Especialista
afirma que bonecos ultra-realistas simbolizam perdas não resolvidas e ativam o
sistema de dor do inconsciente
A febre dos bebês reborn, bonecos hiper-realistas
que imitam com perfeição recém-nascidos, chama cada vez mais a atenção de colecionadores
e acende o alerta de profissionais da área da saúde mental.
Para Elainne Ourives, psicanalista, doutora em
Psicanálise, neurocientista e pesquisadora nas áreas da Física Quântica e da
Neurociência, o fenômeno vai muito além da estética ou do efeito terapêutico.
“O boneco é uma representação simbólica das perdas não elaboradas, das
ausências e do sofrimento emocional reprimido. O bebê reborn não é o que se
segura, e sim o que se perdeu. Trata-se de algo que ainda dói e que o
inconsciente tenta proteger”, afirma.
A especialista, que desenvolveu métodos patenteados
de reprogramação mental e já impactou mais de 260 mil alunos em 37 países,
lembra que os bonecos são, na superfície, apenas objetos detalhados em
silicone. Mas, em níveis mais profundos da psique, carregam simbolicamente a
ausência de um filho, o silêncio de uma maternidade não vivida, a saudade ou a
necessidade de acolhimento da própria criança interior. “Conteúdos reprimidos,
como abandono, rejeição e carência, retornam como símbolos. Por isso, o bebê é
uma tentativa simbólica de ressignificar o que nunca foi vivido: a criança que
não nasceu ou o colo que não foi dado”, explica.
O cérebro não distingue a
realidade
A neurociência reforça a tese de Elainne
Ourives. “O cérebro não sabe o que é real, ele apenas
sente”, ressalta. Ao segurar o bebê reborn, o sistema límbico, responsável
pelas emoções, reage como se fosse um bebê de verdade. Contudo, o que se ativa
não é amor genuíno, mas o sistema de dor. “A pessoa não está satisfeita, está
distraída, criando uma ilusão de presença para mascarar a ausência. Isso mantém
o campo vibracional preso em um looping emocional doloroso”, lamenta.
Ourives, autora de obras como DNA da Cocriação
(2020) e DNA Revelado das Emoções (2021), alerta que a tentativa de substituir
o afeto perdido por um objeto não resolve a raiz do problema. “Enquanto você
continuar segurando o que representa sua dor, sua criança interior continuará
sozinha no escuro.”
Reprogramação e autocura
A especialista defende que a única saída verdadeira
para romper esse ciclo está na reprogramação do circuito emocional do abandono
e na cura da criança ferida. “Você não precisa de um bebê de silicone, mas de
segurar a si mesma com o amor que sempre esperou receber”, orienta.
Ela lista quatro passos para essa jornada de cura:
reprogramar o circuito emocional, curar a criança interior, elevar a frequência
vibracional e cocriar uma nova identidade baseada na consciência, e não na dor.
“O verdadeiro processo de maternidade começa quando você aprende a ser mãe de
si mesma. O único bebê que precisa ser segurado agora é sua nova versão:
inteira, reprogramada e inabalável”, conclui Ourives.
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