notável desenvolvimento cultural.

Já o segundo bloco, Mineração, aborda o domínio sobre os metais, o controle sobre o ambiente natural e, consequentemente, seu impacto nas dinâmicas das estruturas do poder. Trata-se de um aspecto fundamental do desenvolvimento dos povos que utilizavam ferramentas diversas para extrair e utilizar cobre, ouro e prata, produzindo objetos de notável elaboração.

Na área Divindades e Rituais é possível conhecer peças em ouro e prata, cerâmica e frisos de personagens divinos e semidivinos, que orientavam o sistema teocrático-militar operado a partir de complexas cosmovisões fundadoras das culturas andinas.

Os metais eram usados para decorar edifícios, adornar corpos e vestes reais em rituais e oferendas funerárias. Um detalhe é que só as pessoas pertencentes à elite podiam usar ouro. Nesta área são expostas máscaras e luvas feitas do mineral, além dos Tumis e dos recipientes usados em rituais sagrados, como os utilizados para recolher o sangue dos seres sacrificados.

No quarto bloco, Cerâmicas e Têxteis, estão peças e informações sobre as técnicas utilizadas desde 1.800 a.C. para produção de barro moldado e cozido em fornalha. Essas técnicas permitiram uma produção intensa de utensílios usados também para expressar ideias e representar estilos de vida e tradições. Também é mostrada a importância da domesticação de animais como lhamas e alpacas para a produção têxtil e artística.


Trombeta.

Crédito: Museo Oro del Perú – Armas del Mundo | Fundación Miguel Mujica Gallo



A seção Colonização trata da história da colonização do império Inca pelos espanhóis e a fundação do Vice-reinado do Peru. Esse bloco expositivo pretende mostrar a assimetria desse violento encontro de civilizações, que funda uma nova identidade sincrética e mestiça, sobre as ruínas do império Inca.

O percurso da exposição também conta com o Projeto Panaca que divulga, por meio de vídeos de desenhos animados, a história das culturas antigas do Peru. A série de filmes será exibida ao público e é parte do conteúdo educativo da mostra. 


Elo entre gerações

A mostra conta com obras contemporâneas propondo um olhar que amplia a leitura do acervo, a fim de provocar uma visão crítica e reflexiva sobre a representatividade das peças.

O legado e o compromisso com a preservação de conhecimentos ancestrais afloram na cuidadosa réplica contemporânea do “Quipu de Nasca”, elaborada pelo arqueólogo Alejo Rojas. O instrumento também é tema na obra “Quipucamayoc”, de Alexandra Grau, uma recriação de quipus coloridos, que aludem a essas ferramentas de registros e contabilidade dos Incas. Os diferentes nós feitos nas cordas criam uma linguagem que guarda a história dessa cultura.

O videoarte “Técnicas de deformação plástica” de Bete Esteves e Beth Franco utiliza imagens das técnicas de mineração e trabalho nos metais para criar uma relação com os métodos violentos narrados pelos protagonistas.

O peruano Iván Sikic, apresenta a obra “Saqueo” (Pilhagem). Sua referência são os diferentes momentos da história em que a extração compulsiva do ouro gerou um significativo impacto cultural ou ecológico. A instalação questiona o legado colonial e os efeitos da mineração ilegal do ouro até a atualidade.

 

Ecos até os dias atuais

As peças da exposição são raras em diversos sentidos. Quase tudo o que havia em território inca foi destruído, roubado ou derretido. Posteriormente, também foi saqueado por assaltantes de monumentos arqueológicos, conhecidos no Peru como huaqueiros, que reviraram tumbas e centros cerimoniais em busca de peças a serem vendidas ilegalmente a colecionadores.

Dos poucos objetos que sobreviveram, os mais comuns são oferendas funerárias compostas por pequenas figuras de ouro e prata de mulheres e homens. Essas figuras parecem representar os jovens que acompanhavam os mortos em seus processos funerais: em geral, ficam de pé, têm as mãos sobre o peito ou seguram objetos como leque ou espiga de milho. Algumas dessas imagens foram encontradas em sítios arqueológicos vestidas com tecidos e penas.

“As peças que resistiram ao período da voracidade dos colonizadores e dos huaqueiros foram encontradas posteriormente em escavações arqueológicas. Não temos ideia do que se perdeu. Até as construções espanholas foram edificadas sobre monumentos e locais incas, uma amostra clara da necessidade de legitimar o seu poder”, explica o curador, Rodolfo de Athayde. “A história dessas peças é a história viva do desenvolvimento das civilizações andinas até o império inca, o mais importante que já se formou nas Américas”, completa.

