Mesmo uma taça ocasional de vinho pode causar danos
silenciosos ao fígado. Estudos recentes e especialista alerta: não existe
consumo seguro de álcool
Embora muitas pessoas considerem o consumo social de álcool inofensivo,
evidências crescentes indicam que mesmo pequenas quantidades podem ser
prejudiciais ao fígado. A Dra. Patricia Almeida, hepatologista do Hospital
Israelita Albert Einstein, alerta que "não existe um 'passe livre' para o
álcool – toda ingestão causa algum nível de estresse ao fígado".
Estudos
recentes reforçam que nenhuma quantidade de álcool é completamente segura para
a saúde hepática. A Organização Mundial da Saúde declarou que "não há
nível seguro de consumo de álcool para a saúde”. Além disso, pesquisas indicam
que mesmo uma dose diária pode aumentar o risco de danos ao fígado e
desenvolvimento de câncer.
O
fígado é um órgão resiliente, mas os danos causados pelo álcool podem ser
silenciosos e progressivos. Sintomas como fadiga persistente, dor abdominal no
lado direito, icterícia (pele e olhos amarelados), inchaço abdominal ou nas
pernas e náuseas frequentes podem indicar comprometimento hepático. É crucial
estar atento a esses sinais e buscar avaliação médica ao menor indício de
problema.
Para
aqueles que consomem álcool, mesmo que esporadicamente, é recomendável realizar
exames periódicos para monitorar a saúde do fígado. Testes de sangue, como AST
e ALT, são úteis para avaliar a função hepática, enquanto exames de imagem,
como o ultrassom, podem detectar precocemente sinais de lesão hepática.
A
maneira mais eficaz de proteger o fígado é evitar o consumo de álcool. No
entanto, se optar por beber, é aconselhável:
- Reduzir a quantidade e a frequência do consumo.
- Evitar episódios de consumo excessivo.
- Alimentar-se antes de ingerir álcool para retardar sua absorção.
- Manter-se hidratado.
Vale
ressaltar que suplementos e medicamentos vendidos como "protetores do
fígado" não possuem comprovação científica de eficácia.
O
consumo social de álcool, frequentemente considerado inofensivo, pode, na
realidade, representar riscos significativos para a saúde hepática. A
conscientização sobre esses perigos é essencial para a prevenção de doenças
graves do fígado. Consultar regularmente um hepatologista e adotar hábitos
saudáveis são passos fundamentais para manter o fígado em boas condições.
Dra. Patrícia Almeida - CRM SP 159821 - Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2010). Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Geral Dr César Cals em Fortaleza-CE- (2011-12). Residência em Gastroenterologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo-(USP RP) (2013/15). Aprimoramento em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP)- (2016). Aprimoramento em Transplante de fígado no Hospital das clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP) (2017). Observership no Jackson Memorial Hospital em Miami/EUA 2017. Doutorado em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Título de Especialista em Gastroenterologia pela FBG Título em Hepatologia pela SBH. Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
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