Além da dependência alcoólica, consumo em excesso pode afetar a comunicação entre os neurônicos e causar a destruição de células nervosas
Na
próxima terça-feira (18) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo,
que tem como objetivo conscientizar sobre os danos causados pelo consumo
excessivo de bebidas alcoólicas. De acordo com a neurocientista da BrainEstar,
Drª Emily Pires, apesar de ser uma substância socialmente aceita e consumida em
diversos contextos, o álcool em excesso pode causar uma série de consequências
para o sistema nervoso central e gerar danos cerebrais graves e irreversíveis.
“O
álcool atua como depressor do sistema nervoso central, afetando a comunicação
entre os neurônios. Isso resulta em uma série de danos ao córtex pré-frontal,
colaborando para a destruição de células nervosas, problemas de memória e
dificuldades motoras, além das alterações no equilíbrio emocional e os famosos
‘apagões’, onde o indivíduo não se recorda de eventos ocorridos durante a
intoxicação”, pontua a especialista, acrescentando que existem alguns fatores
neurológicos que podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da
dependência alcoólica.
“O
álcool interfere no sistema de recompensa do cérebro, especialmente na via
mesolímbica, que envolve a liberação de dopamina. Essa alteração aumenta a
‘saliência’ do álcool, fazendo com que o cérebro o perceba como altamente
reforçador, o que pode levar à dependência. O consumo crônico de álcool pode
causar danos permanentes ao cérebro, como a Síndrome de Wernicke-Korsakoff,
demência alcoólica e até mesmo alterações estruturais na redução do volume
cerebral e danos à substância branca, comprometendo a comunicação neural”,
explica.
Segundo a especialista, uma das formas de impedir o consumo excessivo de álcool de forma não invasiva e sem o uso de medicamentos é através da técnica do Neurofeedback.“Com o Neurofeedback conseguimos realizar o diagnóstico dos padrões disfuncionais da atividade cerebral e então definir um plano de tratamento personalizado com sessões de treino. Durante o tratamento, o paciente recebe estímulos visuais e auditivos quando o cérebro atinge o padrão desejado. O feedback positivo ajuda o cérebro a se ajustar e a se aproximar de um padrão saudável. Estudos indicam que ele pode reduzir os desejos por álcool e melhorar o controle dos impulsos, auxiliando no tratamento do alcoolismo”, comenta Emily Pires.
BrainEstar
www.brainestar.com.br
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