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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Visão turva e fala arrastada? Neurocientista explica quais são os impactos do álcool no cérebro

Além da dependência alcoólica, consumo em excesso pode afetar a comunicação entre os neurônicos e causar a destruição de células nervosas

 

Na próxima terça-feira (18) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, que tem como objetivo conscientizar sobre os danos causados pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. De acordo com a neurocientista da BrainEstar, Drª Emily Pires, apesar de ser uma substância socialmente aceita e consumida em diversos contextos, o álcool em excesso pode causar uma série de consequências para o sistema nervoso central e gerar danos cerebrais graves e irreversíveis. 

“O álcool atua como depressor do sistema nervoso central, afetando a comunicação entre os neurônios. Isso resulta em uma série de danos ao córtex pré-frontal, colaborando para a destruição de células nervosas, problemas de memória e dificuldades motoras, além das alterações no equilíbrio emocional e os famosos ‘apagões’, onde o indivíduo não se recorda de eventos ocorridos durante a intoxicação”, pontua a especialista, acrescentando que existem alguns fatores neurológicos que podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da dependência alcoólica. 

“O álcool interfere no sistema de recompensa do cérebro, especialmente na via mesolímbica, que envolve a liberação de dopamina. Essa alteração aumenta a ‘saliência’ do álcool, fazendo com que o cérebro o perceba como altamente reforçador, o que pode levar à dependência. O consumo crônico de álcool pode causar danos permanentes ao cérebro, como a Síndrome de Wernicke-Korsakoff, demência alcoólica e até mesmo alterações estruturais na redução do volume cerebral e danos à substância branca, comprometendo a comunicação neural”, explica. 

Segundo a especialista, uma das formas de impedir o consumo excessivo de álcool de forma não invasiva e sem o uso de medicamentos é através da técnica do Neurofeedback.“Com o Neurofeedback conseguimos realizar o diagnóstico dos padrões disfuncionais da atividade cerebral e então definir um plano de tratamento personalizado com sessões de treino. Durante o tratamento, o paciente recebe estímulos visuais e auditivos quando o cérebro atinge o padrão desejado. O feedback positivo ajuda o cérebro a se ajustar e a se aproximar de um padrão saudável. Estudos indicam que ele pode reduzir os desejos por álcool e melhorar o controle dos impulsos, auxiliando no tratamento do alcoolismo”, comenta Emily Pires.

  

BrainEstar
www.brainestar.com.br


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