Caracterizadas pelo domínio das novas tecnologias, forte senso de
urgência e autonomia, as novas gerações são compostas por indivíduos habituados
a mudanças e a fluxos rápidos de informações. Além disso, são curiosos e muito
versáteis quando o assunto é experienciar rotinas e aprender sobre outras
culturas — qualidades essenciais de uma geração que pode transformar e
potencializar o significado do intercâmbio.
No entanto, apesar do engajamento tecnológico e comportamental, as
competências profissionais em alguns momentos podem deixar a desejar. De acordo
com uma pesquisa realizada em 2024 pelo Education at a Glance, jovens 'nem-nem'
— aqueles que nem trabalham nem estudam — correspondem a 24% da população com
idade entre 18 e 24 anos no Brasil. Apenas 1% da população brasileira é fluente
em inglês e 5% falam inglês básico. Além disso, o relatório “Tendências de
Gestão de Pessoas”, do Ecossistema Great People & GPTW, mostra que lidar
com a Geração Z é desafiador para 68% dos entrevistados.
Olhando para este cenário, o intercâmbio pode se tornar um
verdadeiro catalisador de potenciais talentos, refletindo inclusive nas
gerações futuras, já que os aprendizados adquiridos em uma experiência
internacional ajudam as gerações a se desenvolverem no âmbito linguístico,
cultural e profissional. Ou seja, agrega valor e repertório comportamental e
econômico tanto para o indivíduo, quanto para a sociedade como um todo.
Do ponto de vista profissional, o choque cultural adquirido no
intercâmbio pode ser agregador, ajudando a trabalhar a empatia, foco e
maturidade — habilidades que qualificam o indivíduo a desenvolver senso crítico
e criatividade, o que é essencial no que diz respeito à dinâmica do mercado de
trabalho, que está cada vez mais competitivo. Além disso, a valorização
profissional muda, uma vez que o intercâmbio no currículo gera um diferencial,
aumentando as chances de ascensão na carreira.
Outro ponto a ser abordado é que a geração Z valoriza estar feliz
no trabalho e isso diz muito sobre estilo de vida e performance. É importante
ressaltar que, em países desenvolvidos, as profissões em todos os níveis são
valorizadas e há mercado em todas as áreas para imigrantes que entram no país
de forma legal. Diante deste cenário, é possível ser bem remunerado e receber
em euro ou dólar, com boas condições trabalhistas. Desta forma, o intercâmbio
também tem moldado as relações dos mais jovens com o trabalho.
Falar sobre gerações é falar sobre pessoas. A proposta do
intercâmbio para o futuro das próximas gerações é justamente valorizar
indivíduos engajados que dão importância para a experiência do autoconhecimento
e aprendizado, e levam a inovação e a diversidade a sério. Em outras palavras,
o intercâmbio é uma aposta para transformar o futuro das próximas gerações.
Matheus Tomoto é CEO e Cofundador da Universidade
do Intercâmbio,
consultoria de preparação para oportunidades
internacionais
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