 

 

Serviço

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília

Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul – Brasília - DF

 

Tesouros Ancestrais do Peru

Período | até 11 de agosto

das 09h às 21h (entrada nas galerias até 20h40)

Local | Galerias 2, 3 e 5

Classificação indicativa: livre

Ingressos | em www.bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB Brasília

Entrada gratuita


Com atores surdos e ouvintes, Filipe Codeço estreia ‘Língua’, espetáculo que mistura libras e português

Consagrado no teatro e com diversos trabalhos também no audiovisual, o ator e idealizador afirma que deseja elucidar os desafios da comunicação universal através da arte. A peça estreia no dia 06 de junho, no Sesc Copacabana

 

Aos 40 anos, sendo mais de 25 de carreira, o campista Filipe Codeço já é uma referência no teatro, como ator, idealizador e diretor. Com trabalhos no audiovisual como a novela “Vai Na Fé” (Globo) e “Essa História Dava Um Filme” (Multishow), e uma experiência ainda maior nos palcos, Codeço embarca em um novo desafio e estreia “Língua”, espetáculo pautado em sua pesquisa que explora a interseção entre libras e português. Na peça, que estreia dia 06 de junho no Sesc Copacabana, além de fazer parte da criação, Filipe vive Félix, um taxista ouvinte.

 

“Infelizmente a comunidade surda é muito apartada do convívio, principalmente pela barreira da língua. A partir do momento em que não sabemos falar a língua brasileira de sinais (Libras), a comunicação se torna muito difícil. E o nosso projeto veio justamente para tentar quebrar essa barreira e tornar o convívio mais constante, tanto no âmbito cotidiano quanto também no âmbito da arte”, afirma.

 

Desafios para se comunicar com surdos e ouvintes ao mesmo tempo - Apesar de não ser o primeiro espetáculo nesse formato, Filipe afirma que é sempre desafiador. Isto porque não é uma simples tradução para libras, e sim, a imersão da língua na arte. Diferente do habitual, não existe um intérprete simultâneo, a peça é vivida de fato para surdos e ouvintes.

 

“Não queremos que tenha um tradutor do lado de fora, em que a comunidade surda precise sempre olhar para fora da cena. O nosso projeto é que essa tradução aconteça no palco, uma obra bilingue e bicultural e isso tem uma complexidade grande. O desafio é ainda maior na comunicação entre nós, atores. Mas é um processo muito rico e engrandecedor”.

 

Félix é taxista, ouvinte e passa a entender os dilemas da comunicação - Codeço dá vida ao personagem que também é um ex-professor de história e amigo de Matias, um outro taxista, só que surdo. No universo de Matias, todos falam português e libras, menos Felix. A peça se desenrola no aniversário do amigo surdo, em que Félix precisa aprender a se comunicar. Longe de ser um espetáculo sobre surdez, “Língua” traz os dilemas da comunicação, uma paixão entre amigos, a descoberta homoafetiva e as interpretações da arte”.

 

“Certamente a plateia ouvinte vai se identificar muito com esse personagem, chegando em um espaço onde ele não domina a língua, mas tenta, porque se percebe apaixonado. Além da dificuldade de externar os sentimentos”.


 

Premiado pela APTR Nacional ao integrar libras e português - Essa não é a primeira vez que o artista se arrisca no universo surdo. Foi vencedor do Prêmio APTR Nacional 2021 de melhor ator em papel protagonista por “Aquilo De Que Não Se Pode Falar”, também parceria com Vinícius Arneiro, diretor e dramaturgo. “Língua” também conta com dramaturgia de Pedro Emanuel, e a colaboração de Catarine Moreira na dramaturgia surda.



Priorizando a técnica acima de tudo - Mesmo que a participação em “Vai Na Fé” tenha sido breve, Filipe contracenou com grandes nomes, como Renata Sorrah e Lo Bianco e destaca que a oportunidade evidenciou o quanto a técnica é importante na atuação. 

 

“Quando você faz uma participação, não tem tempo de criar um relacionamento, então é importante ter preparo e versatilidade. Tenho um manancial de ferramentas para me auxiliar”. Entre as ferramentas de Codeço, o artista estudou a palhaçaria, é músico, roteiriza, dirige e, claro, atua.


 

Próximos projetos - Imerso no espetáculo que está prestes a estrear como ator e idealizador, Filipe afirma que sua atenção está totalmente voltada à obra. No entanto, já tem alguns planos pós. “Temos um projeto do meu grupo ‘Bando de Palhaços’, o espetáculo ‘Cidade Selva’ que ainda está em processo, mas provavelmente será o meu próximo trabalho no teatro”, conta.

Como diretor e roteirista, está em seu segundo longa-metragem, ainda em fase de definição para o lançamento. “É um filme que tenho muito carinho, é bem íntimo, sobre o meu primo que convive com discalculia, um transtorno de aprendizagem dos números”. Já no audiovisual, conta que tem alguns papéis engatilhados que ainda não pode revelar.

 



Filipe Codeço - um talento Catapulta - Catapulta é uma gestora artística que surgiu da percepção da necessidade dos atores de se posicionarem no mercado de forma estratégica e consistente, contando com um seleto grupo de artistas, priorizando a diversidade e o desenvolvimento de carreira de cada assessorado, auxiliando em todas as etapas. O intuito é lapidar talentos nacionais e internacionais, entre os quais estão Dandara Abreu, Luiza Rosa, Natascha Falcão e mais.
www.intagram.com/umfilipecodeco


Posts mais acessados