Prevenção exige acompanhamento regular a partir dos 40 anos
Informação
correta é fundamental. Especialista esclarece mitos e verdades sobre a doença
Caracterizado pela
lesão progressiva no nervo óptico, o glaucoma é uma das principais
causas de cegueira no mundo. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia
(CBO), estima-se que mais de 1,7 milhão de brasileiros convivam com essa doença
que, se diagnosticada precocemente, pode evitar a perda da visão.
O médico
oftalmologista credenciado pela Omint, Dr. Roberto Murad Vessani, alerta para a
importância do acompanhamento regular com um oftalmologista a partir dos 40
anos. “O risco de desenvolver glaucoma aumenta consideravelmente a
cada década. Indivíduos com 70 ou 80 anos, por exemplo, têm risco
significativamente maior do que aqueles na faixa dos 40 ou 50 anos”, explica.
“Por isso, consultas frequentes ao especialista auxiliam na prevenção e no
tratamento precoce.
Vessani destaca
ainda que essa prática oferece ao paciente a oportunidade de se informar
corretamente sobre a doença. Segundo o especialista, mitos podem atrapalhar o
diagnóstico e, consequentemente, o tratamento. Confira, a seguir, alguns dos
mitos mais comuns sobre o glaucoma e entenda as verdades a respeito
da prevenção e do tratamento.
É
possível perceber os sintomas do glaucoma no início da doença?
A forma mais comum
do glaucoma, conhecida como glaucoma primário de ângulo aberto,
é geralmente assintomática nos estágios iniciais. Isso significa que, nas fases
iniciais, a pessoa costuma não sentir dor, vermelhidão ou alterações na visão.
Tentar fazer uma autoavaliação para identificar possíveis sintomas da doença
pode ser arriscado. A melhor forma de detectar
o glaucoma precocemente é por meio de consultas regulares com um
oftalmologista, que poderá medir a pressão ocular, avaliar o fundo do olho e
identificar alterações no nervo óptico, características típicas da doença.
É
possível evitar o glaucoma?
Não é possível
evitar completamente o surgimento do glaucoma, especialmente por se tratar
de uma doença com forte predisposição genética. No caso
do glaucoma primário de ângulo aberto, no entanto, é possível
prevenir a evolução para quadros graves.
É importante
destacar que alguns grupos apresentam maior risco de desenvolver a doença, como
pessoas com histórico familiar de glaucoma, afrodescendentes, indivíduos
com miopia elevada, e aqueles que sofreram traumas ou inflamações oculares.
Portanto, a
principal forma de prevenção é o diagnóstico precoce, por meio de consultas
oftalmológicas regulares, especialmente a partir dos 40 anos. A detecção
antecipada facilita o tratamento e ajuda a evitar a perda de visão.
Ter
pressão intraocular elevada significa que a pessoa terá glaucoma?
A pressão
intraocular elevada é um dos principais fatores de risco para o glaucoma,
mas não é sinônimo da doença. Valores acima de 21 mmHg indicam um risco
aumentado, especialmente quando os níveis são muito elevados (acima de 30
mmHg). No entanto, algumas pessoas com pressão ocular levemente acima da média
podem não desenvolver glaucoma, enquanto outras com pressão considerada
"normal" podem apresentar a doença. Por isso, é essencial um
acompanhamento médico individualizado.
A
cirurgia de glaucoma recupera a visão perdida?
O glaucoma causa
danos irreversíveis ao nervo óptico, e, por isso, a visão perdida não pode ser
recuperada, nem mesmo com cirurgia. O objetivo do tratamento, seja com
colírios, laser ou intervenção cirúrgica, é apenas controlar a pressão
intraocular, a fim de evitar a progressão da doença. As cirurgias são indicadas
quando o uso de medicamentos e o laser não conseguem controlar adequadamente a
pressão ocular.
Existe cura para o glaucoma?
Ainda não existe cura para o glaucoma. O tratamento busca controlar a doença e estabilizá-la, prevenindo a perda progressiva da visão. O sucesso do tratamento depende da adesão do paciente às orientações médicas e do diagnóstico precoce.
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