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sexta-feira, 4 de abril de 2025

Dia de Luta contra o Câncer: medicina de precisão traz avanços e esperança

Generalismo cede lugar à individualização dos processos 

 

 O Dia Mundial da Saúde (7) e o Dia Mundial de Luta contra o Câncer (8) são duas das datas celebradas em abril, mês dedicado aos cuidados com a saúde. Enquanto o bem-estar físico depende de iniciativas gerais conhecidas pela maioria, como boa alimentação e prática de exercícios físicos, o combate a doenças como o câncer está cada vez mais específico e personalizado. A chamada medicina de precisão trouxe avanços significativos à oncologia e à qualidade de vida aos pacientes.

O tratamento contra o câncer é guiado por protocolos desenvolvidos para cada tipo de neoplasia, estabelecidos após estudos e pesquisas. Com o desenvolvimento da medicina de precisão, o generalismo deu lugar à personalização. Hoje, sabe-se que diferentes métodos e caminhos podem levar a resultados mais positivos com menor comprometimento da segurança dos pacientes.

A medicina de precisão é um protocolo personalizado, elaborado especificamente para um indivíduo e para um certo tipo de tumor; utiliza informações genômicas e moleculares para direcionar o tratamento do câncer de forma individualizada. No processo de evolução da oncologia, cresce o enfoque na medicina individualizada.

“Existe uma preocupação muito grande no estudo do DNA tumoral circulante, os biomarcadores, e na busca de substâncias que possam ser alvo-terapêuticas de medicamentos. Ou seja, você descobre alterações no DNA para que possa dar medicamentos direcionados especificamente a combater essas alterações”, esclarece o oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas. “Por uma alteração genética, as células cancerígenas se multiplicam sucessivamente. Se você corrige essa mutação, as células cancerígenas param de se reproduzir”.

Outra evolução na linha de frente contra o câncer, observa Medina, é a que envolve as técnicas e conceitos de detecção precoce do câncer em geral. “Mais estudos de prevenção estão encaminhados para aumentar o índice de detecção da doença no princípio, porque só assim sabemos que teremos maior possibilidade de cura. Hoje, através de exames de sangue, análises genéticas e exames de imagem muito sensíveis, evoluímos e podemos evoluir mais para localizar a doença em fases ainda mais iniciais.”

A resposta positiva à individualização de procedimentos atende à necessidade de tratar o conjunto de mais de 200 tipos de câncer existentes e às diferenças de cada paciente. A integração das áreas da patologia moderna, Imuno-histoquímica (IHQ) e dos testes genéticos levou a diagnósticos mais precisos e personalizados, melhor classificação molecular dos tumores, identificação de alvos terapêuticos específicos, monitoramento mais eficaz da resposta ao tratamento e detecção precoce de recidivas, enumera Fernando Medina.


 Inovações

A identificação das mutações em genes possibilita a aplicação de terapias inovadoras e direcionadas ao tipo específico da doença. A medicina personalizada traz respostas a perguntas como “por que determinadas pessoas respondem bem a um certo tratamento e outras não?” Como cada paciente tem características próprias, a individualização, a partir de indicações científicas, leva à maior efetividade de resultados.

“A ampliação dos recursos e do conhecimento acarreta ganhos significativos aos pacientes. Dez anos atrás, a sobrevida mediana para um caso avançado de câncer de pulmão, com quimioterapia, era de seis a oito meses. Hoje, temos paciente vivendo de quatro a seis anos com a doença, controlada por estratégias terapêuticas muito bem dirigidas para aquela situação”, especifica Medina.

Eficiente no tratamento, a medicina personalizada é ainda importante no diagnóstico precoce e prevenção de neoplasias. Informações científicas obtidas por meio de análises genéticas e levantamento de história familiar indicam a propensão de indivíduos a desenvolver determinados tipos de câncer, o que implica em mudanças de conduta de rastreio.

“O sequenciamento de nova geração (NGS) possibilita análise simultânea de múltiplos genes. Painéis específicos para diferentes tipos de câncer identificam mutações acionáveis.  Biomarcadores moleculares como MSI, TMB e assinaturas genéticas orientam decisões terapêuticas”, esclarece o oncologista sobre a prevenção e detecção precoce das doenças.

“Quando comecei na oncologia, na década de 1980, o índice de cura do câncer estava em 40%. Atualmente, as chances de sucesso são de 70%”, compara. “Mas tudo isso passa pela necessidade de adotarmos hábitos saudáveis de vida, de não beber, não fumar, comer alimentos que ajudam a evitar doenças e adotar um estilo de vida mais adequado”. 



COC - Centro de Oncologia Campinas
Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.
Telefone: (19) 3787-3400.

 

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